Ash Carter



N/A: Feliz Ano de 2014 para todos :)
Perdi-me imenso na história, e desde que entrei para a universidade tinha andado demasiado busy para me dedicar a esta. Mas pronto, já tenho um novo rumo definido, espero que gostem ;) 
Peço desculpa por todo o atrasado e informo desde já que a primeira metade deste capítulo foi, apenas, ligeiramente alterada e as novidades estão na segunda parte! Divirtam-se. 

Ash Carter

Voldemort queria manter-se nas sombras. Nas duas semanas e meia em que Harry estivera naquela cela, Dumbledore e Diggory tinham alertado a população para o seu regresso. Mas o Ministério negava tudo. Não era de admirar. Estavam demasiado assustados para verem a realidade. Voldemort via na negação uma vantagem. O seu Exército das Trevas poderia recuperar o seu poder, e quando decidisse atacar teria a vantagem do elemento surpresa.


Sirius escrevera-lhe, perguntando-lhe onde é que ele se encontrando, e ordenando-lhe que voltasse para Privet Drive. Dumbledore tinha motivos para o manter lá.


- Já é altura de cortar contacto com essa escumalha traidora de sangue, Azrael. – Voldemort sorriu, cinicamente, enquanto lhe passava as cartas.


Sirius estava, claramente, preocupado. O mesmo para Hermione e Alice. Pensou em Alice por uns momentos. Sabia que ela nunca aceitaria a marca no seu braço esquerdo, que não compreenderia ou seria capaz de guardar o seu segredo. E que havia demasiado de si que ela não conhecia. Ele queria alguém que o conhecesse, e amasse na totalidade, incondicionalmente. Alice e ele haviam atingindo o ponto final.


Harry leu as cartas sem mostrar qualquer emoção. Quando terminou, fintou Voldemort e Lucius Malfoy, o braço direito do seu mestre, que se encontravam sentados na cabeceira da longa mesa rectangular.


- Dumbledore quer que eu regresse a Privet Drive. A Ordem de Fénix quer que eu confirme o vosso regresso. Acreditam que a minha palavra lhe pode trazer mais aliados. – Harry resumiu.


- E o que estás a pensar fazer? – Voldemort parecia avaliá-lo.


- Não vou regressar a Privet Drive. Depois, digo ao Dumbledore que não tenho de lhe obedecer. E vou negar o vosso regresso. E, depois, digo ao Dumbledore que não quero ser visto como um demente ou um louco, como ele e o Diggory.


- Óptimo. – Voldemort sibilou – Espero que não arruínes nenhum dos meus planos.


- Não vou arruinar, meu senhor. – Harry acenou.


- Eu sei que tens um amigo que tem asas negras e é chamado de Anjo. Eu quero-o morto. E quero que sejas tu a matá-lo. – Voldemort ordenou.


- Sim, senhor. – Harry acenou.


Não podia recusar, nem fazer perguntas. Ash Carter tinha de morrer. Daphne encontrou-o à saída da sala, e ele sussurrou-lhe a sua nova missão.


 - Harry, não o faças. Não mates o Ash. – Daphne agarrou-o. O seu sussurro tornara-se ligeiramente mais alto.


- É Azrael agora. – Harry sibilou, sem sentir grande opção.


Harry fechou os olhos. Ele vira Malfoy mencionar Ash e Curtis na presença do Senhor das Trevas. E vira dois Devoradores da Morte mencionarem que Ash gritara que só havia um Devorador da Morte capaz de o capturar, e esse era Harry Potter. Voldemort estava a testar a sua lealdade.


Mas Ash treinara-o no ano anterior, e sabia que ele não era capaz de o vencer. Se Ash gritara aquelas palavras para os Devoradores da Morte, era porque queria que ele fosse ao seu encontro.  


Curtis estava sentado na bancada da Arena, mas Ash não estava em lugar nenhum para ser visto. O vampiro parecia mais sombrio do que o costume.


- És um tolo. – Murmurou. – Tu queres matá-lo, e não vais conseguir enganá-lo indeterminadamente.


- Eu tenho praticado Oclumencia. – Harry replicou – Ele vê desejo de morte em mim, mas não sabe que é direccionado a ele. Eu disfarço a mentira, e crio ilusões de falsas emoções. Hei-de aguentar-me.


- Claro. – Curtis encolheu os ombros, cheio de sarcasmo - O grande Harry Potter não pode ser derrotado.


- Ou então, morro a tentar. Não tenho nada a perder. Pelo menos, não fico aqui parado. – Harry sibilou, desdenhosamente.


- Quando a guerra chegar, eu escolherei o meu lado. – Curtis disse, com um meio-sorriso. – Para já, segundo o jornal, nada acontece.


- Onde está o Ash? – Harry perguntou.


- E estás mesmo disposto a matá-lo. – Curtis levantou-se – Eu começo a achar que esse teu lado de Devorador da Morte é mais do que um disfarce.  Tu queres ser esse tal Azrael, não queres? Eu pensava que o Ash era teu amigo.


- Tu não tens o direito de me julgar. Tu e o Ash já mataram mais pessoas do que aquelas que se conseguem lembrar. – Harry sibilou – Eu vou matá-lo, porque é o meu preço para sobreviver.


Curtis sorriu, quando ele disse aquelas palavras. E colocou uma mão no ombro de Harry.


- Agora, consegues compreendê-lo. E a mim, também, em parte. – Curtis sussurrou – Não te esqueças dessas palavras. Ele está no topo de Azkaban. Só precisas de saber voar…


Com isto o vampiro virou costas. Harry franziu as sobrancelhas. Só precisava de voar, e de ser imune a Dementors. Só precisava de ser Ash Carter.


Nunca conseguiria ser imune aos Dementors, não completamente, mas sabia que a Poção da Redução da Alma o ajudaria a passar despercebido. Usara-a no seu Terceiro Ano. "A poção pode ter-te ajudado a passar por meia dúzia de Dementors há dois anos, Potter, mas não é suficiente para se entrar em Azkaban." Snape comentara, quando soubera do seu plano. "Que escolha tenho, Professor?" Harry retorquira.


Recorreu a um feitiço de cabeça de bolha para nadar até á ilha, uma vez que sabia que no ar havia mais Dementors do que na água. Apesar de estar sob os efeitos da terrível poção, sentia-se gelado. Ouvia os gritos dos prisioneiros abaixo de si, misturados com os gritos de seus pais. Um Patronus não autorizado dispararia o alarme. Usou a sua varinha para levitar até ao topo, gritando de dor pela proximidade com os Dementors.


- Harry Potter. – Ash Carter aproximou-se, quando ele finalmente chegou.


- Excepto Patronum. - Harry sussurrou. Apenas um pequeno escudo, para o deixar respirar por alguns momentos. Retirou um segundo frasco da poção e gritou de dor, enquanto sentia a sua alma atrofiar, novamente. Ínvisivel, meio morto.


Chovia. Ash era uma sombra que sorria contra a luz do seu patronus.


- Vais matar-me? – Harry perguntou, com um meio-sorriso. Morrer parecia o menor dos seus problemas. 


- Não, mas tu vais matar-me a mim. – Ash replicou, sentando-se ao seu lado.


- Porque é que o Voldemort te quer morto? – Harry perguntou, com a voz rouca.


- Na mesma altura em que Voldemort quase conquistou Inglaterra, o sul do Japão foi dominado por uma feiticeira das Trevas chamada de Fénix. Chamavam-na de Fénix, porque ela tinha o estranho poder de se desfazer numa chama negra, e reaparecer curada através de cinzas. Foi ela a criadora do feitiço, e nunca mais ninguém conseguiu replicá-lo. Todos os seus servos se chamavam Desfigurados, e o sonho dela era abolir o crime no Japão. Os meus olhos são opacos para que possa ler mentes, o meu sangue é negro tornando-me imune à maldição da morte, entre outras, e à maior parte dos venenos, a minha alma foi quebrada, mas todas as partes permanecem dentro do meu corpo, o que me torna imune aos Dementors, que não a reconhecem, não envelheço e tenho asas. E uma maior afinidade para a magia do que a maior parte dos feiticeiros, o que me torna mais rápido a duelar, e me leva a lançar feitiços mais poderosos. Mas para não morrer, eu tenho de matar um ser humano, ou uma criatura dotada de fala humana, pelo menos, uma vez em cada 72 h. Este é o preço da minha vida, porque qualquer ser humano que se veja obrigado a matar, vai matar um criminoso e não um homem inocente. – Ash explicou – Todos os Desfigurados eram como eu, e eu sou o último deles.


Isso explicava as pessoas e criaturas que Ash insistia em matar na Arena. Era ainda mais horrível do que o sangue que Curtis tinha de beber. Conseguira que o seu veado se mantivesse a galopar à sua volta. Matar era o seu preço para sobreviver. Era a vida literal de Ash.


- Fénix recusou aliar-se a Voldemort, afirmando que ele não era melhor do que os criminosos que ela tentava combater. Fénix esquecia-se que ela própria jogava acima das regras. Houve um combate entre ela e o Voldemort, do qual ela saiu muito ferida. Encontrou uma curandeira inglesa, uma turista numa aldeia local, que se recusou a trata-la, e com o seu último suspiro amaldiçoou-a, afirmando que o seu primogénito, seria o último vestígio dela na terra. Voldemort nunca compreendeu os Desfigurados, nem a magia que Fénix usava. Ele teme-nos, porque, como todos os humanos, Voldemort teme o que não compreende. Ele conseguiu matá-los a todos. A minha mãe era a curandeira.


- Porque é que ele não te matou antes? – Harry franziu as sobrancelhas. – Tu és mais velho do que eu.


- Eu não nasci assim. – Ash sorriu – E, na realidade, eu era meio mês mais novo do que tu. A maldição teria lugar, no meu décimo segundo aniversário, e só aí eu sofreria a minha mutação. Mas, quando caí da arriba, a maldição actuou para que pudesse sobreviver. E eu envelheci quatro anos, no espaço de minutos.


Harry empalideceu. Ash sorria, sabendo que ele compreendera. Daphne fazia anos a meio de Agosto. Daphne tivera um irmão gémeo que empurrara de uma arriba num acidente.


- Tu és o Hunter Greengrass. – Harry murmurou.


- Era. Agora, sou Ash Carter. Quando saí daquelas águas, eu sabia a verdade sem que ninguém ma tivesse dito. Conheci o Curtis uns anos mais tarde, e tornei-me um duelista naquela Arena. E dei por mim a matar criminosos, porque queria sobreviver.


- A tua irmã merecia saber que estás vivo. Tu adoras a Daphne, porque, uma parte de ti, ainda pertence ao Hunter.


- Não lhe conseguia contar. – Ash reconheceu. – Ela idealiza o irmão, e eu não queria destruir a memória que ela tem de mim…Tu, também, vais continuar a ser o Harry, depois de eu criar Azrael. Promete-me que não a vais abandonar, como eu a abandonei. Eu sei que a amas.


- Eu já sou Azrael. – Harry murmurou.


- Deste-lhe um nome. Eu vou dar-lhe poder. – Ash continuou – Eu vou dar-te parte dos meus poderes, mas não te vou condenar a matar.


- Como? – Harry perguntou, levantando uma sobrancelha.


- Existem três formas de eu morrer. Retirar todo o sangue do meu corpo para que toda a magia dentro de mim falhe. Não matar durante 72h. Ou suicidar-me. O suicídio requer uma doação de poderes. E eu escolhi-te a ti.


- Tu podes fugir. Tu não tens de morrer. Ambos sabemos que és capaz de escapar aos Devoradores da Morte.


- Eu não vou fugir. Se eu ficar vivo, tudo o que poderei fazer é mandar uns quantos Devoradores da Morte para o Inferno durante a Guerra, e continuar escondido na Arena, uma vez que a sociedade nunca me irá aceitar. Mas se eu morrer, o Voldemort confiará em ti. Se eu morrer, tu podes fazer um melhor uso da minha magia do que eu. Eu sei que és tu quem está destinado a derrota-lo. Ajudo mais morto do que vivo, e é isso que vai acontecer hoje.


- Tu não ouviste a profecia. Tu não sabes isso. – Harry replicou.


- Eu leio mentes com o simples olhar, e nem mesmo o maior mestre de oclumencia me consegue resistir. – Ash sorriu – A mente do Dumbledore é algo de fascinante.


- Tu…


- Em breve, poderás descobrir tudo.


- E não quererá o Voldemort matar-me, quando me vir com os teus poderes?


- Não. Confia em mim. – Ash agarrou-lhe o braço direito, e colocou-lhe a mão nas costas. Harry sentiu magia a atingi-lo. – Promete-me que contas a verdade à Daphne.


- Eu conto. – Harry acenou com um grito de dor.


- Promete-me que a protegerás.


- Eu prometo. – Harry acenou – Sempre.


- Os nossos poderes serão ligeiramente diferentes, assim como o nosso corpo, porque eu aprendi a modificar o poder dentro de mim para que tu não tivesses de matar, para que não tivesses de viver com a minha maldição. – Ash murmurou. Os seus olhos começavam a aclarar, eram azuis como Daphne – Gostei de te conhecer, Harry Potter.


Harry viu uma explosão de luz. Depois, escuridão. E dor. O seu corpo caiu no chão molhado. O seu patronus desfez-se no ar. Acordou algumas horas mais tarde. A sua pele estava gelada, e ainda sentia o frio dos Dementors, mas menos do que antes. Havia sangue escuro à sua volta. Levou as mãos às costas e sentiu dois golpes profundos.


Agarrou a sua varinha e transfigurou um espelho a partir de gotas de água. Estava diferente. Os seus olhos eram de um verde mais escuro e mais frio, um verde Avada Kedrava. Os cabelos ruivos haviam, também, escurecido ligeiramente. Mas havia uma nova e ainda mais profunda austeridade no seu rosto, era uma expressão decidida e impiedosa. Despiu a sua camisa, e observou os dois golpes nas suas costas.


A palavra asas ecoou na sua mente, e, como se por acção do seu desejo, elas vieram. Negras tal como as de Ash haviam sido.


- Azrael. – Murmurou ao fintar a sua própria figura. Os seus olhos encheram-se de lágrimas.


Hunter tinha os mesmo cabelos negros e olhos azuis de Daphne. Tinham o mesmo nariz e Harry não sabia como não reparara nisso antes.


Sentou-se no chão por uns momentos, enquanto sentia os efeitos da poção passar os gritos dos prisioneiros ecoavam nos seus ouvidos. Os seus olhos encheram-se de lágrimas, enquanto olhava para o cadáver de Hunter. Não soube quanto tempo passou até que percebeu como podia utilizar os seus novos poderes, ainda naquela noite. O Senhor das Trevas queria, afinal, desesperadamente recuperar o seu exército.  


Agarrou no corpo de Hunter e na sua varinha. As suas asas ergueram-no no ar. Havia escudos a proteger aquela pedra, mas nenhum escudo é inquebrável. A parede começou a ruir, enquanto recitava longos feitiços que aprendera em livros de magia negra na Mansão Malfoy, e outros na sua preciosa Câmara dos Segredos.


Lera, também, o suficiente sobre Azkaban para saber que as celas de maior segurança se encontravam no topo, e era aí que estavam encacerados aqueles que haviam sido mais leais a Voldemort no passado. Não eram mais do que dez aqueles que Harry tinha a certeza que Voldemort desejava que regressassem.


Apresentou-se como Azrael, enquanto abria as portas das suas celas. Caminhava nos corredores, com um manto negro a deslizar atrás de si, e um cadáver nos seus braços, enquanto os alarmes soavam, e os Dementors os rodeavam.


- EXCEPTO PATRONUM. - Harry gritou. Um veado prateado galopou na noite escura, carregando o beijo que ele e Daphne haviam dado no ano anterior.


Uma gargalhada gelada cortou o ar da noite, no momento em que abriu a cela de Bellatrix Lestrange. Magra e pálida, com os olhos cheios de sádica loucura.


Aurors apareceram, respondendo ao alarme, com os seus Patronus a girar em seu redor. Harry desabou a parede sobre eles, e atordou dois. As suas varinhas foram roubadas por Devoradores da Morte.


- Têm de saltar. - Harry ordenou, apontando para o buraco na parede - Têm de saltar.


Ele bloqueou a passagem dos auror e mergulhou, utilizando o feitiço "Arresto Momentum" para impedir a morte dos que libertara.


O seu Patronus iluminou a prisão pela segunda vez, conseguia perceber que eles estavam quase a beijá-los. Dois barcos da Ilha, rapidamente, estavam cheios de Devoradores da Morte a tentar alcançar a costa, onde se conseguiriam Desmaterializar.


Bellatrix tinha uma das varinhas, e matou um dos aurores que o perseguia sem hesitar.


- Avançem, avançem. O Senhor das Trevas espera-nos. - Ria-se.


Ela e o seu marido Rodolphus eram os óbvios líderes do pequeno grupo.


- Vai haver mais à nossa espera na outra margem. - Rodolphus comentou. Era impressionante como ele conseguia parecer lúcido apesar de ter passado catorze anos em Azkaban.


- Nada que não consigamos enfrentar. - Harry tentou soar confiante. Ninguém fazia perguntas sobre Hunter, todos pareciam observá-lo com curiosidade.


- Tu tens uma cicatriz. – Bellatrix comentou, desviando-lhe os cabelos da testa– Eu pensava que o Harry Potter seria o rapaz do Dumbledore.


- Eu sou Azrael. – Harry disse, esforçando-se para lhe enviar um sorriso frio.


O mar estava agitado, o que tornaria a saída difícil para um muggle, mas não para um feiticeiro. Um grupo de seis Auror conseguira localizá-los, e esperava-os na outra margem. Harry disse a todos que retirassem para Norte, e todos sabiam que isto significava a Mansão Malfoy.


Combateu os Auror, enquanto os Libertados recorreram à Desaparição assim que tiveram oportunidade. A adrenalina nem o deixava perceber o quão cansado estava. Os seus movimentos eram ainda mais rápidos do que antes, e realizava feitiços não-verbais com uma nova facilidade. A mente dos que o rodeavam não era um livro aberto, como suspeitava que fora para Ash, mas conseguia compreender os seus inimigos melhor do que antes.


- Tu és muito novo para saberes Aparecer? - Bellatrix perguntou-lhe, combantendo ao seu lado.


- Eu vou voar. - Harry encolheu os ombros.


Os que sobreviveram tiveram as suas memórias apagadas. Bellatrix parecia impaciente, subitamente, agarrou-lhe no braço e segredou ao seu ouvido "prepara-te".


Antes de ele conseguir responder, estavam na periferia da Mansão. Tal como Azkaban e Hogwarts, o interior estava protegido contra a Aparição. O portão dos jardins abriu-se sozinho, quando detectou a Marca Negra em ambos. Atravessaram os terrenos, em silêncio.


Voldemort estava de pé à entrada, falando para os Devoradores que haviam chegado momentos antes deles, rodeado por uma multidão. Todos recuaram para lhes abrir caminho.


- Mestre. – Bellatrix sorriu, com lágrimas nos olhos.


Ela atirou-se aos pés de Lord Voldemort, beijando-lhe o manto.


- Bella. – O tom dele era solene, mostrando que a respeitava - Garanto que serás recompensada pela tua lealdade, tu e todos os que foram presos em meu nome, e acreditaram em mim.


- Acreditarei sempre, Mestre. E esperei pelo dia em que me reuniria a si, novamente. – Ela sorriu. Havia um estranho brilho de felicidade nos gelados olhos dela.


- É tempo de te levantares, e ocupares, novamente, o teu lugar a meu lado. – Ele agarrou-a pelo braço.


Ela ergueu-se com dignidade, como se naquele momento tentasse renascer. Levantou-se como se quisesse prometer que recuperaria a reputação que tivera outrora, que seria, uma vez mais, a mais temível assassina do Exército das Trevas, e o braço direito do seu mestre. Azkaban enfraquecera-a, mas não a quebrara.


Voldemort sorriu, e acenou-lhe. Depois, virou-se para encarar Harry. O jovem Devorador caiu sobre o seu joelho esquerdo, e largou o cadáver de Hunter no chão. Ouviu o grito de Daphne. Não precisou de olhar para saber que Draco a agarrara. Os seus olhos estavam fixos no chão.


- Eís o que resta do Anjo Negro, Mestre. - Harry disse - Morto, como desejastes. Revelou-se Hunter Greengrass, quando escolheu suicidar-se, honradamente, não aceitando a derrota.


Voldemort não sabia que suícidio exigia uma doação de poderes. O Mestre das Trevas não fez mais perguntas. E Harry não estava interessado em contar-lhe mais nenhuma parte da História.


- Ele estava em Azkaban, quando fui ao seu encontro. - Harry continuou.


- Estou a ver...- Voldemort murmurou - Ergue-te, Azrael.


Harry levantou-se. Voldemort pareceu estudá-lo por um momento. Ele soube que ele estava a invadir a sua mente, e a estranhá-la...


- Vejo que alguns dos poderes deles passaram para ti. - Voldemort observou.


Harry manteve a cabeça baixa, sem saber o que dizer, optou por responder com um ligeiro aceno.


- Fizeste um bom trabalho esta noite, e surpreendeste-me com a tua lealdade. - Voldemort sibilou.


- Obrigado, Mestre. - Harry disse, sem mostrar qualquer emoção

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Comentários (1)

  • Guilherme L.

    a fic ficou com um visual mais "dark",pelo menos nesse começo. Você mudou um pouco o estilo de escrever ou é algo que você pensou devido a maturidade que os personagens vão atingindo ao longo dos anos? De qualquer forma,continua fantástica,sem dúvida continua a ser uma melhoria =]

    2013-06-29
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