Terceira Parte.



– Nada de conversar de mais e de fazer muitas piadinhas, seu pai está muito preocupado com esse jantar e quer que tudo saia como planejado – disse minha mãe arrumando minha gravata azul e ajeitando meu cabelo para o bendito jantar – sabendo como eu te conheço, eu sei que você vai inventar de sair dali o mais rápido possível, mais eu te peço Ben não faça isso.


Aquele olhar dela sempre me deixava sem ação. – Ta legal mãe, pode deixar vou fazer tudo o que me pedir – ela suspirou fundo aliviada– mas...


– Eu sabia – Disse Lex entrando no meu quarto saltitando e pulando na minha cama – com o Ben sempre pode esperar o, mas... – disse ela cantarolando.


– E o que você quer? –pergunta minha mãe.


– bom, agora nada mais pode saber que eu vou pedir ainda e esse dia não está muito longe de acontecer.


– Ta bom eu vou esperar esse dia chegar, agora já pra baixo os dois.
...


O jantar foi como o esperado, pessoas chatas com assuntos chatos, só mudava algumas pessoas que eu nunca tinha visto antes. Eu fui apresentado a várias pessoas, algumas importantes na empresa do meu pai outras funcionários e lá também estava a “mala” do meu tio, que me odiava mais na frente dos meus pais fingia me adorar. Meu tio Rone nunca teve filhos e mulher, ele era solitário e comandava uma das empresas do meu pai. Eu nunca quis saber nada da vida dele, pois eu ficava a raios de distancia dele e sempre que ele se aproximava de mim eu saía de perto, só em festas como essas que eu não tinha outra saída a não ser aturá-lo. Minha mãe diz que desde pequeno eu não gostava dele e quando ele me pegava no colo eu chorava ate ser pego por outra pessoa, acho que isso explica muita coisa.


Meu tio usava um terno todo preto e uma camiseta branca ele tinha uma pequena barba e seus cabelos pretos tingidos combinavam com ele, sempre que eu via meu tio ele estava de terno e sempre elegante, eu nunca entendia os ternos, pra mim só se usava em enterros mais essas festas me mostraram que eu estava enganado.


– Fiquei sabendo que você tem que ficar fazendo sala para os convidados – disse meu tio me assustando de onde eu estava em pé e olhando para o nada.


– Se isso fosse da sua conta te falaria pra ficar na sua.


– Sempre um piadista. Vamos ver até quando – disse ele balançando o copo de bebida na minha cara – você já tem 17 quase 18 anos, eu já posso ver o que você vai ser, vai ser um P maiúsculo, um perdedor que nem sequer imagina quantas empresas seu paizinho tem.


– O que eu vou ser não é da sua conta, fica na sua...


– Ei calma garoto, é só uma observação e eu te digo isso com certeza, essa empresa em suas mãos vai ir por água abaixo e eu não posso deixar isso acontecer, você não se importa mesmo, sua irmãzinha piorou só eu mesmo pra colocar ordem nisso tudo.


– Para de falar besteira, meu pai ainda tem muito tempo nesta empresa e daqui até lá eu já vou saber como fazer tudo...


– Nossa meus parabéns, você é muito esperto como sempre Gilbert, ta quase me comovendo...


– Você pode pensar o que quiser e pode querer o que quiser, quero ver você é conseguir, ninguém derruba meu pai nem mesmo você que é um solteirão sem ninguém.


– Isso é o que você pensa – ele diz e sai andando para conversar com minha mãe, como se nada tivesse acontecido, cara idiota.


Minha mente fica um turbilhão de duvidas que antes não vinham em minha mente, porque meu tio falou aquelas coisas pra mim?Do que ele tava querendo dizer? Não sei quanto tempo eu fiquei ali em pé pensando, mais eu sei que minha mente parou de pensar quando eu vi um par de peitos surgindo na minha cara, era a Jane e seu sorriso branco.


– Oi, sabia que você ta um gato de terno? – diz ela se insinuando e puxando minha gravata.


– Acho que eu sabia disso, minha mãe me disse a mesma coisa mais cedo ou ainda vai dizer.


Ela sorriu – Como sempre isso me impressionou, e então essa é a sua casa?


– Por mais estranho que essa resposta parece eu não sei.


– Como assim? – ela levantou as sobrancelhas questionando.


– É só que não tivemos uma mudança normal.


Ela ficou um momento em silencio e depois deu de ombros. Jane era uma garota linda e nem parecia ter seus 17 anos, seus cabelos loiros olhos verdes e grandes peitos, isso bastava numa garota.


– E então será que podemos conhecer a casa?


– A sim conhecer, você falou isso no momento certo, eu moro aqui há uma semana e nem conheço a casa, vamos lá Jane.


Ela sorriu e fomos conhecer todos os cômodos de baixo da casa, ela adorou, podia ver que seus olhos brilhavam naquelas mobílias e cômodos grandes, mais eu preferia a nossa casa anterior. Jane e eu conversamos e rimos, depois de um tempo ela me apresentou seu pai que foi muito educado e logo depois de brincarmos sobre a minha foto de família entrou uma mulher muito bonita com um vestido longo preto e seus cabelos eram grandes e bonitos e logo atrás dela entra a Sara com o seu sempre visual preto. A mulher veio em direção ao pai da Jane.


– Me desculpe o atraso, como sempre é tão difícil tirar a Sara de casa – ele diz baixinho mais eu escuto muito bem e depois da um beijo rápido nele cumprimenta calorosamente a Jane.


– Rosa este é o Gilbert – apresenta o pai da Jane.


– Muito prazer em conhecê-lo, você é bonitão mesmo – eu a olho confuso será que Sara falou alguma coisa de mim? – a Jane falou muito bem de você.


A Jane sorri e depois me puxa pro outro lado da festa e a Sara desapareceu de vista.


– Eu não sabia que você e a Sara eram irmãs.


– Ta maluco? Nunca aquela garota seria minha irmã, a Rosa só é a namorada do meu pai.


– Ah, isso explica muita coisa...


– Sim explica, e também explica porque a Sara é estranha e distante.


– Do que você ta falando?


Ela suspira alto.


– A mãe da Sara é a dona do colégio, e depois que o pai dela foi embora ela ficou toda daquele jeito...


– Mais isso foi quando ano passado?


– Não, tem muito tempo, ela tinha nove anos mais ela piorou depois que meu pai está com a mãe dela, eu tentei de tudo para me aproximar mais é difícil...


– E porque você ta me dizendo isso tudo?


Ele para um pouco e depois deu de ombros – Você ia saber de qualquer forma, só evitei você implorar pra ela te dizer.


Não consegui entender o que ela quis dizer, será que eu estava ficando maluco ou ela estava com ciúmes?


– Eu preciso procurar minha irmã depois eu volto– sai antes mesmo de ela me responder.


Fui pra cozinha o mais rápido que eu podia, tinha que quebrar a promessa que fiz a minha mãe, estava com a cabeça cheia, tantas informações me assustam. Depois de tomar um copo de água eu escuto um barulho na varanda dos fundos e quando me aproximo vejo a Sara, sentada olhando para a escuridão, fico tentado a ir embora mais eu não consigo.


 



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