Princípio da Incerteza



2º capítulo – Princípio da Incerteza


 


“A vida não é uma seqüência linear de erros ou acertos, mas sim uma estrada tortuosa e cheia de curvas perigosas, uma linha torta e cortada por erros e acertos. O que você acha certo pode até não ser tão errado, mas premeditar razão também é motivo de discussão vencida. Confuso? Não se preocupe, vai piorar.”


 


Gina Weasley


 


 


SEIS ANOS ATRÁS...


 


 


-Mais rápido – Gina pediu com um sorriso.


 


-Jura que estamos fazendo isso agora? – Colin comentou enquanto cortava as ruas de Londres a toda no pequeno conversível de seu pai azul – O que foi que você disse aos seus pais?


 


-Colin, não sou mais um bebê – Ginevra revirou os olhos com impaciência, queria chegar logo – Já fiquei uma semana em casa. Estamos formados, nada mais vai me segurar.


 


-E o lance em Paris? – ele perguntou astutamente.


 


-Não me pergunte isso agora... – ela suspirou – Dependendo do que ele disser... Eu vou mudar todos os meus planos. Já está decidido.


 


-Tem certeza que ele vai estar em casa? – Colin perguntou enquanto buzinava sem parar. Ele não tinha realmente uma carteira de habilitação ainda, mas sequer hesitara quando sua melhor amiga apareceu na porta de sua casa, apenas uma semana depois de terem voltado de Hogwarts. Finalmente formados.


 


-Eu não sei – ela olhou ansiosa para o caminho. Os óculos de sol pretos cobrindo os olhos arregalados. Colin era um péssimo motorista – Você sabe que a vadia da Lexie nunca me falava nada dele... E eu também não perguntava. Só sei o que saia nos jornais.


 


-Pelo menos você sabe que ele passou o último ano vadiando em Londres.


 


 Gina não respondeu, estava ansiosa demais com toda a situação. Vinte minutos depois pararam na frente da Mansão Malfoy, cinco minutos depois foram finalmente autorizados a entrar. Colin parou na porta, um sorriso confiante.


 


-Vai lá sua louca, te espero aqui.


 


-Sim sim! – Gina sorriu e quase correu até a porta.


 


 ***


 


 


DIAS ATUAIS


 


 


 As cortinas se agitavam violentamente enquanto o vento entrava pela porta dupla da sacada com vista para a Torre Eiffel. Alguns feixes de sol batiam no lustre de cristal, criando desenhos nas cores do arco-íris, uma dança das cores nas paredes pintadas de branco. Era possível observar um par de sapatos masculinos, perto do banheiro, e um par de sandálias de salto altíssimo, jogadas com pressa no meio do quarto.


 Algumas peças de roupas encontravam-se espalhadas pelo chão, um vestido descansava nas costas de uma poltrona branca com pés dourados. Em cima de uma penteadeira, uma pequena e delicada clutch estava parcialmente aberta, deixando a mostra um batom vermelho sangue e o pequeno celular branco.


 Um casal dormia pacificamente na imensa cama com dossel e oito travesseiros. O homem era loiro e pra lá de lindo, a garota estava deitada de bruços e era ruiva.


 


Trim... Trim... Trim... Trim..


 


 Tropeçando em tudo, a garota se enrolou no lençol e correu até o telefone instalado perto da sacada aberta. Ela tremeu levemente com o vento acariciando suas costas.


 


-J‘ai besoin d‘un médecin – murmurou para si mesma enquanto tentava avaliar o tamanho de sua ressaca. As festas de segunda eram sempre matadoras - Bonjour... – murmurou sonolenta quando atendeu o telefone.


 


-Bom dia francesinha fresca! – Faith gritou animada do outro lado da linha – Já acordada?


 


-Pardon – ela continuou, ainda sem assimilar que estavam conversando em inglês, e não francês - Comment tu t‘appelles?


 


-Inglês, por favor – Faith riu alto – Você ainda está bêbada Ginevra?


 


-Faith... – ela finalmente entendeu – Pardon... Desculpe... Estou com a maior ressaca do mundo. E estou confundindo as duas línguas... É cedo demais.


 


-Bem, eu tenho a notícia do momento para te dar.


 


-Oui, diga – Ginevra se virou e observou Eric dormindo pacificamente em sua linda cama com dossel. Seu alemãozinho de 1,90 de altura, sorriu – Qual a emergência?


 


 ***


 


 Scarlett amava Paris mesmo às oito e meia da manhã, enquanto toda a bebida ingerida na última noite explodia em sua mente. Se Max não tivesse dado uma festa, e ela não estivesse sofrendo com uma ressaca tão monstruosa, provavelmente estaria de pé, correndo.


 Sua corrida matinal era só uma das manias que adquirira nos últimos anos, como uma apaixonada moradora da Cidade Luz.


 Max morava tão perto de seu apartamento, que ela nem se preocupara em pedir um táxi, apenas pulou os corpos caídos no chão e saiu.


 Nada de caminhada de vergonha, mesmo com os saltos altos e o vestido razoavelmente curto, já que a maquiagem tinha sido tirada com eficiência. Liar Liar, do Avicii, explodiu quando seu celular começou a tocar insistentemente.


 


-Scarly meu bem, está acordada? – a voz de Pansy estava irritantemente alta e animada.


 


-Sim – ela sorriu – Estou indo pra casa agora, passando pela Torre Eiffel nesse exato momento – Scarlett observou o cartão postal da cidade, já cheio de turistas – Mas qual o motivo dessa ligação nesse horário?


 


 Scarlett estava sorrindo quando desligou o telefone. Cinco minutos depois, quando abriu a porta de casa, avistou Ginevra saindo da cozinha enrolada em um roupão bordado que Hermione dera para as duas quando Ginevra foi morar com ela.


 


-Cadê o meu roupão? – Scarlett se jogou no sofá e roubou a caneca de chá nas mãos de Gina – Ele sumiu.


 


-Sei lá – Gina deu de ombros e recuperou a caneca – Eric está dormindo como uma pedra – sorriu – Nem acordou quando Faith me ligou.


 


-Aposto que é a mesma notícia que acabei de receber – as duas se encararam e riram, cúmplices – Finalmente! – exclamaram juntas.


 


-Já era hora – Ginevra completou.


 


 ***


 


 Blaise Zabini lançou um sorrisinho safado para a nova recepcionista enquanto se aproximava para pedir um favorzinho. Ela olhou embasbacada para o Dr. Gostoso de Olhos Azuis.


 


-Como vai, doutor? – ela piscou rapidamente – Posso ajudá-lo em algo?


 


-Certamente – Blaise se inclinou no balcão, o sorriso intacto – Preciso saber o horário do intervalo do dr. Weasley.


 


 Dois minutos depois Blaise estava entrando na cafeteria do St. Mungus. Não foi difícil achar Rony, já que os dois sempre se sentavam na última mesa, perto da parede de vidro com vista para o Beco Diagonal.


 


-Fala Cabeção Ruivo – Blaise puxou uma cadeira e acenou para a garçonete – Já vi que você está revoltado.


 


-Tive que ficar na porra do primeiro andar hoje – Rony reclamou – Alguém faltou, para variar.


 


 Ele odiava quando algum médico faltava e era obrigado a ficar no térreo cuidando dos problemas corriqueiros da vida, como crianças que tentavam voar sem nem sequer saber andar, ou donas de casa desastradas que se machucavam tentando limpar a própria cozinha. Seu andar preferido era o quarto, em que tratava Danos por Magia.


 


–Não se preocupa não, ano que vem já seremos médicos realmente, sem essa palhaçada de residência.


 


-Não vejo a hora de poder escolher o andar em que quero trabalhar – Rony continuou enquanto olhava o cardápio. Puro costume. Pediam sempre a mesma coisa – Você vai querer o quarto andar também, não é?


 


-É o melhor – Blaise deu de ombros – Soube que o Goodwill decidiu ficar no segundo andar, o de Acidentes Mágicos.


 


-Desde a faculdade falo que esse cara não é normal – Rony balançou a cabeça. No mesmo instante seu celular começou a tocar – Fala Harry!


 


 ***


 


 O Caribe era uma coisa realmente maravilhosa, ela decidiu enquanto se ajeitava na cadeira de tomar sol. Seu russo delicioso e milionário gostava de escolher os melhores entre os melhores hotéis, então ela podia contar com serviço de quarto, de praia, SPA e tudo mais que pudesse desejar.


 Terminou o drink gelado que algum funcionário deixara ali e resolveu dar um mergulho no mar cristalino. Sua pele estava mais morena do que tinha estado em qualquer época da sua vida, e seus cabelos tinham adquirido um tom castanho bem claro, misturado com perfeição às luzes feitas na Costa Rica, um mês atrás.


 Quando voltou, com aquela sensação deliciosa de cabelo molhado e pés na areia, encontrou Brosh sentada na cadeira do lado, um sorriso no rosto perfeito de playboy.


 


-Oi – ele sorriu calorosamente para a namorada - Pensei em mudarmos de ilha amanhã. Precisamos aproveitar enquanto o papai não percebe que não estou na Rússia.


 


 Ela revirou os olhos sem que ele percebesse, graças aos óculos de sol espelhados que usava. Zéllie já tinha namorado alguns playboys, e amava-os, é verdade, mas também odiava o jeitinho dependente e pedante que a maioria simplesmente não conseguia deixar de ter.


 Claro que ela apreciava o fato de que ele tinha fugido com ela, trancando a faculdade e ignorando as responsabilidades. Ela amava, e também odiava isso. No fundo, Zéllie sabia que cedo ou tarde teria que encarar a vida adulta.


 E esse tal vida certamente não seria passar meses viajando de praia em praia, uma busca incessante pelo verão e pela vida mansa.


 Talvez pudesse fugir de Brosh e se esconder em Paris por uns tempos. Scarlett e Ginevra eram as anfitriãs das melhores festas naquela cidade.


 


-Brosh... – começou, sendo interrompida pela celular.


 


 “Rainha” piscava na tela enquanto tocava Summer, do Calvin Harris – GINA! – gritou animada – Estava pensando em você agora mesmo. O quê? QUEM VAI CASAR?


 


 ***


 


 Colin andou distraidamente pelas ruas de Cairo, no Egito, sem se dar conta de que o celular tocava insistentemente no bolso da calça. Depois de tanto viajar como correspondente de vários jornais e se tornar um jornalista político, Colin estava pensando seriamente em voltar para casa e tentar o Profeta Diário, ou até mesmo o Pasquim, que Luna tinha tornado um brilhante jornal.


 Entrou em um pequeno restaurante, já apinhado de turistas em busca de ar condicionado. Procurou uma mesa vazia com os olhos, e foi quando viu uma mão lhe acenando. Com um sorriso, foi até a mesa de Albert.


 


-Esse lugar está terrível de tão quente – Albert reclamou. Ele e Colin já tinham se cruzado tantas vezes pelo mundo que eram meio que amigos e concorrentes, os dois procurando notícias exclusivas em qualquer canto.


 


-Que saudade de Londres – Colin suspirou – O clima é sempre tão fechado e chuvoso...


 


-Vai sossegar? – Albert brincou – Logo você? Que quase morreu em Cuba, levou dois tiros no Afeganistão e sofreu dois atentados ano passado por ter divulgado as atrocidades daquele ditador do inferno?


 


-É sério cara – Colin olhou para longe, o olhar meio perdido – Chega de riscos, eu quero é minha boa e velha Londres.


 


 Nesse momento, ele percebeu que o celular estava tocando. Era Hayden.


 


 ***


 


 Hayden recolheu o equipamento de esqui e foi andando até o restaurante mais próximo. Ele precisava comer alguma coisa ou ia cair morto.


 


-Parece que a galera toda em Londres já está sabendo – ele estava contando para Colin – Brooke me ligou pra contar. Cara, eu acho que ela ainda está na sua.


 


-Não começa Hayden – Colin riu do outro lado da linha – Agora me fala o que você está fazendo na Argentina?


 


-Vim pra Bariloche cara – Hayden andou desajeitado pela rua apinhada de gente – Verão na Europa e inverno aqui. Está um frio do inferno, mas eu gosto.


 


-E como vai o programa?


 


-Tenho gravação de sobra para uns vinte episódios – Hayden sorriu – O pessoal da BBC queria umas coisas diferentes, então vim gravar. Bom, quer dizer que teremos um casamento e pelo visto com todo mundo junto de novo.


 


-É – Colin suspirou do outro lado da linha – Essa parte do “todo mundo junto” é que me incomoda profundamente.


 


 ***


 


-Acho que gastei um milhão de euros nos últimos anos só em táxi – Hermione comentou enquanto ela e Dominique saiam de um táxi apressadas – Deus, eu não era tão péssima com horários antes.


 


-Você evoluiu, isso sim – Dominique sorriu divertida – Vou sentir tanta falta do nosso lindo apartamento. Sério, meu coração está partido.


 


-Certo, vamos comprar logo isso e despachar nossas coisas pra Londres – Hermione abriu a porta giratória e entrou – Me falaram que eles são os melhores. Vão mandar tudo de avião.


 


-Somos bruxas – Dominique sussurrou – É um absurdo o Ministério da Magia daqui dar apenas uma chave de portal para nós duas. Eles bem que podiam ajudar com as bagagens.


 


-Jura mesmo? – Hermione riu divertida – Eles têm mais com o que se preocupar.


 


-Onde nossas coisas vão ficar? Nem achamos um lugar pra morar ainda – ela suspirou – Isso é um desastre.


 


-Na casa dos meus pais, é claro. Nossas coisas e nós vamos ficar até acharmos um apartamento – Hermione olhou com desânimo a pequena fila – Será que a Pansy vai pedir para fazermos o vestido dela? É bem capaz dela comprar de alguma estilista esnobe e fracassada, mas bem careira.


 


-O Harry vai casar com a Parkinson – Dominique suspirou e balançou a cabeça levemente – Acho que nunca vou me acostumar com isso.


 


 As duas riram.


 


 ***


 


-Cacete isso é cedo demais, maldito capitão – Theodore reclamou enquanto se arrastava no campo de quadribol do Chudley Cannons – Como você poder estar todo felizinho nove da manhã quando formos dormir as cinco?


 


-Theo, eu sei das minhas responsabilidades – Huxley comentou com um enorme sorriso no rosto – Só estou rindo porque acabei de ler a última matéria da Dakota. Uma clara ofensa velada para as irmãs Greengrass.


 


-Vocês se pegaram, não é? – Theodore se jogou na grama, abraçado à nova Firebolt, que tinha aparecido na sua casa ainda cedo – Cara, o Malfoy é o cara.


 


-Eu preciso dar um jeito de encontrá-la – Hux comentou distraído, os olhos fixos na foto de Dakota, no canto do jornal – Espera, não acredito que você trouxe a vassoura hoje? Esconde isso agora!


 


-Merda, esqueci! – Theodore arregalou os olhos enquanto levantava e voltava correndo para o vestiário.


 


 Huxley voltou seus olhos para o jornal e observou a pequena foto de Dakota. Depois pegou o celular e entrou na página do Profeta Diário, fazendo uma busca para achar todas as matérias assinadas por Dakota.


 


 ***


 


 Terrence entrou no escritório renovado. Daphne tinha aparecido na sua casa quase onze da noite, completamente dócil e querendo agradar. O que ela fez, a noite toda. Ele sorriu para si mesmo e cumprimentou os seguranças, a recepcionista, os funcionários, sua secretária...


 


-Bom dia chefinho – Meredith sorriu feliz – Aposto que a dona Daphne Greengrass ainda não te ligou.


 


-Do que você está falando? – ele olhou preocupado para a tagarela loira.


 


-Apenas leia – Meredith, ainda sorrindo, entregou o Profeta Diário nas mãos dele.


 


-Deus! – Terrence arregalou os olhos – Ela está claramente falando da Daphne e da irmã, não é?


 


-Chefinho esperto – Meredith riu alto.


 


 E ela ainda estava rindo quando Harry apareceu. Ele e Terrence tinham imensos escritórios no mesmo andar, e dividiam Meredith como secretária pessoal.


 


-Parabéns chefinho! – ela cumprimentou animada – Posso mandar flores especiais para a senhorita Pansy?


 


-Você é a melhor! – Harry sorriu para a secretária. Depois encarou Terren, que ainda não tinha desgrudado os olhos do jornal – Você não vai me dar os parabéns? Jura?


 


-Parabéns cara! – Terren se virou para ele – Almoço para comemorar? Só homens?


 


 -Fechado – Harry se dirigiu para sua sala.


 


-Sabe... – Meredith comentou como quem não queria nada – Ouvi de uma amiga próxima que a senhorita Scarlett Sorley está voltando definitivamente.


 


-E? – Terren olhou carrancudo para ela.


 


-Bem, eu só comentei porque toda vez que ela vem pra Londres, o que é muito raro, você altera toda a sua agenda só para encontrá-la – ela piscou, cúmplice – E nós bem sabemos que ela sim é a mulher certa pra você, não a dona Daphne.


 


-Deuses – ele piscou para a secretária, incrédulo – Você é igualzinha minha mãe.


 


 ***


 


 Faith olhou entediada para o relógio na parede. Ela tinha madrugado para chegar à entrevista coletiva que o time da Irlanda daria em Dublin. Ela amava entrevistas coletivas, mais ainda quando envolvia viagens.


 Ignorando os olhares pervertidos de seus colegas jornalistas, ela abriu o celular e ficou conversando com as amigas. Ela ainda estava com uma terrível ressaca, já que todas tinham exagerado na bebida.


 Recebeu uma mensagem de Dakota: “Todos pirando com o noivado Pansy+Harry. As vadias aqui estão com uma inveja lascada.”


 Depois recebeu uma mensagem de Cora e Elle, respectivamente. “Pansy vai fazer o casamento do ano. Espero ser chamada!” e “Pansy acabou de me ligar pedindo meus serviços de paisagista. Vão comprar uma mansão!”


 Depois de responder todas, fechou o celular e suspirou longamente. Tédio... Então, só para se distrair concentrou toda a sua energia em um imenso painel de metal e soltou lentamente prego por prego. O barulho ensurdecedor causou gritaria e confusão. Ela sorriu, podia não ser mais a garota má, mas ainda gostava de se divertir um pouquinho.


 


-Mas que droga! – Aspeth Ryan reclamou alto.


 


 Ela era a modelo irlandesa do momento, uma total fresca que, por acaso, estava usando o time para se autopromover. Ela era também, por acaso, vista frequentemente com Tad Nott em New York. Não que Faith a odiasse por isso, claro que não. Tad podia sair com quem quisesse. Faith só não gostava da modelo, e pronto. Ahã!


 


 ***


 


 Lexie saiu do táxi na porta da Barneys. Agora que sabia que ia voltar para Londres, estava aproveitando cada tempo livre para sair com as amigas de lá ou comprar roupas e bolsas. Uma viciada total.


 


-Hei! – ela ouviu a saudação e se virou, quase trombando com um turista alemão que olhava embasbacado a fachada da loja – Cuidado aí Branca de Neve – Tad piscou divertido enquanto falava o apelido – Esqueci do Malvada, não é?


 


-Tad! – ela riu deliciada e o abraçou – O que está fazendo por aqui?


 


-Resolvendo umas coisas antes de voltar para a terra da chuva – ele sorriu. Estava, se é que era possível, ainda mais bonito.


 


-E olha você – Lexie sorriu – Todo adulto e arrumadinho de terno de três peças.


 


-Fretei um jatinho pra sair na sexta a noite – ele comentou – Vai comigo.


 


-Sério? Eu vou sim, ia comprar minha passagem hoje – ela suspirou – O Ministério da Magia está um inferno com chave de portal continental.


 


-Eles são uns idiotas. Fiz reserva semanas atrás e me falaram agora que, por alguma desculpa burocrática, está tudo travado – ele cruzou os braços e ignorou o celular tocando no bolso – Quer almoçar mais tarde? Não devo demorar na reunião.


 


-A sua namoradinha doida não vai aparecer? – Lexie riu.


 


-Aspeth está em algum lugar do inferno – Tad brincou – Fica com o seu celular. Assim que eu sair da reunião chamo o motorista e te pego.


 


-Combinado. Até mais tarde.


 


 Os dois se abraçaram de novo, então seguiram seus rumos.


 


 ***


 


 Elisha entrou da redação do Profeta Diário. Ela já era conhecida por lá, e sua popularidade só tinha aumentado desde que começou a organizar a festa anual do jornal. Ignorando as jornalistas nojentas que populavam o lugar, foi para o canto de Dakota. Era uma sala pequena, mas era sua sala e não uma baia sem um pingo de privacidade.


 


-Oi – Eli puxou uma cadeira e se sentou de frente para ela – Estou pirando aqui.


 


-Conta – Dakota fechou a página da internet em que estava e encarou a amiga – Qual o drama do momento? E eu bem vi hoje de manhã a sua conversinha com o Rony ontem no facebook.


 


-Ignore aquilo, por favor – ela suspirou, dramática – Os gêmeos adoram me fazer passar vergonha. Mas então... Pansy me ligou hoje. Ela quer que eu a ajude com a festa.


 


-Uau! Isso é muita responsabilidade Eli, eles são o casal mais popular da Inglaterra. O mundo está em polvorosa hoje, e olha que eles moram juntos há tempos – Dakota sorriu, tentando encorajá-la – Você vai dar conta, tenho certeza.


 


-Eu preciso dar conta, se eu estragar isso meu nome vai pro lixo – ela cruzou as pernas e se ajeitou na cadeira – Certo, desabafei. Agora me conta dessa revolta com as Greengrass.


 


-Aquela Daphne ridícula ameaçou me processar ontem – Dakota falou indignada – Mas você viu que não citei nomes, então ela não pode fazer nada comigo – ela sorriu malvada – Já recebi uma ligação do Terrence. Pelo menos ele achou divertido.


 


-Quero ver você rir quando as duas crias do mal invadirem a redação – Elisha balançou a cabeça e riu – Você é doida.


 


 ***


 


 Delilah olhou entediada para seu primo Denis e os amiguinhos dele cheios de tesão. Ela não estava em Londres nem há uma semana e já estava de saco cheio de todos eles. Com um longo suspiro, soltou a trança e deixou o cabelo loiro cair suavemente em suas costas. Willa estava de olhos fechados, tomando sol.


 


-Hei – ela chamou sussurrando – Vamos cair fora daqui?


 


-Jura? – Willa abriu um olho só – Você conhece mais alguém que tem uma piscina desse tamanho? Não né, então sossega.


 


-Droga! – ela reclamou e se jogou na cadeira de tomar sol – Quando Denis nos chamou eu não pensei que fosse trazer esses amigos da faculdade.


 


-Você só está decepcionada porque pensou que os garotos de Londres não fossem tão imaturos.


 


-Bem... Eu certamente estou decepcionada – Delilah puxou o celular da bolsa e começou a rolar os números que tinha na agenda – Sabe quem eu adicionei ontem? A Gina. Ela está lindíssima Wi, você tem que ver.


 


-Continua rainha malévola?


 


-Isso eu não sei – Delilah sorriu divertida – Mas espero que sim, porque ela me disse que está voltando para Londres. Pelo menos para passar o verão.


 


-Medo dessa garota – Willa sorriu.


 


-Definitivamente medo. Mas se tem alguém que pode queimar essa cidade até o chão, é ela. Esse verão vai ser o melhor de todos.


 


 ***


 


 Pansy ainda estava admirando o anel quando Draco entrou em sua sala. Ela já até sabia do que se tratava e não tinha nada com seu recente noivado. Ela sorriu quando ele puxou uma cadeira e se sentou de frente pra ela, tecendo comentários agradáveis sobre quão feliz ele estava com o noivado.


 


-Demorou, mas finalmente arrancou um diamante do Potter – ele sorriu levemente.


 


-É lindo, não é? – ela esticou a mão para que ele pudesse dar uma olhada – Cartier, do jeitinho que eu sempre sonhei. Só não é maior do que aquele anel que você comprou para a... Você sabe quem – ela riu sozinha – O que você fez com aquilo? Devolveu, vendeu?


 


-Sim – ele respondeu simplesmente. Depois continuou – E então? Falou com a Scarlett por esses dias?


 


-Falei hoje mesmo – Pansy o olhou atentamente. Toda semana era a mesma coisa, ele fazendo cuidadosas perguntas sobre Scarlett, provavelmente querendo saber da rainha má. Não que alguma vez ele tivesse sido direto sobre o assunto.


 


 Era estranho. De um lado parecia que Draco continuava ligado nela, mas por outro lado... Ele aparentava a maior frieza do mundo.


 


-E então? Ela vem para o noivado? – ele mexeu distraidamente numa caneta que estava na mesa – A propósito, quando será a festa?


 


-Sábado que vem – ela sorriu – Eu já meio que sabia do pedido, então tudo estava organizado.


 


-Você é assustadora – ele comentou, incrédulo.


 


-Ela vem.


 


-Quem? – ele parou de respirar por alguns segundos.


 


-Scarlett – Pansy abriu um sorrisinho maldoso – Pensou que eu estivesse falando de quem?


 


-Ninguém – ele levantou e se virou para ir embora. Quando já estava fechando a porta Pansy o chamou – O que foi? – perguntou.


 


-Ginevra também vem.


 


 Ele não respondeu nada. Apenas se virou e foi embora.


 


 ***


 


 Gina olhou distraída a tela em branco. Em algum momento de seu sétimo ano, ela não lembrava exatamente qual, a pintura se tornou um pedaço de sua alma.


 Ela gostava de pensar que isso preenchia o vazio que Draco tinha deixado, mas até mesmo seu duro coração sabia que esse vazio jamais seria preenchido. O apartamento era ridiculamente grande, talvez por isso Scarlett tivesse convidado-a para morar com ela, e Gina tinha seu próprio estúdio.


 


-Hei! – Scarlett bateu na porta e entrou – Seu alemão já foi embora?


 


-Sim – ela sorriu e se virou para a amiga – E então, o que decidiu?


 


-Meus pais ligaram dando um ultimato – ela suspirou – Assim que o verão terminar vou começar a trabalhar em Londres.


 


-Os meus também me ligaram – Gina comentou – Bem, Rony e Blaise nos convidaram para ficar no apartamento deles durante o verão. O que você acha? Podemos ir pra Londres, ver se gostamos ou não... Da minha parte já sei que, se eu não me acostumar, volto pra cá.


 


-Tem a cobertura do papai – Scarlett explicou – Podemos ficar lá, bem mais privacidade. Esse apartamento aqui vamos deixar vazio, e no final do verão decidimos o que fazer. Se você quiser voltar fica aqui, se não quiser... Acho que vou acabar vendendo. Não sei.


 


-Vamos começar a empacotar as coisas então... Ver quais móveis mandamos pra lá e quais deixamos... – as duas se olharam com um silêncio reconfortante – Vai dar tudo certo, não é?


 


-Você sabe que sim – Scarlett levantou e se dirigiu para a porta – Pansy vai dar uma festa de noivado no sábado a noite... O próximo sábado. Temos quase duas semanas por aqui ainda.


 


-Jura? Vamos fazer uma entrada triunfal? Eu não vejo a maioria deles há mais de seis anos...


 


-Rainha, você nunca foi covarde – ela brincou – E nós bem sabemos de quem você está falando. Vai ficar tudo bem, tenho certeza.


 


 Gina olhou atordoada para a tela, a mente girando por todos os lados. Tantos anos passados e ela ainda assim sabia que não estava preparada para vê-lo. Talvez não fosse estar preparada nunca. Especialmente sabendo que ele estava saindo com Astória Greengrass.


 


 ***


 


-Você é a vergonha da família – Fred anunciou em alto em bom tom enquanto se juntava ao grupo na mesa.


 


-Uma vergonha gigantesca e cabeçuda – Jorge comentou, arrancando risadas dos presentes.


 


 Como era o almoço de comemoração do noivado, Terrence tinha convidado todos os amigos e até os que não declarariam amizade nem sob tortura, como Draco.


 


-Parabéns Harry! – os gêmeos disseram juntos, um enorme sorriso em seus lábios.


 


-Do que vocês estão falando? – Rony olhou irritado para os irmãos.


 


-Elisha, é claro – Blaise respondeu por eles – Você é tão lesado quando o assunto é mulher.


 


-Ela não quer nada comigo – Rony protestou – Não vou me arrastar atrás dela.


 


-Quem é a mulher inteligente que não quer você? – Draco perguntou com um sorrisinho cínico enquanto ocupava uma cadeira.


 


-Elisha – Harry comentou – A propósito, a vassoura é incrível – ele abriu um imenso sorriso.


 


-Sim, você é o melhor – Blaise e Rony agradeceram.


 


-Vocês foram insuportáveis ontem – Draco reclamou – Se vazar alguma foto pra imprensa estarão todos mortos. Já sabem!


 


-Sim, bem... – Fred comentou com um sorrisinho sardônico – Vamos fingir que o fato da Scarlett postar que Gina apoiava minha campanha não teve nada a ver com a repentina mudança de opinião.


 


 Um estranho silêncio cobriu a mesa, todos esperando a resposta de Draco. Por fim ele abriu o cardápio e decidiu ignorar a todos.


 


-O maior otário de Londres – Terrence sussurrou para Harry, arrancando gargalhadas dos presentes. E um gesto bem feio de Draco.


 


 ***


 


 Na sexta, todos começaram a chegar a Londres. Hayden foi do aeroporto direto para a casa de seus pais. De lá, seguiram para o apartamento que a BBC tinha alugado para ele. Era bem maior que o esperado, o que só confirmava seu plano de chamar Colin para ficar por ali, durante a estadia dele em Londres.


 Depois de despachar os pais, dizendo que ia dormir, tomou banho e desfez algumas malas. Por fim, entediado, percorreu todo o apartamento. Lá fora o sol brilhava intenso, anunciando uma esplêndida sexta-feira. Ligou para Colin, mas o celular dele estava desligado. Falou com Miguel Corner, que agora jogava no Chudley Cannons, depois com Spencer Travis, que estava viajando por aí, e ligou para seus antigos colegas de Hogwarts. Todos estavam ocupados, cuidando de suas vidas. Já ele tinha um mês inteiro de absolutamente nada pra fazer. Nem cinco horas em Londres e já estava enlouquecendo.


 Seu celular tocou. Ele olhou no visor e abriu um imenso sorriso enquanto atendia.


 


-Chegou? – Faith quase gritou do outro lado da linha – Acabei de ver sua ligação no meu celular. Eu estava com meu chefe.


 


-Cheguei e estou na beira do tédio – ele resmungou – Salve-me!


 


-Me passa seu endereço – ele quase podia ver o sorriso dela – Estou indo te buscar. Você vai comigo fazer uma coletiva de imprensa.


 


-Coisa boa?


 


-Exclusivíssima – ela sussurrou.


 


-Estarei pronto!


 


 ***


 


 Tad e Lexie saíram do jatinho animados. É verdade que eles não queriam deixar New York tão cedo, mas era também verdade que o sol que os recebeu em Londres parecia um ótimo presságio.


 


-Estamos em casa – ela comentou enquanto colocava seus caros óculos de sol.


 


-Casa – ele murmurou, pensativo.


 


 Tad não era mais a ovelha negra da família, mas não era também a boa ovelha. Ele não sabia ao certo que papel interpretaria nesse verão. Tantas possibilidades.


 


-Que vergonha – ela sussurrou, incrédula – Olha aquilo!


 


 Na saída do desembarque um grande alvoroço tinha se montado. Theodore, Elisha, Pansy e Harry estavam acenando desesperadamente.


 


-Sim – Tad sorriu novamente – Casa – desse vez ele afirmou.


 


 ***


 


 Gina olhou impaciente enquanto Eric embalava algumas telas em branco. Ela não gostava de tê-lo em seu estúdio, já que ali era seu santuário, mas dessa vez foi preciso.


 


-Eu não queria que você fosse – ele reclamou – Você jura que volta depois do verão?


 


-Eric, eu já disse que volto se não me acostumar com Londres – ela olhou condescendente para ele – São poucas semanas. Não seja dramático.


 


-Você pode ficar comigo na Alemanha, não pode? – ele sorriu e a abraçou – Aí você conhece minha família. Tenho certeza de que eles vão amar a minha rainha.


 


 Gina ia respondeu quando Scarlett entrou como um furacão. Um furacão bem bonito mesmo em roupas de corrida.


 


-Ainda choramingando pequeno Eric? – ela deu um sorrisinho cínico – Sua Ginevrinha vai abandoná-lo?


 


-Ela vai ficar comigo na Alemanha – ele falou enquanto abraçava a namorada ainda mais apertado.


 


 Sem que ele se desse conta, Gina fez sinal de socorro para Scarlett. As duas gargalharam alto, enquanto Eric olhava tudo sem entender.


 


 ***


 


-Você tem uma máquina mortífera – Hayden brincou enquanto pulava no pequeno conversível de Faith. Ela estava com uns óculos de sol vermelhos bem estilosos. O cabelo preso daquele jeito que ele sempre via nas meninas na Austrália, um coque cheio de coisinhas.


 


-São tranças – ela o corrigiu, indignada – Não coisinhas. E falando nisso, você está bem gato. O que houve?


 


-Não venha com essa – ele começou a mexer no rádio – Eu sempre fui gato, isso é um fato. Você que está toda gatinha e com cara de má. Gina te contaminou em Hogwarts.


 


-Não éramos más – ela sorriu – Apenas nos divertíamos.


 


-Sei – ele cruzou os braços – Jura que você está ouvindo The Kooks? Que lixo!


 


-Essa música é perfeita – ela cantarolou Naive por alguns segundos – Você vai simplesmente adorar. Sei que seu programa é de esportas radicais, mas você foi um capitão de quadribol tão maravilhoso que merecia isso.


 


-Miguel está lá, não é? – Faith confirmou – É verdade que o Nott comprou o time?


 


-Sim – ela suspirou, incomoda – Essa coletiva é para falar sobre as mudanças no time. Como o Tad ainda não está em Londres, quem vai presidir é alguém da diretoria.


 


 ***


 


 Draco olhou entediado para os presentes na reunião. O pessoal do marketing não conseguia agradá-lo com nada, e ele já tinha mudado a campanha de lançamento da nova Firebolt umas mil vezes.


 


-Ele está atacado – um dos projetistas da vassoura comentou aos sussurros.


 


 Draco continuou olhando fotos e mais fotos, indeciso, irritado. Algo tinha acabado com seu humor na última semana. Ele gostaria de dizer que não sabia o motivo, mas sabia exatamente o que o perturbava. Não que ele fosse se abater. Draco era um homem agora, não mais o menino apaixonado. Era um empresário de sucesso, com mais dinheiro do que poderia sonhar gastar.


 Era também um perfeito lorde, não tinha se envolvido em briga nenhuma após seu selvagem verão em Londres. Naqueles meses, recém formado, Draco tornou-se tudo o que não era mais. Ou ao menos pensava assim.


 


-Não gostei de nada – ele olhou Pansy, que tinha acabado de chegar na reunião.


 


-Desculpa – ela sussurrou – Fui buscar a Lexie.


 


-Tudo bem – ele suspirou, depois se virou para toda a equipe – Me tragam algo descente até o final do dia.


 


 E a reunião estava encerrada.


 


 ***


 


-Que saudade desse lugar – Lexie murmurou enquanto ia tirando fotos da incrível vista do apartamento de Elisha – Jura que vai me querer como companheira de apartamento? Morar sozinha tem suas vantagens.


 


-Já disse quinze mil vezes que sim – Elisha respondeu distraída, os olhos fixos na planilha que estava montando – Pansy escolheu a flor mais chata do mundo, e me fez organizar uma festa de noivado em menos de uma semana.


 


-E onde será o grande evento?


 


-Na casa dos seus pais – Elisha levantou – Falando nisso, tenho que ir lá ver as coisas. Vem comigo?


 


-Claro. Se minha mãe souber que cheguei e não fui direto para casa ela me mata – as duas sorriram, cúmplices – Estou feliz por ter voltado Eli.


 


-Eu também.


 


 ***


 


 Zéllie colocou os óculos de sol no topo da cabeça e apreciou a vista. O céu e o mar pareciam a mesma coisa, tudo tão formoso que seu coração doía só por pensar em ir embora.


 


-Malas prontas – Brosh a abraçou por trás, dando mil beijinhos em seu pescoço – Podemos esticar. Não quer?


 


-Acho que não – ela suspirou – Hora de ir pra casa. Você vai direto para a Rússia?


 


-Serei obrigado – ele confessou – Meu pai mandou um longo email falando sobre várias coisas, inclusive a empresa.


 


-Bem, que pena – ela quase não segurou o sorriso. Brosh era uma graça, mas ela não via a hora de ficar um pouco sozinha, cuidando de sua própria vida. Desde seu longo namoro com Hayden, no último ano em Hogwarts, ela não tinha passado tanto tempo com alguém com passara com Brosh – Nossos vôos saem no mesmo horário?


 


-Não sei porque você não me deixou te fretar um jatinho – ele reclamou – Vôo comercial é perigoso.


 


-Não fala bobeira – ela revirou os olhos e se virou para sair do quarto – Vai você no seu jatinho e eu vou de executiva. Rapidinho chego em Londres.


 


-Seu irmão vai te buscar?


 


-Provavelmente meus pais – Zéllie mentiu. Eles nem sabiam que horas ela chegaria em Londres – Ou ele. Quem sabe.


 


 Zéllie deixou que Brosh segurasse sua mão durante todo o caminho. Não que ela estivesse prestando atenção nele.  Nada disso, seus olhos estavam no mar. Ela nem tinha ido embora e já sentia saudades.


 


 ***


 


 Colin era a imagem do viajante quando parou um táxi na saída do aeroporto. Seu irmão Dennis deveria ter ido buscá-lo, mas, segundo Delilah, quem atendeu o telefone, estavam todos bebendo na piscina. Ele não era de carregar muita coisa, e acabava sempre mandando para a casa dos pais o que ia comprando no meio do caminho.


 Ele olhou, embasbacado, a sua amada cidade. Quando mais novo, Colin era um grande fã das certezas da vida. Não mais. Agora ele era adepto do princípio da incerteza, da vida sem rumo, do encanto do novo.


 Ainda que, se olhasse bem para seu próprio coração, veria que ele chamava apenas um nome, em uma constância desconcertante. Ele clamava por ela. A única que jamais teria. Sua Branca de Neve. Sua Lexie.


 


 ***


 


 Huxley olhou impaciente para o relógio, tentando disfarçar sua irritação para os jornalistas na coletiva. Tad e Theodore já estavam atrasados em uma hora. Ele sabia que seria uma péssima idéia marcar a coletiva tão próxima ao horário de chegada de Tad em Londres.


 


-Eles chegaram – alguém da coletiva murmurou aliviado.


 


 ***


 


 Faith estava olhando Hayden e Miguel Corner conversando em uma das saídas do salão quando a porta abriu e Theodore entrou. Ela sorriu quando ele acenou, correspondendo o cumprimento. Os dois acabavam sempre se encontrando pelos bares da cidade. Até que... Seu coração congelou. A surpresa foi tamanha que ela acabou destruindo, sem querer, uma pequena janela. Com o barulho toda a comoção da multidão reunida mudou de rumo, e ela pode observar, sozinha, Tadwyn Nott.


 Ele andou até a mesa no pequeno palco, inconsciente dos olhares de curiosidade que ia recebendo em sua caminhada. A coletiva foi iniciada e Hayden voltou para seu lugar, ao lado dela.


 


-Não sabia que ele estava por aqui – Hayden comentou distraído.


 


-Não estava – ela respirou fundo, ainda em choque – Deve ter chegado hoje.


 


 Do outro lado do salão Tad tentava não sorrir. Faith fizera a maior cara de choque e não lhe passará despercebido o vidro estourado. Então ela continuava explosiva e perigosa? Ele mataria para saber.


 


-Bom dia a todos – Tad pegou um microfone – Desculpem o atraso, mas acabei de chegar dos Estados Unidos. Chamei todos aqui hoje para responder as muitas perguntas que fizeram por conta da mudança de dono. Uma pergunta por vez.


 


 Um jornalista levantou a mão e fez sua pergunta. E assim sucessivamente. Até que foi a vez dela. Respirando fundo e com um sorrisinho esperto nos lábios, ela soltou.


 


-Você pretende morar em Londres, agora que já disse que vai se manter pessoalmente envolvido com o Chudley Cannons?


 


-Sim, pode-se dizer que voltei a ser um cidadão inglês – ele respondeu com um sorriso.


 


 ***


 


 Rony saiu na porta do St. Mungus para atender o celular com um mínimo de privacidade. O negócio com hospitais é que não tinha, em nenhum momento, um lugar vazio.


 


-Estou em casa criança! – Hermione gritou animada do outro lado da linha.


 


-Já chegaram? – ele sorriu – E suas coisas? A empresa mandou tudo direitinho.


 


-Sim – ela confirmou – Eu e Dominique estamos hospedadas nos meus pais. Depois vamos sair atrás de apartamento.


 


-Vocês podiam ficar lá em casa, não acha? – ele se encostou no muro, nem lembrando que estava usando um jaleco branquíssimo – Temos um quarto de hóspedes, vocês podem dividir.


 


-Não precisa se incomodar. Meus pais estão sendo ótimos...


 


-Otário – Blaise comentou casualmente enquanto dava um tapão na nuca de Rony – Fazendo o que aqui?


 


 Rony olhou feio para ele e pediu licença rapidinho para Hermione.


 


-Estou falando com a minha amiga – ele retrucou, uma mão massageando a nuca dolorida – Ela acabou de chegar e...


 


-Nerd! – Blaise se iluminou em um segundo. Ele roubou o celular da mão de Rony – Pequena nerd, que prazer ter você em Londres.


 


-Blaise – ela falou divertida – Quanto tempo.


 


 Rony tentou roubar o celular e recebeu outro tapa na nuca. Já ia brigar quando o diretor do hospital saiu para fumar um cigarro. Irritado, ele fulminou Blaise com o olhar.


 


-Então, onde você e a adorável Dominique estão ficando?


 


-No momento estou nos meus pais. Mas vamos começar a procurar um apartamento o mais cedo possível e...


 


-Vocês duas têm que ficar lá em casa! – ele a cortou – Sério! Temos um quarto sobrando, grande o suficiente para vocês duas.


 


-Obrigada, mas não Blaise...


 


-Absolutamente – ele a cortou mais uma vez – Não agüento mais ver homem na minha casa, eu certamente apreciarei companhia feminina. Ainda mais de uma pequena nerd estilista e...


 


-Suficiente! – Rony puxou o celular de volta – Hermione ele é um babaca, mas tem razão nisso. Ficar com seus pais? Jura? Vocês voltaram aos quinze anos?


 


-Pede o endereço e diz vamos buscá-las assim que sairmos daqui – Blaise falou.


 


 Rony combinou tudo e desligou o telefone. Depois parou um segundo, pensou e ficou absolutamente pálido.


 


-Aposto que acabou de perceber que a francesinha vai morar com você – Blaise disse as gargalhadas.


 


-Exatamente – ele murmurou – Me prescreva um calmante agora mesmo!


 


 ***


 


 Zéllie sempre tinha sido bonita, era um fato, mas a temporada de viagens a deixara irresistível. Com seu longo cabelo castanho com mechas alguns tons mais claras, olhos azuis vivos e o bronzeado perfeito, ela chamou a atenção de todos os homens em seu caminho pelo aeroporto. Com duas imensas malas e a bolsa caríssima que Brosh lhe dera, ela ajeitou os óculos de sol no rosto e marchou como uma modelo famosa.


 Ela gostava de se ver como uma garota moderna e independente, então não avisar a ninguém seu horário de chegada parecia apenas mais divertido. Podia ir para a casa dos pais, a casa do irmão ou ligar para uma das meninas.


 Seu celular tocou no mesmo segundo.


 


-Oi irmãzinha – Huxley saudou – Quando chega em Londres? Já arrumei o quarto pra você. Só não quero ver você de graça com o Theodore.


 


-Na verdade – ela sorriu – Acabei de chegar.


 


-Como é? Você não me disse isso – ele falou frenético – Fique aí parada e eu vou te buscar imediatamente – seguiu-se uma confusão do outro lado e ela podia ouvir o irmão falando com alguém – Droga Zély, você devia ter me avisado... Não vou conseguir ir agora... Espera! – ela voltou a esperar – Adivinha só irmãzinha, Faith está aqui do meu lado e disse que pode te buscar.


 


 Zéllie combinou tudo por telefone e ficou esperando. Entediada, sentou-se em uma das malas, pernas cruzadas e olhos distraídos no facebook.


 


-Olá – uma voz sussurrou em seu ouvido. Ela pulou assustada e encarou... Hayden – Vem, Faith está parada em fila dupla.


 


-Oi – ela murmurou, chocada com o quão ridiculamente ainda mais bonito Hayden estava pessoalmente – Tão injusto – falou baixinho.


 


-O que? – ele perguntou com um sorriso.


 


-Nada – ela revirou os olhos e foi andando na frente, Hayden indo atrás com as pesadíssimas malas.


 


 Faith estava em um lindo conversível vermelho. As duas gritaram e se abraçaram enquanto Hayden sofria para colocar as malas no banco de trás, já que o porta-malas era uma total piada. Quando viram dois guardas se aproximando com a pior das caras, pularam correndo dentro do carro.


 


-Hei! – Hayden protestou, parado na calçada – Esse é meu lugar – ele falou para Zéllie.


 


-Era, meu bem – ela abriu um gigantesco sorriso.


 


 Revoltado, Hayden se espremeu no banco de trás com as malas. Foi a pior viagem de todas. E, se não fosse o suficiente, elas ouviram e cantaram, todo o caminho, Katy Perry.


 


 ***


 


 Colin olhou, incrédulo, a cena a sua frente. Era quase pior que ver sua priminha Delilah bebendo rodeada de moleques. Quando ele ligou para Hayden, avisando que já estava na casa dos pais, e Hayden avisou que estava indo buscá-lo, ele certamente não esperava aquilo.


 Hayden estava com uma mala uma cabeça maior que seu corpo no colo, e outra espremendo-o no banco. Na frente, Faith e Zéllie eram só sorrisos. Ele não pode evitar sorrir de volta, tinha sentido tanta falta delas.


 Cinco minutos depois, ele estava com a outra mala no colo, e sofrendo silenciosamente com Hayden.


 


-Ao menos se a música fosse melhor... – eles lamentaram juntos.


 


 ***


 


 O céu já estava escurecendo quando Blaise e Rony chegaram. Foram no Escalade de Blaise por causa das malas. Ainda que não comentassem entre eles, os dois estavam visivelmente ansiosos.


 Hermione foi a primeira a sair e ela estava... Linda, muito linda. Blaise respirou fundo enquanto a via abraçar Rony. Dominique veio depois, e por mais linda que fosse, jamais seria a pequena nerd.


 


-Blaise – Hermione se aproximou dele, um sorrisinho nos lábios – Como tem passado?


 


-Muito bem, pequena nerd – ele sorriu e a puxou para um abraço.


 


-Rony! – Dominique quase se atirou nos braços dele, e ele quase teve um ataque do coração – Você está ainda mais alto, e agora é medico – ela sorriu.


 


-Oi – ele murmurou, rezando para não começar a corar e ficar ainda mais ridículo – Você devia ter vindo pra cá antes.


 


-É... – ela suspirou, pensativa por um segundo, depois o mirou com seus lindos olhos – Mas a distância também faz bem, dá história – ela piscou – Agora vocês dois bem que podem pegar nossas malas.


 


-Ela chega causando – Blaise comentou com Rony, fazendo as duas rirem.


 


 ***


 


 Draco terminou a reunião satisfeito. Pansy liberou os funcionários e esperou que todos saíssem da sala. Ela o olhou, preocupada.


 


-Não te via tão estressado desde Hogwarts, sério – ela o olhou com cuidado – Qual o grande problema? É pela festa de sábado que vem?


 


-Não é nada disso – ele suspirou longamente – Acho que estou cansado, preciso de umas férias. E Astória me ligou vinte vezes hoje.


 


-Ela é tão chata quando Daphne – Pansy pegou sua pasta e levantou – Você que não me invente de assumi-la como namorada. Não quero essa garota de madrinha no meu casamento e você já sabe que é o padrinho.


 


-Eu padrinho no casamento do Potter – Draco riu enquanto se levantava – Ironia do destino, não acha?


 


-É a vida – ela sorriu – Vamos embora que hoje é sexta e já passa das sete da noite. Quer sair com a gente? Estamos indo jantar.


 


-Não, acabei convencido a levar Astória para jantar – ele sorriu – Até amanhã Pansy.


 


-Essa garota ainda vai levar você ao altar, vencendo pelo cansaço – ela gritou as costas dele, rindo. Depois ficou séria, já que, definitivamente, não queria ver Draco com uma Greengrass. Bem, pelo menos ele tinha uma semana para conviver com a idéia de que veria Ginevra Weasley novamente.


 


 ***


 


 A sacada da sala também tinha vista para a Torre Eiffel, e aquela noite em Paris estava especialmente quente. Com taças de vinho nas mãos, Gina e Scarlett se sentaram nas espreguiçadeiras, olhos no horizonte.


 


-Não acredito que vamos embora – Scarlett suspirou.


 


-Nossa penúltima sexta em Paris – Gina sorriu – E acho que a primeira sexta na vida que dispensamos uma festa.


 


-Lembra das festas em Hogwarts? – as duas riram – Era divertido sair escondida por aí. O colégio interno é realmente uma coisa única.


 


-Como você acha que todos estão?


 


-Os mesmos... E completamente diferentes. Não sei. Como é que nós estamos? – Scarlett encheu a taça novamente – Eu odiava você.


 


-Sentimento recíproco – Gina brincou – Mas pensando bem, se você não tivesse pirado quando eu fiquei com o Terrence, talvez eu não tivesse começado toda a guerra.


 


-Deus salve a rainha! – Scarlett sorriu - Você não vai pirar, não é? Quando ver o Draco?


 


-Tem uma coisa que eu nunca te contei – ela suspirou e se virou para encarar Scarlett. Lá embaixo, a cidade era uma suave brisa – Quando voltei de Hogwarts, eu fui atrás do Draco. Na casa dele.


 


-O que? – Scarlett arregalou os olhos – Como você nunca me contou isso?


 


-É complicado, não quero lembrar daquilo agora – ela abriu um pequeno sorriso, quase triste – A questão é, daquele dia em diante, eu adotei um princípio. Chama-se princípio da incerteza, uma bobeira eu sei, mas me ajudou bastante. Eu parei de me preocupar tanto com o que queria que acontecesse e aceitei a incerteza do futuro. Quando nos separamos, em Hogwarts, Draco disse que inevitavelmente nos encontraríamos no futuro. Passei meses pensando nisso, como se fosse coisa certa, então entendi que nada é certo. E só depois comecei a viver.


 


-E se o futuro for agora? – Scarlett sorriu – Tanta coisa pode acontecer.


 


-Exatamente – Gina abriu um enorme sorriso – Pode acontecer, mas não quer dizer que vai acontecer. Você percebe Scarly, toda a nossa vida é baseada no princípio da incerteza.


 


 As duas voltaram seus olhos para o horizonte, perdidas em pensamentos. Ah Paris...


 


 ***


 


SEIS ANOS ATRÁS...


 


 Gina saiu da Mansão Malfoy já com os óculos de sol no rosto, mas as marcas de lágrimas ainda eram visíveis.


 


-E então? – ele perguntou baixinho, segurando uma das mãos dela.


 


-Bem... – ela suspirou longamente e depois de um momento de reflexão, decidiu – Preciso ir na Faith pegar minha mala e depois você pode me deixar na estação? Tenho um trem para Paris em duas horas.


 


-Então já estava tudo decidido? – ele olhou impressionado para a melhor amiga – Você ia desistir de tudo por ele? Ia desistir de Paris?


 


-Sim – ela fixou os olhos na estrada, dessa vez nem um pouco preocupada com a direção de Colin – Eu ia desistir de tudo.


 


 Colin não fez mais perguntas, ele apenas a levou e esperou com ela até o trem aparecer. Os dois se despediram, ele partiria para os Estados Unidos em poucos dias.


 


One day we‘re gonna live in Paris / I promise / I‘m on it
When I‘m bringing in the money / I promise / I‘m on it
I‘m gonna take you out to club showcase
We‘re gonna live it up / I promise / Just hold on a little more


 Ginevra chegou a Paris antes do previsto, já que o combinado era só depois do verão, no início das aulas na Sorbonne. A prima de sua mãe, e quem ia lhe acolher, não se importou com a mudança, quando Gina explicou por telefone.


 Ela desceu na estação ferroviária de Paris com uma mala, uma bolsa cheia de lembranças que ela ainda jogaria fora, apesar de não saber no momento, e um coração partido.


 


And every night we‘ll watch the stars / They‘ll be out for us
They‘ll be out for us / And every night, the city lights
They‘ll be out for us / They‘ll be out for us


 


 Foi essa Ginevra que Scarlett encontrou por acaso, momento depois de a rainha ter chegado à Cidade Luz. Scarly estava linda e radiante, já tinha superado Terrence, e estava de malas prontas para Ibiza.


 


-Rainha malévola – ela brincou – Chegando ou indo embora?


 


-Acabei de chegar – Gina respirou fundo e olhou ao redor – E você?


 


-Ibiza – ela deu de ombros – Vou com uns amigos da Sorbonne.


 


-Eu começo lá em setembro – Gina contou, sem nem saber direito porque estava se dando ao trabalho de conversar com Scarlett Sorley, a loira maldosa e irritante que ela tinha prejudicado, mas que também tinha lhe prejudicado em igual força.


 


 Scarlett a analisou com cuidado, pensando em estratégias e jogos de poder, vendo apenas a rainha má. Mas então, quando realmente a olhou, viu que quem estava ali era Ginevra Weasley, não a rainha. E elas não estavam jogando estúpidos jogos de poder no colégio interno, não... Elas estavam em Paris.


 


One day we‘re gonna live in Paris / I promise / I‘m on it
I‘ll find you that French boy, / You‘ll find me that French girl
I promise / I‘m on it


-Meu trem sai em duas horas, quer tomar um café?


 


-Claro – Ginevra concordou. Ela ainda precisava chamar um táxi e descobrir onde morava essa tal prima da sua mãe – E você pode me explicar como achar um endereço.


 


-O que houve? – Scarlett finalmente perguntou.


 


-Um dia eu te conto – Ginevra sorriu, um sorriso sincero e que pegou Scarlett totalmente desprevenida.


 


-Bem, eu até imagino o que é – a loira deu de ombros – Fiquei assim por um tempo. Paris vai te curar, você vai ver só... Quando você menos esperar vai estar viciada em vinho e em olhar a Torre Eiffel. Vai andar em milhões de mercados só para comprar queijo, vai eventualmente se acostumar com os perfumes fortíssimos que eles tanto amam.


 


-Parece uma cidade única.


 


-E é – Scarlett falou entusiasmada.


 


 Elas conversaram por duas horas, até a partida de Scarlett. É certo que no início das aulas Scarly convidaria Gina para morar com ela, que prontamente aceitaria. Uma parceria de sucesso, alguns podem dizer, questão de destino, eu afirmo, ou até, se basearmos no princípio da incerteza de Ginevra, podemos dizer que foi apenas coincidência.


 O que importa é que aquela breve conversa, em um encontro casual em Paris, deslanchou uma amizade duradoura e começou a cura de Ginevra. Assim que ela se despediu de Scarlett, e saiu da estação, pegou um táxi e deixou a bagagem na prima de sua mãe. Depois pegou algumas memórias, algumas cartas (nenhuma foto foi jogada fora, ela guardou todas), colocou tudo dentro de um envelope e saiu por Paris.


 Ginevra apaixonou-se por Paris naquela tarde. Depois de cortar em milhões de pedacinhos o envelope, ela foi jogando fora aos poucos, de lugar em lugar que parava. Talvez por isso ela ame tanto Paris. Ou talvez ela ame apenas Paris por ser Paris, a lendária Cidade Luz. Cidade que a acolheu em um momento de escuridão, mas que devolveu a ela toda a luz que ela precisava para seguir em frente.


 Ah Paris...


 


And every night we‘ll watch the stars / They‘ll be out for us / They‘ll be out for us
And every night, the city lights / They‘ll be out for us / They‘ll be out for us
(Paris – Friendly Fires)


 

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