Aflições



Draco Malfoy estava na entrada do salão principal, seus amigos o rodeavam, os mesmos bajuladores e interesseiros de sempre. Algumas garotas compunham a roda, suspirando com cada palavra que ele pronunciava.

Gostava disso, gostava do poder, do dinheiro, gostava de ter as pessoas ao seu redor, e saber que o respeitavam pela posição que ocupava.

Seus pais, ricos e conservadores, mantinham com ele uma relação fria, os assuntos eram sempre os mesmos: a sociedade, a vida alheia, a fortuna e investimentos da família. Draco não suportava as conversas, mas ouvia com muita educação e paciência, pois sabia que teria uma recompensa. Tinha tudo o que queria, sua nova aquisição, fora uma vassoura caríssima, que como ele sempre se orgulhava em dizer: “Era melhor que a do Potter”.

Já estava um homem feito, 17 anos, prestes a terminar a escola, mas ainda conservava uma mentalidade infantil e continuava submisso aos pais.



Draco avistou ao longe a imagem séria e preocupada de Gina. Estava estranha, e assim que o viu, acenou-lhe levemente e saiu para os jardins. Draco a seguiu.

- Draco, preciso falar com você urgente!

- Vamos nos sentar. - disse Draco - Os bancos próximo ao lago estão vazios.

Gina permaneceu em silêncio durante a pequena caminhada, e quando chegaram, Draco falou:

- Adoro seu cabelo, eles ficam lindos em contraste com a sua pele.

- Eu sei, você me disse isso quando nos beijamos pela primeira vez. Você se lembra Draco? Do nosso primeiro beijo? Os turbilhões de sentimentos que nos envolviam, o medo de sermos descobertos. Isso à quase um ano atrás. - Draco ficou em silêncio e Gina prosseguiu - Sinto que você está mais distante de mim, o que está acontecendo?

- Você e seus ciúmes. Não está acontecendo nada, eu apenas não posso parar a minha vida, deixar os meus amigos, somente porque estou namorando você.

- Conta outra Draco, eu estou percebendo como a Parkinson está dando em cima de você descaradamente. E você consente isso!!!

- Você sabe muito bem, meus pais gostam da família Parkinson, possuem negócios juntos, não posso simplesmente tratar mal sua única herdeira, já que meus interesses também dependem da sociedade entre nós.

- Você ainda não contou a eles, não é Draco? - disse Gina cabisbaixa.

- Simplesmente não posso contar. Provavelmente me mandariam para o Pólo Sul, sem passagem de volta.

- Você me ama? - perguntou Gina de repente.

- O que? - disse Draco surpreso.

- Estou perguntando se você me ama.

- Você me irrita com esse seu ciúme sabia? - disse Draco levantando-se rapidamente - Estou indo, a próxima aula já esta prestes a começar, e eu nem almocei ainda. - E dizendo isso saiu deixando Gina sentada, sozinha.


“Eu vou explodir se não contar” - pensou Gina que se sentia sufocada guardando as desconfianças apenas para si. Desde que voltara das férias de verão não dormia direito, desde aquela maldita viagem ao litoral.


- Podemos conversar depois então? No final das aulas? - disse Gina que já alcançava Draco.

- Não posso, tenho um trabalho para terminar.

- Então procuro você na biblioteca.

- Não! - disse ele sobressaltado.

- Porque não? Tem vergonha de mim Draco?

- Não é isso Gina, você tem que entender, se alguém desconfiar, se algum amigo da minha família souber, vai ser um escândalo.

- Claro, você não quer se comprometer, não é? - disse Gina com lágrimas nos olhos.

- Não é isso. - ele detestava quando ela fazia isso - Sábado vai ser o primeiro final de semana em Hogsmeade, podemos conversar lá?

- Perfeito, está combinado. - disse Gina sorrindo.


Draco retornou ao salão, e Gina que estava sem fome, voltou ao banco em que estivera sentada, e olhava com atenção o lago, tão profundo e misterioso, como seu próprio coração.

- Você não vem para a aula? - disse Connie que chegara ao local - Teremos aula dupla de poções agora, você não quer ver o professor Snape nervoso, não é?

- Claro que não - disse Gina que se esforçou para esboçar um sorriso. - Vamos logo encarar o seboso.

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