O teatro das desilusões

O teatro das desilusões



Quase uma semana havia se passado e Gina não falara mais com Draco. Evitava os lugares que ele costumava ficar, e sempre ia ao refeitório fora do horário para não encontrá-lo. Porém, naquela manhã, Gina decidiu encarar a situação. Sentou-se a mesa da Grifinória e Draco logo percebeu que ela estava ali. Fez menção de levantar-se e ir até ela, mas mudou de idéia assim que Rony, juntamente de Harry se juntaram a mesa.

- Gina! Tenho uma ótima notícia!!! - Exclamou Rony

- O que é? - perguntou ela monótona.

- Papai ganhou ingressos para a apresentação anual do teatro do Ministério.

- E...?

- Gina é o maior grupo de teatro que existe. Suas apresentações são lendárias!!! Dizem que usam feitiços de verdade durante a encenação!

- E quando será?

- Amanhã.

- Não poderemos ir, estamos em Hogwarts esqueceu?

- Gina, em que mundo você vive? Dumbledore autoriza a saída dos alunos aos finais de semana em casos como este.

- Esta me dizendo que vamos a essa apresentação?

- Claro! - disse Rony

- Ótimo - pensou Gina - Uma oportunidade para conversar com meus pais.







O teatro era muito mais bonito do que Gina imaginara. O palácio erguia-se de forma imponente e ao redor havia um suntuoso jardim.

Gina vestia um elegante vestido branco, que marcava com delicadeza suas curvas e contrastava com sua pele ainda bronzeada, os cabelos que vinham até a cintura estavam soltos realçando ainda mais sua beleza.

- Será que você me daria a honra de sua companhia Srta. Weasley? - disse Harry dando-lhe o braço.

- Claro, será um prazer. - disse ela sorrindo.


Subiram as escadas de teatro de braços dados e o coração de Gina quase parou quando chegaram ao hall do teatro, ali estava a família Malfoy, dividindo a mesma roda com a família Parkinson. Pansy estava praticamente debruçada em cima de Draco, e ele irritado virou para o lado, foi quando seu olhar se cruzou com o de Gina, ele não pensou em muita coisa, em um impulso saiu da roda sem pedir licença, e puxou Gina para um canto, ignorando completamente a presença de Harry e de todos os Weasley.

- Gina, tenho sido um idiota, resolvi contar para eles hoje!

- Draco eu... Não sei o que dizer...

- Diga que me perdoa, eu sei que fui um otário!

- Draco, vamos por favor - disse Narcisa Malfoy o segurando pelo ombro e murmurando um mal educado boa noite para Gina.

- Já estou indo mamãe, só mais um minuto.

- Não demore - disse Narcisa se retirando.

- Depois do espetáculo vamos nos encontrar no camarote principal, estará vazio.

- Ok - disse ela com o coração apertado. - Estaremos lá.


O espetáculo foi maravilhoso, os atores representaram a peça trouxa de Romeu e Julieta, mas para Gina aquela era a história dela, Draco e Gina, famílias rivais, um amor impossível. Chorou ao final da peça e jurou que não teriam o mesmo fim.


- O teatro está decaindo - ouviram Lucio Malfoy no saguão de saída - Francamente, uma peça trouxa! Não sei onde iremos parar.

- Papai, preciso falar-lhe, podemos ir até um camarote? - perguntou Draco.

- Ora Draco, por favor, não vê que estou conversando?

- Por favor - insistiu ele - É importante.







- Virgínia, por que estamos aqui? - perguntou Arthur - Não podemos demorar, seus irmãos estão esperando lá fora.


Gina não precisou responder, pois naquele momento a porta se abrira e Draco entrara com os pais.

- O que significa isso? - Esbravejou Lucio.

- Precisamos falar com vocês - disse Draco que se sentou ao lado de Gina.

- Por Merlim! Tenho coisas a fazer Draco!

- Por favor pai, me escute!

- Deixe-os falar Lucio! - pediu o Sr. Weasley.

- Quem é você para me dar ordens?

- Vocês querem parar pelo menos um minuto! - pediu Gina - Eu estou grávida!

- O que???!!!! - disse Narcisa horrorizada.

- Isso mesmo - disse Draco - Iremos nos casar.

- Ridículo - disse Lucio - Nem pensar.

- Nós nos amamos - disse Gina.


Os Weasley olharam compadecidos para a filha, enquanto os Malfoy lançavam olhares de fúria.


- Você não sabe o que fala pirralho! Conheço um bom médico, ele fará em um minuto, é isso que precisamos, um aborto para abafar o escândalo perante a sociedade.

- Claro, se você assinar um termo se responsabilizando pelo que acontecer a Gina - disse o Sr. Weasley.

- Existem poções para aborto. - disse Narcisa.

- E existem poções para tornar uma pessoa mais humana - disse a Sra. Weasley com os olhos crispando de raiva.


A briga correu solta, os Malfoy acusavam os Weasley de terem planejado a situação, já que Draco era um excelente partido, enquanto os Weasley diziam que apoiavam a filha e que jamais a abandonariam.


- Gina está bem conosco, não tenho vergonha do que aconteceu, se ela teve um momento de fraqueza, como vocês definiram, Draco também participou e acredito que o que os levou a se unirem foi à força de um amor verdadeiro, longe de nós recriminar e punir nossa filha por ter agido com o coração!

- Você fala como um liberal cheio de sonhos Weasley - disse Lucio - Sua filha esta grávida do meu filho. Ele não pode se casar. Não tem idade para isso, não tem emprego e além do mais tenho outros planos para ele, conclusão: Essa criança não deve nascer, seria um entrave em nossa vida e na vida de sua filha, uma marca fatal para o resto de seus dias.

- Ninguém aqui quer saber o que eu penso? - disse Gina - Vocês estão discutindo se meu filho deve ou não viver! Vocês estão loucos! Eu não vou matar meu bebê, e não vou ficar aqui ouvindo vocês. Draco você vem comigo?


Draco olhou-a indeciso, seus olhos vacilaram por um momento, Narcisa fingiu um desmaio e Draco correu até ela, Gina disse:

- Dane-se! - E saiu sem olhar para trás.


Harry observava os jardins do teatro perdido em pensamentos e foi tirado de seus devaneios com a chegada repentina de Gina:

- Harry, por favor, me tire daqui!

- Vamos dar uma volta - disse ele preocupado - O que aconteceu?

- Harry, eu estou grávida.

- O que? - eles pararam de andar e Harry a encarou.

- Estou grávida, vou ter um filho do Draco.

- Mas... e ele? - perguntou Harry.

- Ele está indeciso, é muito submisso aos pais.

- Como esta indeciso Gina?! - disse Harry com raiva - Você precisa dele neste momento!


Gina não disse nada e Harry continuou:

- Gina, você sabe que eu te amo.

- Harry, por favor...

- Gina, eu me caso com você, assumo o bebê, farei de tudo para que seja muito feliz.

- Eu sei que sim, a garota que ficar com você terá muita sorte, mas eu não posso fazer isso Harry, jamais te usaria dessa forma.

- Você sabe que pode contar comigo, não é?

- Ah Harry, estou com tanto medo! - disse Gina que começou a chorar.

- Não chore, estarei sempre do seu lado - disse ele dando-lhe um carinhoso beijo na testa - E também, essa tristeza pode fazer mal para o bebê.


Os dois sorriram e voltaram para o lugar onde o resto dos Weasley estava aguardando.





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