Estava quase tudo bem



Lily voltou para sua casa totalmente molhada por conta da chuva. Seus olhos estavam inchados e lágrimas ainda caíam pelo seu rosto. Sua mãe e sua irmã com o namorado chegaram depois dela. Ela não sentia vontade de fazer nada. Sentou no sofá, juntou as mãos e ficou olhando a lareira recém-acesa pela sua mãe. Continuava a chorar. Um silêncio mortal jazia sobre todos. De repente uma chaleira se materializou em cima da mesinha de centro com um bilhete. Todos se assustaram, menos Lily. Petúnia e Valter se encolheram com medo (ele já sabia da história de magia).


Lily se ergueu devagar e foi até a mesinha pegar o bilhete que estava junto à chaleira. A letra era fina e inclinada.


 


“Cara srta. Evans.


                A chave de portal que acaba de chegar a sua casa a trará de volta à Hogwarts dentro de dez minutos. Faça o que tem de fazer e espere a chaleira piscar fortemente.


                                                                                                                                Atenciosamente, Alvo Dumbledore.”


 


- Mensagem da escola, querida? – a Sra. Evans disse com a voz ainda chorosa. Lily somente assentiu. Limpou as lágrimas do seu rosto, mas em vão. Outras tantas começaram a cair. Foi então que criou coragem para subir até seu quarto.


Ela não tinha tirado quase nada de sua mochila. Somente a roupa que estava e o vestido que havia colocado antes. Pegou a mochila e guardou o vestido, e foi em direção à porta. Estava para fechá-la às suas costas, mas se viro e deu uma última olhada em seu quarto antes de bater levemente a porta.


Desceu as escadas para a sala de estar bem mais devagar do que de costume.


Mesmo depois de tudo que acontecera não queria ficar perto de Petúnia e de seu namorado para ficar ouvindo as idiotices da irmã. Enfim chegou à sala e todos estavam do mesmo jeito que antes. Sentou-se no mesmo lugar e ficou quieta. Lágrimas e mais lágrimas caíam de seus olhos. Finalmente a chaleira começou a piscar. Levantou-se e foi até a mãe. Aconchegou-se em seus braços e escondeu a face entre os cabelos marrons.


- Se cuide querida. Daqui dois meses nos vemos – sua mãe disse tentando acalmar a garota que chorava em seus braços. Deu um beijo em sua testa depois de se separarem e foi para frente da chave de portal. Murmurou “tchau” seco para sua irmã que não respondeu e então sentiu o anzol puxando seu umbigo. A última coisa que viu foi sua mãe limpando uma lágrima em seu rosto até sentir bater os pés da sala de Dumbledore.


- Boa noite srta. Evans – disse triste, mas ainda com um sorriso bondoso. Ela assentiu e saiu do escritório do diretor.


Ela não conseguia falar nada. Parecia que sua voz havia sumido. Não tinha vontade de fazer nada. Foi com muita dificuldade que começou a anda pelos corredores vazios e escuros. Já devia passar das dez da noite. As lágrimas ainda não tinham cessado. Ela não sabia de onde tanta água saíra dela. Finalmente chegou ao retrato da Mulher Gorda. Murmurou a senha com a voz embargada e ao dar passagem viu todos os seus seis amigos sentados, provavelmente esperando por ela.


-Lily – todos disseram em uníssono e foram de encontro à amiga. Os seis a abraçaram na mesma hora formando um abraço grupal gigante. Ela não aguentou mais e soluçou mais ainda nos braços dos seus grandes amigos que nunca deixaram ela na mão por nada.


Passaram alguns minutos assim até levarem ela para um sofá onde se sentaram em volta dela. Carol e Anna, cada uma de um lado da amiga; Carol abraçada em um braço de Lily e Anna passando a mão por seus cabelos. Sirius e Remo sentados um de cada lado de sua namoradas e segurando cada um uma mão da amiga. Pedro e Tiago acariciando a parte debaixo de sua perna.


Parecia ridículo isso, mas naquele momento era a melhor coisa que acontecia com Lily. Todos seus amigos ali, reunidos, tentando consolá-la e mostrar que se importam com ela mais que tudo no mundo.


O tempo foi passando e ninguém disse nada, somente acariciavam a amiga. Já devia ser quase onze e meia até que Lily se pronunciou coma voz ainda embargada e com o rosto ainda molhado.


- Eu acho que vou dormir – todos assentiram e se levantaram. Lily se virou para Anna e abriu os braços abraçando-a, a amiga abraçou-a de volta fortemente, fez o mesmo com Carol, Remo, Sirius e Pedro.


Quando chegou Tiago, ela sorriu timidamente e ele abriu os braços murmurando “vem cá”. Ela se aconchegou nos braços do garoto e fechou os olhos. Esse era, definitivamente, o melhor abraço do mundo. Ele apertava-a contra o corpo protegendo-a e acariciando seus cabelos. Ela só fechara os olhos e deixou as lágrimas caírem silenciosamente. Separou-se dele depois de um longo tempo e se voltou para seus amigos olhando-os com a visão embaçada.


- Vocês são os melhores amigos do mundo – ela disse tentando sorrir e mais lágrimas escorreram por todo seu rosto. Todos a olharam com ternura e sorriram de volta. Fitou-a até desaparecer pela porta do dormitório feminino.


- Vamos dar um tempo de ela fingir estar dormindo Carolzinha – Anna disse olhando para a amiga que assentiu.


- Ela deve estar destruída por dentro. Eles eram muito próximos quando ela era criança – Carol disse triste.


- Mas ela vai ficar bem – Tiago disse – depois que ela aceitar vai melhorar um pouco.


- Mas é dureza do mesmo jeito – Pedro disse se sentando, no que todos o imitaram.


- Eu queria ter abraçado mais ela – Tiago murmurou mais para si do que para os outros.


- Amanhã você tem tempo pra isso – Remo disse olhando para o amigo.


- Porque finalmente vocês voltaram – disse Sirius sorrindo e Tiago não conseguiu deixar de sorrir.


 


- Tá tudo bem com você Lil? – Carol perguntou carinhosamente para a amiga. Elas tinham acabado de acordar.


- Acho que sim – Lily respondeu com uma voz ainda de sono. Na verdade ela demorara a dormir aquela noite. Ela percebera que as amigas tinham ficado lá embaixo mais tempo, provavelmente de propósito. Ela ouviu a hora que suas amigas subiram para ir dormir. Lily rolara de um lado para o outro pensando no que acontecera com ela, e não pôde evitar mais lágrimas, desta vez, silenciosas.


- Você precisa é comer – Anna disse tentando animá-la, e ela tentou dar um sorriso.


- Vou tomar banho – Lily disse e elas assentiram.


Quando Lily acabara de tomar banho, Carol foi em seguida, e por última Anna, que era a que sempre demorava a se arrumar. Ficaram todas prontas e desceram para a Sala Comunal imaginando que os garotos já estivessem lá, e acertaram. Eles estavam. Até Pedro, que nunca espera, estava lá, e Lily se surpreendeu com isso.


- Bom dia meninas – os quatro disseram.


- Bom dia meninos – elas responderam em uníssono.


Carol foi dar um beijo em Remo assim como Anna em Sirius. Lily chegou perto de Tiago timidamente. Eles tinham ainda que conversar sobre os dois, porque não dera tempo no dia anterior.


- Tá melhor? – ele disse com um sorriso nos lábios.


- Um pouco – ela disse. Ele abriu um pouco os braços e ela chegou mais perto dele. Tiago passou suas mãos quentes em volta da cintura de Lily e ela passou suas mãos pequenas pelas costas dele. Aconchegou-se no peito largo do garoto e sorriu. Ele apertou-a contra seu corpo e ela fez o mesmo nas costas dele.


- Que bom – ele disse baixo, em seu ouvido. Separaram-se do abraço e ficaram se olhando por alguns segundos até que Lily subiu as mãos até o rosto de Tiago e se aproximou mais. Selaram os lábios e um arrepio percorreu as espinhas de ambos. Fazia muito tempo que não faziam isso, mas sentiram a mesma coisa que sempre sentiam. Os beijos deles sempre seriam como primeiros beijos. Todo aquele nervosismo, borboletas no estômago, pernas tremendo, mãos suando, coração batendo forte sempre estariam presente. Separaram-se novamente e se olharam sorrindo um para o outro.


- Vamos comer? – Remo disse e todos concordaram. Então saíram todos abraçados, menos Pedro que estava um pouco à frente para chegar primeiro.


As aulas daquele dia se passaram com certa lentidão para todos, sem exceção. Lily ainda se lembrava das coisas que ela e seu pai faziam juntos todos os finais de semana e não pôde evitar uma lágrima que correu pelo seu rosto branco.


- Tá tudo bem? – Tiago sussurrou ao seu lado. Eles estavam sentados juntos na aula do professor Binns. Ela se virou para ele e sorri, assentindo. Com os nós dos dedos, ele secou a lágrima.


Tiago não queria tocar no assunto que estava pendente com ela. Ele disse que quando ela voltasse eles conversariam. Não queria ser indelicado, mas queria voltar a namorá-la, oficialmente. O selinho que ela dera não o deixou 100% satisfeito, mas o fez se alegrar.


Depois disso não trocaram nenhuma palavra sequer, e Tiago percebe que Lily, pela primeira vez, não estava prestando atenção na aula por pura vontade. Viu a mão macia dela em cima da mesa e colocou a sua por cima, acariciando-a. Sorriu ternamente para ela, e recebeu um sorriso tímido em troca. Lily encostou sua cabeça no braço de Tiago, suspirando levemente, e ele se pôs a acariciar seus cabelos.


Já estava de noite e Tiago estava inquieto, ora ou outra tamborilava os dedos na poltrona da Sala Comunal, ou balançava as pernas ou passava a mão pelos cabelos macios.


- Por Merlin Pontas. Eu vou ficar louco – Sirius disse se irritando com a impaciência do amigo – Que foi que aconteceu?


- Verdade. Você está assim desde as aulas da tarde – Remo disse olhando para o amigo. Estavam os três em um canto, perto da lareira. Pedro já fora dormir àquela hora. As garotas estavam em um canto afastado fazendo os deveres que estavam um pouco atrasados.


- Eu combinei com a Lily de conversarmos depois que ela voltasse da casa dela. Só que não conversei ainda – ele disse passando a mão nos cabelos mais uma vez.


- Por que não? – Sirius ergueu uma sobrancelha.


- Não quer ser indelicado, idiota – Tiago disse ríspido.


- Tenho certeza que vai ser bom pra Lily. Se ocupar com outra coisa pra esquecer a morte do seu pai – Remo disse pensativo.


- É, talvez seja mesmo – Tiago assentiu, e recomeçou a tamborilar os dedos na poltrona, irritando novamente Sirius.


 


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- Que foi Lily? Tá tão distante daqui – Anna perguntou olhando para a amiga.


- É que... – ela hesitou. Mas pra quê esconder mais alguma coisa de suas amigas? – É que o Tiago disse que iríamos conversar depois que eu voltasse – suspirou.


- Sobre o quê? – Carol perguntou, sem tirar os olhos do livro que estava lendo.


- Sobre voltarmos – Lily disse apoiando os cotovelos na mesa, e passando as mãos pelos cabelos, cansada.


- Eu acho que ele quer deixar passar um pouco essa história do seu pai sabe. Deve não querer ser indelicado – Anna disse fitando a amiga.


- Eu sei, mas é que seria bom se voltássemos – ela sorriu fracamente.


- Então é só falar com ele. Vai lá – Carol sugeriu.


- Não sei. Depois... – Lily disse voltando sua atenção para o seu livro. Até que não seria má ideia ocupar um pouco a mente com um namoro, principalmente com o Tiago. Todo esse tempo separados só fez com que crescesse seu amor por ele. Não conseguia viver um minuto sequer sem ao menos ter o título de namorada. Poderia ser besteira, mas pra ela seria bom ter a consciência que ele seria só dela. Sabia que ele não iria ficar com nenhuma outra garota, mas mesmo assim. Não confiava nas piranhas que existiam na escola. Sorriu, por estar pensando nessas coisas tão naturalmente, e esquecendo um pouco de seu pai.


Todos já haviam subido. Sirius e Anna acabaram de ter ido dormir. Sobrara somente Tiago e Lily. Ela continuava a fazer seus deveres, que não foram muito longe devido aos seus pensamentos direcionados a Tiago, e ele ainda continuava parado, olhando a lareira, impaciente.


- Lily? – a garota pulou de sustou ao ouvir a voz de Tiago bem perto da sua orelha. Ele ficou de frente a ela, que sorriu – Podemos conversar?


- Claro – ela sorriu ainda mais. Era agora. Ela sentia que sim.


- Vamos para o sofá? É bem mais confortável – ela assentiu e ambos foram em direção ao móvel, sentando em seguida – Bom, eu disse, antes de você ir para sua casa, que quando voltasse nós conversaríamos – ela assentiu – eu não queria falar isso assim, tão rapidamente. Mas é que eu não aguento mais Lily – ele pegou m suas duas mãos. Estavam frente a frente – Eu preciso de você, aqui do meu lado, sempre. Não consigo ficar um só minuto longe de você. Desses seus olhos, desse seu sorriso, dos seus cabelos, dos seus lábios, do seu corpo – ele estava muito próximo a ela. Sentiam a respiração ofegante um do outro – Sei que nos beijamos antes de tudo estar em pratos limpos, então que quero que todo se esclareça agora – ele parou, respirando fundo e assim sentindo o doce perfume da garota, tão inebriante, entrar em suas narinas – Lily Evans quer voltar a namorar comigo? – ele sorriu, e a covinha apareceu em suas duas bochechas. Em resposta Lily colocou as duas mãos, uma de cada lado do rosto de Tiago, aproximando seus lábios até os dele.


Tocaram enfim, sentindo a maciez de ambas as bocas. Lily abriu um pouco a boca para então fechá-la, puxando o lábio inferior de Tiago. Ele colocou as duas mãos grandes e quentes na cintura de Lily, trazendo-a mais para si. Começaram a se beijar, um pouco intensamente.


Os dedos da garota agora brincavam com os finos fios de cabelo do garoto, e ele apertava fracamente a cintura dela. Seus corpos, agora, estavam colados, e cada um sentia o calor que emanava do corpo do outro, e o beijo ficava mais sufocante ainda. Tiveram que separar os lábios para tomarem ar. Seus corações batiam fortes, suas mãos suavam, as borboletas nos estômagos de ambos voaram descontroladamente. Abriram os olhos com relutância e sorriram um para o outro, e seus olhos brilharam. Deram alguns selinhos de leve e então pararam.


Cada um acariciava o rosto do outro, sem dizer nenhuma palavra, somente se olhando. Foi então que Lily quebrou o silêncio após alguns minutos.


- Eu estou com sono – ela sussurrou.


- Eu também – ele disse rouco e sorriu.


- é melhor dormimos – ela sorriu


- Estava tão bom aqui – sussurrou.


- Eu sei – ela meneou a cabeça – amanhã terá o dia todo para fazer isso.


- Com certeza – ambos riram. Deram mais um selinho, demorado. Lily pegou suas coisas e subiram as escadas juntos.


- Boa noite lírio – ele sorriu, enlaçado-a pela cintura e dando outro selinho, mas rápido.


- Boa noite meu amor – ela sorriu, e, dando mais um selinho, se despediu, subindo para o dormitório femenino.

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N/A: WEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE. VOLTARAM VOLTARAM VOLTARAM, QUE FELICIDADE AWN AHUAHAUUAHUAH
LeleCangane: Não precisa chorar bubu* Eu escrevi esse capítulo quando estava super triste, por isso sai assim.

B.Evans: Mas gemt, não era pra chorar é/ Claaaaaaaaaaaaaro que vão estar juntos.
Gabriela Belone: WE nova leitora. Obrigada pelo comentário na parte 2, amei ninda. e também, nem era pra chorar. Sim, eu posto um capítulo a cada dois dias, pra ninguém querer me matar *-*
É isso, acho. Obrigada pelos comentários e por estarem lendo. Até o próximo, xox. 

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Comentários (1)

  • LeleCangane

    Eu sempre a primeira a comentar né Má kkk... Enfim, voltaram :) Odeio ver os dois separados ): Capítulo lindo, amei, como sempre <3Eu cheia de trabalhos da escola e estou na FeB kkk....mas naum posso perder meu capítulo, né kkkBjos e até mais :) 

    2013-04-11
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