FORTITUDE



CAPÍTULO 21



 



FORTITUDE



 



 



 



 



 



 



Sussex, uma semana depois.



 



Um jipe militar seguiu pela estrada de acesso ao QG da força sediada em Sussex e comandada pelo General Patton, pilotado por um Cabo e tendo um Sargento como segurança da viatura. No banco de trás, dois jovens uniformizados, cujas platinas tinham as insígnias do posto de Segundo-Tenente, com boinas vermelhas na cabeça e na mão direita o anel da Royal Military Academy Sandhurst. Ambos os oficiais tinham cabelos negros, sendo que um deles usava óculos e sua testa ostentava uma cicatriz em forma de raio, supostamente um ferimento em combate, causado por um estilhaço de granada que o havia atingido de raspão.



Essa era a história criada para explicar a cicatriz. Aliás, os cabelos arrepiados do Segundo-Tenente Potter tiveram que ceder lugar a um corte militar, bem como os ondulados do Segundo-Tenente Riddle. Os dois oficiais paraquedistas haviam sido designados pessoalmente por Winston Churchill, que reassumira o cargo de Primeiro-Ministro, para servirem como Ajudantes-de-Ordens do General Patton.



A viatura estacionou em frente à casa na qual o QG estava instalado e um soldado de sentinela conferiu os documentos dos dois, após prestar continência. Harry e Tom foram conduzidos por outro soldado que bateu à porta do gabinete do Comandante e, depois de receber autorização, abriu a porta e deu passagem aos dois.



 



_Harry! Tom! Que bom que vocês vieram logo. Viram todo o aparato montado aqui na área? _ perguntou Patton.



_Vimos, General. _ disse Harry _ Se já não conhecêssemos a história...



_... Seria impossível acreditar que é uma muito bem orquestrada encenação, um exército fantasma. _ disse Tom.



_E permaneceremos por aqui, até a data da invasão. Não me agrada ficar parado, mas tenho minhas ordens e devo cumpri-las. _ Patton fez um sinal com a cabeça em direção à porta e Harry dirigiu-se silenciosamente até ela, abrindo-a de repente.



 



O mesmo soldado que os conduzira e que estava escutando a conversa com o ouvido colado à porta perdeu o equilíbrio e caiu para dentro do gabinete. Imediatamente, Harry o sujeitou com as mãos atrás das costas e o amarrou com cordas conjuradas.



 



_Willard? Eu já desconfiava que havia um espião aqui e que era alguém próximo. Afinal de contas o Reich ainda deve ter olhos e ouvidos na Inglaterra, mas eu não imaginava que pudesse ser você. Embora muitas carinhas inocentes possam enganar. Há quanto tempo você estava aí fora? _ perguntou Patton.



_Tempo suficiente para saber o que pretendem e que isto aqui é apenas um chamariz, um engodo. _ disse Willard, agora com um sotaque alemão e tentando comprimir os dentes.



_ “PETRIFICUS TOTALUS!!!” _ Harry Potter imobilizou o espião, antecipando seu intento.



_Vamos confirmar sua suspeita, Harry Potter. _ disse Tom, com a Persona de Voldemort em primeiro plano _ “Veneficor revelio”.



 



Um dos dentes de Willard começou a brilhar, confirmando o que os bruxos já imaginavam.



 



_Deixe comigo, Voldemort. “Dens extracto”. _ o dente suspeito saltou para fora da boca e Voldemort o pegou na mão.



_Cianeto de Potássio, é claro. _ disse Voldemort, depois de conjurar um frasco de Azul da Prússia, quebrar o dente e pingar uma gota sobre ele _ Foi só para confirmar, afinal de contas é o veneno preferido dos espiões Nazistas.



_E agora, vão me encher de Escopolamina? _ perguntou Willard após a suspensão do feitiço, já sabendo que seria interrogado _ Nós da Drachenwache somos treinados para resistir a qualquer Soro da Verdade...



_Ora, você é bruxo? _ perguntou Harry, tirando um pequeno frasco do bolso de seu uniforme _ Então certamente vai reconhecer o que tenho aqui.



_... Exceto esse. _ disse Willard, com ar desanimado _ OK, já vi que me ferrei, ainda não há meio de resistir ao Veritaserum. Podem começar.



 



Depois de colherem o depoimento de Willard, uma patrulha de PE o levou preso. Em uma sala segura, Patton, Harry e Tom analisavam as informações obtidas.



 



_Ainda bem que ele não conseguiu descobrir muito e não teve tempo para transmitir as informações. _ disse Harry.



_Ele foi meio que esquecido aqui quando os Nazistas se retiraram. Acabou encontrando outros dois e formaram uma espécie de célula, buscando obter alguma informação importante o suficiente para entregarem à ABWEHR e poderem ser repatriados. _ disse Patton _ E sem saber, quase conseguiram.



_Sem dúvida, General. _ disse Tom _ E o que poderia ser mais importante do que detalhes sobre a “Operação Overlord”? Eles esbarraram no maior segredo da guerra, até o momento.



_A essa altura, os dois outros espiões já devem estar presos, portanto essa brecha na segurança já foi tampada. _ disse Patton _ Ainda bem que temos uma boa rede de desinformação e estamos conseguindo confundir a ABWEHR.



_Juan Pujol Garcia, “Garbo”. _ disse Tom _ Ele está fazendo um excelente trabalho alimentando os espanhóis com informações falsas, repassadas à ABWEHR. Isso os mantém confusos.



_Mas não está fácil, Tom. _ disse Patton _ A segurança e o sigilo da operação são fatores fundamentais e difíceis de serem mantidos. Um General foi mandado de volta para os EUA, por ter falado demais em uma festa. Ainda bem que não prestaram muita atenção e conseguiram abafar a coisa.



_Ficou como mais uma entre tantas informações falsas, não é? Ainda bem, pois não há muito tempo. _ disse Harry.



_Às vezes me esqueço de que vocês já sabem de tudo. _ disse Patton, com um sorriso _ O que nos leva às novas missões de “Batman” e “Robin”, desta vez no continente. A preparação já está sendo feita, várias estações de radar Nazistas na França já foram destruídas por bombardeios, bem como Sensores de Atividades Mágicas, o que facilitará seu lançamento...



 



E Patton expôs para Harry e Tom os contornos de algumas das missões para as quais poderiam ser designados. Depois daquilo, foram liberados e dirigiram-se ao alojamento.



 



_O General Patton é uma boa pessoa. _ disse Tom.



_Sem dúvida. _ concordou Harry _ Pena que vão denegrir sua imagem, no futuro. Sabe, quase fiquei tentado a revelar alguns fatos ocorridos em nossa realidade.



_Principalmente em relação às circunstâncias obscuras envolvendo sua morte, em 1945, não é? _ perguntou Tom, ele mesmo dissertando sobre o possível futuro do General Patton _ Não está garantido que as coisas ocorrerão exatamente como em nossa realidade. Mesmo assim, deveremos ter cuidado com possíveis implicações de nossos atos.



_Eu sei disso, Tom. _ disse Harry _ Tanto que lá nos EUA, quando Roosevelt disse que havia recebido uma proposta dos japoneses para uma possível cessação de hostilidades e a saída do Japão do Eixo, eu sugeri que recusasse.



_Fez bem, Harry Potter. _ disse Tom, com a Persona de Voldemort novamente em primeiro plano _ Mas talvez o destino de Patton seja diferente nesta realidade. Principalmente se ele conseguir manter seu temperamento sob controle.



_O que não será fácil, Voldemort. _ disse Harry _ Todos sabemos que sua designação para a “Operação Fortitude” também foi uma espécie de punição, principalmente pelo “Incidente da Bofetada” durante a Campanha da Sicília.



_E o comando da “Operação Overlord”, que deveria ser dele, foi passado para Omar Bradley, outro excelente General. Patton só foi para o continente depois que a invasão já havia começado e o engodo aqui em Sussex foi desmontado. Embora eu acredite que possamos fazer algumas mudanças que, no futuro, resultarão em benefícios e não comprometerão o continuum.



_Acho que sei do que está falando. Inclusive, dei a entender a Roosevelt da crucial importância de chegar a Berlim antes de Zhukov. E creio não haver melhor homem para isso do que Patton. _ disse Harry _ Para isso, ele deverá avançar em direção à Alemanha o mais rapidamente possível, assim que ocorrer a invasão.



_Está querendo dizer que deveremos convencer Churchill e Eisenhower a dar o comando da parte americana do avanço a Patton e não a Bradley, além de antecipá-lo, Harry Potter? Isso não poderia comprometer ainda mais a operação?



_Não se o assunto for discutido em uma reunião com Churchill, Eisenhower, Montgomery, Bradley e Patton. _ disse Harry _ Além disso, poderemos contornar as falhas ocorridas em nossa realidade, adiantando um pouco os fatos. Assim, a posição poderá ser consolidada além de onde os Aliados não conseguiram prosseguir em nossa realidade e Bradley assumiria a partir dali.



_Compreendo, Harry Potter. _disse Voldemort _ Patton precisaria assumir o comando das operações na Ofensiva das Ardenas, onde as tropas necessitariam de reforços. Bélgica, Holanda... é, parece que teremos que mobilizar uma rede de ação bem grande e efetiva para evitar o deslocamento da 9ª e 10ª Divisões Panzer e do 15º Exército.



_Creio que serão novas missões para “Batman” e “Robin”. Claro que sempre poderemos contar com a ajuda de Audrey e da Resistência Holandesa. E se for preciso conquistar e, depois que os aliados tiverem passado, destruir algumas pontes, principalmente...



_... Arnhem. _ concluiu Voldemort _ Sim, acho que devemos sugerir a Patton essa reunião. Sabe, acho que a convivência comigo está começando a te deixar meio malvado, Harry Potter.



_???



_Me pareceu que você estava meio que gostando de interrogar Willard, ainda há pouco. Me lembrou um pouco... Bellatrix.



_Menos, Voldemort, menos. _ disse Harry _ Aquilo foi necessário para obter as informações.



_Você está diferente daquele garotinho que escapou da morte e depois me enfrentou aos onze anos de idade. _ disse Voldemort _ Bem, é claro que você já passou por muitos perigos e eles te calejaram.



_Foi isso mesmo, Voldemort. _ disse Harry _ Não sou santo, você sabe muito bem disso. Já matei antes e você estava junto. Foi necessário fazê-lo, durante a Retomada de Hogwarts e aquilo não me deu satisfação nenhuma, fiz porque tinha que fazer. Fiz pelo meu país, acho que você me compreende.



_Sim. Mesmo que eu seja um bruxo das Trevas, sou inglês e qualquer invasor do meu país é meu inimigo. Espero que, se e quando voltarmos à nossa realidade, você não sinta prazer ao me matar. _ brincou Voldemort _ Não combina com você.



_Pelo contrário, Voldemort. _ disse Harry _ Embora tenhamos sido inimigos durante boa parte da minha vida, essa trégua e esse nosso período de convivência de quase um ano está servindo para ver você por outros ângulos. Como você disse, se e quando voltarmos à nossa realidade e eu tiver que te matar, será algo que terei que fazer, não haverá prazer algum nisso. Acho que existem apenas duas pessoas em todo o mundo que eu talvez experimentasse alguma espécie de satisfação em matar.



_E quem seriam? _ perguntou Voldemort.



_Calma, Voldemort. _ disse Harry _ Nenhum deles seria você. Na verdade, eles seriam Adolf Gellert Grindelwald, “A Varinha do Reich” e Klaus von Feuer-Adler, o “Coringa”.



_Compreendo, Harry Potter. Bem, vamos falar com o General Patton, para estruturar essa reunião. _ Voldemort não queria dizer, mas aquele tempo de convivência fizera com que ele também visse Harry Potter com um olhar diferente. O caráter e o senso de honra do jovem haviam tocado o bruxo das Trevas, de alguma forma.



 



Retornaram ao gabinete do General Patton e expuseram a ele, por alto, os fundamentos daquela nova missão. Naquela mesma noite, a mesa da sala de reuniões, exaustivamente revistada à procura de escutas bruxas e trouxas, estava sendo ocupada por Eisenhower, Patton, Churchill, Montgomery, Bradley, Dumbledore e pelos dois Tenentes, Potter e Riddle. Outro convidado importante também participava da reunião, vindo dos EUA. Como a Grã-Bretanha havia sido libertada, o MACUSA havia providenciado uma Chave de Portal para que Charles de Gaulle pudesse ser transportado de volta à Europa. Ele estivera sob a proteção dos bruxos americanos, por mais que não se sentisse muito à vontade na América, ao contrário de Henri Giraud, que sempre tivera uma postura mais alinhada com Roosevelt, durante as ações da Resistência na França.



 



_Por que essa reunião de emergência, George? _ perguntou Bradley.



_Meus Ajudantes-de-Ordens têm algo muitíssimo importante para dizer, Omar. Algo que, se não servir para abreviar a guerra, ao menos poupará nossas forças de perdas da ordem de... quantos homens mesmo, Tenente Potter?



_Cerca de dezessete mil homens, General Patton. _ respondeu Harry.



_E como seria isso, Tenente? _ perguntou Montgomery.



_Bem, o estudioso do período da II Guerra aqui é o Tenente Riddle, Marechal (Montgomery havia sido promovido). Ele poderá explicar com mais precisão.



_Obrigado, Tenente Potter. _ disse Tom _ Bem, senhores, quase todos aqui sabem que eu e o Tenente Potter somos viajantes de outro tempo e outra realidade, portanto para nós o que está acontecendo é História, com algumas diferenças. A invasão está próxima, todos sabemos, mas não bastará invadir, será preciso conquistar, manter e avançar. Porém, em nossa realidade, esse avanço resultou em um quase total desastre, algo que não dá nem mesmo para chamar de “Vitória de Pirro”, porque sequer chegou a ser uma vitória, não antecipou o final da guerra e não modificou as posições das tropas.



_Está querendo dizer que... _ disse Eisenhower.



_Que a “Operação Market-Garden” tem tudo para ser uma perda quase total, General. _ disse Harry _ A não ser que antecipemos os fatores que, em nossa realidade, contribuíram para dificultar, atrasar e quase impedir o avanço das tropas aliadas e preparemos o terreno para que as pontes possam ser conquistadas, impedindo que os alemães as destruam antes que possamos passar. Também será necessário adiantar o avanço.



_Creio que será mais uma série de missões para “Batman” e “Robin”, desta vez bem atrás das linhas inimigas, não é? _ perguntou Dumbledore.



_Vocês dois são “Batman” e “Robin”? Os agentes que executaram várias missões, inclusive o resgate da Família Real? _ perguntou Bradley, admirado.



_Sim, General, somos nós. _ disse Tom _ Sabemos que parte das tropas alemãs receberão ordens para se deslocarem em direção à Holanda, somando uma força de cerca de sessenta mil homens. Deveremos antecipar o avanço, a fim de conseguirmos pegá-los antes que se reorganizem, bem como estabelecer o domínio das pontes que precisaremos atravessar.



 



E Voldemort discorreu sobre os detalhes dos eventos da “Operação Market-Garden”, explicando quais seriam os pontos falhos e como contorná-los, evitando que as tropas alemãs constituíssem um obstáculo ao avanço Aliado. Ao término da explicação, todos estavam boquiabertos.



 



_Então, se avançarmos na data que você disse e do modo descrito, Tenente Riddle, o resultado será que... _ Bradley deixou a frase no ar.



_... Não passarão de Arnhem. _ disse Voldemort _ Mas, se contarmos com o apoio das Forças de Resistência na Holanda e Bélgica, principalmente Comandos Bruxos, será possível impedir que os alemães explodam as pontes que deveremos atravessar, cruzando os rios Mosa, Waal e  o Baixo Reno.



_Será necessário preservar as pontes sobre o canal de Wilhelmina e consolidar posições em Son e Nijmegen. _ disse Harry _ Ao mesmo tempo, outra parte das forças deverá atrasar ou, se possível, impedir que os alemães se reagrupem na Holanda.



_Os Comandos Bruxos deverão, então, executar operações atrás das linhas nas cidades das pontes, “aleijando” as guarnições alemãs. _ disse Dumbledore, pensativo, planejando o contato com as tropas bruxas _ Por sorte, os bombardeios não se limitaram a destruir as estações de radar, também acabaram com os Sensores de Atividades Mágicas. Assim, eles poderão utilizar feitiços e até mesmo serem lançados por meios mágicos, sem o risco de serem detectados.



_Mas temos que contar com a possibilidade de Sensores de Atividades Mágicas portáteis, Prof. Dumbledore. _ disse Harry _ Se bem que eles têm um alcance máximo de uns quinze metros de raio. Teremos de dar um jeito de inutilizá-los, pois certamente eles devem tê-los em suas fortificações.



_Só que nada disso será possível se não invadirmos o continente e logo, para abrirmos o caminho para a Alemanha. _ disse Patton, pegando uma caderneta e abrindo-a sobre a mesa _ Por isso, pensei em uma missão muito especial para “Batman” e “Robin”, a fim de acelerar a invasão e a conquista. Vejam o que tenho em mente.



 



E Patton expôs aos outros participantes da reunião as ideias que tinha e que já havia comentado com Tom e Harry. Ao final da exposição, com as sugestões deles, as primeiras participações de “Batman” e “Robin” na “Operação Overlord” já estavam delineadas. Admirado com aquilo e com as ações das quais tomara conhecimento, de Gaulle não pôde deixar de cumprimentar os dois valorosos jovens que tantos golpes haviam infligido aos Nazistas.



 



_A dominação da Grã-Bretanha pelos Nazistas me obrigou a ficar refugiado nos EUA, longe da minha terra. _ disse de Gaulle _ Agradeço a vocês, jovens, pelo importante papel que tiveram na sua libertação. Agora, com a invasão, poderemos retomar a França e seguir até o coração do inimigo. Muito obrigado.



 



Depois que quase todos os outros haviam seguido seus destinos, Harry e Tom permaneceram na sala, com Dumbledore e Patton.



 



_Fizeram bem em deixar de mencionar certas partes do plano. Não seria bom que alguns tomassem conhecimento de um dos objetivos principais, que é chegar a Berlim antes dos soviéticos. _ disse Patton.



_Principalmente de Gaulle. _ disse Harry _ Apesar da grande importância que ele tem e terá, sua ideologia poderia comprometer o sucesso dessa parte dos planos, pois se algo vazar para Stalin, tudo poderá cair por terra. Aliás, precisaremos fazer contato com Lolek e a Resistência Polonesa, para darem um jeito de atrasar o avanço das tropas soviéticas o mais que puderem. Zhukov não pode chegar a Berlim antes dos Aliados.



_E as instalações das “Sonderwaffen” precisam ser invadidas logo, de acordo com o mapa que fornecemos. _ disse Voldemort _ E precisa ser rápido, pois a partir do momento em que o avanço for iniciado, os Nazistas irão desativar e esvaziar todas elas.



_Todos sabemos o que devemos fazer. _ disse Dumbledore, guardando suas anotações _ Hoje mesmo entrarei em contato com Audrey, para que a Resistência Holandesa comece a se mobilizar e convocar os Comandos Bruxos, bem como as células existentes na Bélgica. Ah, Harry, tive notícias de Anne Frank.



_Mesmo? E como vão ela e a família?



_Mudaram-se para os EUA, onde Anne está atuando como ativista pela paz, em campanhas de apoio para que os Aliados vençam logo a guerra. Inclusive, está em vias de lançar seu primeiro livro. E seu diário permanece em poder de Miep Gies, obedecendo ao seu pedido de que ele fosse devolvido a ela após o final da guerra. Mandaram um grande abraço e um agradecimento aos jovens que salvaram suas vidas.



_Ficamos contentes por eles e espero que possamos nos reencontrar, depois que esse conflito tiver fim. _ disse Voldemort.



_E agora, vamos todos cuidar dos nossos papéis no plano. Vocês dois já sabem o que devem fazer, não é?_ perguntou Patton.



_Sem dúvida, General. _ disse Harry.



_Estamos indo para a nossa missão, em Londres. Deveremos permanecer lá por algum tempo, então. _ disse Harry _ Terão notícias nossas nos momentos oportunos, juntamente com os “longos soluços dos violinos de outono”.



_E já estaremos onde deveremos estar, quando chegar o momento no qual eles “ferem meu coração com um langor monótono”. _ concluiu Tom.



 



Os dois jovens foram para o alojamento de Oficiais Subalternos, preparar o equipamento para a missão. Dumbledore despediu-se de Patton e desaparatou para Hogsmeade.



 



Cerca de duas horas depois uma viatura, pilotada por um Cabo e tendo um Sargento como segurança, conduzia os Tenentes Riddle e Potter de Sussex para Londres. Na altura de South Croydon, o Sargento virou-se para os dois e entregou a eles uma ferradura.



 



_Está na hora, meus jovens. Boa sorte em suas missões no continente.



_Muito obrigado. _ disse Harry _ Creio que agora, só nos veremos após a invasão. Até “O Mais Longo Dos Dias”.



 



Um brilho azul-esverdeado e os dois Tenentes desapareceram da viatura. Chegando a Bletchley Park, dirigiram-se à Hut-8 e entraram. Lá dentro um homem jovem, aparentando uns trinta ou trinta e dois anos voltou-se para os dois e falou com eles, com voz educada porém firme.



 



_Os senhores têm autorização para estar aqui? Se não tiverem, serei obrigado a pedir que se retirem.



_Calma, Alan. _ disse o Sargento, desfazendo seu Feitiço de Transfiguração e mostrando sua verdadeira aparência _ Estávamos em missão e viemos dar um alô, para justificar o tempo de afastamento.



_Alvo Dumbledore, eu deveria saber. _ disse Alan Turing, cumprimentando o velho bruxo _ Você tem livre trânsito por todas as instalações. Foi somente graças a você e seus Feitiços de Ocultamento e Segurança que Bletchley Park pôde funcionar bem debaixo do nariz de Grindelwald e seus esbirros, permitindo que pudéssemos completar o protótipo da “Bombe” e quebrar a criptografia da máquina Enigma Nazista. E o Cabo, quem é?



_O efeito da minha Poção Polissuco já está passando e minha aparência está voltando ao normal, Sr. Turing. _ disse o Cabo.



 



Como que sublinhando suas palavras, o efeito da poção passou e Alan viu quem era.



 



_General Patton! Que surpresa vê-lo em Londres. O senhor não estava comandando as tropas em Sussex, para a invasão?



_Oficialmente estou, Sr. Turing. Mas precisei vir até aqui com Alvo Dumbledore, para uma missão. Viemos aqui para pedir um favor.



_E qual seria, General? _ perguntou Alan Turing.



_Dar início a uma campanha de informações falsas, de modo a confundir os Nazistas. Por razões de segurança, não poderemos dizer quando e onde será. Mas precisamos que o senhor e sua equipe deixem os alemães doidos.



_Podem contar conosco, General. _ disse Alan Turing _ Eu já estava tendo umas ideias e quando as colocarmos em prática, os malditos Nazistas vão ficar como baratas tontas.



_Perfeito. _ disse Dumbledore _ Muito obrigado, Alan. Agora, precisaremos retornar a Sussex.



 



Patton tomou um novo gole de Poção Polissuco e reassumiu a aparência do Cabo motorista. Dumbledore novamente se transfigurou na aparência do Sargento e ambos embarcaram na viatura, retornando para Sussex e para a “Operação Fortitude”.



 



Mas para onde a Chave de Portal levou Harry e Voldemort?



 



Os dois bruxos reapareceram em Portland, logo transfigurando seus uniformes militares em roupas de pescadores. Ao final do píer, uma voz ouviu-se, vinda de um barco de pesca.



 



_ “Humpty Dumpty sat on a wall,



Humpty Dumpty had a great fall”.



 



Ao que Harry logo respondeu:



 



_ “All the king's horses and all the king's men



Couldn't put Humpty together again”.



 



De dentro do barco, um braço acenou para eles, convidando-os a embarcar. Quando já estavam a uma boa distância da orla marítima, dois dos tripulantes do barco aproximaram-se e retiraram os gorros.



 



_Renata! Hiram! Mas que bom revê-los! _ disse Harry.



_Olá. Harry. Olá, Tom. _ disse Renata _ Estávamos esperando por vocês.



_Quando soubemos que “Batman” e “Robin” iriam desempenhar missões no continente, nos oferecemos para auxiliar. _ disse Hiram Mason.



_Estávamos com saudades. _ disse Renata.



_E está tudo conforme os planos? _ perguntou Tom Riddle.



 



Renata Wigder-Mason estendeu um mapa sobre a mesa e mostrou aos dois bruxos os pontos mais importantes.



 



_Jersey e Guernsey ainda estão nas mãos dos alemães, mas será questão de tempo. _ disse Hiram _ Não poderemos despertar suspeitas dos Nazistas sobre a invasão.



Os Sensores de Atividade Mágica já foram sabotados, para não registrarem suas presenças no continente. _ disse Renata _ O problema poderá ser com os portáteis.



_Quanto a isso, não haverá problema algum. _ disse Tom, com um sorriso maroto _ Dumbledore nos ensinou um feitiço para confundi-los, nós já o utilizamos uma vez e deu bem certo.



_OK. Estamos perto das coordenadas de lançamento. _ disse Renata, indicando o local no mapa _ As vassouras não serão detectadas, mas vocês deverão voar a baixa altitude, para escaparem dos radares trouxas. Primeiramente, será preciso sabotar e enfraquecer as guarnições das casamatas neste ponto e a seguir preparar as condições para acabar com os Nazistas em St. Mère-Eglise. Depois, vocês deverão ir para...



 



Renata e Hiram explicaram o roteiro que os dois bruxos deveriam seguir, a fim de “amaciar” o caminho dos Aliados. Ao término da explicação, os dois bruxos já sabiam o que fazer.



 



_OK. Estamos prontos, então. _ disse Tom.



_A gente se vê a caminho da Bélgica. _ disse Harry.



 



Os dois bruxos montaram nas rapidíssimas “Silver Arrows”, acenaram para o casal de amigos e alçaram voo do barco, logo atingindo a altura necessária, poucos metros acima da superfície do mar do Canal da Mancha.



 



_Certo, gente! _ exclamou Hiram _ Vamos voltar para a Inglaterra, antes que algum “U-Boat” resolva usar seus torpedos para brincar de tiro ao alvo com a gente (“Boa sorte, amigos”, pensou ele).



 



O barco de pesca rumou de volta para Portland, levando a equipe de apoio cuja missão já estava cumprida.



 



Enquanto isso, Harry Potter e Tom Riddle voavam a toda velocidade rumo à Normandia.



 



O Dia-D se aproximava, cada vez mais.


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