Segunda parte



– Como foi seu primeiro dia de aula, filho? – pergunta meu pai largado no sofá comendo doritos.
– Tudo um saco, se eu pudesse matar quem inventou escola eu o mataria dentro de uma sala de aula, mais antes ele ficaria vinte quatro horas assistindo aula de matemática, e pra cada questão que ele errasse perderia um membro do corpo.
– Nossa... Que jeito horrível de morrer, ainda bem que ele já morreu há muito tempo – diz meu pai mergulhando seu doritos na geléia francesa da mamãe.
– A mamãe vai te matar, e vai ser bem pior do que minha a minha morte
– Mais é tão gostoso com essa geléia, prove isso – meu pai me deu o pote e o saco de doritos.
– Uau, muito bom mesmo...
– Papai!–Lex correu pros braço do papai e ele se derreteu como sempre.
Minha mãe entrou na sala com milhares de sacolas na mão e mesmo com aquelas coisas penduradas nelas ela nunca perdia sua elegância.
– Não acredito no que eu estou vendo agora, minha geléia francesa com doritos? Gilbert eu não acredito que você teve essa coragem! – grita minha mãe largando as sacolas no chão e pegando a geléia da minha mão.
– Eu não fiz nada mãe, foi ele que teve a idéia – falei com a boca cheia de salgado e apontando o dedo pro papai.
– você é muito engraçadinho mesmo, como se eu acreditasse que essa idéia não viria de você Gilbert, eu te conheço...
– Mais mãe, eu não tenho culpa se essa geléia fica boa com doritos, experimenta isso – falei enchendo a boca da minha mãe de doritos e geléia.
Minha mãe comeu o resto da geléia e doritos que tinha e eu e meu pai não conseguimos comer nada, mais rimos a noite inteira e assistimos TV.
...
Segundo dia de aula não é tão pior quanto o primeiro, mais o meu primeiro dia até que não foi de todo o ruim, caminhei pelos corredores da escola e hoje eu não estava atrasado e agora sei por onde andar descobri no meu segundo dia de aula que a escola não é tão complicada assim de andar, desviei do meu caminho e fui para o banheiro, quando sai de lá dei de cara com um desinformado que não sabe por onde anda.
– Ei cara, calma ai, tem vaso aqui pra todo mundo – falai percebendo depois que quem caiu no chão não foi bem um garoto.
– É o fim, fui confundida por um garoto, tudo bem.
– Sara? O que você ta fazendo aqui?
– Não te interessa, me ajude a levantar do chão
Eu a puxei do chão e a coloquei de pé.
– Foi mal Sarinha e que você anda que nem uma tapada sem olhar por onde anda.
– Cala a boca garoto novato... Olha só isso aqui – diz ela olhando pra ele e percebendo que ele não esta de capuz e está em suas roupas de grife – parece que hoje você veio fantasiado.
– E parece que hoje você ta falando algo além de cale a boca.
Ela se afasta dele e começa a sair do banheiro.
– Espera ai foi mal, só estava brincando, não posso falar nada agora que você acha ruim, desse jeito vai ser difícil ter uma conversa normal com você.
Mais ela correu e ele viu que o caderno dela tinha caído no chão.
...
– E então porque ontem você desapareceu? –me pergunta Jane sentada ao meu lado no fundo da sala.
– Bom, eu não tinha desaparecido senão já teria vários reportares – eu disse com interesse naqueles peitos enormes que Jane tinha e hoje ela estava com uma blusa que deixava aqueles peitos maiores.
Em apenas dois dias naquela escola Gilbert sabia que Jane era uma das mais gostosas da escola e a mais popular entre as amigas delas, mais não poderia ser o contrario, pois a Jane parecia àquelas atrizes pornôs.
– Talvez seja verdade... – ela parou de falar, pois a Sara entrou na sala de aula e estava com os olhos vermelhos mais parece que ninguém além dele tinha percebido isso.
– Vai com calma Rockeirinha – disse a Jane depois que a Sara caiu no chão porque ela pôs o pé na frente dela.
Mais a Sara não fez nada ela se levantou e como se não tivesse ninguém rindo dela, ela foi para o outro lado da sala no fundo.
– Mais porque você fez isso? – eu perguntei incrédulo.
– Não foi por querer, ela que passou em cima do meu pé... – Respondeu a Jane.
Eu me levantei e fui para o outro lado da sala com o caderno dela na minha mão e me sentei numa cadeira na frente dela e me inclinei para ficar de frente pra ela.
– Dizem por aí que quem corre de mais sempre pode cair às vezes – falei sorrindo e girando o caderno dela no meu dedo.
Ela sorriu – Cala a boca, o que você ta fazendo aqui?
– Foi mal, mais e ai esse caderno é seu? – eu disse não parando de girá-lo no meu dedo.
–É e agora pode me dar e caia fora daqui.
– Calma senhora Fullen, porque tanta pressa? – ele disse.
–Ta com algum problema? Deixa-me em paz e suma daqui.
– Não senhora Fullen eu não vou sumir, você vai me desculpar mais depois que você saiu correndo mais cedo e esse caderno ficou pra trás eu não pude deixar de folheá-lo... 
– Me da essa droga de caderno, não gosto que mexam em minhas coisas.
Eu não sabia o porquê mais eu gostava de conversar com Sara, eu nunca me cansava de ver aquele sorriso contido em seu rosto.
– Não sei por que as pessoas não fazem mais isso, essa coisa de girar o caderno do dedo é bem legal – eu disse rindo – ta bom, toma esse caderno que não tem nada escrito nele, serio me responde essa pergunta, como você pode estar aqui sem levar nenhuma bomba?
– E como você pode falar tanto? – me pergunta tirando o caderno da minha mão.
– E quem é esse cara da foto? – perguntei tirando uma foto que estava no caderno e que eu coloquei no bolso da frente da minha calça.
– Será que pode me dar essa foto, agora?
– Te devolvo se me disser...
– É meu pai – antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ela pegou a foto e se fechou naquelas mechas rochas.
Eu voltei pro meu lugar e tentei prestar atenção na aula, aqueles peitos enormes me distraíram a aula inteira. No intervalo não consegui fugir, a Jane me apresentou suas amigas que também era gostosinhas e alguns cara que nem pareciam alunos mais sim lutadores de Boxe. 
Não vi mais a sara nem na escola e nem na aula.
...
– Você ta dizendo sábado? Esse sábado daqui a dois dias? – Eu pergunto pro meu pai que está no seu escritório na frente da tela de seu computador ainda de terno.
– Sim sábado, e preciso que todos estejam aqui na sala para receber os convidados.
– Fala serio pai, já não basta ter de aturar meu tio tenho que aturar esses executivos? 
– Sim isso mesmo, e nem adianta inventar a desculpa to que está cansado ou passando mal por que sua porta do quarto vai estar trancada.
Meu pai era o famoso e empresário Gilbert ketre, o cara tinha não sei quantas empresas espalhadas pelo país e milhares de funcionários mais eu nunca me interessei por isso, tinha perguntado isso ele uma vez e ao invés de me dar uma resposta ele me levou pra conhecer toda a empresa e funcionários, é uma coisa bem chata mais fiz uma cara de que estava gostando de tudo aquilo, depois disso nunca mais perguntei nada pra ele, daquele dia em diante ficava só no aham, é serio quando um pai, mãe ou qualquer pessoa te explica alguma coisa sempre dizemos o aham, é o não to nem aí e nem to escutando o que você ta me dizendo e quando meu pai cisma comigo eu só fico no aham, sempre funcionou.
– Brincadeira isso, inacreditável... – comecei a argumentar.
– É serio isso Ben, você vai ficar na festa e sem nenhuma reclamação, você tem que entender que a nossa empresa vai precisar de um substituto e você será o próximo, eu já estou ficando cansado e sem cabeça pra isso, esse jantar é importante pra mim e pra você, as pessoas precisam saber quem é você, eu conto com você meu filho.
– Aham... – respondi mais pensando numa saída inteligente daquela festa que sempre era chata.
Meu pai sempre me dizia a mesma coisa, que seria eu a comandar a empresa, eu nunca levei muita fé nessa conversa, pra mim o meu pai sempre vai ser e será o dono disso. Mais eu estou percebendo que ultimamente minha mãe também está com isso na cabeça, tenho pais malucos.

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