Tudo culpa de uma poção



Primeiramente, me desculpem pela demora. Eu tive vários compromissos durante as últimas semanas, de modo que não encontrei tempo o suficiente para escrever. Eu iria atualizar no final de semana, mas a minha cama foi mais convidativa, o que me fez passar boa parte do meu tempo dormindo. xD Então, por conta disso, aqui está um capítulo bem grandão para vocês. E preparem-se para algumas cenas mais... calientes, digamos assim! Hahaha Boa leitura!

~~~~~

Com um formigamento no braço direito, Narcissa despertou de seu sono. Parecia estar ainda no meio da noite, a avaliar pela escuridão do quarto. Ela movimentava seu braço direito lentamente em direção ao teto, com o intuito de fazer passar o formigamento, quando seus olhos foram se adaptando ao escuro e voaram para cada canto do ambiente. Onde ela estava? Ela pensou por um momento, e então reconheceu. Quarto de visitas, noite de 21 de Dezembro. Primeiro dia que sua amada irmã, Bellatrix Lestrange, pisava em sua casa após ser presa em Azkaban.


Com esse pensamento, ela movimentou a mão que pairava sob o estômago de Bellatrix em direção à lateral de seu corpo, subindo e descendo a mão delicadamente, sentindo sua pele grossa, devido aos anos em que foi feita prisioneira. Narcissa voltou sua mão para onde estava momentos antes, e pressionou levemente seu corpo para mais próximo ao que estava em sua frente. Inalando o aroma floral de seu cabelo crespo, ela desejou não ficar mais um dia se quer sem ter notícias sobre sua amada irmã.


~*~


Bellatrix acordou com um gemido e a testa franzida, enquanto Narcissa mexia-se lentamente na cama e passava o braço mais apertado em torno de sua irmã mais velha.


"Cissa, solte-me, você está me apertando..."


"Mmm... eu não me importo..." respondeu Narcissa, afundando o rosto no travesseiro novamente, com alguns cachos lhe fazendo cócegas.


"Está me machucando..."


"Oh, perdão, Bella." Ela a soltou, de repente. "Que horas são agora?"


"Suponho que próximo do horário do almoço. Sinta o cheiro vindo em direção à porta do quarto..."


"Merlin!” Narcissa exclamou. “Essa noite passou e eu mal percebi." Rapidamente ela levantou-se da cama, puxando a saia do seu vestido para baixo e ajeitando-o corretamente no corpo, antes de dar a volta na cama e fechar os olhos enquanto beijava lentamente a testa de sua irmã. "Eu preciso ir, Bella. Tenho de me banhar e, em seguida, resolver certos assuntos com o Lucius. Antes disso, porém, pedirei ao elfo para que traga o seu almoço daqui alguns minutos, certo? E não tente fazer qualquer esforço muito grande sem a minha ajuda, você ainda está fraca."


"Cissa, escute-me, você não precisa se preocupar tanto assim comigo, você sabe disso." Disse a morena, com um ar de riso. Era engraçado ver como as coisas mudaram desde quando eram crianças, quando ainda estudavam em Hogwarts. Era sempre ela, Bellatrix, quem acolhia sua irmã mais nova quando ela precisava. E agora estava acontecendo justamente o contrário.


Narcissa suspirou. "Eu sei, amor. Mas, olhe, você passou 15 malditos anos trancadas em uma prisão cercada de dementadores famintos podendo te matar a qualquer momento. Como você quer que eu não me preocupe? Eu poderia ter te perdido, e bem, esse pensamento simplesmente me espanta."


Como se fosse possível, o coração de Bellatrix despencou. "Oh Cissa, venha aqui." Ela disse, sentando-se na cama e puxando a irmã para um abraço. "Eu te entendo, mas, veja, é como você mesma disse-me ontem: eu estou aqui, não estou? Portanto, não há o que temer."


A bruxa mais nova apertou os braços ao redor da irmã e baixou o rosto no topo de sua cabeça. Demorando algum tempo, ela depositou um beijo e disse:


"Eu te amo, Bella.”


"Eu também te amo, Cissa.”


Passou-se mais um tempo em silêncio, até que uma das bruxas resolve separar-se do abraço e seguir com as atividades que faria em seguida.


Bellatrix pensou como tudo teria sido se ela estivesse morta, qual seria a reação de sua irmã e do tolo do seu marido, Rodolphus, que se rastejava aos seus pés, mesmo ela o desprezando infinitamente. Se Narcissa ficou deprimida durante todo esse tempo somente por ela estar presa, Bellatrix ela mal poderia imaginar se algo pior tivesse a acontecido.


Ela imaginou sua irmã deprimida, com os olhos inchados por tanto chorar e com marcas roxas embaixo dos olhos, pelas noites mal dormidas, e Lucius Malfoy, o estúpido de seu marido, julgando-a por lamentar a morte de sua irmã quando, na verdade, já deveria tê-la superado. Este era um pensamento de partir o coração; o coração da mais fiel seguidora do bruxo mais temido de toda Grã-Bretanha.


Outro pensamento percorrera por sua mente: o de seu tão respeitado Lorde das Trevas. Finalmente, depois de tanto tempo, ela poderia servi-lo corretamente, e desta vez, com ainda mais dedicação. Ela estava disposta a provar ao seu senhor que ele estava certo em confiar totalmente a ela as suas tarefas mais difíceis e importantes.


 


Bellatrix não poderia afirmar com certeza durante quanto tempo ela ficou ali, perdida em seus próprios pensamentos, mas ela estava prestes a levantar da cama, quando um elfo doméstico aparata com um clique no meio do quarto, segurando uma bandeja com um copo de suco de abóbora e uma tigela de sopa de aspargos com cogumelos.


"Elfo estúpido!" Ela reclamou, levando a mão ao coração, assustada.


"Errr, bem... p-perdão, minha senhora. N-não era a intenção de Mint lhe assustar. Eu vim apenas trazer sua refeição, madame. Minha senhora pediu-me para... para trazer-lhe isso, senhora." Disse o elfo, nervoso. Ele temia Bellatrix Lestrange, desejava que qualquer outro elfo fizesse em seu lugar o trabalho de servi-la.


A bruxa franziu a testa por um breve momento. Está certo, ela estava deitada em sua cama já havia um certo tempo, mas sua irmã foi certamente muito apressada em ordenar um elfo doméstico para trazer seu almoço tão imediatamente. Ela mal havia saído do quarto...


Deixando desse pensamento, ela gritou para a criatura vestida apenas por trapos imundos:


"Agora dê o fora daqui! Vamos! SAIA!"


Depositando a bandeja sob a mesa de cabeceira, Mint desapareceu no mesmo instante, com outro clique.


"Ughh... elfos... essas criaturas inferiores...” Ela rolou os olhos, e pôs-se a comer o alimento deixado em seu quarto.


 


Enquanto isso, Narcissa preparava-se para o seu banho. Ela estava separando um vestido preto e longo, suas roupas íntimas e um espartilho igualmente preto, quando ouve dois toques na porta. “Entre”, ela disse, e então, Lucius apareceu no quarto. Ele trajava uma elegante capa preta e seus cabelos loiros e sedosos escorriam sob seus ombros.


“Narcissa?”


“Sim, Lucius?”


“Você não vem para refeição?”


“Não, obrigada. Acordei muito tarde, como você pode ver. Eu realmente não sinto fome.”


“Bem, é claro. Certamente.” Lucius disse, como se quisesse dizer algo a mais, mas não se sentia preparado.


Com suas roupas apoiadas em um braço, a bruxa fecha lentamente a porta de seu grande guarda-roupas, e diz calmamente, após um suspiro, virando-se ao homem ao seu lado:


“O que houve? O que você tem a me dizer?”


“Ahn... bem, nada, querida. Era isso, apenas.”


“Certo. Então, saia da minha frente, por favor. Além de me banhar, ainda tenho outros assuntos pela frente para resolver.”


Surpreso com a reação da mulher, Lucius apenas assente com a cabeça antes de virar-se e sair do quarto. Ela nunca tinha o respondido daquela maneira. Quer dizer, já havia outras vezes, sim, mas não havia uma frequência, e era compreensível, como quando ela estava grávida de Draco e irritava-se por qualquer coisa. É normal isso acontecer durante uma gestação, mas agora não havia motivo algum; ela não havia discutido com ninguém antes e não estava grávida. Durante as últimas semanas, eles não haviam... Bem, não poderia ser isso. Ou sim, poderia... Vai ver ela estava o traindo, e por um descuido, acabou por gerar mais um filho. Mas, pensando bem... Não, isso estava fora de cogitação. Ele não poderia ter sido traído, ele não admitia isso. Além de não ser da índole de Narcissa, o que pode ser notado claramente. Ela é uma das criaturas mais fiéis de todo esse mundo. Oh, ela é.


Narcissa banhou-se rapidamente com o pensamento de que talvez ela possa ter sido rude com seu marido. O que ele havia feito a ela, afinal? Bem, mas ela não foi mal-educada, ela só estava com os seus nervos à flor da pele. E isso é compreensível, qualquer bruxo entenderia seus motivos; seu filho está com as notas baixas em Hogwarts e sua irmã havia acabado de retornar de Azkaban, depois de 15 anos feita prisioneira, oras! Como não ter oscilações de humor como essa?


~*~


Após terminar seu banho e de se vestir, Narcissa dirige-se ao quarto de hóspedes, que agora pertencia à sua irmã, para conversar com ela. Ela havia feito planos para essa tarde. Batendo na porta três vezes e entrando no cômodo com um leve sorriso no rosto, ela caminha até a penteadeira, onde ela estava sentada.


“Bella, eu estava pensando em algo que nós poderíamos fazer juntas hoje. É cansativo ficar sem ter o que fazer. Pensei que poderíamos ir até a estufa, plantar algumas mudas novas de orquídeas, ou simplesmente ficarmos na sombra de uma árvore no jardim... O que me diz?”


“Pfff, plantar orquídeas, Cissa?" Bellatrix zomba. "Francamente, você acha que eu faria algo como isso? Sujaria minhas mãos com terra e adubo somente para plantar flores?”


“Bem, não sei... é algo que me veio à mente, e que eu deveria fazer, pois há cinco delas me esperando para serem plantadas, e...”


“Deixe esse trabalho para os elfos, oras.” Bellatrix cortou. “Eles podem muito bem realizar isso sozinhos, e você seria poupada disso.”


“Bella!” Narcissa repreendeu, dando um leve tapa no braço da irmã. Ela realmente gostava de passar um tempo na estufa cuidando das suas flores. Era um passatempo divertido, exceto pelo calor intenso que fazia lá dentro.


“Está bem, me desculpe. Não sabia que gosta gostava tanto assim de flores. Acho que será uma boa ideia se você candidatar-se ao cargo de professora de herbologia em Hogwarts, no lugar da senhora Sprount. Suponho, inclusive, que alguns alunos agradeceriam por ter aquela velha longe do castelo... Exceto por Draco, é claro. Ele não gostaria nem um pouco de ser vigiado pela mãe... Assim, muito das coisas que ele apronta com algumas garotas sonserinas seriam reduzidas a um!”


“Bellatrix, pare com isso!” Narcissa repreendeu novamente, mas sua irmã riu. “Deixe as minhas plantas de lado; além de Lucius, não preciso de você falando essas mesmas coisas na minha cabeça. E como você diz algo assim do seu próprio sobrinho? Garanto-lhe que ele não é desse jeito.”


“Oh, Cissa, quanta ingenuidade...” Ela zombou. “Ele é um garoto, é lógico que ele faria algo do tipo. Basta ver quem é o seu pai. Lucius Malfoy, o bruxo mais sem vergonha que já vi. E não precisa nem seguir o lado sanguíneo, basta ver o seu sexo. Ele é um homem. Até mesmo os garotos de Hogwarts da nossa época eram assim.”


Narcissa ficou quieta. Afinal, ela não poderia discordar, era verdade, especialmente na parte em que seu marido era infiel. Ela já havia cansado de encontrar camisas do Lucius com machas de batom, até mesmo marcas roxas em seu pescoço, e ser obrigada a fingir que não percebeu. Ao menos depois do nascimento de Draco isso parou de acontecer. Despertando a irmã de seu devaneio, Bellatrix disse:


“Venha, Cissa. Vamos descer. Pegarei um livro na biblioteca, e em seguida, iremos ao jardim.”


~*~


Era uma linda tarde de sol, com sombras refrescantes debaixo das árvores. Narcissa e Bellatrix encontravam-se deitadas sob uma toalha listrada na grama, agradecendo a Merlin por um dia bonito como esse, depois de uma semana inteira nublada. Enquanto a bruxa mais nova acariciava a cachoeira de cachos negros da cabeça deitada em seu colo, sua irmã dizia:


“Sabe, eu ainda não entendo como você pode permanecer fiel ao Lucius, mesmo depois de todos esses anos.”


“Eu o amo. Isso é o suficiente.” Mentalmente, Narcissa completou: “Mas, fora isso, eu também não sei. Depois de nos casarmos, um mês depois eu o vi em um pub, com os braços apertados no quadril de outra bruxa. Uma semana mais tarde, eu ia à Borgin & Burkes e, em um dos vários becos que há ali por perto, lá estava ele, agarrando-se a outra mulher, que gemia em seu ouvido... Isso é amor? Isso é o que ele me dizia quando estávamos noivos? Que me amaria por toda a eternidade, independente de tudo, e blá blá blá, toda aquela coisa?”


Notando que sua irmã perdia-se novamente em pensamentos, Bellatrix resmungou propositalmente, fazendo-a despertar.


“Oh, o que há de errado, Bella?”


“Comigo não há nada, mas com você, sim. Pare de se torturar dessa maneira pensando em Lucius, porque eu sei que você está. É visível em seus olhos, Cissa, não é preciso o uso de magia para perceber isso.


Narcissa, assim como uma criança pequena fazendo birra, suspirou pesadamente e cruzou os braços em frente ao peito. Ela deixou uma lágrima escapar e, antes que pudesse esconder da irmã, ela disse, puxando-a para baixo para um abraço:


"Oh, vem aqui, Cissa... Não se lamente por Lucius. Ele realmente não sabe o que perde quando se envolve com outras bruxas. Eu poderia afirmar com certeza que o cheiro forte da decomposição dos bandinhos, presos em sua própria cabeça, faz com que ele tenha essas recaídas!"


Com lágrimas escorrendo de seus olhos, porém sorrindo levemente com a última frase que sua irmã disse, Narcissa acomodou-se ao seu abraço, inclinando-se em direção a ela e deitando a cabeça em seu peito, podendo, assim, ouvir seu batimento cardíaco. Bellatrix acariciou, com uma de suas mãos, os cabelos loiros em sua frente. Ela definitivamente não gostava de ver Narcissa assim, com o coração machucado e chorando.


É passado um tempo em silêncio, exceto pelos pássaros cantando nas árvores, e as lágrimas no rosto da bruxa mais nova encontram-se secas. Até que surge Draco, olhando desconfortável para sua mãe e sua tia deitadas juntas daquela maneira. Percebendo a sua inquietação, Bellatrix sorri de canto para o garoto e inclina-se levemente para beijar a testa de Narcissa, que escolhe o momento certo para passar seu braço direito na cintura da irmã. A morena sorri, outra vez.


"Err... mãe?" Gaguejou o garoto. "Eu estou indo até o Três Vassouras, está bem? Irei me reunir com Crabbe e Goyle..."


"Mmmm... tudo bem, querido. Sem problemas." Ela respondeu, ainda com o rosto no peito de sua irmã. "Cuide-se, e não arrume confusão."


"Errr... certo, está bem." Ele olhou novamente para sua tia, e então, de volta para sua mãe, ainda não dando um passo em outra direção. Suas pernas estavam duras, enterradas na terra. "Eu... eu estou indo, agora."


"Mmm... Sim, querido, vá. Caso contrário, seus amigos ficarão chateados por sua demora."


"Ahm... sim, sim."


Caminhando, com suas pernas ainda duras, em direção do sol, Draco desaparata desajeitadamente com um clique. Narcissa abre os olhos para olhar para Bellatrix e perguntar-lhe o que havia de errado com o garoto, para ouvi-la responder, mascarando um sorriso:


"Eu não faço a mínima ideia, Cissa."


 


Passado mais um tempo, o suficiente para ser o fim da tarde, as irmãs Black acordam de seus relaxantes cochilos para retornarem à Mansão Malfoy. Elas vão até a cozinha; Bellatrix senta-se em uma cadeira, enquanto Narcissa acena com sua varinha em direção aos armários e o fogão, preparando um bule de chá preto e servindo-as com alguns biscoitos trouxas, que até eram um pouco apetitosos. Draco entrou na cozinha e sentou-se à mesa, ao lado de sua tia. Para provocar o garoto, ela pergunta, com meio sorriso enfeitando seus lábios:


"Muito cansada, Cissa?"


"Oh, bem, você sabe. O chão é um pouco duro, e minhas costas doem um pouco por isso."


Enrubescendo, Draco abaixou sua cabeça, querendo se esconder. Mas tal ato não passou despercebido por sua tia, que agora sorria com o lábio inteiro e inclinava-se para sussurrar ao seu ouvido: "eu ainda estou te vendo, Dragon...".


Eles beberam seus respectivos chás em silêncio, exceto por Narcissa perguntando o que havia acontecido para os dois - mais especificamente, o Draco - estarem tensos daquela maneira e ambos recusando-se a responder, argumentando que era bobeira, não era importante. Em seguida, as duas bruxas levantaram-se e rumaram em direção à biblioteca.


Largando-se em uma poltrona, Bellatrix suspirou:


"Ah, eu estou tão cansada..."


Narcissa, que estava guardando alguns livros, virou-se para ela e sorriu. "Tivemos um bom dia hoje, realmente."


Bellatrix assentiu. Depois de alguns minutos, ela disse: "Bem, vou ir me banhar. Você vem junto?"


"Sim. Eu quero dar um jeito nesse seu cabelo... Ele está terrível!" Narcissa riu.


"Ei!" A morena repreendeu, jogando a almofada de trás dela na irmã.


~*~


Já dentro do banheiro, Bellatrix caminhou até a banheira, ligando as torneiras. Ela se despiu, e sem algum pudor, pediu ajuda à irmã para desamarrar a parte de trás de seu espartilho. Deitando-se na água já quente da banheira e mergulhando a cabeça para molhar seus cachos bagunçados, Bellatrix observava Narcissa pegar um frasco de dentro do armário que continha um líquido avermelhado com aroma floral. Era a poção que seria usada em seu cabelo, para ajeita–los.


Quando a loira estava próxima da banheira, a outra bruxa saiu da água e, surpreendendo a irmã, a puxou para dentro da banheira junto com ela.


“Bella!” exclamou Narcissa, surpreendida. "Olhe só o que você fez! Pra que isso, me diz? Você molhou todo o meu vestido e o meu espartilho!"


Bellatrix gargalhava como sua irmã ficou tão surpresa por pouca coisa. E então, com meio sorriso no rosto e um olhar um pouco impertinente, ela disse: "Oras, Cissa, isso é por você ter falado mal do meu cabelo... Você acha que eu deixaria passar em branco?"


Narcissa jogou um pouco de água no rosto de sua irmã. "Agora eu estou encharcada, Bella. Olhe só o que você fez!"


"Oh, vamos, chega de drama! Admita que não é tão ruim assim..." Ela riu.


Olhando para baixo e mordendo o lábio inferior, a bruxa acenou afirmativamente com a cabeça. Bellatrix observou seu vestido preto colado ao seu corpo molhado. As mangas encontravam-se no meio de seu antebraço, e o colar do vestido estava um pouco mais para baixo, mostrando levemente o caminho de seus seios. E as suas pernas... bem, Narcissa estava sentada sob elas, um lado do vestido cobrindo uma perna direita, enquanto uma certa parte da coxa esquerda estava à mostra. Bella olhou para o rosto de sua irmã; ela estava corando furiosamente. Achando graça disso, ela mordeu os lábios inferiores com força e abraçou sua irmã, puxando-a para baixo, fazendo-a deitar-se em cima de si.


A loira, como se estivesse sendo feita prisioneira, debateu-se nos braços da irmã, que a apertava mais contra ela própria, fazendo com que seus seios se salientassem a partir do decote do vestido. Fazendo beicinho, Narcissa fingiu ter sido derrotada. Elas riram, e em seguida, a morena beijou a sua bochecha, dizendo:


"Eu te amo, Cissa."


"Eu também te amo." Ela sorriu. "E Bella, a propósito, levante-se daí. Eu lhe disse que te ajudaria a tomar banho, não é? Embora você esteja aparentando estar bem o suficiente para poder fazer isso sozinha... Mas eu ainda terei de tratar desse seu cabelo, então considere-se sortuda."


Levantando-se de cima da irmã para pegar o sabonete, ela começou a ensaboar suas costas suavemente, vez ou outra apertando seus ombros, como uma pequena massagem. De suas costas, ela passou à sua barriga, estando ainda por trás. Enquanto uma mão ensaboava o local, a outra deslizava pela lateral do corpo à sua frente, sem um centímetro passar despercebido. Então, as suas mãos dirigiram-se aos braços, e em seguida, ao peito e seio de sua irmã, parando apenas para depositar um pequeno beijo em sua bochecha.


Entregando o sabonete à Bellatrix, que agora terminava de se limpar, Narcissa retirava com dificuldade o seu vestido, espartilho e roupas íntimas, devido ao peso da água, que parecia fazê-lo prender-se mais no corpo. Após essa pequena confusão com as roupas, ela virou-se de costas à morena e puxou seus cabelos loiros para um único lado. Bella, depois de depositar um demorado beijo na nuca, esfregou o sabonete nas costas de sua irmã e, em seguida, na barriga, seguindo a mesma ordem que ela fez, sentindo a sua pele macia e fina sob seu toque. Ela poderia fazer isso sempre, pensou. Ela gostava de ver sua irmã relaxada dessa maneira e com um sorriso brotando nos lábios.


Após encerrado o banho e cada um vestindo suas respectivas camisolas e robes de cetim, Narcissa aplicou a solução avermelhada no cabelo da irmã e os escovou. O cheio floral não demorou a surgir no ar.


E então, despedindo-se, a loira novamente abraçou e beijou a morena no rosto, e caminhou em direção ao seu quarto. Dessa vez, não haveria motivos para seu marido queixar-se a ela sobre a nova moradora da casa.


~*~


Fazia uma hora e meia desde que havia deitado em sua cama, e Narcissa ainda não havia conseguido dormir. Ela não poderia dizer ao certo que houve para ela estar dessa maneira. Ela sempre pegou no sono rapidamente; por que hoje estava sendo diferente?


Bufando e virando de lado mais uma vez, ela pôs-se a pensar sobre sua irmã. Quando elas eram crianças, em Hogwarts, e corriam por entre seus corredores; quando, mais velhas, passaram uma semana inteira em Paris, longe dos pais, apenas indo à pubs, conhecendo lugares diferentes e fazendo coisas que nunca mais faria novamente. E então, seu pensamento caiu sobre o dia de hoje, a tarde que passaram juntas sob a sombra de uma árvore, inalando o perfume de seu cabelo e ouvindo seu batimento cardíaco, com a cabeça sob seu peito. Mudou-se para o banho na qual tomaram juntas haviam poucas horas; sua irmã beijando-lhe na nuca demoradamente e um leve arrepio percorrendo a sua espinha, e em seguia, sentindo sua mão com sabonete em sua barriga...


O que estava acontecendo? Por que tudo isso estava em sua cabeça? A maneira com que estava repassando o dia em sua mente, com todos estes detalhes, não era certo. Ela estava sendo inestuosa, e por mais que o lema de sua família fosse esse, Narcissa não poderia imaginar-se junto à sua irmã... ou poderia, quem sabe. Mas não era certo, ela tinha um filho e um marido - infiel, mas tinha. O que, de certa forma, ainda quer dizer algo, não quer?


Bem, mas ela não poderia evitar. Tais pensamentos sobre sua irmã, quanto mais afirmava ser errado, mais eles insistiam em fixar-se em sua mente.


E então, cansada de batalhar contra, ela se entregou. Ela não faria qualquer esforço para ocultá-los, nesse momento. E parece que, a partir disso, seus olhos foram pesando, até que, lentamente, ela caiu em um sono profundo.

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Hahaha te peguei! Ainda não há nenhuma cena muito quente entre a Cissa e a Bella! Isso acontecerá um pouquinho mais para frente, sejam pacientes. O que houve até agora foi um preparativo, digamos assim. ;)
Bem, há alguns pontos que eu queria explicar. 1º: os bruxos não usam camisa social como "nós" trouxas usamos, mas eu coloquei como se usassem para dar liga ao pensamento de Narcissa, quando ela lembra que já encontrou alguns sinais de traição nas camisas de Lucius. 2º: Draco está de férias. Quando ele vai ao Três Vassouras se encontrar com seus amigos, é uma tarde durante seu período de férias de Natal. 3º: quando Bellatrix sussurra "eu ainda estou te vendo, Dragon" no ouvido de Draco, ela usa o seu apelido, que Narcissa carinhosamente deu a ele. 
Ah, antes que eu me esqueça... um obrigado à Liz Remes, que me ajudou no fim do capítulo, fazendo minha inspiração voltar. E à minha xará, a Gabi S., que está sempre me ajudando com a fanfic.
Bem, espero que tenham gostado desse capítulo. E não se esqueçam de deixar suas revisões, elas são sempre vem vindas!

Gabrielle Gomes 

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