Epifania.





Desculpem-me, mais uma vez, pela demora em postar esse capítulo. De qualquer maneira, eu acredito que vocês irão gostar dessa parte.
Ah, outra coisa. Eu só leria o capítulo se estivesse sozinha, longe de qualquer amigo ou familiar. Sem querer contar algum spoiler ou deixá-los esperançosos, é claro.



~~~~~~~~





Bellatrix fechou a porta atrás de si e caminhou lentamente em direção à cama, vestida apenas por uma camisola preta. A ausência de luz no ambiente tornou-a ainda mais sedutora. A cada passo dado em direção à cama, Narcissa - que até então estava encostada na cabeceira da cama - arrastava-se à beira do móvel e olhava intensamente à sua irmã.


“Você é tão linda, Cissa...” sussurrou Bellatrix, ao pé do ouvido, e depositando um leve beijo lá. Uma mão acariciou suavemente a bochecha de Narcissa, enquanto seus olhos encontraram-se com os de sua irmã novamente.


Ela inclinou seu rosto na palma da mão e a beijou. Neste momento, Bellatrix aproximou-se mais da bruxa à sua frente e abaixou-se para beijar sua bochecha, mas Narcissa virou o rosto, fazendo com que fosse beijada na boca.


O beijo foi leve de início, mas logo se intensificou. Começou com Bellatrix abrindo sua boca, dando passagem à língua da irmã, deixando-a correr por ela; até mordiscadas no lábio inferior e outros pequenos beijos percorrendo ansiosamente da linha de sua mandíbula, seu pescoço, até chegar à sua clavícula. Narcissa despiu-se de sua camisola, mantendo-se apenas por sua calcinha branca rendada, contrastando com sua pele também clara. Ela tornou a beijar sua irmã, dessa vez, puxando-a para a cama. Bellatrix correu suas mãos pela lateral de seu corpo, sentindo sua textura macia. Ela pousou as mãos em seu quadril e apertou-o.


“Eu quero você, Cissa...” ela sussurrou.


“Você já me tem...” Narcissa respondeu também entre sussurros, retirando a última peça que restava em seu corpo, enquanto sua irmã começava a se despir.


Neste momento, Bellatrix deitou-se sobre a irmã. Ambos os seios fartos e rígidos pressionados um contra o outro, e o calor de suas barrigas se encontrando.


Bella deslizou sua mão novamente pela lateral do corpo de Narcissa, mas dessa vez, arranhando-a suavemente, fazendo-a se arrepiar. Sua mão encontrou o caminho até sua coxa, na qual foi dado um beliscão, que fez a bruxa mais nova suspirar novamente. A morena moveu sua mão até o até o clitóris, massageando e beliscando-o em alguns momentos.


Os toques cessaram, e por um momento Narcissa olhou interrogativamente para Bellatrix. O que ela estava fazendo? Ela iria parar? Não, ela não poderia... Ela tinha que terminar o que haviam começado!


Sorrindo para a expressão da irmã, que claramente desejava por seus toques, Bellatrix enfiou dois dedos dentro dela enquanto beijava sua mandíbula. Narcissa automaticamente arqueou suas costas quando sentiu os dedos dentro dela. Deuses! Por Merlin, como era bom! Eles batiam fundo em seu núcleo, e sua velocidade fora aumentando, ganhando um ritmo.


“Oh, Narcissa...”


“NARCISSA!”


A loira abriu seus olhos de repente, com sua testa suando e uma de suas mãos na bainha de sua camisola. Ela piscou. O que havia acontecido?


“Narcissa! Que diabos! Eu estou te chamando há meia hora e você não acorda!”, disse Lucius Malfoy, seu marido.


Espere...


“O que aconteceu?”


“Eu é quem lhe pergunto: o que aconteceu? Você estava dormindo normalmente, até que sua respiração ficou mais pesada e sua testa mais quente...”


Não... Espere...


Narcissa corou. Ela havia sonhado com Bellatrix. Havia sonhado que estava fazendo sexo com sua irmã, sua própria irmã. Isso era errado, isso não poderia acontecer. Embora o lema da família Black seja “Sempre Puro” em uma língua morta, isso não poderia acontecer. Era somente no caso de dois primos ou irmãos não conseguirem se casar com outros sangue-puros, então eles se casariam e procriariam. Mas entre duas irmãs, mulheres, e casadas, sendo uma delas com um filho de 16 anos... não, isso não era possível. Além disso, era incestuoso e contra as normas da família.


“Narcissa!”, gritou Lucius, mais uma vez.


“Oh, Lucius, me desculpe”, ela despertou de seu devaneio, fingindo uma doçura inexistente em sua voz para o seu marido. “O que você quer?”


“Por que você não me responde? Estou te chamando há meia hora!”


“Perdão, eu estava com minha cabeça longe. Repita, por favor.”


“É... eu percebi”, ele sussurrou para si mesmo, emburrado. “Então, me diga, o que foi isso? Você estava inquieta e suando, abria sua boca como se quisesse dizer algo mas não conseguia...".


Narcissa arregalou os olhos, e ele prosseguiu: "Por acaso você estava...?”


“Não, Lucius." Ela respondeu rapidamente, tentando esconder seu nervosismo. "Eu não sonhei nada. Oras, como você poderia imaginar isso vindo de mim?"


Antes mesmo que o homem pudesse responder, ela já havia levantado de sua cama, amarrado a fita de seu robe de cetim na cintura e se dirigido ao banheiro. Ele ficou imóvel, surpreso pelo comportamento de sua esposa. Essa era a segunda vez que ela agia de modo diferente com ele, e ele não fazia ideia do que poderia estar acontecendo com ela.


Trancando-se no banheiro, Narcissa abriu a torneira da pia, molhou seu rosto e deixou a água escorrer, enquanto observava seu reflexo no espelho. Isso não poderia acontecer, ela já disse. Mas, por outro lado, seu carinho e sua atenção para com a sua irmã eram tão grandes, que facilmente poderia ser confundido com algo incestuário.


Seguindo esse pensando, Narcissa soltou um leve risinho quando se imaginou andando de braços dados com sua irmã no Beco Diagonal, enquanto a dona de uma das lojas as encarava. Mas, era lógico que uma coisa como essa nunca aconteceria. Sua irmã, Bellatrix, não andava de braços enganchados com ninguém, mesmo antes de ser sido presa em Azkaban. Porém, a ideia não deixou de diverti-la.


Mas, e se caso acontecesse... Não, ela não desejaria isso, ela achava... Mas, se por acaso, houvesse algo entre elas...? Seria um choque, tanto para Draco ou para Lucius, mas especialmente seu marido. Aquele homem, por mais infiel que fosse, não admitiria ser traído. Se ele desconfiasse de algo, ela tinha certeza, ele iria atrás, investigaria, até descobrir sobre o caso. E então, ele seria capaz de qualquer coisa para vingá-las, ela imaginava. Torturá-la na frente do próprio filho, gritar à todos em pleno Beco Diagonal que ela era uma incestuária - apesar de manchar parte de sua reputação, ou até mesmo dedurar Bellatrix ao Lord das Trevas, fazendo com que sua vida como Comensal da Morte chegasse ao fim e, possivelmente, a sua própria vida se encerrasse por ali, pelas mãos do seu próprio senhor.


Aterrorizante, somente de imaginar. Narcissa não saberia dizer se suportaria continuar vivendo ao lado de um homem que arruinaria a vida de Bellatrix, isto se ele ainda a manter dentro de casa. Na primeira oportunidade que ela teria, ela se mudaria com sua amada para a Franca, o país na qual sempre gostou. Ao menos lá elas poderiam, realmente e finalmente, serem felizes.


Narcissa tomou banho rapidamente em seu chuveiro dourado recém-instalado. Lucius estava reclamando havia tempos sobre a temperatura da água, alegando que era muito fria, e então, por insistência, a bruxa acabou por trocar o aparelho. Ela tomou rapidamente seu banho, enrolou-se em sua toalha e partiu em direção ao seu guarda-roupas, procurando por seu vestido preto e com alguns detalhes em verde, que também era um palmo mais curto que o habitual. A esse horário, Lucius não estava mais presente no quarto.


Ela terminou de se vestir e foi até a cozinha, preparar a mesa de café da manhã por conta própria, e somente então ir até o novo quarto de sua irmã.


Batendo na porta três vezes, ela aguardou em silêncio uma voz mandar-lhe entrar. Nenhuma resposta. Narcissa bateu outros três toques mas, novamente, não houve resposta, de modo que resolveu entrar no quarto de qualquer maneira.


Fechando a porta atrás de si e caminhando em direção o móvel, a bruxa encontrou sua irmã dormindo tranquilamente em sua cama. O cobertor subia e descia lentamente de acordo com sua respiração, e seu cabelo cacheado estava jogado sob o travesseiro.


Dando a volta na cama e sentando-se à beira na cama, a bruxa não pode evitar de observar Bellatrix dormindo. Seus olhos fechados, e suas escuras marcas roxas embaixo dos olhos. Seus lábios levemente avermelhados e entreabertos... E então, a sua forma debaixo das cobertas, o contorno de suas pernas e seu traseiro devido a sua posição deitada.


Um rápido flash de seu sonho na noite passada voou à sua mente. Cenas de sua irmã abaixando-se para beijar sua bochecha, e Narcissa virando o rosto para beijá-la na boca e sentir os seus lábios nos dela encheram sua cabeça. Subitamente, antes que pudesse controlar seus instintos, a bruxa inclinou-se na cama em direção o corpo e depositou um beijo demorado em seu ombro, que acabou levando-a a outro em suas costas, e em sua nunca, e outro em sua cabeça.


Com o rosto ainda muito próximo dos cabelos de Bellatrix, Narcissa pôde sentir o aroma floral que ela havia passado neles no dia anterior, durante... o banho... que elas haviam tomado juntas. O banho na qual ela sentiu as mãos de sua irmã viajando por seu corpo, tocando-lhe a barriga e a lateral de seu corpo delicadamente, apesar de suas mãos que ainda estavam um pouco ásperas. E, especialmente, as suas costas e seios, enquanto beijava sua nuca. Uma sensação inebriante.


Beijando novamente a parte de trás do ombro de sua irmã com mais volúpia do que anteriormente, Narcissa não viu a bruxa despertar de seu sono.


"Hmmm, Cissa...?" disse Bellatrix, com a voz sonolenta.


Narcissa congelou.


Bellatrix havia acordado, e justamente no momento errado.


Ela não poderia ser flagrada adorando a pele de sua irmã dessa maneira.


Ah, como ela queria virar aquele animal trouxa, somente para esconder sua cabeça no meio da terra... como ele é chamado? Ema? Emu? Avestruz? Tanto faz...


"Cissa?" perguntou a irmã, mais uma vez.


"Ahn... sim, Bella, sou eu..."


"Hm...", ela se virou para olhar para a irmã. "O que você está fazendo?"


"Eu, é... nada, Bella." Narcissa, corando, saltou para trás repentinamente, voltando a sentar-se à beira da cama. "Eu estava apenas... apenas te chamando, sim. O café da manhã já está sendo servido, e eu queria que você descesse até a sala de jantar para lanchar conosco..."


Confusa com a postura de Narcissa, Bellatrix assentiu com a cabeça e voltou a deitar em sua posição anterior.


"Hm... Daqui a pouco eu desço, Cissa."


"Sim, tudo bem." Achando que seria melhor não ficar mais um minuto em meio essa atmosfera constrangedora, Narcissa levanta da cama rapidamente e caminha em direção a porta, pronta para retirar-se do quarto. No momento em que gira o trinco da porta, sua irmã pergunta:


"Está tudo bem com você, Cissa?"


Ela congelou, mais uma vez.


"Sim, Bella... Tudo sob controle." Ela forçou um sorriso, e então, saiu do dormitório, batendo a porta na saída, e sem esperar uma resposta.




Merlin, o que foi isso? Onde ela estava com a cabeça quando resolveu beijar sua irmã daquela maneira? A sua sorte é que ela estava dormindo, então não presenciou toda a cena. Caso contrário... caso houvesse acontecido o contrário, ela não gostaria de imaginar como seria. E, falando nisso, ela deveria fazer algo útil agora, distrair sua cabeça com outras coisas, e não... pensar na pele de sua irmã e a maneira com que demonstrava todo o seu afeto por ela.


Narcissa seguiu, então, para a estufa. Ela cuidaria de suas orquídeas, suas amadas plantas, que ela deixou de visitar ontem pois passou toda a tarde no jardim, junto com sua irmã... Droga, sua irmã. O que Bellatrix tem a ver com isso?


A estufa estava quentíssima, como sempre. Em termos, Draco tinha razão, apesar de sempre exagerar um bocado... "Todo o calor que fazia em Hogsmeade durante o verão fazia dentro dessa estufa durante o ano inteiro".


"Olá, minhas queridas...!" cantou Narcissa, alegremente, enquanto vestia um par de luvas de borracha trouxa que era realmente útil para o caso de não sujar suas mãos, e carregava vários caixotes de madeira repletos de mudas para uma fileira vazia entre as suas plantações. Ela estava trabalhando arduamente nisso; cavava buracos com sua pá, colocava diferentes espécies de plantas lá dentro e, então, cobria novamente com terra e regava o local.


Narcissa se entreteve com as suas plantas, mas somente até seu elfo doméstico aparatar dizendo-lhe que o almoço estava sendo servido. Sendo assim, a bruxa levou os materiais que estava utilizando até um canto na estufa, ao chão, ao lado de um tanque, e retirou-se em direção a sala de jantar.


Draco e Bellatrix já haviam encontrado seus lugares à mesa, enquanto Lucius descia as escadas fechando os botões de sua maleta e largando-o em cima de uma poltrona.


"O almoço está s-servido, minha senhora." disse o elfo.


Narcissa acenou positivamente com a cabeça, de modo que Mint estaria dispensado para realizar suas outras tarefas na casa.


O casal Malfoy sentou-se, então, à mesa e todos puseram-se a se servir. Lucius estava sentado à ponta, ficando à esquerda de Draco. E à sua direita, estava sua mãe, Narcissa, exatamente em frente à sua irmã, Bellatrix.


Uma rápida troca de olhares foi feita entre as duas, e isso foi o suficiente para fazer a bruxa mais nova enrubescer.


O restante do almoço foi silencioso, porém cercado por uma massa de constrangimento no ar. O mais jovem dentre os presentes, Draco, pareceu não notar o que possivelmente estaria acontecendo, apesar de evitar olhar para sua mãe e sua tia. E Lucius, na qual periodicamente observava sua esposa, questionava-se qual a razão para a mudança repentina na postura de Narcissa. Ela não estava assim até o dia em que Bellatrix Lestrange retornou de Azkaban...




Terminado o banquete, Lucius usava a Rede de Flu para ir até o Ministério da Magia, onde seguiria com seu trabalho até o final do dia, enquanto Narcissa retirou-se até seu quarto, para trocar seu vestido manchado de terra, e então, descer até a biblioteca.


Ela retirou um livro qualquer de poemas de sua estante, reclinou-se em um sofá e iniciou a sua leitura.


 


"Meu espectro gira em torno de mim noite e dia


Como uma fera selvagem protege o meu caminho;


Minha emanação longe e dentro


Chora incessantemente para o meu pecado.


 


A insondável e sem limites de profundidade,


Não vagamos, não choramos;


No vento desejo fome


Meu espectro segue atrás de ti.


 


Ele aroma teus passos na neve


Onde quer que tu vá,


Jogue o inverno e chuva de granizo.


Quando tu irá retornar outra vez?"




Por alguma razão, esse poema lembrou Narcissa sobre Bellatrix. Apesar de sua irmã ter dedicado toda sua vida para servir o Lord das Trevas, disposta a correr riscos e até mesmo perder sua vida durante um combate, Narcissa insistia em pedir para ela deixar de ser tão obcecada pelo lado negro do mundo mágico. Apesar de estar em seus sangues, apesar de todo os seus históricos familiares, ela poderia apenas crer no Senhor da Morte, ao invés de segui-lo tão fervorosamente. Mas, como sempre, Narcissa era ignorada. A única coisa que lhe restava, portanto, era invocar aos deuses, assim como sua mãe havia lhe ensinado quando mais jovem, proteção à sua irmã. Deste modo, a bruxa sentia como se ela própria estivesse lá, para protegê-la e defendê-la de todos as azarações lançadas contra ela.




"Até eu virar do amor Feminino


E erradicar o Bosque Infernal,


Eu nunca serei digno


Para passar para a Eternidade.


 


E, para acabar com as tuas zombarias cruéis,


Aniquilar-te sobre as rochas,


E outra forma de criar


Para ser subserviente ao meu destino.


 


Vamos abdicar de amor,


E erradicar o Bosque Infernal;


Então vamos voltar e ver


Os mundos da eternidade feliz.


 


E por toda a eternidade


Eu te perdoo, você me perdoa.


Como o nosso querido Redentor disse:


'Este é o vinho, e este o Pão'."




Mas, por mais que Bellatrix fosse e viesse de mais e mais missões em honra ao seu Senhor e de todas, ela retornasse ferida; e por mais que ela fosse feita prisioneira em Azkaban durante 15 anos e depois retornasse debilitada de lá, sem forças até mesmo para aparatar, Narcissa sempre perdoaria sua irmã por sua escolha e sempre recorreria aos deuses para vigiá-la e protegê-la onde quer que ela fosse. Este lado materno e familiar era muito forte em Narcissa, e era daí onde ela tirava a sua maior força.


Um barulho vem na direção da porta, fazendo-a despertar de seu devaneio. Ela olha para frente para descobrir que é Draco indo até as estantes e escolhendo um livro de História, chamado Um Guia Sobre a Magia Medieval, na qual ela reconheceu pela capa.


"Lendo livros antigos, uh?" perguntou Narcissa, fazendo-o se assustar e derrubar o livro no próprio pé.


"Ai!" ele exclamou, e a bruxa não pôde deixar de rir. "O que você está fazendo aqui?"


"Lendo um livro, assim como você." Ela disse, erguendo o livro para ele ver a capa. "Desde quando você lê coisas sobre a História da magia, Dragon?"


"Desde, uh... Como você sabe? Aliás, quem disse que é um livro sobre magia?"


"Eu vi a capa."


"Mas eu nem lhe mostrei..."


"Meu filho, eu venho quase todos os dias até a biblioteca. Se eu não soubesse em que ordem está organizado esses livros e nem quais são as capas deles, honestamente..."


Draco ficou quieto.


"Vem aqui. Pegue seu livro do chão, e sente aqui do lado da sua mãe."


Ele obedeceu. Ambos leram os seus exemplares, porém não demorou muito para o garoto cair no sono sentado. Ele realmente não gostava de ler.


"Filho... Dragon, filho, acorde." Disse Narcissa, cutucando o filho no braço e, em seguida, fechando seus livros e colocando-os em cima da mesinha de centro.


"Hmm, o que foi?", resmungou.


"Você começou a ler, mas acabou dormindo. Tsc, não sei porque ainda me surpreendi em vê-lo por aqui. Mas, venha, deite aqui" ela disse, movendo-se para a borda do sofá e batendo no espaço livre. "Você está caindo de sono."


Draco não respondeu nada, apenas fez mais uma vez o que sua mãe mandou. Ele se deitou ao lado dela no sofá, com a cabeça em seu peito enquanto ela lhe acariciava os cabelos. Ele, então, passou um braço ao redor de sua cintura, e não demorou muito para que, dessa vez, ambos caíssem no sono.




Eles despertaram quando Mint aparatou no cômodo avisando que o jantar seria servido em breve. E Draco, como sempre, resmungou algo incompreensível - mas criticando, certamente.


Narcissa, por sua vez, desvencilhou-se do filho, arrumou seu vestido e cutucou o bruxo algumas vezes, fazendo-o levantar relutantemente e caminhar - ainda de olhos fechados - em direção a porta, mas tropeçando na mesinha de centro e batendo sua canela.


Ele reclamou de dor, dessa vez, sentando-se no chão. Com isso, Narcissa reprovou-o, dizendo:


"Ora, vamos, chega de cenas. Vamos jantar de uma vez, pois não temos a noite toda."


Sem escolha, ele levantou-se e seguiu até a sala de jantar com sua mãe, abraçando sua cintura.


~*~


"Noite", disse Lucius, saindo da Rede de Flu e largando sua maleta em cima da poltrona da sala. "O jantar está servido?"


"Olá", respondeu Narcissa, sem forçar simpatia. "Sim. Mint acabou de nos chamar para o jantar. Você chegou a tempo dessa vez, eu posso ver."


Ele não respondeu.


Bellatrix vinha descendo as escadas e balbuciando coisas consigo mesma.


Todos os quatro dirigiram-se a seus lugares à mesa e começaram a se servir.


Nesta refeição, Narcissa realmente evitou olhar para sua irmã, exceto pelos momentos em que fazia um comentário ou outro, na qual não havia como disfarçar levando mais alimento do seu garfo à sua boca, ou bebericando sua taça de vinho.




Todos já haviam devorado seus jantares. Bellatrix levantou se dua cadeira e dirigiu-se à sala de estar, largando-se em um sofá em frente a lareira, enquanto o resto da família, até seus respectivos quartos.


Fechando a porta atrás de si, Narcissa caminha até a estante de seu quarto, abrindo a tampa de seu porta-jóias, retirando seus pequenos brincos e corrente com a inicial de seu nome, ambos de ouro branco, e guardando-os em seus devidos lugares. Lucius, enquanto isso, retirava seus calçados e meias, largando-os pelo caminho, e escolhia um outro conjunto de calça e camisa social em seu guarda-roupas.


"Irá sair, Lucius?", ela interrogou.


Ele não respondeu.


"Eu te fiz uma pergunta. Por favor, responda-me."


"Sim, se é isso o que quer saber." Ele respondeu com o mesmo com de voz.


Narcissa caminhou até seu armário, retirou seus calçados e guardou-os no lugar, e fez o mesmo com os sapatos de seu marido, acenando-os com a sua varinha.


Ela parou e, com uma mão apoiada no quadril, ela questionou:


"E para onde você está indo?"


"Ministério", respondeu, escolhendo um novo par de meias e roupas íntimas. "Eu ainda tenho coisas a resolver. Não consegui terminar todo o meu trabalho durante a manhã e tarde de hoje, de modo que precisarei ir até lá esta noite."


"Ir ao Ministério a uma hora dessas, Lucius? Francamente! Você acha que eu sou-"


"Cale a sua boca, Narcissa." Ele silibou, parando o que estava fazendo e olhando diretamente nos seus olhos.


Ela ficou quieta, apenas olhando para o rosto dele.


Ele continuou:


"Quem você pensa que é para dizer o que eu devo ou não devo fazer na minha vida? Eu faço o que eu bem quiser, e saio o horário que eu quero; não preciso de uma mulher como você me controlando."


Dito isso, Lucius marchou para o banheiro, batendo a porta com força e trancando logo em seguida, e largando uma bruxa em reação às suas costas.


Ela sentou-se à beira de sua cama, com os olhos fixos ao trinco da porta do banheiro, com a mesma expressão facial.


Ele estava indo trai-la outra vez. Lucius Malfoy iria lhe trair, e deixou isso evidente, inventando qualquer desculpa esfarrapada no início. E com quem seria dessa vez? Uma cliente do Três Vassouras, que conheceu certo dia, ou a nova funcionária do Departamento de Execução das Leis da Magia? Conhecendo bem o crápula do seu marido, Cissa poderia inclusive desconfiar que se encontraria com as duas. Argh...




Depois de minutos refletindo, a bruxa sai de seus pensamentos com um barulho no trinco da porta e seu marido caminhando até sua penteadeira, largando sua toalha em cima do banco e, então, escovando seu cabelo.


Ele sai do quarto batendo a porta firmemente atrás dele, e descendo as escadas correndo - que graças ao barulho do calçado contra a madeira, pode ser ouvido através da porta.


Narcissa deitou-se na cama, com lágrimas brotando nos olhos e imediatamente escorrendo sobre seu rosto. Isso não poderia estar acontecendo novamente, não... Quantas vezes mais ela teria de sofrer por conta disso? Dez?


Cansada de chorar, a bruxa decidiu ir tomar seu banho. Ela caminhou até seu banheiro com os vidros ainda um pouco embaçados com o vapor da quente, e imediatamente despiu-se de suas roupas, largando-as mesmo no chão e ligando o chuveiro. Ela tomou um banho rápido e, em seguida, vestiu a mesma camisola para dormir que usou do dia anterior.


Acomodando-se para dormir, sem mesmo ir até o quarto de sua irmã ou seu filho para dar-lhes 'boa noite', a bruxa cobriu-se com seu cobertor e deixou seus pensamentos correrem sobre tudo o que havia acontecido durante o dia. Assim, se precisasse chorar, não haveriam problemas em ser vista, pois passaria a noite inteira sozinha, ela pensava.


Teria sido tudo mais fácil se tivesse recusado o pedido de casamento de Lucius Malfoy, quando ainda eram adolescentes. Ela teria evitado ficar chateada por conta das traições de seu marido, se houvesse prestado mais atenção em sua irmã, há anos atrás, quando contou-lhe ansiosamente sobre o pedido na qual havia recebido.


"Ele é um idiota", ela relembrava sua irmã lhe dizendo. "Eu fico feliz por isso ter acontecido com você, Cissa, mas realmente, não com ele. Lucius é um bruxo desprezível e, na maioria das vezes, rude como um trasgo. Você merece coisa melhor, irmã..."


E realmente, merecia.


Por mais que negasse, internamente ela sabia que merecia.


Bellatrix, por exemplo. Seria a esposa perfeita, embora fosse extremamente ligada às Artes das Trevas e isso a incomodasse um pouco. Mesmo parecendo não ter sentimentos em alguns momentos, Narcissa sabia que sempre seria amada por sua irmã.


Elas poderiam ler juntas, passear juntas nos parques e inclusive fazer compras no Beco Diagonal, mesmo que Bella odiasse. Ela faria por amor, o que era o mais importante.


E falando em amor...


Elas passariam muitas noites em claro juntas. Teriam noites e fariam coisas que impressionariam até mesmo a elas.


Não, vocês não fariam.– disse uma voz na sua mente.


Sim, faríamos. E não cansaríamos tão cedo disso. - ela respondeu.


Isso é incestuoso! Uma relação assim, entre irmãs, é errado!– a voz contestava.


Dane-se se seríamos ou não incestuosas. Nós nos amaríamos, de qualquer maneira.


Mas ainda é mal visto por outros bruxos, e isso destruiria a imagem de vocês duas.


Eu não me importo. Passaria por qualquer coisa para viver junto com Bella. E tenho certeza que ela faria o mesmo, porém de uma maneira mais agressiva.


Mancharia até mesmo o nome de suas famílias, Black, tudo por conta de uma paixão?


Sim.


Mas...


'Mas' nada. - disse Narcissa para a voz - Não há o que contestar.




Sentindo-se vencedora por ter vencido a batalha contra o 'eu' de sua consciência, a bruxa sorriu levemente para a situação.


Estranhamente, ter tais pensamentos sobre sua Bellatrix não lhe incomodava mais tanto quanto antes. Ela estava permitindo, e quanto mais memórias surgiam, mais um sentimento novo brotava dentro de si. Ela não saia dizer o que era, e nem a razão para aquilo, mas era algo bom. Isso ela sabia.


~*~


Era uma noite fresca. Não estava quente, mas também não estava muito frio. As brisas suaves, comuns naquela época, aeiouavam lá fora, e as folhas das árvores balançavam-se fracamente.


Estava escuro, e era muito tarde - provavelmente 03h da madrugada - quando Narcissa ouviu um barulho vindo da dobradiça da porta. A princípio, ela pensou que estivesse sonhando, mas o barulho de um calçado batendo contra a madeira do piso vinha lentamente em sua direção, de modo que ela soube que era real.


Assustada, a bruxa levantou a cabeça do travesseiro para ver quem era, mas sua visão estava turva e o ambiente muito escuro para reconhecer.


"Quem está aí?", ela perguntou.


"Sou eu, Cissa... Desculpe te acordar", disse Bellatrix.


"Ah, é você..." Ela deitou a cabeça no travesseiro novamente. "Por um momento pensei que fosse Lucius, mas certamente ele não virá até o amanhecer."


Ambas ficaram quietas por um momento, e então, Bellatrix perguntou timidamente:


"Posso ficar aqui essa noite? Eu não estou conseguindo dormir."


"Tudo bem. Venha aqui...", a irmã respondeu, batendo no espaço vazio à sua frente.


A bruxa deitou-se na cama de costas para Narcissa, de modo que elas ficaram deitadas de conchinha. A loira passou o braço ao redor do quadril da irmã e acariciou sua barriga carinhosamente em pequenos círculos.


Após um tempo em silêncio, Bellatrix chamou, virando-se o suficiente para olhar para o rosto da bruxa:


"Cissa?"


"Hm?"


"Eu te amo."


"Eu também te amo, Bella." Ela sorriu, dando-lhe um beijo na testa e movendo sua outra mão para os cabelos encaracolados de Bellatrix, acariciando-os.


Os olhos de Narcissa haviam se adaptado ao escuro. Ela mexia nos cachos de sua irmã, passando algumas mechas por entre seus dedos. Eles eram lindos. Ela era linda. Sua pele alva e sobrancelhas grossas, seus olhos castanhos, o nariz pontudo, sua boca e rosto de formato um pouco quadrado...


Seus olhos estavam embaçados pelo desejo, e não havia outra coisa que poderia fazer, a não ser deixar seus instintos tomarem a frente da situação.


Então, lentamente, ela foi se aproximando. Sua respiração estava mais rápida do que anteriormente.


Fechando seus olhos, ela fez o que tanto ansiava nas últimas horas e acreditava ser impossível. Narcissa fechou a distância entre ela e Bellatrix selando seus lábios contra os dela.


Apertando a mão em meio aos cabelos escuros da irmã, ela deu continuidade ao beijo, esquecendo tudo ao seu redor, incluindo a mínima possibilidade de seu marido entrar pela porta do quarto a qualquer momento.


Bellatrix parou o beijo, afastando-se e olhando surpresa para a irmã, e despertando-a da neblina luxuriosa que encobria seus pensamentos.


"Cissa?"


"Oh, por Merlin! Me perdoe, Bella! Eu não..." Ela deitou-se novamente em seu lugar, cobrindo o rosto com as mãos e deixando as finas lágrimas que brotavam em seus olhos, rolarem. "Eu não pensei sobre o que estava fazendo. Foi automático, eu não sei explicar. Merlin! Eu juro que-"


"Shhh, Cissa, está tudo bem."


"Não está, Bella. Eu te beijei, beijei minha própria irmã..."


"Eu não me importo com isso."


"O que-"


Bellatrix avançou sobre a irmã. cobrindo novamente a boca dela com a sua. Ela beijava como mais ânsia do que anteriormente, o que a fez subir em cima de Narcissa.


Ela abriu sua boca, permitindo a entrada da língua da bruxa mais nova. Suas línguas entrelaçavam-se, dançavam uma contra a outra como se fossem duas víboras.


"Bella..."


"Shhhh", interrompeu Bellatrix, com uma das mãos enterrada nos cabelos de sua irmã.


"Mas isso não é certo", ela afirmou, usando o pouco de sanidade que ainda lhe restava.


"Eu não me importo que isso seja errado, Cissa."


"Mas..."


"Shhhh, Cissa, você fala demais."


Com isso, ela beijou novamente sua irmã, antes que ela pudesse responder, e ela correspondeu no mesmo instante.


Bellatrix, que estava por cima, retirou a camisola de sua irmã, largando seus lábios apenas para passá-los por sua cabeça. Ela estava se despindo de sua própria roupa, quando Narcissa a empurrou e montou em cima dela, sua região íntima já quente contra a barriga.


Ela atacou o pescoço da outra bruxa, chupando-o, e mais tarde, deixando uma marca escura lá.


De seu pescoço ela partiu em direção os seus seios, deixando beijos molhados durante todo o caminho.


Narcissa tomou seu seio direito em sua boca, sugando-o, enquanto beliscava o seu mamilo esquerdo.


Bellatrix suspirava de prazer. não desejando fim às ações de sua irmã. Merlin sabe o quão bom isso tem sido.


Ela repetiu seus movimentos no outro seio, para maior deleite de Bella. E depois, sem um aviso, ela enfiou dois dedos dentro dela, fazendo-a arquear as costas e suspirar mais uma vez.


Os movimentos para dentro e para fora de seu núcleo continuaram e aumentaram a velocidade, quando outro dedo foi acrescentado.


"Oh, Cissa... oh... eu não conseguirei mais tempo...", a bruxa gemeu. "Então venha, Bella..."


"Ah! Merlin! Sim!"


No exato momento em que Bellatrix gozou, Narcissa substituiu seus dedos por sua boca, lambendo a região de sua irmã. Ela engoliu seus sucos, e a beijou, fazendo-a sentir o próprio gosto.


O beijo seguiu com Narcissa arrastando suavemente sua mão pela barriga de Bellatrix, arrepiando-a, enquanto ela acariciando o rosto de Narcissa, ambas com os olhos fechados.


"Eu te amo, Cissa."


"Ah, é?", desafiou. "Prova."


A bruxa trocou de lugar com sua irmã, ficando novamente em cima dela. Ela mordeu os seios dela, fazendo-a arquear e morder os lábios com força.


Enquanto a morena explorava a região íntima de sua amante com sua boca, na qual trançou as pernas atrás de seu pescoço. Com mais mordiscadas e uma língua entrando e saindo, não demorou muito tempo para Narcissa gozar e gemer o nome da irmã.


Caindo ao lado dela, Bellatrix beijou-a carinhosamente no rosto e as cobriu com o lençol. A loira a abraçou por trás, novamente ficando deitadas de conchinha, até que ambas caíram no sono.




~~~~~~~~~




O poema citado se chama Broken Heart, e pertence a William Blake. Quem é fã da Helena Bonham Carter e já assistiu o filme The Heart of Me, sabe que ela recita o último verso para o cunhado e amante dela. É um bom filme e emocionando, embora. E, já que estou falando dele, eu recomendo que assistam.
Gostaria que vocês avaliassem o capítulo especialmente na cena de sexo, porque eu fiquei um pouco insegura em escrever isso. É a primeira vez que escrevo algo assim, então...
É isso, beijos e não esqueçam de comentar.

Gabrielle Gomez 



Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.