Enrascada



Capitulo dez



Enrascada



A noite estava linda, a lua estava brilhando intensamente através da janela, seu brilho trazia varias promessas com sigo, promessas nunca decifradas, incompreensíveis para qualquer pessoa, mas enquanto Alvo não desvendava os mistérios daquele lindo astro ele aproveitava para admirar sua beleza, como sempre fazia enquanto olhava pela janela do dormitório da Sonserina, Scorpius estava dando os últimos retoques em seu cabelo, os fios platinados estavam exageradamente esticados para trás, até a nuca, e marcados pelo pente de cerdas finas que Scorpius não cansava de passar enquanto encharcava seu cabelo com gel, depois de jantar o garoto pálido tinha até ficado um pouco mais corado, mas ainda tinha a aparência abatida, seu terno cinza era elegante e se ajustava perfeitamente em seu corpo magro, assim como a gravata verde e prateada em seu pescoço, que ele mostrava orgulhosamente para quem quisesse ver, Alvo olhou para o relógio e viu que já estava atrasado, ele deu uma ultima olhada no espelho, concertando os amassados de seu terno preto e tentando arrumar pela centésima vez os fios negros sempre bagunçados, o que de novo não deu certo, ele abriu a porta do dormitório e olhou para Scorpius que continuava olhando para o espelho, penteando o cabelo e mudando a expressão varias vezes.



- Você acha que eu fico melhor sorrindo ou com cara de serio? – Scorpius perguntou, depois sorriu e logo em seguida fingiu estar bravo.



- Eu acho melhor você se por a andar até a sala do professor, você ficaria muito melhor assim, palhaço! – Alvo disse demostrando sua impaciência e indo em direção as escadas.



- Eu acho que eu fico melhor de qualquer jeito, minha beleza é sem igual. - Scorpius deu a ultima, de todas as ultimas olhadas no espelho e começou a seguir o amigo. - Eu acho que você deveria demostrar um pouco mais de gratidão pela pessoa que emprestou esse lindo terno para você, e não chama-lo de palhaço!- Ele disse colocando um grande sorriso no rosto. – Sua loirinha vai babar quando te vires assim. –uma gargalhada alta ecoou pelo corredor do térreo e Scorpius saiu correndo antes que o amigo pudesse dar um murro em seu ombro, Alvo o fulminou com o olhar, mas se deu por vencido e acabou dando um sorriso tímido escondido dos olhos do loiro.



Os dois garotos chegaram à sala do professor Horácio e entregaram o convite de Alvo para um pequeno elfo domestico que estava vestido como um elegante garçom, a sala estava cheia e abafada, por dentro ela parecia muito maior do que vista de fora, um ornamentado lampião dourado projetava uma luz alaranjada e forte que imergia toda a sala, panos roxos, pretos e dourados forravam as paredes e o teto, associando a festa com o dia das bruxas, os elfos domésticos serviam os bruxos absortos em conversas como se fossem mesinhas moveis, bruxos esses de varias idades, dos idosos aos do primeiro ano em Hogwarts, figuras famosas e outras nem tão conhecidas pela fisionomia, mas inconfundíveis pelo nome, o som suave de uma flauta soava ao fundo da sala, deslocando as pessoas para um mundo distante daquela explicita falsidade e interesse das conversas dos velhos bruxos.



-Alvo Potter, que bom que veio, estava esperando ansiosamente por você!- o professor disse com um grande sorriso, apoiando sua mão no ombro do garoto, estava tão exasperado que a principio nem notara a imagem de Scorpius, e depois de uma rápida olhada no jovem ele indagou. – Vejo que trouxe um acompanhante, Escorpions Malfoy, não!? – Ele disse dando um grande sorriso falso para o garoto.



-Scorpius Malfoy. – O loiro corrigiu.



- E o que foi que eu disse? – o professor perguntou como se estivesse desafiando o garoto a corrigi-lo novamente, Scorpius entendeu o recado, ele não sabia do que Horácio Slughorn era capaz e não queria saber tão sedo, decidiu ficar calado e recebeu em resposta uma gargalhada estridente do professor. – Alvo eu gostaria de lhe apresentar um amigo, infelizmente ele ainda não chegou, mas acredito que você vai se interessar bastante, fique a vontade! – Horácio disse e depois se afastou.



- Eu vou te matar por me fazer vir a esse baile, Scorp! – Alvo disse quando teve certeza que o professor estava muito longe para ouvir, e pela segunda vez naquela noite Alvo o fulminou pelo olhar.



- Ah, vamos, Al! Acabamos de chegar, não esta tão ruim assim. – Scorpius disse rindo da cara do amigo e se dirigindo para uma mesa de bebidas de fronte a eles, Scorpius pegou uma cerveja amanteigada e ofereceu outra a Alvo, seus olhos pararam na porta e sua boca começou a se abrir assim que viu quem estava entrando, instintivamente, assim que percebeu o jeito do amigo, Alvo olhou em direção a porta, e se surpreendeu com o que viu, Rose tinha acabado de chegar, e estava absolutamente linda, seu cabelo rebelde estava liso e caia em cascata pelos seus ombros, seu vestido verde colado ate sua cintura, em estilo peixinho, contrastava com a cor alaranjada de seu cabelo, e suas sardas se sobressaiam com a maquiagem natural que ela tinha no rosto, ela passou seus olhos por toda a sala e parou em Alvo, ele não queria admitir, mas os olhos dela brilharam ao velo, coisa que nunca tinha acontecido com ele.



- Você me trouxe para uma enrascada, Scorpius! – Alvo finalmente indagou depois de Rose se perder na multidão de bruxos que estavam na sala.



- Se você já esta pensando assim com a sua prima, imagine com Isabella... - Scorpius riu exageradamente ao ver a cara do amigo, se dobrando para baixo de tanto rir.



- Sinceramente não vejo graça! – Alvo disse admirado, olhando o amigo que como sempre exagerava em tudo.



O tempo passava e o baile ficava cada vez mais chato e monótono, Alvo e Scorpius fugiam toda vez que viam o professor Slughorn se aproximando, e para passar o tempo eles comiam ou jogavam xadrez com alguns bruxos mais velhos, os dois amigos tinham visto de longe a diretora Mc, ela conversava com outros professores e bruxos que os dois não conheciam de vista, mas que deveriam ter um nome muito importante para a elite bruxa, em um momento de descuido os dois garotos não perceberam a aproximação repentina do professor Horácio e foram pegos de surpresa, não podendo fugir mais.



- Aqui esta você! – disse o homem barrigudo se referindo a Alvo. – Venha comigo, meu grande amigo chegou, creio que vai adorar conhece-lo! – O professor passou o braço pelo ombro de Alvo e o conduziu, junto com Malfoy que o seguira, até um homem um tanto macabro, sua pele era mais pálida do que a de Malfoy, seu cabelo era de um castanho claro sem brilho algum, ele mantinha uma postura ereta e parecia não respirar, vestia um traje totalmente preto, suas olheiras se sobressaiam e era a segunda coisa que mais chamava a atenção, porque passava despercebida já que era escondida por olhos esbugalhados e amarelados, com as veias saltadas. – Esse aqui é Edmund Grings, ele era meu grande aluno de poções, se formou como auror para se aventurar nas matas em busca de novas plantas para aperfeiçoar velhas poções, mas... Sofreu um pequeno acidente. – O professor disse um pouco nervoso, ele não se sentia a vontade para tocar naquele assunto, e Alvo aproveitaria aquilo.



- Que acidente? – Alvo perguntou fingindo estar curioso, sua expressão era de intrigado e ele depositou uma pequena ruga em sua testa.



Era evidente o desconforto que o professor sentia, ele colocou suas mãos nos bolsos de sua veste demonstrando nervosismo, e seu rosto ficou rubro, como se tivesse ficado vários dias exposto ao sol sem protetor solar, os olhos do senhor Grings faiscaram, mesmo sendo esquisito ele tinha uma beleza peculiar, e o azul da íris de seus olhos era exuberante, qualquer mulher poderia se encantar se ele não tão macabro.



-Prefiro não falar sobre isso. – Sua voz era rouca e grave, como se ele não falasse a dezenas de anos, seus dentes brancos brilhavam como a lua e sua boca era exageradamente vermelha, um silencio desagradável invadiu o ambiente onde os quatro bruxos estavam e Scorpius deu o ar de sua graça.



-Minha cerveja amanteigada acabou, vou pegar mais, vocês querem alguma coisa? – Scorpius perguntou educadamente com um grande sorriso no rosto.



- Me traga um champanhe! – O professor indagou, o copo de Alvo ainda estava cheio, então ele não pediu nada, mas quando Scorpius olhou para Edmund ele exclamou "Me traga um pouco de Sangue!", Scorpius em resposta arregalou os olhos e suas pernas tremeram, rapidamente o professor se pronunciou tentando reverter aquela situação. - Ele só esta brincando, não liguem para ele! Edmund sempre com uma piada na ponta da língua.



-Piadas de muito mau gosto por sinal! – Alvo sussurrou sem que ninguém percebesse.



Depois que Scorpius saiu os três bruxos entraram em uma conversa extremamente chata sobre poções, Alvo tinha bastantes conhecimentos sobre o assunto, mas aquilo não era exatamente interessante, e fazia Alvo quase dormir em pé, eles mudaram de assunto três minutos depois, dando espaço para que Edmund falasse de duas aventuras que teve no meio da floresta e dos perigos que já enfrentou, e quinze minutos depois os três começaram a falar de Quadribol, tanto falatório os deixaram com sede e o professor Horácio se lembrou da bebida que tinha pedido para Scorpius.



- Cadê aquele garoto com o meu champanhe? – Ele disse preocupado, falando garoto com certo desprezo. – Ele não esta demorando muito?



- Eu vou procura-lo, professor Slughorn. – Antes mesmo de algum dos bruxos o responder, Alvo já tinha sumido no meio da multidão que estava na sala, primeiro Alvo procurou Scorpius na mesa de comes e bebes, depois onde alguns bruxos estavam jogando xadrez e depois nos arredores da onde algumas jovens bruxas conversavam, Alvo já estava quase desistindo quando o viu perto da porta e se direcionou a ele. – Muito bonito! Fugiu e me deixou sozinho com aqueles chatos. – Ele disse quando já estava perto o suficiente para o loiro o ouvir.



- Se você tivesse com o copo vazio poderia ter dado a desculpa que iria encher, já que eu só tenho duas mãos, não foi culpa minha, foi burrice sua! – Scorpius falou com facilidade dando de ombros, e sendo fulminado pelos olhos de Alvo, ele riu nervoso e tratou de se desculpar. – Vamos, se eu não demorasse você não iria sair para me procurar, querendo ou não eu safei nos dois, tá me devendo essa! – Ele piscou para Alvo e riu, recebeu em resposta uma simples virada de olho.



-Vamos sair daqui. – Alvo estava quase alcançando a porta quando o que viu o fez pegar seu queixo que tinha acabado de cair no chão, a bela loira entrava na sala do professor com um lindo vestido tomara que caia azul, todo rodado, seu cabelo se enrolava em uma linda trança romana que descia por um de seus ombro a mostra, em seu pescoço se encontrava um pingente delicado e discreto, todo em puro ouro branco, ela calçava um sapato fechado, tipicamente trouxa, era um tênis todo branco, com um símbolo esquisito em cada lado dele, mas o que chamava mais a atenção era sua beleza inconfundível, seus olhos âmbar se sobressaíam marcados com um lápis preto esfumado, suas maçãs estavam da cor de um pêssego e suas poucas sardas já não estavam mais a mostra, sua boca carnuda mantinha uma cor natural e o sorriso que ela sempre mantinha chamava Alvo de uma forma inexplicável, naquele momento ele sentiu que só existiam eles dois no mundo, nada mais importava para Alvo, ele só queria ficar ali admirando a bela garota enquanto podia, enquanto o tempo passava lentamente pelos seus olhos.



-ALVO! - Um grito estridente e longínquo acordou Alvo de seu devaneio, ele seguiu o som da voz de Malfoy, pronto para estapeá-lo, mas não encontrou ninguém, mais uma vez ele ouviu seu nome de longe e passou seus olhos ao redor da sala, até encontrar o inconfundível cabelo platinada sendo arrastado por um grandalhão mal encarado, Theo Cooper. Se Alvo tivesse outra chance dessas nas mãos ele com certeza não veria, mas naquele momento a sua chance estava esfregada em sua íris, ele seguiu lentamente os dois garotos que saiam da sala do professor por uma porta lateral, percorreu o corredor na ponta dos pês tentando fazer o menor barulho possível, para só assim manter o silêncio que o separava da pura verdade, os dois garotos a sua frente entraram em um corredor a esquerda e Scorpius foi prensado na parede pelas grandes mãos de Cooper.



- Acho que já fugiu tempo demais, Scorpius! - Cooper falou com a extrema raiva estampada em sua voz. - Acho que é a hora de pagar o que deve.



- Eu não posso fazer isso, Cooper. Não quero ser um de vocês! – Scorpius falou com extrema exaltação na voz demonstrando a coragem que ele por vezes escondia, tentando empurrar Cooper pra longe com seus braços finos.



- Se não quer se tornar um de nos, vai ter que pagar de outro jeito. - Cooper falou com a malicia estampada em seu rosto e Scorpius entreabriu a boca e arregalou os olhos, tentando se desvencilhar com mais empenho do que antes.



- Que jeito? – Scorpius perguntou com medo.



- Não sou eu quem vai decidir! – Cooper o soltou com violência, fazendo com que a cabeça de Scorpius batesse na parede de pedras, ele começou a caminhar apressado pelo corredor, consertando seu uniforme que estava amaçado de tanto Scorpius empurra-lo.



-E quem que vai decidir? – O loiro disse o seguindo com a mão na cabeça, acariciando o local que com certeza teria um galho.



-O mestre! – Cooper disse rindo assim que virou um corredor e sumiu na escuridão da escola, assim que Scorpius o ouviu ele ficou estático, parado no meio do corredor olhando para o nada, Alvo o ficou olhando, tentando entender o que tinha acabado de ouvir, seja qual for o mestre que Cooper estava se referindo com certeza não era para algo bom, e Scorpius tinha se metido em uma linda enrascada.



 



N.A.:



Espero que tenham gostado do capitulo, comentem por favor, eu sei que muitos tem vergonha de comentar, mas eu não preciso de uma coisa linda e bem desenvolvida, só preciso saber que você esta aqui, beijos e um abraço bem forte! até o próximo capitulo.


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Comentários (1)

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