Espirito de Luz e Esperança

Espirito de Luz e Esperança



Gina mal conseguia fazer o teste, estava preocupada com Draco, e também o bebê não parava de se mexer, estava pulando tanto que não a deixava escrever. Gina estava até achando graça, quando ele lhe deu uma cutucada tão forte que a espantou.

O teste terminou e os alunos seguiam para o salão principal, era hora do almoço.


- Vamos almoçar Gina - disse Connie.

- Acho que não vou, não estou com fome, estou cansada, indisposta, vou me sentar um pouco.


Gina descansou por algum tempo, já estava na hora das aulas da tarde, e seguia devagar para as masmorras.


- Ai está você - disse Connie - Já está melhor?

- Não sei como mamãe agüentou passar por isso sete vezes!

- Dizem que depois vem a recompensa.

- Sim, choros e fraldas, mal posso esperar. - disse ela irônica, mas ao terminar de falar sentiu uma forte cólica que a fez dobrar-se.

- O que foi Gina? - perguntou Connie alarmada - Quer que chame alguém?

- Talvez não precise, já passou, comi chocolate demais, meus irmãos mandaram uma caixa da loja deles, só que depois minha boca ficou azul, e demorou um tempão para voltar ao normal.


Gina estava entretida na explicação do professor Snape, após vinte minutos de aula, sentiu novamente a mesma dor, porém mais forte e contínua - Será que é o bebê? - pensou ela, e chamou baixinho por Connie:


- Connie, não queria incomodar, mas acho que esse danadinho vai querer nascer - falou quase sussurrando.

- O que? - gritou Connie para a sala toda - Prof. Snape, o filho da Gina vai nascer, o filho da Gina vai nascer, ai, o que eu faço, respiração cachorrinho, é isso, respire fundo, ai, está doendo muito?

- Srta. Backer, por favor, nada de escândalos - disse o prof. Snape - Vá até o gabinete do diretor e avise Dumbledore, acho melhor levarmos ela diretamente para o Saint Mungus. Peça a ele que avise isso aos Weasley.

- Sim - disse Connie que saiu apressada pelos corredores.

- A classe está dispensada por hoje - disse Snape e vários alunos agradeciam Gina enquanto saíam da sala quente e abafada.

- Suas contrações já diminuíram para quinze minutos e esse é um sinal que o trabalho de parto está iniciado. - disse Snape.


Nesse momento Gina respirava fundo com mais uma contração e respondeu:


- Também acho, me levem logo daqui!


Gina usou uma chave de portal para chegar até o Saint Mungus, o que foi extremamente desagradável devido ao seu estado.

Os Weasley aguardavam na recepção, e Harry andava de um lado para o outro esperando noticias de Gina. Sabia que estava indo tudo bem, pois as enfermeiras informavam de tempo em tempo, a evolução do estado da paciente, mas mesmo assim não conseguia acalmar-se.


- Harry querido, relaxe - disse Molly - Essas coisas são assim mesmo, demoram um pouco.

- Um pouco? Ela está lá dentro à séculos!

- Sr. Potter? - uma enfermeira abordou-o

- Sim, sou eu - respondeu Harry.

- Há um rapaz lá fora querendo falar com você, disse que é urgente!


Não precisava dizer mais nada, Harry sabia de quem se tratava. Cruzou o saguão do hospital e lá estava Draco Malfoy.


- Harry, eu preciso falar com você - disse ele demonstrando nervosismo.

- Já está falando, o que você quer?

- Eu preciso de sua ajuda.

- Você o que?

- Eu fui covarde, mas eu amo a Gina, e sei que ela me ama também, preciso de uma segunda chance, preciso que me ajude a convencer Gina a me perdoar.

- Como você pode me pedir uma coisa dessas? Você sabe que eu a amo!

- Mas e ela? Ama você também? - perguntou Draco e Harry não respondeu - Sei que agora tenho condições de fazê-la feliz, me ajude Harry, se você a ama de verdade, ajude-me a tê-la de volta para que eu possa lhe dar uma família de verdade.








Gina esqueceu de tudo ao ouvir o choro quebrar o silêncio da sala, os enjôos dos primeiros meses, os quilos a mais, os inchaços, tudo isso não tinha mais importância. A emoção a dominava e chorou ao ouvir a enfermeira dizer:


- É uma menina, saudável e muito bonita!


No quarto Molly alisava os cabelos da filha quase adormecida, enquanto Arthur olhava-a com carinho.


- Irei deixar você descansar querida - Disse Molly - Vamos Arthur?

- Já estou indo, pode ir - respondeu ele. - Em breve teremos novamente uma criança correndo e fazendo bagunça pela nossa casa. Posso ser o primeiro a saber o nome da minha netinha?


Meia sonolenta, mas irradiando felicidade, ela respondeu:
- Nadia, Espírito de Luz e Esperança - E adormeceu.


Gina acordou na manhã seguinte com a enfermeira já dentro do quarto.
Trazia nos braços envolta em um lindo xale cor de rosa, feito pela Sra. Weasley, o bebê mais bonito que ela já vira.


- Ela não puxou a você - disse a enfermeira puxando assunto - Os poucos cabelos denunciam que ela será bem loira, e apesar de não saber ao certo, aposto como os olhos serão azuis.


Gina segurou a filha nos braços ansiosamente, a enfermeira tinha razão, o bebê era a cara de Draco.


- Ah, ia me esquecendo, tenho uma carta para você, mandaram-me entregá-la assim que acordasse.


Gina segurou o envelope trêmula, estava endereçado a ela, e reconheceria aquela letra em qualquer situação, era de Draco. Abriu rapidamente e leu as palavras com dificuldade, pois as lágrimas já nublavam seus olhos.


Meu amor,

Você me perguntou uma vez se eu lembrava do nosso primeiro beijo, e a resposta é sim, eu lembro de seus cabelos vermelhos em contraste com sua pele branca e delicada, do medo que você tinha de sermos descoberto. Você perguntou se eu a amava e a resposta é sim, eu a amo mais do que a mim mesmo, demorei para perceber que não conseguiria viver sem você, espero que me perdoe e que possamos ser felizes, eu, você e nossa filha Nadia, que como o nome diz, é um espírito de luz e esperança que veio iluminar nossas vidas.

De quem sempre te amou
Draco Malfoy.”



Gina enxugava algumas lágrimas quando bateram na porta.


- Posso entrar? - perguntou Harry sorrindo, trazia lindas flores.

- Claro Harry, por favor - disse Gina colocando o envelope ao lado.

- Vejo que já recebeu a carta dele.

- Como você sabe da carta?

- Eu que incentivei ele a escrever.

- Como assim?

- Ele veio me pedir ajuda, está arrependido, queria falar com você de qualquer forma, e eu sugeri que mandasse uma carta primeiro, dependendo da sua reação e da sua vontade, aí sim poderia entrar e falar-lhe.

- Harry, você fez isso?

- Fiz Gina, e sabe porque? Porque sei que você o ama. Não quero que se sinta presa a mim, poderá sempre contar comigo.

- Mas Harry, eu não quero magoá-lo, quero que seja feliz.

- Sempre achei ridículo aquele papo de “serei feliz, vendo que você está feliz”, mas agora compreendo, não agüentaria vê-la do meu lado, sabendo que está infeliz, que não me ama.

- Eu não sei o que dizer...

- Diga que será feliz, e que cuidará muito bem da Nadia.

- Eu prometo.


Harry se levantou e Gina pediu:


- Por favor Harry, peça para ele entrar agora.


Não demorou dois segundos e Draco cruzou a porta do quarto. Sentou-se em silencio na beirada da cama.


- Quer segurá-la? - perguntou Gina.

- Sim - respondeu Draco, e Gina ofereceu-lhe a filha.

- Ela é linda, - disse ele com a voz embargada pelo choro e Gina não conseguiu segurar as lágrimas, chorou aqueles nove meses de solidão, de medo e angústias, uma enfermeira entrou no quarto e levou a menina, mas antes recomendou que ela não tivesse grandes emoções, mas não adiantou muito, Gina não conseguia parar de soluçar e Draco a abraçou com força, chorando também:


- Eu sinto muito! Sinto por tê-la feito sofrer, mas já falei com meus pais, saí de casa, meu tio Joe me deu um apartamento em Londres, ele me ajudará até que possa arrumar um emprego. Quero que você vá para lá, quero que se case comigo.


Ela não conseguiu responder, continuava soluçando abraçada a ele.


- Sei que te fiz sofrer muito, mas preciso saber se me perdoa.
Gina se largou do abraço e encarou aqueles olhos azuis cinzentos, que demonstravam ansiedade e sofrimento.

- Sim Draco, Nadia é a prova viva do amor que sinto por você, fui forte esse tempo todo para que Nadia pudesse nascer bem e saudável, mas também, não permitiria que nosso amor morresse, foi a forma que encontrei de ter você sempre comigo.

- Não iremos nos separar nunca mais, não há mais nada que tenha a temer.

- Aprendi com tudo isso, que não devemos temer o futuro, aprendi a dar valor aos amigos e aos sentimentos, hoje não permitiria que você se acovardasse novamente, e nem que sua família me machucasse tanto, porque a verdadeira nobreza está na alma e no coração e não no dinheiro, a verdadeira riqueza esta ao nosso redor, nos amigos, no amor, e agora presente em nossa filha, que é a coisa mais valiosa que existe para mim.

- Você está certa, agora só nos resta viver um dia de cada vez, e enfrentar as situações, sejam elas quais forem.





FIM...





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