INTERLÚDIO ROMÂNTICO



CAPÍTULO 8



 



INTERLÚDIO ROMÂNTICO



 



 



 



 



 



 



 



 



_E então, Delvaux? Preparado para Londres?



_Tenho de estar, Tom. É fundamental para nossos planos vencer a equipe de Quadribol da Hitlerjugend, para poder entregar as Chaves de Portal para a Rainha.



_E também para garantir nossa entrada no Ministério.



_Como assim? Conseguiu encontrar um meio de ir a Londres?



_Sim. E com a ajuda do próprio Diretor Slinkhard. A lesma resolveu puxar o saco de Grindelwald e organizou uma comitiva com representantes das Casas. E adivinhe quem foi que o Prof. Slughorn colocou no topo da lista da Sonserina.



_Não seria por acaso o Monitor-Chefe Tom Marvolo Riddle?



_Que coincidência, não?



 



Tom e Harry estavam tendo essa conversa na Biblioteca, enquanto estudavam para uma avaliação de Feitiços. A vitória dos Leões havia sido o passaporte para que Harry pudesse pôr em prática o plano para libertar a Família Real do cativeiro imposto pelos Nazistas, que permitiam sua participação em eventos sociais e cerimônias oficiais, mantendo-os sob vigilância. O plano de Harry não poderia apresentar falhas, pois tudo iria por água abaixo se percebessem as Chaves.



 



_Mas é prioritário vencer aqueles alemãezinhos metidos. Só assim chamaremos a atenção de Grindelwald de modo a fazer com que ele convide a comitiva de Hogwarts para uma visita ao Ministério. _ disse Harry.



_E uma vez lá dentro, será possível entrar no Departamento de Mistérios para descobrir onde estão os projetos originais do “Raio da Morte” de Tesla. O ideal seria destruí-los, pois são perigosos demais para caírem nas mãos seja dos Nazistas, seja dos Aliados. _ disse Tom _ Pelo menos sabemos como entrar lá.



_Sim, aprendemos da maneira mais dura. _ disse Harry, evocando as dolorosas lembranças do seu quinto ano. A campanha levada a cabo pelo Ministério para desacreditá-lo, a interferência de Dolores Umbridge, a busca pela arma que Voldemort tanto almejava e que descobriram ser a profecia sobre o nascimento de Harry e por fim a batalha contra os Death Eaters, da qual haviam saído todos bem prejudicados e Sirius havia morrido, atravessando o arco existente na “Sala da Morte” depois de ser atingido por um feitiço de Bellatrix. E tudo culminara com um combate entre Voldemort e Dumbledore, do qual o Lorde das Trevas saíra derrotado depois de uma tentativa frustrada de possuir Harry.



_Pensando em Sirius, Harry Potter?



_É você, Voldemort? Sim, não dá para não pensar. A perda foi muito importante para mim. _ disse Harry.



_Pode ser que ele não esteja realmente morto, pois estava vivo quando atravessou o arco, pelo que eu soube. _ disse Voldemort.



_Como assim?



_Ouvi falar daquele arco do Departamento de Mistérios, quando era mais jovem. Especulava-se que ele poderia ser um meio de comunicação ou uma passagem de ida e volta entre nosso mundo e o Além. Só que nunca confirmaram nada.



_E você nunca pesquisou mais a fundo?



_Não, como aquilo não tinha utilidade para os meus planos, deixei de lado. Falando nisso, parece que há alguém que não quer te deixar de lado de maneira nenhuma. _ disse Voldemort.



_Ai, ai, ai. Parece que continua aberta a “Temporada de Caça a Georges Delvaux”. _ comentou Harry. Um grupo de garotas se aproximava da mesa onde estavam os dois e quem vinha bem à frente era Elaine Rutherford.



_Bom dia, Tom. Bom dia, Delvaux. _ a garota cumprimentou os dois.



_Bom dia, Elaine. _ respondeu Tom.



_Bom dia, Rutherford. _ respondeu Harry, levantando os olhos do livro e sorrindo para ela. Como ele mesmo decidira, não custava ser gentil.



_Gostaria de lhe dar os parabéns, Delvaux, pela vitória no Quadribol. Lógico que eu gostaria que tivesse sido a Sonserina mas, depois do que eu vi, estou certa de que vocês poderão enfrentar aqueles projetos de Nazista. Mas tomem cuidado, pois ouvi dizer que eles jogam sujo. _ disse Elaine, apertando a mão de Harry. Quando soltou, ele percebeu que ela havia deixado um pedaço de pergaminho dobrado.



 



As garotas se afastaram e Harry desdobrou o pergaminho, vendo o que estava escrito. O texto era: “Torre de Astronomia, 22:00 h. Não se atreva a faltar”.



 



_Ela realmente está decidida a investir em você, Harry Potter.



_E eu não poderei recusar, Voldemort. Veja bem, ela é bonita, atraente, até meio impetuosa e parece ter um gênio meio forte, lembrando um pouco...



_... Gina Weasley? _ perguntou Voldemort.



_Sim. E não consigo parar de pensar nela. Seis anos para finalmente admitir o que sempre senti por ela, ter de me afastar para protegê-la e reatar em meio a uma batalha contra você e os Death Eaters. Sinto-me como se aceitar o convite...



_... Aliás, meio na pressão.



_É verdade. _ disse Harry, rindo baixo _ Sinto-me como se aceitar fosse meio que uma traição.



_Bem, se isso puder fazer com que você se sinta melhor, Harry Potter, tecnicamente não seria uma traição. Estamos em uma realidade paralela e, por ser o ano de 1943, Gina Weasley ainda não nasceu. Em princípio, estamos a trinta e oito anos de que isso venha a acontecer. Será bom saber o que ela tem a lhe dizer, embora eu já faça uma idéia. _ disse Voldemort, sorrindo _ Talvez seja até útil. Pelas memórias de Tom Riddle, parece que o pai dela trabalha no Ministério.



_Mesmo? O que ele faz lá?



_Adjunto da Seção de Ligação com os Trouxas, desde antes da guerra.



_Será que é colaboracionista? Para ter sido mantido no cargo após a chegada dos Nazistas...



_Muitos apenas fingem colaborar, Harry Potter. E correm muito perigo, tendo de fechar sua mente quase o tempo todo. Grindelwald é um Legilimente bastante poderoso.



_Para você, que é um dos maiores Legilimentes que conheço, estar dizendo isso, ele deve ser mesmo poderoso.



_Inclusive, precisarei reforçar sua Oclumência. Percebi que você a desenvolveu nesses dois anos, inclusive melhorando a Legilimência. Vamos fortalecer essas capacidades, principalmente porque você estará cara a cara com Grindelwald, se formos ao Ministério. E não deixe de comparecer à Sala de Astronomia para saber o que Elaine quer. De qualquer forma, uma garota não merece uma desfeita.



_Lord Voldemort, conselheiro sentimental. _ brincou Harry _ Eis um lado seu que eu não conhecia.



_Em nossa realidade sou o Lorde das Trevas e já passei por muitas transformações durante minha vida, mas nunca deixei de ser um homem, Hary Potter. Tenho sentimentos e emoções, embora sempre os tenha mantido sob controle. E não fiquei sozinho por toda a minha vida, tive meus envolvimentos. Especialmente, três mulheres foram muito importantes para mim, mas estão irremediavelmente perdidas.



_Amy Benson, Minerva McGonnagall e Bellatrix Lestrange.



_Exatamente, Harry Potter. _ disse Voldemort _ Amy morreu quando eu estava no primeiro ano o que, nesta realidade, foi há seis anos. O Tom Riddle daqui namora Minerva, o que não tive coragem de fazer e creio que foi melhor assim. Ela e eu acabamos por seguir caminhos totalmente opostos, eu como Lorde das Trevas e ela como professora em Hogwarts e membro da Ordem da Fênix.



_Nesta realidade a guerra e a invasão da Grã-Bretanha pelos Nazistas acabaram mudando os planos. _ disse Harry _ E quanto a Bellatrix...



_Foi morta por Molly Weasley, durante a batalha de Hogwarts. Estranho falar disso no passado pois, teoricamente, ainda está por acontecer.



_Nunca entendi como foi que você e Bellatrix se envolveram. Ela não era casada com Rudolph Lestrange?



_Era, mas isso começou bem antes. Como você sabe, Bellatrix foi contemporânea de seus pais em Hogwarts, bem como de Lucius, Severo e outros. Ela foi iniciada quando estava no sétimo ano e sempre havia sido bastante devotada à causa das Trevas. Mas eu notava que havia alguma atração por mim e não vou negar que era recíproco, mas me esforcei para não deixar que seguisse adiante.



_Por quê? _ perguntou Harry.



_Eu estava muito envolvido com as atividades da Ordem das Trevas e não queria perder o foco das operações. Depois de formada, ela casou-se com Rudolph Lestrange, embora tenha sido mais por conveniência. Então devido a um fato, ela e eu nos reaproximamos e, mesmo ela estando casada com ele, iniciamos um relacionamento clandestino. _ disse Voldemort.



_E qual o fato? _ perguntou Harry, curioso.



_Eles jamais poderiam ter filhos. Primeiro pensaram que fosse algum problema com ela, mas depois descobriram que Rudolph era estéril. Uma infecção contraída na infância afetou seus genitais.



_Orquite por caxumba, talvez.



_Exatamente, Harry Potter. Tiveram de recorrer até mesmo a um médico trouxa para diagnosticar o problema e depois que descobriram, nem mesmo a medicina bruxa pôde dar jeito. Ele nada fez quanto a nós dois, não sei se por medo ou por achar que, se estava bom para ela, tudo bem. Mas agora é passado, Molly Weasley encarregou-se disso. Mas Gina Weasley não foi sua primeira namorada, não estou certo?



_Está. Durante o quinto ano, quando você tentou obter a esfera da profecia, tive um namoro com Cho Chang, se bem que tenha sido breve e bem tumultuado.



_Estranho, pensei que você tivesse sido mais namorador na escola.



_Eu estava meio ocupado com outras coisas, tipo procurar suas Horcruxes e evitar que você me matasse, sabe? _ disse Harry, meio na brincadeira.



_Mea culpa. _ disse Voldemort, também meio na gozação, batendo com a mão no peito _ Mas ao que parece, você se saiu bastante bem, sobreviveu a todos os confrontos comigo e com os Death Eaters e ainda conseguiu se declarar à Srta. Weasley. De qualquer forma, vá conferir o que Elaine Rutherford quer. Creio que, no mínimo, você voltará um pouco diferente.



 



Naquela noite, às 22:00 h, Harry estava esgueirando-se pelas sombras, entrando e saindo das passagens secretas de que tinha conhecimento, até chegar à porta da Torre de Astronomia. Subiu as escadas e chegou ao observatório, que só era utilizado para algumas aulas. Na maior parte do tempo aquela sala ficava fechada, embora os alunos gostassem de utilizá-la para outras finalidades, tipo encontros mais... íntimos. O macio sofá que ficava em um canto já havia testemunhado cada coisa que ocorrera entre aquelas paredes, que todos agradeciam o fato dos sofás não falarem.



Ele entrou e vu que Elaine esperava por ele, sentada no sofá e tendo na mesinha à frente dele uma garrafa de vinho e pratinhos com queijos, nozes e outros aperitivos, um verdadeiro luxo em tempos de guerra, ainda mais porque o vinho era um Bordeaux.



 



_Boa noite, Rutherford. _ disse Harry _ Ocasião especial?



_Você merece. _ respondeu ela _ E me chame de “Elaine”.



_Só se você me chamar de “Georges”. _ disse ele _ Mas eu não me acho assim tão especial.



_Não seja modesto. Ou pensa que não vi várias garotas suspirando por você?



_Talvez por eu ser uma cara nova em Hogwarts, quem sabe?



_Só sei que eu não consigo parar de pensar em você. E eu não desisto quando gosto de alguém.



_Continuo achando que não mereço tanta atenção assim.



_Mas merece. Desde que veio transferido para cá, notei o quanto é legal e como é fácil gostar de você. Seu jeito honesto, sua habilidade no Quadribol, você tem a cabeça no lugar e não deixa o sucesso subir a ela. _ disse Elaine, levantando-se e aproximando-se dele _ Vamos até o terraço?



 



Harry ofereceu o braço a ela e os dois saíram da sala, indo para o terraço panorâmico, no qual faziam a observação do céu com os telescópios quando o tempo estava bom.



 



_Logo voltaremos a ter céu claro e a observação do céu será retomada. _ disse Harry.



_Sim. As chuvas de primavera já vão passar e a sala voltará a ser utilizada, para tristeza dos casais. _ concordou Elaine, agora abraçando Harry _ Mas eu queria saber mais sobre você, Georges.



_Será que sou tão interessante assim? _ perguntou Harry.



_Não se subestime, Georges. _ disse Elaine _ Eu já viajei à Bélgica, antes da guerra, um país maravilhoso. Bruxelas, Liége, Bruges, Ostende, são cidades lindas. Mas eu gostei mesmo foi de Ath, onde assisti aos festejos da “Ducasse”, com o desfile dos gigantes.



_Ah, sim. O desfile também é conhecido como “Goyase”, uma corruptela de “Goliath”, “Golias”. _ disse Harry, lembrando-se do que já lera certa vez sobre a “Ducasse” em uma revista de Hermione _ O desfile é muito bonito, com os bonecos gigantes de Golias, a águia bicéfala e o cavalo Bayard, entre outros.



_E sua família, Georges?



_Meus pais são falecidos, sendo que tenho um parentesco com os Potter de Godric’s Hollow, por parte do meu pai.. Eu herdei a parte dele na cerâmica, onde ele era sócio. _ disse Harry, contando a ela a história que ele e Dumbledore haviam combinado para criar um passado convincente _ Isso contribuiu para facilitar minha transferência para Hogwarts.



_Talvez isso te deixe meio visado pelos pró-Grindelwald, pois todos sabem que os Potter são opositores dos Nazistas. Mudando de assunto, a vista é linda. Mesmo a presença dos Nazistas não consegue estragar a beleza do lugar (“Isso porque você e a maior parte dos alunos de Hogwarts sequer desconfiam da existência daquela maldita fábrica”, pensou Harry).



_Já vi que você não vai com as fuças deles.



_Sou inglesa. Temos de tolerá-los por enquanto, mas sei que alguém está fazendo algo para nos livrar deles.



_Mas seu pai trabalha no Ministério, não é?



_Sim, mas procura não chamar a atenção. Ele é adjunto da Seção de Ligação com os Trouxas e tem de usar toda a Oclumência que conhece para que não saibam o que ele pensa e assim vai levando a vida.



 



A garota aconchegou-se a Harry e ele não pôde deixar de se sentir bem ao lado dela. Retornaram para a sala e Harry abriu o Bordeaux. Serviu uma taça, esperou respeitosamente que Elaine tomasse o primeiro gole e só então serviu a sua e tomou um gole, saboreando o excelente vinho.



 



_Deve ter dado trabalho conseguir esse Bordeaux. _ disse Harry.



_Um pouco. Mas os Nazistas têm uma reserva que eles deixam no porão do Três Vassouras e não sentem falta de uma ou duas garrafas que o Sr. McTaggert desvie para nós, mais precisamente para o Prof. Slughorn. _ disse a garota, com um sorriso maroto _ E ele não percebe ou faz que não percebe quando “desaparece” uma.



_Acho que ele não se importa. _ comentou Harry _ Gostei de conhecê-lo, quando cheguei a Hogwarts.



 



Conversaram algumas amenidades, enquanto Elaine chegava-se para mais perto de Harry. Ele retraiu-se um pouco, involuntariamente.



 



_Nossa, Georges! Você está tão tenso. _ admirou-se ela _ Não se preocupe, eu não vou te morder... ainda.



 



O comentário de Elaine fez com que Harry risse um pouco.



 



_Viu só? Já está se soltando um pouco mais. Acho que a minha fama deve ter chegado ao seu conhecimento.



_Falaram alguma coisa, mas eu prefiro não acreditar nas coisas pela boca dos outros.



_No que você faz muito bem, Georges. Dizem que eu sou uma devoradora de rapazes, que já varri mais de metade dos alunos de Hogwarts, que já fiquei com vários e depois descartei, entre outras coisas. Sim, tive vários namorados aqui na escola e meus relacionamentos não duraram muito, mas isso foi porque começaram a contar vantagens e mentiras, dizendo que eu era fácil de levar para a cama, etc. mas a verdade é que, embora este sofá seja um velho conhecido, minha virgindade nunca foi perdida aqui e nem em nenhum outro lugar, pelo simples fato de que jamais permiti que ninguém fosse até o fim comigo. Sim, Georges, a “Femme Fatale”, a que é conhecida como rainha do prazer entre as alunas de Hogwarts, a terrível sedutora que não pode ver homens é intacta, totalmente virgem. _ disse Elaine, como se estivesse desabafando, livrando-se de um peso _ E quem quer que diga o contrário estará mentindo.



 



Harry sentiu que Elaine Rutherford estava sendo sincera, o Ki da garota dizia que sim, ela era uma pessoa do bem e havia algo mais. Ele estava gostando de estar perto dela, ambos relaxando com um bom vinho e boa conversa, fazendo parecer que o mundo não estava em guerra e que a Grã-Bretanha não havia sido maculada pela presença dos Nazistas. E aquilo não se devia a nenhum Feitiço de Glamour, pois ele teria percebido. Tampouco ela havia usado Amortentia de modo algum, pois Harry Potter não sentia os aromas característicos que já havia sentido quando o Prof. Slughorn demonstrara a poção e que eram diferentes para cada pessoa, no caso dele sendo o de torta de caramelo, o cheiro resinoso da madeira de sua vassoura e o perfume floral que Gina Weasley usava. Ele realmente estava sentindo-se atraído por Elaine e era por ela mesma.



 



_Distraído, Georges? _ perguntou Elaine, subitamente tirando Harry de seus devaneios _ Pensando em alguém que deixou na Bélgica?



_Na verdade estou pensando em alguém, sim. Mas ela está totalmente fora do meu alcance, exceto por uma foto. _ respondeu ele, revelando somente o que podia. Afinal, Elaine não era da Resistência e não sabia de sua real identidade. Ele não podia dizer tudo, ainda _ Mas o importante é o aqui e o agora.



_Você mencionou uma foto. Está com ela?



_Sim, aqui está. _ disse ele, silenciosamente agradecendo pela foto não ter nenhuma dedicatória.



_Ela é muito bonita. _ disse Elaine _ Ruiva, pele clara, sardas. Irlandesa?



_Sim, sua família é irlandesa, de Dublin.



_Não vou perguntar por que ela está fora do seu alcance. Mas vejo que ela ainda é muito importante para você (“Você não imagina o quanto, Elaine”, pensou Harry). Só que você também é muito importante para mim, Georges. Sinto que você é diferente de todos os falastrões que ficam com uma garota, apenas conversam, dão uns beijinhos e depois saem por aí falando que fizeram de tudo. Você é sincero, me respeita, ainda não tentou nenhuma investida, quase estou estranhando.



_Não gosto de precipitar as coisas, Elaine. Um comportamento errado pode estragar todo um relacionamento. E eu devo confessar que, assim como você, eu também sou virgem, jamais fui até o fim com uma garota. _ disse Harry, meio sem jeito, mas surpreendendo um brilho no olhar e um sorriso no rosto de Elaine.



_Isso só faz com que eu goste ainda mais de você, Georges. Você é realmente especial. _ disse ela, aproximando-se ainda mais de Harry, enlaçando-o em seus braços e beijando-o com paixão. Harry ficou surpreso pela rapidez dela e por estar correspondendo ao beijo, gostando do que acontecia. Ele ainda achava que estaria traindo Gina, mas a maior surpresa foi quando se afastaram um pouco. Era Gina Weasley que estava à sua frente.



_Gina? _ perguntou ele, surpreso.



_Ah, então este é o nome dela? _ perguntou Elaine, que havia se transfigurado na ruiva para dar um susto em Harry.



_Sim, seu nome é Ginevra, nós a tratamos por Gina. E agora, por favor, volte à sua aparência verdadeira, Elaine. Por mais que me agrade ver alguém tão importante para mim à minha frente, quero estar com você sendo você mesma e não personificando outra pessoa, por melhores que sejam suas intenções. _ disse Harry, segurando as mãos de Elaine, enquanto ela retornava à sua verdadeira aparência.



_Assim? _ perguntou ela, já como ela mesma.



_Está bem melhor. _ disse Harry, abraçando-a e beijando-a. Ele estava cada vez mais atraído por Elaine, embora uma pontinha de culpa teimasse em permanecer (“Nada posso fazer a respeito disso”, pensou o bruxo).



 



Elaine lacrou a porta com um Colloportus e um Feitiço de Imperturbabilidade. Ninguém iria incomodá-los, a partir daquele momento. Sentados no sofá, seus beijos ficando cada vez mais apaixonados e ardentes. Dali a pouco, Elaine tirou o colete de Harry e começou a desabotoar sua camisa, ele fazendo o mesmo com a dela quase sem perceber. Em um instante, estavam ambos de torso nu, ela olhando para as cicatrizes do corpo do bruxo, não só a da testa, mas também as que ele havia adquirido durante as batalhas contra a Ordem das Trevas e no Torneio Tribruxo, todas as quais não permitira que fossem retiradas com magia. Cada uma delas era uma lembrança de uma situação, uma homenagem a alguém e um conselho para o futuro.



 



_Parece que você já passou por alguns perigos, Georges. _ disse a garota, passando o dedo por uma nas suas costas, onde havia sido atingido de raspão pelo Rabo-Córneo Húngaro, durante a primeira prova do Torneio Tribruxo e que não havia percebido quando Madame Pomfrey limpara e fizera desaparecer a do seu braço.



_Quase todas elas são do Quadribol e travessuras de criança. Nunca deixei que as retirassem, para me lembrar de sempre tomar cuidado. _ disse Harry.



_Será que há outras mais? _ perguntou Elaine, afrouxando o cinto de Harry, que teve um pequeno sobressalto _ Desculpe. Será que estou indo muito depressa?



_Pelo contrário, Elaine. _ respondeu Harry _ Sou eu que peço desculpas, é que não estava esperando por isso. Tem certeza de que quer seguir adiante?



_Mais do que nunca, Georges. Sinto que você é o homem certo para que eu entregue minha virgindade ou melhor, para que compartilhemos as nossas.



_Se você tem certeza disso, então eu estou com você. Jamais forçaria alguém a ir contra a sua vontade. _ disse Harry, encontrando o fecho da saia de Elaine e abrindo-o, enquanto ela fazia o mesmo com seu cinto e suas calças. Os beijos e carícias foram ficando cada vez mais ousados, até que chegou o momento. Harry sorriu e olhou para Elaine, que também sorria enquanto ele conjurava uma proteção para aquele importante momento _ “Condom”. Tornemo-nos um só, então.



_Sim, Georges. _ respondeu Elaine, com a voz rouca de paixão, colocando a proteção em Harry, após ele tê-la conjurado _ Sou tua e és meu. Sejamos um só e que a energia gerada na eternidade desse instante ajude a melhorar o mundo.



 



Entre beijos, carícias e suspiros, os dois foram mais de uma vez ao paraíso e retornaram, permanecendo abraçados na doce lassidão dos amantes, enquanto que, em uma emissão mágica involuntária, o suor de ambos exalava fragrâncias de colônias, o de Harry com a essência de “Ma Griffe” de Carven e o de Elaine com o agradável perfume de “Le Dix” de Balenciaga.



 



Quando Lord Voldemort havia tentado matar os Potter, Harry estava com um ano e três meses de idade, portanto dificilmente lembraria o fato de que aquelas eram, respectivamente, as colônias preferidas de Tiago e Lílian, mesmo que tivesse uma deliciosa sensação de carinho e aconchego ao permanecer abraçado a Elaine, sentindo a fragrância de “Le Dix”, já que era o perfume que sentia quando sua mãe o pegava no colo.



 



_Obrigada. _ disse Elaine _ Muito obrigada por você existir e ser como é.



_Já lhe disse que não sou ninguém especial. _ disse Harry, com a garota aninhada em seus braços, ambos deitados no enorme sofá, que tinha quase o tamanho de uma cama de casal, devido à ampliação mágica _ Se foi bom é porque foi com você.



_Jamais serei a mesma, novamente. _ disse ela.



_Não está arrependida do que fizemos, está?



_De maneira alguma, Georges. _ respondeu Elaine, beijando-o e brincando com seus cabelos arrepiados _ Eu quis dizer que, fazendo amor com alguém de quem você realmente gosta, você não vê mais as coisas da mesma maneira que antes. Sua mente se abre, sua sensibilidade fica mais apurada e a poesia dos pequenos detalhes de tudo fica mais evidente (“E eu sinto exatamente o mesmo, como Voldemort havia mencionado. As sensações de quem demonstra gostar de alguém dividindo sua intimidade são muito intensas e diferentes”, pensou Harry). Eu gosto mesmo de você e adorei cada instante.



_Eu também, Elaine. _ disse Harry _ Só posso dizer que jamais me senti assim, antes. É como se a guerra, todo o perigo e a presença dos Nazistas tivesse deixado de existir.



_E eu espero que isso logo seja uma realidade, para o bem de toda a Grã-Bretanha. _ disse Elaine, assumindo um ar sério. Naquele momento, Harry pôde sondar o Ki da garota com maior profundidade e confirmou que ela era totalmente do bem (“Quem diria que uma sonserina teria esse Ki”, pensou ele, contente).



 



Amaram-se ainda uma vez mais, com suavidade e ternura e depois refrescaram-se no chuveiro do banheiro anexo à sala, antes de saírem da Torre de Astronomia. Harry acompanhou Elaine até a entrada das masmorras, onde sabia ser a passagem secreta para a Sala Comunal da Sonserina. Após um último beijo, despediram-se e ele tomou o caminho para a Torre Norte, até a Sala Comunal da Grifinória. Antes de pegar no sono, Harry ainda se questionou sobre se tudo o que acontecera não representaria mesmo uma espécie de traição a Gina, mas logo conformando-se por não haver nada que pudesse mudar a presente situação.



 



Os dias se passaram quase sem que Harry percebesse, envolvido nos treinos da equipe de Quadribol e, quando o bruxo menos esperava, chegou o dia de irem a Londres, a fim de disputarem a partida contra o time da Hitlerjugend. Já havia sido confirmado que a Rainha estaria na tribuna de honra. Como a guerra havia interrompido a seqüência das Copas do Mundo de Futebol, iniciada em 1930 no Uruguai e seguida pela de 1934, na Itália e pela de 1938, na França, não estavam ocorrendo competições internacionais, deixando quase ocioso o Estádio de Wembley, inaugurado em 1923 e que sediava somente jogos regionais e, ocasionalmente, uma ou outra partida de Quadribol, quando recebia um Feitiço de Ampliação Interna que permitia receber um público de mais de 90 mil torcedores e ainda permitir as ousadas manobras dos jogadores em suas vassouras.



A equipe da Grifinória estava no vestiário, o Capitão Hunter fazia uma última preleção.



 



_Como sabem, há mais em jogo do que uma simples vitória sobre a equipe da Hitlerjugend. _ disse ele, depois de se certificar de que ninguém os escutava, ainda mais com uma “ajudinha” de Harry, que executara um Abbaffiatto”. Poderiam conversar com total segurança _ Vencendo, prepararemos o caminho para que nossas duas missões sejam cumpridas e, para tanto, conto com o talento e habilidade de todos. Castillo, Lansford e McCullen, vamos tentar abrir uma boa vantagem. Weider e Castle, sejam certeiros com suas bastonadas. Quanto a você, Delvaux, procure capturar o pomo assim que estivermos em vantagem. Vamos todos tomar cuidado, pois aqueles projetos de Nazista vão jogar sujo e certamente o árbitro deve ter sido subornado. Eles não querem deixar nenhuma chance para os adversários, nem que tenham de ser desonestos.



_Por sorte não há impedimento no Quadribol. _ comentou Lansford, fazendo com que todos rissem.



_E nem bandeirinhas ou cartões. _ completou Weider.



 



Por sorte Harry já tinha uma experiência anterior em jogar contra adversários desonestos depois de várias partidas contra a Sonserina, principalmente duas memoráveis: no terceiro ano, quando a Grifinória venceu a Copa das Casas mesmo com Draco Malfoy tendo se dependurado em sua vassoura e a outra no quinto ano, quando a Sonserina havia sido derrotada na primeira partida, mesmo com a insegurança de Rony Weasley em sua estréia como goleiro. O bônus ocorrera depois da partida, quando Harry acertara Draco com a força de uma marreta, quase fazendo o loiro devolver o café da manhã. Pensando bem, a suspensão que a megera da Umbridge lhe dera naquele ano fora um preço pequeno a pagar diante da satisfação de ter dado a Draco o que ele merecia naquela ocasião e, afinal de contas, Gina havia se revelado uma excelente substituta para ele na função de Apanhador, vencendo Cho Chang na final e conquistando o título para a Grifinória (“Algo me diz que Gina teve uma satisfação pessoal ao derrotar Cho por dois anos consecutivos”, pensou Harry).



 



_Bem, senhoras e senhores, está na hora. _ disse Hunter, consultando seu relógio e pegando sua vassoura _ Vamos enfrentar os Nazistas.



_Sim e muito obrigada por não se esquecer de que não há só homens neste time. _ disseram Angela McCullen e Veronica Castillo, rindo e pegando suas vassouras.



 



Enquanto iam para o campo, a fim de se apresentarem para as autoridades antes do jogo, veio à memória de Harry a noite anterior, quando ele e Elaine uma vez mais estavam vivendo momentos de intensa paixão. Estavam no banheiro dos Monitores, que Harry já conhecia de quando desvendara a pista do ovo dourado, durante o Torneio Tribruxo. Graças a Tom, que era Monitor-Chefe, 


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