Reunião de Comensais



Ainda era cedo demais para jantar, e Rony e Hermione ainda não tinham saído das aulas, então Harry podia ter ido à biblioteca para fazer os deveres, mas resolveu ir dar uma volta no jardim, mesmo com a claridade já se esvaindo.

Começou a andar em volta do lago e foi quando estava refazendo o percurso para voltar, que algo realmente estranho aconteceu. Ele não estava mais nos terrenos da escola, estava em um quarto, atrás de uma cortina. Primeiro pensou que estivesse novamente na mente de Voldemort, mas não teria sentido estar atrás das cortinas, e, além do mais, ele não estava dormindo para que uma conexão fosse estabelecida. Arriscou dar uma olhada no que estava acontecendo no quarto, então, bem devagar, espiou o que se passava do outro lado da cortina. Era um cômodo mal iluminado, com horrendos quadros e tapeçarias em todas as paredes e uma lareira onde tinha formas de várias serpentes, entalhadas na madeira. Parecia uma reunião, cerca de dez pessoas sentadas em torno de uma mesa. Na verdade, eram nove, pois uma, que parecia estar liderando aquela estranha reunião, estava em pé. Harry sentiu um calafrio. Sabia muito bem quem eram aquelas pessoas de capas, principalmente quem estava em pé, era Voldemort e seus mais fiéis comensais.

Pareciam estar no final de uma discussão muito importante, então Harry parou de se perguntar como havia parado ali e pôs-se a ouvir.

-...Não podemos levantar suspeitas meu senhor – disse, hesitante um dos homens de capa com uma voz fina. – Se Dumbledore desconfiar do que estamos planejando, pode ser o fim...

-Você acha que ele vai descobrir? – interrompeu, rispidamente, Voldemort. – Está querendo me dizer que não posso confiar nem mesmo nestes nove imprestáveis comensais a quem estou me dirigindo? Se alguém aqui achar que corremos um risco grande demais e prefere esperar até que todos estejamos mortos, ou em Azkaban, que se levante e retire-se imediatamente!

Não havia nenhuma opção para os comensais. Harry sentiu a sua cicatriz doer intensamente, Voldemort estava mesmo furioso e isso não era um bom sinal.

-Estamos todos de acordo com vosso plano, meu soberano – disse uma voz que Harry já tinha ouvido em um de seus outros encontros com os comensais. – Mas como pegaremos a garota?

-Eu tenho os meus meios. – Voldemort disse com um sorriso que o fez parecer ainda mais com uma cobra. – Em breve o resto de vocês será libertado... Então, assim que meu plano esteja concluído, não haverá exército nenhum, de aurores ou Cavaleiros da Luz que vá me impedir!

Harry sentiu o chão rodar sob os seus pés, e de repente ele estava novamente deitado nos jardins de Hogwarts, contemplando um céu estrelado, com a sua cicatriz queimando na testa.

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