Problemas Peludos



Olá queridos e poucos leitores. Feliz dos meus primeiros comentários.


Obrigada, Talisman, espero que eu não tenha demorado muito. Não pretendo parar, eu já tenho alguns capítulos prontos mas vou postar aos poucos. Muito feliz que você esteja gostando da fic. Obrigada, muito obrigada mesmo, pelos elogios!


Este capitulo dedico a você. Boa leitura!


 


 


Capítulo 3


Problemas Peludos


 


Lily foi sentada durante toda a viagem ao lado de Potter, ao chegarem na cabine que os amigos dividiam encontram Sirius e Marlene disputando uma verdadeira batalha em forma de xadrez bruxo. Marlene ficava irreconhecível quando jogava alguma coisa, simplesmente se transformava em uma guerreira sedenta pela vitória. Suas peças simplesmente arrasavam as de Sirius, o pobre do bispo dele jazia decapitado quando ela e James chegaram. Mary e Peter se divertiam ora dando dicas inúteis, ora torcendo para os amigos


As mãos dos dois ainda estavam entrelaçadas ao chegarem na cabine e foi com pesar e muita vergonha que Lily se desvinculou de James. Ela viu que ele lhe lançou um olhar triste, mas logo disfarçou com um sorriso.


- Mal ai, Pad... Sirius? - disse James engasgando em uma espécie de apelido de Sirius.


- Marlene é perigosa – Sirius respondeu com os olhos esbugalhados - Você deveria chamar ela para o time de quadribol, duvido que sobrasse um inteiro na mão dela?


James coçou a cabeça enquanto olhava para ela açulando a sua rainha a enfiar a espada que carregava aonde deveria estar o coração de um pobre peão.


- Sabe voar, McKinnon? - disse James olhando sério. Lily riu quando a amiga virou para ele com um sorriso maníaco.


- Claro que sei, Potter – ela disse voltando logo para o jogo.


- Bem, apareça nas seletivas – disse James se sentando-se no banco e tirando as coisas de Sirius para que Lily se sentasse ao lado dele – Se você tiver metade do olhar assassino que você está direcionando a Sirius, com um bastão na mão, estará selecionada, tem uns bons sonserinos que quero ver com um balaço na cabeça.


Marlene concordou séria, depois de uma jogada particularmente inteligente de Sirius, que foi comemorada por Peter e xingada por Mary. Os dois deveriam ter apostado, pois haviam galeões, nuques e sicles no chão.


- Como foi a reunião da monitoria, Lily? - perguntou Mary – James se saiu bem?


- Sim – respondeu Lily por trás de um dos seus livros favoritos, escondendo o rosado de suas bochechas – Muito bem, na verdade.


James olhou para ela incrédulo, mas não conseguia vê-la por trás do livro. Mary esbugalhou os olhos e até Marlene se distraiu do jogo. Sirius olhou confuso de um para o outro e Peter sorriu interessado. Mas Lily parecia não ter mais nada a dizer e continuou atrás do livro.


- Régulos é monitor – disse James casualmente.


- Imaginei que seria. Afinal ele é o filho perfeito, não é? – Respondeu Sirius olhando para a jogada que Marlene fazia – Ele não te tratou mal, tratou, Evans?


Lily saiu de trás do livro e olhou diretamente para Sirius ele parecia despreocupado, porém Lily o conhecia há seis anos, sabia quando estava fingindo, seu olhar demostrava receio e amargor.


- Não mais do que qualquer Sonserino – disse Lily gentilmente - Não se preocupe, Black, sou monitora chefe e eles vão me respeitar, nascida trouxa ou não.


James sorriu do orgulho e da coragem dela, ele segurou com força a mão dela que repousava no banco ao seu lado. Mas antes que Lily conseguisse apreciar o calor que aquele gesto a transmitia James a soltou.


Ouviu-se uma batida na porta e uma doce senhora de meia idade apareceu sorrindo.


- Vai querer o que este ano, James querido? - disse ela sorrindo, mas logo viu as meninas e o sorriso aumentou - Vejo que temos presenças femininas nesta cabine com vocês, nunca vejo isso. Elas fazem um belo adendo devo dizer. São as namoradas de vocês?


- Infelizmente não - sorriu James se levantando - São apenas boas amigas. Como vão as crianças, Dayse?


- Muito bem, obrigada, querido – respondeu a senhora dos doces – Florence perdeu seus primeiros dentinhos.


- Ela deve estar linda – respondeu James sorrindo – Diga a ela que me casarei com ela assim que ela tiver uma arcada completa de dentes permanentes.


- Direi e ela ficará contando os dias para que isso aconteça - a senhora gargalhou junto com os outros meninos. Lily estava perdida na conversa, nunca havia conversado tanto com a doce senhora dos doces. - Remus não veio?


- Doente de novo – respondeu James calmamente enquanto pegava alguns doces e jogava para os meninos – Alguém quer algo especial?


- Chicles de baba-bola – disse Sirius descontraído – Muitos deles...


James sorriu e apanhou um punhado dos doces. Peter não disse nada, mas já abria um sapo de chocolate. Marlene roubou um bolo de caldeirão que Sirius segurava e Mary abriu o pacote de feijãozinhos.


- Potter, pode pegar por favor um pacote de varinhas de alcaçuz – Lily sorriu timidamente enquanto tirava do bolso da calça sua bolsinha de dinheiro e procurava moedas para entregá-lo.


James pegou um pacote grande do que ela pediu e entregou dinheiro para Daisy que saiu se despedindo. James entregou delicadamente a ela o doce que ela havia pedido enquanto jogava em Sirius seus chicles e pagava um bolo de caldeirão para si próprio.


- Obrigada – disse ela se agarrando aos doces e entregando-lhe o dinheiro.


James segurou a mão dela que jazia as moedas e a fechou sem pegar o dinheiro que ela lhe oferecia. Ainda com as mãos dela nas suas e sentindo a delicadeza da pele alva dela, James suspirou e disse divertido enquanto a olhava nos olhos:


- Eu pago pelos doces – disse ele divertido.


- Não precisa – Lily respondeu.


- Claro que precisa – James sorriu ainda mais – Minha cabine, minhas regras. Há sete anos eu pago os doces, não seria desta vez que eu deixaria de pagar.


- Se eu soubesse não teria pedido – ela disse encabulada desvencilhando das mãos deles e voltando a guardar o dinheiro.


- É por isso que eu não te disse antes – ele sorriu e voltou a comer seu bolo.


Lily olhou para a varinha de alcaçuz que James acabara de lhe entregar. Muita coisa a surpreendeu desde que aquele dia começara. James havia salvo vários alunos, havia lhe confessado se preocupar com ela, tinha se mostrado um bom líder, carismático e carinhoso. James, por Merlim, conhecia a senhora que vendia doces pelo nome, e não só isso, conhecia a família dela. James pagava doces para os amigos todo os anos. Onde ela estava que não havia visto estas coisas nele?


- Quem é Florence? – perguntou ela enquanto mordia delicadamente um doce.


James gargalhou. O canto da boca dele estava sujo de migalhas e Lily teve que se segurar para não as limpar.


- Florence é a filhinha de Dayse, ela tem cinco anos e é apaixonada por mim – disse ele sorrindo e limpando a boca com as mãos. Lily se frustrou com isso, ela queria ter limpado – Dayse a trazia nas viagens antigamente, principalmente nas de Natal, que o trem é mais vazio. Nós costumávamos distraí-la enquanto Daisy trabalhava


Lily riu imaginando o que quatro garotos faziam para distrair uma menininha durante a viagem de trem.


- Então ela se apaixonou por você - disse Lily sorrindo para James - Você prometeu casar com ela?


- James era o único que tinha paciência de brincar de bonecas com ela – disse Peter – Era engraçado ver ele vestindo o avental e fingindo tomar chá.


- Eu gosto de crianças - disse James fazendo bico.


Lily sorriu para ele imaginando ele brincando com uma menininha e suas bonecas. Nunca havia imaginado James amigo de crianças, geralmente ele espantava os primeiranistas com suas brincadeiras.


- Você gostando de crianças, James Potter? – Mary fez a pergunta que Lily não teve coragem.


James esticou as pernas colocando os pés apoiados nos acentos da frente, ele colocou os dois braços para trás e apoio sua cabeça neles parecendo bastante relaxado. Lily se mexeu incomodada em seu acento estava perto suficiente dele que se mexesse um pouco mais encostaria seu braço no troco dele. Ela conseguia sentir o perfume, ele cheirava a madeira e grama fresca, como se tivesse acabado de sair de um campo de quadribol.


- Eu adoro crianças - disse ele sorrindo timidamente – Sempre quis que meus pais me dessem irmãos, mas já foi difícil me terem, sabe. Aí veio Sirius, Remus e Peter, e eles são exatamente os irmãos que eu queria.


- Irmãos não são sempre tão divertidos assim, acredite, você não perdeu muito. – disse Lily sorrindo tristemente.


- Sua irmã é trouxa, não é? - disse James tirando os braços de trás da cabeça e colocando perigosamente perto da onde a mão dela estava.


- Não nada disso. - disse Marlene se desviando do jogo - Não vamos falar sobre Petúnia, é praticamente nossa última viagem, devíamos estar festejando. Esperava mais de vocês, meninos.


- Na verdade é Remus que articula nossas melhores brincadeiras, sem ele não somos nada – disse Sirius fingindo-se de sério.


Lily, Mary e Marlene começaram a gargalhar. A viagem transcorreu de maneira tranquila depois disso, exceto que Sirius e Peter escapuliram e jogaram bombas de bosta na cabine dos sonserinos, depois que James contou a cara de nojo que eles fizeram na reunião dos monitores. James não foi junto, mas não fez nada para evitar que os amigos agissem. Lily se conformou. James não mudaria tanto e será mesmo que ela queria que ele mudasse?


 A viagem pareceu a Lily muito mais curta do que os outros anos e foi com desprazer que ela se viu chegando na estação de Hogsmead. Ela e James ficaram para trás a fim de verificar se todos os alunos haviam desembarcado e ajudar os primeiranistas a seguirem Hagrid e aos secundaristas a encontrarem as carruagens guiadas por testrálios.


Com isso Lily e James foram os últimos a saírem do trem. Ele não havia feito se quer uma gracinha com ela, nenhum pedido para que saíssem juntos, nem nenhum elogio desproposital. Lily achou que teriam que ir juntos na provável última carruagem, mas ao sair verificou suas amigas ao lado dos amigos dele os esperando ao lado das últimas carruagens.


Ela parou encarando as carruagens enquanto James sorria para os amigos. Ela pensou que iria com ele e não que precisariam se separar tão cedo. Estava tudo tão surreal desde aquela manhã, aliás desde que saíra de Hogwarts no último semestre. Ela vinha ignorando James durante todo ano, revirando os olhos para cada frase que ele dirigia a ela, para cada gesto exibicionista. Eles não devem ter tido se quer uma conversa civilizada no sexto ano, e quando vieram as férias ele passou a se preocupar com ela. Mostrou interesse político na guerra, e mais que interesse, conhecimento. Se mostrou protetor e cuidadoso, mas confiante no que ela poderia fazer. Mas aí veio a viagem, e Lily viu um James maduro, corajoso, educado e carinhoso, que ela nunca conhecera. A conversa com ele nunca acabava, haviam gostos parecidos, os mesmos ideais.


Lily não queria voltar àquela rotina do ano passado, não queria ver aquele exibicionista de sempre, o artilheiro idolatrado, o menino mimado. E ela tinha a sensação que ao entrar nas portas do colégio as coisas voltariam a ser as mesmas de sempre e ela e James, voltariam a ser Potter e Evans. Então ela queria adiar o máximo que podia, mas se via impedida pelas quatro pessoas restantes.


James interpretou sua tristeza erroneamente, pois quando a viu parada olhando para as carruagens e fazendo inúmeras divisões para que conseguisse sentar com seu novo amigo, ele virou para ela e sussurrou:


- Você os vê? - perguntou ele.


Lily levou alguns segundos para processar do que ele estava dizendo, será que estava perguntando dos amigos? Então ela viu os doces testrálios e adivinhou que seriam eles. Lily os viu desde que seu pai falecera. Ele estava bastante doente e parecia somente a filha mais nova chegar para partir. Seu pai havia morrido com as mãos enlaçadas a dela.


- Vejo – disse ela sorrindo tristemente – eles são bem simpáticos, na verdade.


James sorriu e apertou sua mão brevemente por cima do malão que ela carregava. Ele a ajudou a depositar sua bagagem, assim como as de Mary e Marlene. Ela subiu na sua carruagem enquanto Sirius e Peter subiam na carruagem do lado e James os acompanhou depois de um sorriso dirigido a ela.


Depois de um tempo calada esperando as carruagens entrarem nos terrenos de Hogwarts Lily resolveu externa lizar a as amigas o que vinha lhe consumindo há tempos:


- Vocês acham que Potter mudou neste verão?


- Não, continua o mesmo. Arrogante, gentil e um corajoso idiota - respondeu Mary rindo, mas Lily desconsiderou a opinião dela. Ela sempre gostara de James.


- Concordo com Mary – respondeu Marlene sonhadora - Vocês acham que ele falou sério que eu deveria tentar um lugar no time? Quer dizer, sem Gideon e Fabian sobram duas vagas, e eu acho que poderia ser batedora.


- Claro que poderia – respondeu Lily lhe abrindo um sorriso - Você é ótima, Lene.


 


Ao chegarem na porta do castelo as três correram para sentar no centro da mesa da Grifinória, seguidas logo pelos outros três rapazes que sentaram na frente delas. Não demorou 2 minutos e Minerva entrou acompanhada dos alunos do primeiro ano e do chapéu seletor.


Lily se lembrou nostálgica de quando foi selecionada, o chapéu cantara a as glorias de cada casa e apesar do que Severo havia lhe dito, a Grifinória parecia a que mais se encaixava nela, bem e foi exatamente que o chapéu havia lhe falado durante sua seleção, que havia encontrado a verdadeira coragem no coração dela. Ela sorriu quando o chapéu começou a cantar:


Olá meus amados aprendizes


As mentes já minhas velhas conhecidas


E as novas tão frescas e felizes


À Hogwarts sejam muito bem-vindas


 


Sou o chapéu seletor


E minha função é dividir


Mas também sou pensador


E esta função com vocês vou repartir.


 


A coragem e o cavalheirismo que possuem


Peço aos Grifinórios compartilhar


Que a bravura desta casa


Não nos faça a luta abandonar


 


Aos Corvinais tão sábios como são


Peço um pouco de inteligência


Passem aos seus amigos a razão


Nestes tempos de pouco inocência


 


A Lufa-lufa geralmente tão caridosa


Fieis companheiros não irão negar


Repartir de forma bondosa


A empatia, a fidelidade e o amar


 


A Sonserina esperta como é


Não negaria que juntos somos mais


Peço para nos ensinar a astucia


E a esperteza para os demais


 


Que Hogwarts seja mais que uma escola


Que Hogwarts seja um lar


Que aqui encontrem seus amigos


E seus companheiros para lutar


 


Não se dividam como eu faço


Mas dividam suas qualidades


Que elas sejam os laços


Nestes tempos de dificuldades


 


Todos aplaudiram. Mas Lily sentiu um amargor, ele tinha sido bem mais alegre na sua seleção, parecia que agora ele estava falando para ela, dizendo da guerra fora de Hogwarts, da guerra que ela queria lutar.


- Duvido que os Sonserinos dividiriam sua astucia com os demais – disse James sério.


- Duvido que qualquer Sonserino divida qualquer coisa – disse Sirius.


- Vocês não acharam um pouco demais ele querer nos empurrar para esta guerra? - disse Mary tremendo – nem todo mundo é obrigado a lutar e...


- Mary, você é uma nascida trouxa – disse Marlene – Deveria lutar pelos seus direitos, não é justo que as pessoas se achem no direito de te chamar de você-sabe-o-que a torto e a direita por aí.


- Eu não acho isso certo – respondeu Mary – Mas prefiro ficar no meu canto, não acho que eu faria muita diferença, mesmo.


- Qualquer um faz diferença, Mary – disse James enquanto aplaudia a primeira aluna a ir para Grifinória, Fanny Alcot.


- Eu vou lutar – sussurrou Lily.


- Todos vamos – piscou Sirius para ela - Não perderia a cara de decepção da minha família por nada deste mundo.


Lily riu e desviou os olhos para James e ele sorria para ela. Ela leu os lábios ele sussurrando: "Não esperava menos de você" e corou. Lily lhe devolveu o sorriso, mas foi distraída por Minerva quando ela chamou:


- McCoy, Gregory


Lily olhou a fila de alunos do primeiro ano e não reconheceu o garoto que ajudara na estação, então lembrou-se com peso na consciência que o menino não havia voltado depois que Remus o levou para ver a família. A professora McGonagall voltou a dizer o nome de Greg, mas ninguém se pronunciou. Lily percebeu que ela deu uma olhada a Dumbledore e ele discretamente a sinalizou continuar a chamada.


A seleção terminou sem mais burburinhos e mesa se encheu de pratos quentes e deliciosos. Lily se viu voltando a conversar com suas amigas e com os meninos, como se não tivesse a tarde toda feito isso. Ela ria das palhaçadas de Sirius e Peter, as histórias inocentes de Mary e as da louca família de McKinnon.


Marlene descendia de uma família puro sangue. Seus pais eram membros ativos do ministério e uma das famílias defensoras dos direitos dos nascidos trouxas. Eles eram em quatro irmãos, sendo ela a mais velha deles. Dois ainda não tinham idade para frequentar Hogwarts, Jonnathan tinha 10 anos e Jane 8, o irmão depois de Marlene era Adam, estava na Grifinória no seu segundo ano. Eles viviam em pé de Guerra, mas Marlene era superprotetora com ele e Adam, muito orgulhoso da irmã. Pelo que Marlene contara a Lily, sua família foi expulsa do Hall de sangue puros, não que ela ligasse claro.


Lily estava rindo e corrigindo Sirius a respeito de todos os aparelhos trouxas que ele relatava ter comprado para o apartamento dele na altura em que as sobremesas surgiam. Ela olhou em busca de sua favorita e não localizou, suspirando decepcionada ouviu James lhe chamar timidamente.


Lily olhou para ele e ele lhe estendia suas amadas tortas de caramelo. Lily olhou espantada enquanto James sorria.


- São suas favoritas, não? - perguntou ele.


Ela tremeu enquanto tirou o prato das mãos deles e roçou de leve sua mão.


- Como você sabe? - ela perguntou e ele deu de ombros, antes de se virar para Sirius, que sussurrava algo no ouvido dele.


Lily experimentou as suas tortas favoritas e finalmente se sentiu em casa, mais do que isso, aquelas tortas estavam mais gostosas do que nunca. Elas tinham o sabor do sorriso de James Potter.


 


 


James sentiu o vento frio nos corredores do castelo, mas mal pode apreciar, pois sentiu o pé de Sirius sobre o seu lhe fazendo ver bolotas multicoloridas com a dor.


- Meu pé, Padfoot – gemeu James enquanto ofegava.


- Desculpa, mas está apertado aqui – disse ele sem parecer suficientemente culpado.


Os dois estavam andando pelos corredores do terceiro andar embaixo da capa de James, tinham apenas esperado que todos os alunos entrarem em seus salões comunais e os olhos verdes de Lily pararem de segui-los para todos os cantos, para eles pegarem a capa e fossem encontrar Moony. Peter estava em sua forma animaga mais a frente, já não cabiam dois sob a capa, quem dirá três.


- Você engordou – disse James chateado sabendo que não era verdade, Sirius estava mais alto e mais forte, mas não gordo.


- Não engordei, não tenho culpa de você continuar esta vareta de sempre. Sua capa deve ter encolhido – disse Sirius rindo.


- Ela não encolheu, Sirius – disse James gemendo novamente devido a outro pisão de Sirius – Vou mandar minha mãe parar de te dar comida.


- Shiu – disse Sirius parando de repente. Ele vinha olhando no mapa e identificou alguém de encontro, Peter comprovou isso quando veio correndo em direção a eles.


James e Sirius encostaram na parede para evitar de encontrar com quem vinha. Sirius se encolheu um pouco mais e James conferiu se a capa protegia os pés deles, antes de ouvirem duas vozes discutindo.


- Você realmente acha que estamos seguros, Minerva? - disse a voz tremula de Slughorn – Digo, ataque a plataforma no dia de embarque é quase como se eles estivessem em nossos quintais acampados esperando somente uma brecha nossa.


- É exatamente onde eles estão, Horace – respondeu McGonagall – Mas vamos defender a escola se for preciso e temos Dumbledore.


- Dumbledore está velho – disse Slughorn.


- Nós também - disse McGonagall - Dumbledore é o melhor bruxo que já existiu.


- Tenho inveja na sua fé nele, mas algo me diz que Dumbledore esteja se tornando meio gagá - disse Slughorn – Veja só quem ele escolheu como monitor chefe este ano.


James teve que segurar Sirius com força. Sirius rosnou baixo e tentou ir para cima do professor.


- Eu achei uma escolha bastante acertada – disse Minerva com a voz triscando – Pouco ortodoxa, confesso, mas o menino tem fibra, Horace, não negue.


- Não nego, Potter é corajoso, mas, ora Minerva, ele é o maior encrenqueiro que vi em toda a minha vida como professor. Potter vai fazer esta escola pegar fogo.


- Potter é um aluno incrível, Horace, tenho a certeza que será um monitor igual. Veja o que ele fez na estação, sabe-se lá quantos alunos não poderiam estar machucados ou pior, sem vida, se não fosse por James. - A voz de minerva era brava e irritadiça.


- Potter é um típico Grifinório, Minerva, sei que você não enxerga pois também é uma, ele tomou a atitude errada, ele é só um garoto, pôs a vida de outros em risco, deveria ter ficado no trem evitando que os demais saíssem, como a Evans, e deixado os comensais para os Aurores.


- Tenho muito orgulho de ele pertencer a minha casa, Horace. Não fique sabendo de nenhum aluno da Sonserina ajudando os alunos, nem mesmo os monitores. James Potter será um dos melhores monitores desta escola, escreva o que estou te dizendo.


Eles não ouviram a resposta do professor Slughorn, pois os dois professores acabaram virando no corredor e diminuindo o tom de voz. Sirius grunhiu do lado de James.


- Eu ainda pego esta morsa - disse Sirius entredentes enquanto se deixava ser conduzido por James – Quem ele pensa que é para falar mal de você, Prongs?


- Ele está meio certo, Pads – disse James rindo do amigo.


- Não, Minie está certa! – respondeu Sirius - Você é o melhor monitor que esta escola já viu.


James gargalhou no ponto em que chegavam as portas do castelo. Sirius olhou para ele revoltado.


- Não acredito que você está rindo – disse Sirius – Slughorn falou barbaridades de você lá atrás.


- Sério, Sirius, que você ficou ofendido com o que Slug falou? - disse James rindo e andando em direção ao salgueiro lutar a passos largos – Ele não disse nenhuma mentira, somos os maiores encrenqueiros de Hogwarts, com muito orgulho claro. Nós mesmos chamamos Dumbledore de maluco quando recebi o distintivo.


- Sim, mas nunca duvidei que você poderia ser um bom monitor se quisesse – disse Sirius bravo.


- Bom para mim, Slug me fez bons elogios – James colocou as mãos atrás da cabeça e começou a andar convencido – Tenho orgulho de ser um grande Grifinório e bem, gosto de ser um encrenqueiro também, afinal foi graças a isso que conhecemos mais o castelo que qualquer um aqui.


- Pensando por este lado – disse Sirius ainda emburrado – Mas continuando achando Slughorn um Sonserino metido e nojento.


 - Ele só está com raiva, porque nos recusamos a fazer parte do clubinho dele – disse James – ele já não fazia muita questão de mim, pois papai vendeu a empresa, mas você... é como se ele perdesse uma das joias da coroa por minha causa. O único Black que Slughorn nunca teve.


Sirius vez uma careta e James desatou a gargalhar antes que Peter apertasse o nó do salgueiro para que eles pudessem entrar.


- Só espero que ele não tenha se machucado muito - disse James entrando depois de Sirius no túnel que levaria a casa dos gritos.


No meio do caminho ambos se transformaram em animais e seguiram em frente, o cheiro de sangue, provavelmente de Remus, se fazendo insistentemente presente nos olfatos aguçados dos dois animagos, causando um embrulho no estomago de James.


Ele sabia que Remus sofria nas suas transformações, principalmente quando estava sozinho, ele se arranhava e se mordia impossibilitando de sair da casa dos gritos. Com o tempo os machucados só pioravam, o fato de Remus se tornar um adulto não ajudaram em nada, ele estava duas vezes mais feroz e mais perigoso.


Eles chegaram na casa dos Gritos, Sirius conseguiu abrir a porta com a pata. James viu Peter entrar correndo por entre suas pernas, ele teve que esperar Sirius entrar e abaixou a cabeça para evitar que sua galhada destruísse o batente da porta.


Logo ele viu Remus feroz, machucado. O assoalho manchado de vermelho embrulhou o estomago de James mais uma vez. Queria ter vindo com Remus para que ele não sofresse, mas se eles tivessem saído do salão principal antes do banquete todos os professores desconfiariam, tinham que esperar.


Sirius rosnou para Remus, que arreganhou os dentes para o amigo. James ficou de prontidão, quando Remus estava ferido era difícil controla-lo, em geral Sirius sozinho quebrava a barreira agressiva de Remus e eles começavam a brincar com mordidas e perseguições.


Foi assim que aconteceu no primeiro dia que conseguiram acompanhar o amigo, era a primeira lua cheia de novembro, eles estavam em seu quinto ano e finalmente tinham conseguido se transformar em animais. Sirius, James e Peter haviam ficado escondidos na casa dos gritos, antes que Remus chegasse. Apesar do amigo ter pedido que eles não o vissem em sua transformação, James não o obedeceu, foi a primeira vez que haviam descumprido uma promessa a um amigo, e ele se arrependia até hoje.


Assistir à transformação de um dos seus melhores amigos em um lobo crescido não era divertida. Remus se arranhava como se tivesse querendo arrancar a própria pele. Pela primeira vez James pensou o contrário do que acreditava e dizia a Remus. James achava que o amigo era um rapaz que de vez em quando se transformava em lobo, mas não, Remus era um lobo na pele de um rapaz de 15 anos na época, um lobo feroz querendo sair a todo custo da sua prisão, que era a pele pálida de Remus. James tremeu ao perceber o esforço que o amigo fazia, ao mesmo tempo querendo se libertar e tentando retrair os instintos daquele animal. Remus e o Lobo eram a mesma pessoa com vontades contrarias, e isso deveria ser extremamente doloroso.


Logo depois do amigo se transformar, James havia se aproximado a passos lentos, ainda estava se acostumando ao novo corpo, ao seu novo tamanho, ao seu novo ponto de equilíbrio. Já havia quase destruído um andar da casa dos gritos com sua galhada, não poderia estragar nada em um momento tão crucial.


Ele olhou nos olhos raivosos de Remus. O lobo rosnava para ele nervoso, mas James não tinha medo, era inconsequente, sempre fora, não estaria ali se não fosse. Ele sentiu Sirius tencionar-se ao seu lado. Mas James estava calmo, era seu amigo do outro lado, um amigo com um probleminha peludo, era o todo correto Remus que agora apenas arreganhava os dentes em uma atitude ameaçadora.


James abaixou a cabeça, como em uma saudação, queria transmitir para a fera que não era uma ameaça. Remus pareceu retesar, Sirius deve ter sentido o mesmo, pois se aproximou mais, os dois se cheiraram e num átimo de segundo, James viu seus dois bons amigos se engalfinhando. Sem saber o que fazer ele ficou parado torcendo para Sirius não se macucar ou surgir uma brecha para ele segurar Remus.


Mas então ele percebeu que na verdade Sirius e Remus não brigavam, eles travavam uma espécie de brincadeira de luta. James suspirou, ou melhor, resfolegou indignado e raspou o chão com suas patas tentando chamar a atenção dos dois. Sirius veio pulando em sua direção indicando a saída, mas James não sabia ainda o quão vulnerável Remus estava para sair por aí e quanto eles seriam capazes de segurar o lobisomem. Aquela noite ficaram apenas na casa dos gritos, mas Remus ficou tão calmo que não se ouviu seus uivos ou gritos. E de manhã, o amigo estava incrivelmente melhor, como nunca estivera antes em uma manhã após a lua cheia. James teve certeza que tinha valido a pena cada grama de energia gasta em se transformar em animago. Remus nunca mais sofreria.


Esta foi a segunda promessa que James quebrou na vida.


A primeira vez que viu Remus sofrer por sua culpa foi logo após o primeiro jogo de James como capitão. Eles haviam ganho da Sonserina de mais de 500 pontos de diferença, uma pontuação histórica para o confronto. James havia marcado mais gols que poderia contar.


Mundungus Fletcher, sétimo ano, havia contrabandeado whisky de fogo para o salão comunal para comemorar a incrível vitória da Grifinória. James nunca participara de uma festa tão louca na vida. Jogos de azar para todos os lados, os gêmeos Preweet cantavam abraçados, Frank Longbotton pedia sua namorada Alice em casamento usando um anel improvisado de papel, Marlene beijou Sirius por conta de um jogo de verdade ou desafio. James levou mais um fora homérico de Lily.


Quando James retomou um pouco da consciência ele e os meninos estavam abraçados a uma garrafa de whisky, que James hoje tinha certeza estar adulterada e o dobro do preço de uma garrafa normal. Mas eles eram inocentes, e James nunca tinha bebido whisky antes. Porém era noite de lua cheia, eles iam ficar com Remus, mas este insistiu que aproveitassem a festa e James concordou. Ele não havia entendido na época, mas Remus lhe olhou decepcionado enquanto saia e os amigos riam de uma piada de Gideon, e James se sentiu culpado como nunca.


Mas eles haviam prometido, ou melhor, jurado que não o deixariam sozinho em noite de lua cheia. James, Sirius e Peter foram cambaleando para o salgueiro lutador naquela noite, Remus estava anormalmente inquieto, provavelmente culpa do whisky de fogo que Sirius e James o obrigaram a beber mais cedo naquele dia. Sirius se aproximou, mas Remus não reagiu bem, brigou de verdade com Sirius, que por sua vez estava mais lento do que de costume. James tentou intervir, lutou usando seus chifres, mas acabou machucando Remus, que se tornou muito mais arredio devido aos ferimentos. James lutou com ele e com o enjoo que a bebida estava lhe causando.


James queria esquecer aquela noite. Remus acordou no outro dia completamente quebrado. Sirius, James e até Peter tiveram que contrabandear essência de ditamo para curar os seus próprios ferimentos. Remus ficou horrorizado quando os viu machucados, proibiu os três de o acompanharem o resto da semana, fez feitiços para que eles não conseguissem entrar. Chegou a usar um bicho papão para assusta-los dentro do túnel. James nunca contou a Remus que o transformista havia se tornado um lobisomem assustador quando encarou Peter, Remus não aguentaria.


Eles nunca beberam novamente em noite de Lua Cheia, convenceram Remus que não aconteceria de novo. E não aconteceu, até que Sirius teve a brilhante ideia de atrair Snape para o salgueiro lutador.


James não sabia. Sirius havia pego Régulos conversando aos sussurros com Snape e achou que o Sonserino estava tentando convencer Régulos a algo. Eles discutiram, Sirius criticou os amigos de Snape, dando a entender que eram Comensais da Morte, e Snape contra-atacou dando a entender que desconfiava de Remus. Sirius perdeu a cabeça e provocou-o dizendo onde Remus se escondia a noite, ensinando Snape a passar pelo Salgueiro lutador.


James estava em detenção no dia, havia brigado com o namorado de Lily na época. Quando chegou no dormitório e encontrou Peter e Sirius a gargalhadas. Remus já havia saído para a enfermaria onde seria levado até o Salgueiro Lutador. James riu com a alegria dos amigos e quando lhe contaram o que Sirius havia feito o sorriso de James morreu. Ele olhou para o céu escuro e a lua que nascia e correu para o Salgueiro. Sirius e Peter vinham em seu encalço perguntando o que havia ocorrido.


James só pensava na cara de Remus quando os viu machucado, na vez do whisky, o medo nos olhos do amigo de ter feito algo grave, a confusão no rosto dele. James não queria ver isso de novo, mesmo que fosse Snape o machucado, Remus não merecia. Por isso correu como nunca deixando Sirius e Peter para trás. Quando chegou no Salgueiro lutador o viu fechando através do uniforme roto de Snape. James sacou a varinha e conseguiu fazer um galho apertar o nó.


Ele saiu correndo e escorregando no túnel estreito, seu medo e velocidade eram tantos que ele acabou tropeçando várias vezes, mesmo acostumado com cada centímetro daquele lugar. Ele via a luz da varinha de Snape a frente, mas achava que não o alcançaria a tempo de ele entrar na casa dos gritos. Foi com terror que constatou que estava certo.


James gritou pelo Sonserino com todo o ar de seus pulmões, mas foi completamente ignorado. Snape se apressou ainda mais, provavelmente prevendo que James o tentaria impedir de saber o segredo de Remus. James só alcançou Snape na altura em que ele já estava dentro da Casa dos gritos, Remus estava terminando sua transformação, James desviou os olhos da cena, não queria ver o melhor amigo sofrendo, ouvir os gritos já era ruim o bastante. James conseguiu segurar Snape afim de evitar que ele continuasse, mas o rapaz não pretendia seguir em frente.


O Sonserino ficou paralisado de fascínio por comprovar sua teoria. James o segurou e tentou arrastá-lo, ainda sem olhar para Remus, o brilho nos olhos de satisfação de Snape por ver aquela cena grotesca o enojava. Mas uma vez ele puxou Snape, com força, o menino tentou se desvencilhar dele. Mas se ouviu um uivo. James se retesou e olhou para Remus pela primeira vez desde que entrara na casa dos gritos.


Remus estava completamente transformado em um lobisomem quase adulto, as pupilas dilatadas em direção dos dois, as presas prontas para o ataque. James sentiu todo o sangue do seu corpo parar de circular quando viu Remus correndo em seu encontro. Ele puxou Snape com toda a força que possuía, segurando o menino pelo colarinho e o arrastando para a saída a toda velocidade que conseguia. Sem pensar direito ele correu, jogando feitiços estuporantes em Remus, tentando retardá-lo. Ele ouviu um grito vindo de Snape, e viu sangue escorrendo do peito magro do menino. Remus havia o arranhado com suas garras. James com toda a sua concentração jogou um impedimenta em Remus, que fez o lobisomem se chocar com a parede. James não poderia se transformar em cervo e acalmar o amigo, já tinha feito estrago demais em deixar Snape ver o lobisomem.


Com um certo esforço ele conseguiu sair e trancar a porta no ponto exato momento em que sentiu um irado Remus se jogar contra ela. James olhou para um pálido Snape, viu o ficando verde, provavelmente fazendo força para não vomitar pelo esforço e o medo de encarar uma fera. Snape passou as mãos pelo peito sentindo o sangue fluir. James viu a manga das suas vestes também se tingirem de vermelho, não havia sentido que foi atingido.


Snape lutou para se desfazer do aperto que James ainda exercia em seu colarinho e encarou o Grifinório com ódio.


- Vocês me fizeram vir de propósito. Vocês sabiam, Potter, e queriam me matar– disse ele arfando.


Snape apontou sua varinha para James que não reagiu, antes que o garoto seboso de nariz adunco pudesse proferir qualquer maldição um grito de "Estupefaça" veio do túnel.


James ouviu o barulho de passos correndo em direção a ele enquanto assistia Snape cair na sua frente. James levantou os olhos encontrando Sirius, que ainda tinha um sorriso jocoso, e Peter, bastante assustado. O sorriso de Sirius murchou quando James se virou o encarando bravo. Sirius encarou o braço encharcado de sangue do amigo


- Ranhoso, te machucou? - Sirius disse preocupado.


- O que estava pensando, Sirius? - perguntou James quase gritando – Remus poderia ter matado Snape.


- A humanidade não reclamaria disso – respondeu Sirius jogando os cabelos e rindo com Rabicho – Vamos, James, ele está bem, só levou um susto.


- Um susto? - perguntou James – Remus quase nos matou. O que Moony faria quando acordasse amanhã e soubesse que matou alguém?


- Seria sem querer... - tentou argumentar Sirius.


- Remus não merecia isso, Sirius – disse James – E agora, hein? O que vamos fazer? Snape sabe que Remus é um lobisomem, provavelmente amanhã todo castelo vai saber também, ou você acha que ele vai ficar de bico calado com relação a isso?


Os olhos de Sirius se escancararam olhando de James para Snape.


- Eu não pensei... - disse Sirius gaguejando e tentando se desculpar.


- Você nunca pensa – James respondeu sem olhar para Sirius. Ele se abaixou para segurar Snape não achando melhor acorda-lo – Vou leva-lo para enfermaria e contar a Dumbledore o que aconteceu.


- James... - começou Sirius.


- Cuidem de Moony, ele deve estar machucado - foi o que James conseguiu responder antes de passar pelo melhor amigo carregando um desacordado Snape.


Depois disso a noite foi um borrão para James. Ele levou Snape para a enfermaria, Dumbledore foi chamado. Sirius chegou derrapando quando James ia explicar o ocorrido para o diretor, ele contou toda a história enfatizando a sua culpa e dizendo que James havia salvo a vida de Snape. James não concordara com aquilo, mas Snape não pode opinar, pois ainda estava desacordado. Dumbledore teve que o ameaçar de para que Ranhoso prometesse ficar quieto a respeito do segredo de Remus. Sirius ganhou uma detenção até o fim do ano e a proibição de continuar jogando quadribol pelo resto do seu período escolar.


Quando Remus acordou ele viu os três amigos empoleirados em sua cama, seus olhos assustados denunciavam que lembrava parcialmente do que tinha ocorrido. Ele olhou para James, a voz tremendo, perguntou em um sussurro:


- Eu matei alguém?


James fez sinal negativo e quase sorriu ao ver o rosto aliviado do amigo. Mas não conseguiu responder a próxima pergunta: "O que aconteceu?". Ele desviou os olhos quando Sirius começou a contar, enfatizando a sua culpa. James nunca iria esquecer a cara de decepção de Remus. Ele parara de falar com eles por semanas, James parara de falar com Sirius, apenas Rabicho fazia as interlocuções entre um e outro. Foi o pior mês da vida de James, ele não falava com Sirius, Remus falava o estritamente necessário com ele, Peter mal conseguia se dividir em três. Ele havia perdido o primeiro jogo como capitão, por besteira, gritara com o time inteiro, até fazer um dos seus artilheiros chorar. Ele havia gritado com Lily, após provocá-la maldosamente e descontara sua raiva em Ranhoso, que lhe rendera uma bela detenção, que para melhorar, não havia a companhia de nenhum dos seus amigos, nem no espelho de dois sentidos.


E foi neste clima que os marotos se separaram para suas férias de Natal, mas um pouco antes da meia noite do primeiro dia, Sirius bateu em sua porta, molhado da neve que caia, seu malão ao seu lado e uma cara arrependida. O gelo que James vinha dando derreteu imediatamente ao puxar o amigo para dentro. Sirius havia fugido de casa.


Os marotos voltaram a ser o que eram, antes mesmo do fim das férias de Natal. E James via o resultado disso na sua frente: Remus, um lobisomem muito mais calmo e sociável, apesar de muito maior do que a primeira vez que o tinha visto. Sirius continuava o mesmo cabeça quente de sempre, porém bem mais consequente do que antes. Peter, outrora tímido, se tornava cada vez mais confiante.


E foi assim que eles se encontraram na sua primeira noite de seu último ano letivo em Hogwarts, Remus pareceu os reconhecer e eles logo saíram dos túneis, confiantes. James voltou a sentir a brisa fresca do fim do verão. A lua cheia brilhava no seu clareando os jardins e esquadrinhando o castelo. Remus uivou para a lua, acompanhado por Sirius.


Sirius correu em direção a floresta latindo alegre, Remus o seguiu, assim como Peter. James esperou por um minuto e se permitiu vislumbrar os amigos, mas um latido de Sirius o fez galopar floresta a dentro, o deixando com a sensação de liberdade que geralmente só experimentava nestes momentos ou sobre uma vassoura.


 

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Comentários (2)

  • Talisman José da Silva Moraes

    falo de erro de português e escrevo longo com "m". hehehe

    2016-06-07
  • Talisman José da Silva Moraes

    Mais uma vez, outro excelente capítulo! Mas vão aqui algumas sugestões: 1- Acho que essa relacão Lily/Tiago poderia ser um pouquinho melhor trabalhada. Afinal de contas, não podemos esquecer que foram 6 lomgos e turbulentos anos repletos de gritos e xingamentos. Ela aceitar mudar assim, de forma tão rápida, não sei se é a melhor idéia. 2- Sempre tive curiosidade, confesso, em saber como foi a "relacao" marotos/centauros, já que eles não raras vezes adentraram a floresta proibida. Vaidade de leitor, apenas. Mas você poderia fazer esse agrado? ;-) 3- E por último: Volto a dizer, gostei muito da sua história. A leitura flui fácil, mas creio que seria uma boa se você arranjasse alguém para revisá-la, pois a cada capítulo mais erros de português ou o excesso de trabalho em produzir e revisar acabam por passar batido alguns erros. No mais, esperando ansioso pelo próximo capítulo!

    2016-06-07
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