Prof Ellard



Quando entrou no castelo, viu Lane virando-se para ir pelo corredor lateral, estava apressando o passo para alcança-la, quando Blás Zabini, o garoto da Sonserina, chegou por trás e começou a xingá-la. Harry jamais havia ouvido tantas formas de xingar alguém em menos de um minuto, já ia partir para cima dele com a varinha, ou até mesmo sem ela, mas algo o fez parar. Ele viu Lane virando-se lentamente e encarando o sonserino com curiosidade.

-Sabe, eu fico realmente surpresa como vocês sonserinos sentem-se bem xingando os outros. – então o seu tom mudou para sério. - Como se eu me importasse com o que você pensa Zabini.

Dizendo isso virou as costas ao sonserino e já estava indo em direção ao salão quando este lhe lançou um Expelliarmus que ela rapidamente repeliu. Ele já ia lançar outro, o que certamente acabaria em um duelo quando Harry resolveu interferir.

-Deixe ela em paz Zabini. – ele disse com a varinha em punho. – A menos que queira duelar contra dois grifinórios.

Harry lançou um feitiço impedindo Zabini de lançar qualquer encantamento, que aprendera com Lupin durante o verão. Blás, visivelmente furioso, deu uma volta teatral e saiu a passos firmes em direção ao salão. Harry, no entanto, não esperava que quando se virasse visse o olhar furioso de Lane para ele.

-Eu sei me defender muito bem sozinha Potter. – ela disse – Não preciso de você.

-Eu só estava tentando ajudar! – disse Harry surpreso.

-Eu sobrevivi cinco anos sem a sua ajuda Potter. - ela continuou – Não se preocupe comigo.

Ela já havia se virado para ir embora quando ele a chamou.

-Qual é o seu problema? – perguntou Harry, surpreso com a sua própria reação – Eu estava tentando ser simpático com você toda a manhã e você me dá respostas ríspidas!

-Qual é o meu problema? – ela perguntou virando-se e o encarando. – Eu te digo qual é o meu problema! Você só repara nas pessoas quando é para demonstrar os seus talentos. Não só eu, mas como várias outras pessoas da escola, você apenas dá atenção quando é para se mostrar. Ou como você é bom em Quadribol, ou como agora para mostrar suas habilidades em Defesa Contra as Artes das Trevas! Este é o meu problema, ou melhor, o seu!

Harry estava esperando qualquer tipo de reação menos aquela. Ele nunca havia reparado se fazia ou não aquilo. Talvez ela estivesse certa, será que ele era tão arrogante assim? Talvez fossem os ‘genes’ do seu pai, de qualquer jeito, ele fez uma cara de total espanto e incredulidade, dando a Lane o tempo suficiente para sair sem maiores problemas. Harry encaminhou-se pensativo até o salão e sentou-se ao lado de Rony que terminava de contar animadamente a Hermione suas primeiras aulas.

-Harry você está bem? – perguntou Hermione ao rapaz.

-Claro! – mentiu Harry – Só pensando no que me aguarda o resto do ano!

-Isso porque você nem viu a minha turma! – Disse Rony emburrado.

-Não preciso. – Disse Harry ao amigo. – A minha já é pior.

-Vejam só! – disse Hermione animada olhando o seu horário – Nós três teremos aulas de Poções juntos durante os dois primeiros meses!

-Que ótimo! – disse Harry feliz, pensando no que era atualmente a sua turma.

-Porque apenas nos dois primeiros? – perguntou Rony verificando o próprio horário.

-Porque depois você vai ter “Estudo dos efeitos colaterais das poções”, eu terei “Poções que afetam na personalidade e sentimentos”, e Harry terá “Estudo dos venenos e seus antídotos”. – disse Hermione com a sua melhor voz de professora sabe-tudo.

-Eu gostaria mais de estudar venenos. – disse Rony fazendo uma careta.

-Só espero que Snape não nos faça testá-los em nós mesmos! – disse Harry imaginando o prazer que aquilo daria ao mestre de poções.

Depois do almoço os três seguiram juntos em direção ás masmorras para dois períodos de Poções. Era uma turma grande, os alunos do curso de aurores, pesquisa em magia avançada e Ministério geral, vinte e nove ao todo. Harry sentiu-se bem, com uma turma tão grande Snape não teria muita chance de implicar com ele. Rony e Hermione ficaram surpresos por verem Malfoy entre os alunos do curso de aurores, mas logo Harry narrou os acontecimentos da manhã aos amigos, estes não tiveram muito tempo para falar sobre isso, pois o prof Snape chegara e eles não queriam dar a ele nenhum motivo para tirar pontos da Grifinória no primeiro dia de aula.

A aula de Poções não foi muito diferente das outras. No primeiro período Snape ressaltou a importância da matéria em todos os cursos, fez também algumas perguntas de revisões, mas para seu desagrado, não conseguiu tirar muitos pontos. Harry sabia mais de Poções do que tinha imaginado e Lane tinha tamanho conhecimento de poções que certamente só perderia para Hermione. No segundo período, os alunos dividiram-se em duplas e realizaram várias poções, desde uma para furúnculos até uma poção do morto-vivo, que os alunos deixaram uma amostra em cima da escrivaninha. A única poção que estava certa era a de Hermione e Lane, o que resultou em cinco pontos para a Grifinória, embora Snape tenha relutado muito antes de entregar os cinco míseros pontos. Depois de Poções as turmas se separaram novamente, Harry e os outros colegas tinham, finalmente, uma das aulas que Harry mais esperava, Teoria de Duelo.

A aula era em uma ala do castelo que Harry raramente ia, a ala Norte, então saiu rápido da sala para chegar a tempo. Estava curioso quanto ao novo professor que não conseguira identificar no banquete inicial. Quando os oito alunos já estavam todos do lado de fora da sala, a porta abriu-se sozinha silenciosamente. Harry entrou na sala, esta também com apenas oito cadeiras, e sentou-se na primeira cadeira da primeira fila. Lane sentou-se ao seu lado, não por escolha própria, mas porque todas as outras classes já estavam ocupadas e Malfoy sentou-se do outro lado dela, todos em silêncio. A sala estava bastante clara, com vários dos instrumentos de aurores que Harry já conhecia, o espelho que ele vira na sala de Moody no quarto ano, um bisbilhoscópio, e várias outras coisas, incluindo uma prateleira de livros quase tão grande quanto as que haviam na biblioteca. Tão logo todos os alunos se sentaram, a porta da sala fechou-se e os alunos puderam ouvir a voz do professor:

-Uma boa tarde a todos, - uma voz grave, um tanto rouca, falou – podem me chamar de professor Ellard, sou o seu mestre de Teoria de Duelo.

Quando aquela frase terminou, um vulto saiu das sombras no fundo da classe. Harry e todos os outros alunos não conseguiram conter uma exclamação de espanto. O novo professor era quase tão baixo quanto o prof Flitwick, mas talvez fosse porque ele era corcunda. Tinha uma aparência extremamente cansada, como de alguém já desgastado pelo tempo. Era bastante velho, percebia-se, mas tinha um brilho de incrível vigor nos olhos. O professor andou até a frente da classe e pôs-se a observar a turma silenciosamente.

-Percebo os olhares decepcionados. – disse ele após algum tempo. – Mas será útil para o primeiro conselho que lhes darei sobre duelos, embora este seja um pouco clichê: Nunca julgue seu oponente pela aparência.

Todos os alunos permaneceram em silêncio. O professor deu um sorriso gentil e sentou-se atrás da escrivaninha.

-Muito vocês aprenderão comigo este ano, - começou ele, enquanto, lentamente, frases apareciam no quadro. – coisas que podem ser úteis... Ou não.

Durante todo o tempo que sobrara, o prof Ellard fez jus ao nome da matéria, os alunos passaram copiando as teorias básicas dos feitiços de duelos que já conheciam e como revertê-los. No fim da aula o professor recomendou aos alunos que praticassem os feitiços com o professor de Duelo, o que fez Harry se lembrar das reuniões da AD, ficou pensando se elas se realizariam este ano. Todos saíram da sala com a cabeça zunindo e apenas uma coisa em mente: jantar.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.