Chapter XVI



Dumbleodore estava furioso com seus alunos. Devido a uma atitude inconsequente, um aluno quase tinha perdido a vida naquela tarde de sábado. A sua irritação era tão grande que ele nem sabia como advertir o bando de adolescentes no jantar.



Eram por volta de cinco e meia da tarde quando McGonagall entrou em seu escritório completamente apavorada, chamando-o para a enfermaria. Ele não fazia ideia do que teria acontecido para tamanho desespero, mas ao entrar na ala médica, também quase perdeu a cor. Draco estava extremamente pálido, com sua roupa suja de um líquido cor de rosa. Ele não parecia nada bem, quase prestes a perder a consciência. Hermione estava desolada ao lado de sua cama, controlando o choro enquanto Snape tentava apressar Madame Pomfrey a providenciar um bezoar.



-Por favor, não fecha os olhos...- A garota pedia baixinho para o namorado, vendo que ele não reagia muito bem.



Quando finalmente a enfermeira apareceu e empurrou aquela bola dentro de sua boca, os docentes puderam respirar mais aliviados. Dumbleodore não sabia exatamente o que havia acontecido, tinha chegado no final da confusão, mas algo obviamente cruel havia sido tentado com o garoto.



-Aquilo era sangue, Papoula? – Seu principal palpite era de um ataque contra a interferência no sangue mágico.



-Não, Não, Alvo. Era Amortentia.



-Como?! – Ele não entendeu nada.



-A Srta. Granger nos explicou que chegou no dormitório Veela e o encontrou bebendo uma garrafa de suco de abóbora batizado com Amortentia, disse que não deu tempo de avisá-lo que estava contaminado. Quando ele começou a passar mal ela tentou mandar um patrono para Severo, mas os garotos chegaram antes. Aparentemente ele vomitou apenas a poção, que é esse líquido rosa. Isso foi um ataque brutal ao Veela, ele não suportou. Enquanto em pessoas normais é só mais uma poção do amor, nele funcionou como veneno. Ele se sentiu rejeitado quando seu lado humano se sentiu atraído a outra pessoa e preferiu morrer do que suportar isso. Conseguimos reverter a tempo o efeito, mas certamente nos próximos dias ele deverá ficar fora de controle, com medo de ser atacado novamente.



-E como Hermione sabia disso?



-Eu ouvi ontem à noite, Gina me contou, professor. Suzana Bonnes não teve vergonha de espalhar aos quatro cantos o que havia feito. Eu não liguei porque tinha quase convicção que ele detestava abóbora, então não ia tomar. Mas isso aconteceu e.... A culpa é minha por não ter avisado! – Ela estava prestes a cair no choro novamente, recebendo um tapinha nas costas do professor de poções. Ele também havia pensado que perderia seu afilhado naquela tarde.



-Se o que Papoula disse for verdade, você está dispensada das aulas nos próximos dias. – Ele escondia a fúria no seu olhar.



-Mas.... Diretor!



-Eu direi que você o encontrou agonizando no corredor, e precisou de uns dias para esquecer-se do trauma. Cuidarei pessoalmente da Srta. Bonnes, isso já está saindo do controle.



***



         -Silêncio, por favor.



  Todos os alunos que estavam jantando pararam de comer para ouvir o comunicado de seu Diretor. Estavam quase na reta final do ano escolar, um comunicado oficial não era comum nessa época do ano.



-Gostaria de pedir total atenção de vocês. Quero ressaltar que sei muito bem toda a comoção que o Senhor Malfoy vem causando inocentemente nesta escola, e concordo que não é para menos, e muito menos sua culpa. Sei que muitas de vocês enxergam esta oportunidade como a realização de um conto de fadas, um sonho de infância. Mas também sei que não visão somente o amor daquela criatura e não tentem negar, os acontecimentos recentes provam o contrário. Na tarde de hoje o Senhor Malfoy foi envenenado e quase morreu devido a isso. – O choque foi geral, Zabini se apavorou – Alguém pensou que seria inteligente de sua parte fazê-lo beber amortentia, na tentativa de induzi-lo a gostar de si. Agora, eu lhes pergunto: para que servem as aulas de Trato de Criaturas Mágicas se não se recordam de nada? – O diretor não conseguia controlar a raiva em sua voz – Tomei a liberdade de verificar o material escolar e o ponto mais grifado deste conteúdo é de que sua companheira é única, nada neste mundo o fará desistir dela! E ao tomar a amortentia, sua mente entrou em conflito, com seu lado humano se apaixonando por outra e o Veela não suportando a rejeição. Ele preferiu morrer do que ser enfeitiçado. Draco foi levado às pressas ao St. Mungus para sua reabilitação já que se encontra muito fraco depois desse ataque. Espero que essa loucura não aconteça novamente, lembrem-se que antes de ser um bruxo normal, ele também é uma das criaturas mais raras existentes. Deixem ele encontrar o próprio caminho. Nós já sabemos quem foi a autora deste ato desesperado, e garanto que não será uma simples detenção seu castigo. Tenham todos uma boa noite.



***



-DIRETOR DUMBLEODRE! DIRETOR DUMBLEODORE! – Blásio corria desesperado atrás do diretor, em busca de informações do amigo. Quando enfim o alcançou, estava sem fôlego devido a corrida. – É tudo verdade? O discurso?!



-Infelizmente, sim.



-Ele.... Ele está bem? Não corre risco de vida? Posso ter autorização para visita-lo?



O Diretor olhou para os lados conferindo se ninguém escutava a conversa antes de desmentir aquela afirmação.



-Eu tive de arrumar uma desculpa para seu sumiço, Sr. Zabini. O Sr. Malfoy não está no hospital, ele se encontra agora mesmo em seu dormitório. Foi de consenso geral que o Veela ficaria fora de controle por uns dias, assustado com a situação toda. Ele será mantido lá com Hermione até conseguir se acalmar. Certamente as garotas iriam querer visitá-lo na enfermaria, e não teríamos uma resposta para sua ausência. Fique tranquilo, garanto que em pouco tempo ele estará melhor do que nunca.



***



Ainda mesmo naquela noite Severo Snape, junto de Papoula, moveram o sonserino para o dormitório veela. Eles aproveitaram a hora do jantar para que ninguém visse o corpo sendo carregado até as cozinhas, com uma Hermione culpada logo atrás. As recomendações eram curtas e grossas: não sair do quarto até ele ter controle de sua mente novamente. Ela sinceramente esperava que não demorasse tanto, não gostaria de perder aulas importantes para os NIEM’S.



-Eu pensei que ele fosse morrer. – Samuel disse desolado de sua moldura.



Hermione preferiu a companhia falantes dos quadros na sala do que ficar encarando uma parede no quarto enquanto Draco ainda estava desacordado.



-Eu também. Eu pensei que ele detestasse abóbora...



-Não se sinta culpada, Hermione. Ele está bem, isso o que importa. – Jeremiah tentava acalmá-la.



-Pelo menos conseguimos uma nova informação para o nosso livro. Parece que o legado Fitzgerald tende a quase morrer pelas companheiras. – Jacques tenta melhorar o humor da sala.



-A culpa não é minha se meu tataraneto foi burro o suficiente para não farejar a poção.



Hermione finalmente estava conseguindo se abstrair de todo aquele clima pesado quando de repente escuta uma porta ser aberta com muita violência e Draco sair de lá completamente transtornado. Seus olhos eram totalmente pretos, suas presas estavam para fora, sua respiração falhada e sua voz...



-MINHA! – Sua voz estava completamente fora do normal.



Em passos largos e completamente assustadores para Hermione, ele se aproximou rapidamente dela, cercando-a. Ela não teria para onde fugir se não quisesse ser estraçalhada por aquela coisa totalmente estranha.



-Hermione, não se mexa. Mantenha a calma e respire fundo, ele não vai te atacar, só está fora de controle. O veneno fez isso com a cabeça dele. – Jeremiah se apressou em tentar evitar uma tragédia.



Ela tentou fazer isso, respirar fundo e manter a calma. Fechou os olhos para a criatura não perceber o seu medo – um grande erro, já que ele conseguia cheirar isso de longe – Passaram-se pelo menos três minutos de pura tensão com ele a avaliando para que alguma coisa acontecesse. Lentamente Draco se aproximou de seus cabelos castanhos e soltou uma longa respiração. O cheiro parecia trazê-lo de volta a realidade, lembrando-o que ela não o faria mal algum. Hermione arrepiou-se por inteiro ao senti-lo grudar o nariz em seu pescoço e abraça-la, ronronando desesperadamente. Percebia-se que ele queria desesperadamente um carinho vindo dela, conseguindo ter um pouco de lucidez.



Ele já não parecia tão monstruoso como antes, apenas como um gatinho assustado.



***



Pelo meio dia de domingo a criatura já era racional novamente. Aqueles primeiros minutos animalescos haviam passado logo após ele reconhecer a companheira. Era certeza que se ele não soubesse ainda quem era, seria um verdadeiro estrago na escola. Ele já conseguia pronunciar poucas palavras, sempre querendo o contato constante da garota. Até haviam feito um progresso com o recolhimento das presas, porém seus olhos continuavam pretos, o que ainda assustava um pouco Hermione.



A desconfiança de seus amigos veio à tona quando a garota não apareceu para as aulas na segunda feira de manhã. Como prometido, McGonagall transmitiu a desculpa de Dumbleodore, fazendo Rony se perguntar porque aquele tipo de coisa sempre acontecia com eles. Enquanto eles pensavam que ela estava com um psicólogo resolvendo seu trauma, na verdade estava recebendo seu café da manhã na boca. O Veela tentava de tudo para agradar sua companheira, impedindo que outra tomasse seu lugar.



-Ah, não, não senhor! Nunca mais você vai tomar suco de abóbora! – Ela tirou o copo de seu alcance.



-Porque? – Sua voz ainda era grossa, voltando a ser usada na comunicação sem rosnados.



-Isso tudo só aconteceu porque você tomou um batizado, não quero correr o risco novamente.



-Você quem sabe. – E deixou o suco de lado, se concentrando em qualquer outra coisa que não fosse a bebida.



Ao longo do dia sua consciência já estava bem mais acentuada. Hermione pode perceber isso na hora em que foram dormir, com ele investindo pesado em carinhos mais ousados. Ela sabia que em algum lugar Draco tirava proveito da situação com a desculpinha esfarrapada, mas tinha medo de se sentir rejeitado, embora em momento algum ela tenha tentado marca-la. Era difícil admitir, mas quando era o Veela quem a beijava, não tinha como resistir. Certo que com Draco ela ainda tinha um pouco de controle de suas ações, mas com esse não. Num primeiro momento ela não se sentiu confortável em aceitar esse tipo de intimidade, mas ao escutar ele trocar meia dúzia de palavras a convencendo do contrário, deixou.



Afinal, se ele ainda fosse irracional não conseguiria manter uma conversa tão.... Tão.... Sedutora.



-Sabe que não quer resistir a mim...- Ele olhava fundo em seus olhos.



-Eu consigo ver o meu reflexo neles... – já tinha aceitado sua posição presa debaixo dele na cama, não tinha como fugir ou resistir.



-Se eles realmente te perturbam tanto, você não precisa ficar olhando. Apenas feche os olhos e aproveite. – Aquele maldito charme sussurrado em sua orelha...



Ela acabou cedendo, tendo sua boca tomada numa tranquilidade enervante. Sentia uma mão se aventurar pela sua cintura enquanto a outra ajudava a manter o equilíbrio de seu corpo. Céus, aquele idiota sabia como abaixar a calcinha de uma garota. Seu ego estava amaciado pelo fato de nunca ter feito isso com ninguém, então certamente toda essa experiência havia sido dedicada somente a ela.



Mas... Ele não ter transado com as garotas que beijou não significava que não tenha tentado.



Um ciúme irracional tomou posse de seu peito, querendo descontar a raiva em seu namorado, porém ele não estava disponível no momento.



-Você não tem noção de como me enlouquece... – Se assustou ao sentir algo duro ser pressionado contra sua intimidade.



-Pelo amor de Deus, Draco. Eu sei que você está acordando. – Sua voz tinha um gemido contido.



-Ah, ele? Ele está bem envergonhado. Muito na verdade. Mas tenho certeza que vai me agradecer depois.



-Mas...



-Não se preocupe, não vou fazer nada que faça você parar de falar com ele. Comigo. Com a gente. Apenas.... Vou dar um incentivo a vocês dois. – Seu sorriso era completamente malicioso, com um toque de admiração em seu olhar negro.



-O que...? – O charme da troca de olhares voltou a fazer efeito. Era visível que o Veela – sua parte animal - tinha muito mais controle dos seus poderes do que o próprio Draco – sua parte racional.



A criatura cumpriu sua palavra de não fazer nada que a chateasse, apenas dando continuidade ao que já haviam feita até então. Trabalhou pesado tanto na boca da garota quanto em seu pescoço, percebendo seu estado embaixo de si. Hermione certamente teria que tomar outro banho, já estava completamente suada e excitada.



-Você não faz ideia do quanto seu namorado já fantasiou esse momento.



Era sério que ele revelaria os pensamentos mais impuros de Draco nesse momento?



-A quantidade de vezes que ele já se tocou, pensando só em você...



-Isso é normal, eu sou sua companheira, certo? – Sua voz estava vacilante.



-Não, antes disso, bem antes disso. Ele já fantasiava com você e uma cama a muitos anos. E devo admitiu que ele praticou bastante...



Saber que ela era especial mexia com seu ego, mesmo que não quisesse muito.



-Como acha que ele deve estar se sentindo agora, presenciando tudo em primeira mão?



-Você acha correto revelar os segredos mais íntimos de outra pessoa assim?



-Meu amor... Não existe outra pessoa. Eu e ele somos um só. Se quiser acreditar que é uma criatura de outro mundo que toma posse do corpo dele de vez em quando, acredite, mas a verdade é que ele sabe muito bem o que está fazendo nesse momento. Só não consegue ter o controle dos seus instintos.



-O qu... AH!



 Apenas seus beijos e aqueles raros movimentos sob a calça já a deixavam tonta. O garoto também não estava em boas condições, visto que soltava grunhidos roucos aleatórios. Ele apenas parou quando sentiu Hermione tremer debaixo de si, percebendo seu estado completamente corado.



-Eu.... Eu já volto. – Ela saiu apressada em direção ao banheiro.



-Você não sabe como cheira bem... – Sua cara maliciosa entregava como tinha gostado da brincadeira.



Quando ela voltou para o quarto ele já estava desmaiado nos lençóis. O que era um alívio, pelo menos por hora.



***



Ela não soube dizer que momento tinha sido mais constrangedor: a hora de dormir na segunda feira ou quando acordaram na terça de manhã. Antes fosse o Veela tentando conquistá-la novamente, porém desta vez era Draco, somente Draco. Quando despertou sentia ele abraçando forte as suas costas, sussurrando contra seu cabelo pedidos de desculpas.



-Por favor, me desculpe, Hermione. Eu não conseguia me mexer, eu não devia ter perdido o controle assim. Por favor.



Ela ficou intrigada por ele achar que havia perdido o controle. Ele nem se lembrava de todo o drama que haviam passado.



-Eu devia ter me segurado...



-Draco, não tinha como. Foi inevitável. E se isso teve que acontecer para você voltar...



-Mas ele.... Eu...



-Não fizeram nada demais. Não encostou em mim. Você não perdeu o controle.



-Claro que perdi! Eu nunca teria te forçado a isso.



-Draco, você foi envenenado...



-Como?! Mas é claro que não!



-Você bebeu um suco batizado, não deu tempo de te avisar. O Veela entrou em um conflito interno com você sobre a companheira e quase morreu por isso. Você ficou instável por uns dias, ele – você – queria mostrar quem era a garota verdadeira... só isso, não precisa ficar envergonhado, embora eu saiba que você tenha aproveitado bastante ontem à noite.



-Você fala como se também não tivesse gostado... – ele recuperava a confiança aos poucos, ainda envergonhado das suas atitudes – Não fui eu quem tremi nesse colchão ontem.



-VOCÊ SABIA O QUE ESTAVA ACONTECENDO!



-Eu já disse, não podia me mexer! A culpa não foi minha se tive que me deleitar com o seu prazer, o que foi bem excitante, a propósito.



-DRACO! - Ela se desvencilhou dos seus braços.



-Sei que já estou normal, mas pode passar o dia comigo? Estou enciumado dele ter te entretido nesses três dias e eu não...



-Você fala dele como se fosse uma terceira pessoa, não você mesmo.



-É isso o que acontece quando você fica preso vendo outra pessoa brincando com sua namorada, sabia?



***



Era café da manhã naquela quarta-feira quando finalmente Hermione deu as caras em uma área pública. Seus amigos pareciam levemente preocupados e um pouco incomodados com a situação.



-Mas porque logo você tinha que ajudar ele, Mione? Era a sua chance de se vingar! Ou vai me dizer que também está caidinha por ele? – Rony já tinha suas orelhas vermelhas.



-Você fala isso porque não encontrou ele vomitando o veneno no meio do corredor, não encarou aquela situação horrorosa, não teve que escutar os gritos e lamentos de dor dele. E antes que implique o chamando de mulherzinha, se lembre que a criatura estava morrendo. Parecia uma mandrágora chorando, nunca pensei que ele pudesse ter um grito tão afiado e triste ao mesmo tempo. Experimente ser o único a presenciar isso e não saber como ajudar e depois volte a falar alguma coisa, Rony. É incrível como a única coisa que vocês se preocupam é se ele vai pegar sua garota, mas Rony, EU NÃO SOU SUA! Se eu estiver caidinha por ele, você não tem nada com isso!



O ruivo ficou sem reação, completamente constrangido.



-Coitada, ela acha que tem chances com o Malfoy. – Lilá destila contra Hermione.



-Tecnicamente eu tenho muito mais chances que você, Lilá, ou já se esqueceu era era loucamente apaixonada pelo Rony?



-Realmente acha isso?



-Lilá, cuidado com o que você vai dizer. Não quero arrebentar sua cara logo pela manhã. – Gina tentou proteger o irmão.



-Isso é o que vamos ver.


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