O funeral



- Eu… Eu sinto – Lily começou a falar sem jeito.


- Não. Não precisa falar nada – Tiago deslizou seus dedos até os lábios de Lily.


- Eu preciso sim! – ela olhou bem profundamente nos olhos dele. Pegou em seu braço e desceu sua mão – Eu realmente sinto muito. Eu fui muito rotuladora. Um idiota. Não deveria ter feito isso com você. Isso mostra que eu não confiava realmente em suas palavras.


- Não. Isso mostra que você realmente me ama e que estava, de um certo modo, cuidando de mim. – ele sorriu com ternura. Eles se olharam por um momento e então Lily se pronunciou.


- Eu preciso ir agora. A professora deve estar me esperando – e se levantou.


- Tudo bem. Seja forte Lílian – ele se levantou também e se aproximou da garota – Quando voltar a gente conversa? – ele sorriu esperançoso.


- Claro – ela sorriu. Ele abriu os braços e chegou mais perto. Passou os braços pelas costas dela apertando-a contra seu próprio corpo. Ela se aconchegou colocando suas mãos nas costas dele. Ambos fecharam os olhos, não querendo terminar o abraço. Ela apertava suas costas e ele afagava seus cabelos. Separaram-se depois de um tempo, Lily pegou sua bolsa e saíram do dormitório da garota. A Sala Comunal estava deserta, exceto pelos dois. Tiago a levou até o retrato da Mulher Gorda. Olharam-se mais uma vez e então Lily saiu.


Naquele momento ela se sentiu feliz, mais do que devia, mas logo lembrou o que tinha acontecido e seus olhos se encheram de lágrimas. Era tão duro ter que conviver agora com isso. Ela sabia que essa guerra já havia começado, mas ela estava lá fora, do lado de fora de Hogwarts, e como Hogwarts era segura não havia o porquê de ela estar assustada. Mas quando isso chega até as pessoas é que fica mais pesada. E chegou nela. Ela nunca pensou que iria acontecer justo com ela. Mas a vida é assim. E se estava acontecendo isso ela devera aceitar.


Chegou ao escritório do diretor sem ao menos perceber. Ela sabia da senha, por tantas vezes estar lá por conta dos marotos. Então, quando murmurou a senha, a gárgula pulou para o lado dando-a passagem para que subisse as escadas em espiral. Bateu na porta duas vezes e ouviu o “entre” do professor Dumbledore.


- Boa tarde Srta. Evans – ele disse bondosamente sentado em sua cadeira, fitando Lily através dos oclinhos de meia lua.


- Boa tarde senhor – ela murmurou quase inaudivelmente.


- Bom, a senhorita já sabe que vai esta tarde e volta à noite, nesse mesmo dia não é? – ela concordou e ele se levantou indo até uma mesinha num canto onde estava uma escova de cabelo – Então, por favor, encoste o dedo nessa chave de portal que ela já vai sair – a garota andou em direção à mesinha, e encostou o indicador na escova. – Novamente, meus pêsames Srta. Evans – ela se virou para o diretor, e pela primeira vez não viu em sua expressão aquele rosto bondoso, que sempre sabia o que fazer. Viu uma expressão triste e cansada. Ela sorriu, ou pelo menos tentou sorrir, antes de sentir um anzol puxando-a pelo umbigo, e logo seus pés bateram na grama do jardim em frente a sua casa.


Olhou para cima e viu sua linda casa. Branca, com portas e janelas marrons, igualmente o teto. A porta se abriu rapidamente e lá estava em pé, sob o batente, uma mulher alta, magra, com os cabelos marrons e os olhos totalmente verdes vivo.


- Mamãe – Lily gritou e saiu correndo em direção à sua mãe abraçando-a com força em seguida e se debulhando em lágrimas. A Sra. Evans afagava seus cabelos, e também soluçava. Apertava a filha num abraço maternal.


- Eu sei minha filha, eu sei – A Sra. Evans tentava consolar a garota aos soluços. Depois de algum tempo abraçadas elas entraram na casa. Lily se sentia imensamente feliz de estar de volta à sua casa, uma vez que não voltou pra lá no Natal, e poderia ter sido o último Natal que ela passaria com o pai. Sentiu-se mais triste e desconsolada naquele momento.


 


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Tiago olhou Lily sair pelo buraco do retrato até ele se fechar. Suspirou, cansado, mas um sorriso permaneceu em seus lábios quando foi se sentar na poltrona mais próxima. Logo que se sentou, o buraco se abriu e Carol, Anna, Sirius e Remo entraram por ele.


- Tiago, você viu a Lily por ai? – Carol perguntou indo ao encontro do garoto, juntamente com os outros.


- Eu vi sim – ele respondeu triste – Ela foi pra casa dela.


- Por quê? O que aconteceu com a Lily? – Anna começara a se desesperar.


- Não foi nada com ela. Foi com o pai dela – todos ficaram em silêncio olhando para o garoto – Ele foi morto pelos comensais da morte – continuou sem entusiasmo na voz.


- Não acredito – Carol desmoronou no sofá. Remo sentou-se ao seu lado e a abraçou. Ela começou a chorar bem baixinho. Anna sentou-se na poltrona e Sirius sentou no braço da mesma poltrona e apertou a mão da namorada gentilmente. Carol e Anna já tinham ido para a casa de Lily. Era férias de verão, e as duas queriam surpreender as amigas. Ficaram o dia todo na casa da amiga brincando com o pai de Lily. Ele era super divertido. Fazia palhaçadas com as amigas, e elas gargalhavam demais.


- Que horror, meu Deus – Anna disse com a mão na boca.


- Eu sei. É terrível – Tiago concordou com a garota.


- Ela foi agora? – Remo se virou para Tiago.


- Foi. Ela se esbarrou em mim quando estava correndo e chorando. Ai eu perguntei o que tinha acontecido. E ela explicou tudo. Fui até o dormitório com ela pra ajudá-la a arrumar suas coisas.


- Foi é? – Sirius disse com um sorriso maroto.


- Não tem nada a ver com o que você está pensado Sirius – Tiago falou meneando a cabeça – Eu respeitei ela.


- Então tá normal entre vocês? – Carol parara de chorar e disse com uma voz embargada. Tiago assentiu e sorriu novamente.


- Que bom então que tudo voltou ao normal – Carol sorriu ternamente.


- Que bom mesmo – Tiago concordou.


 


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- Que hora que vai ser o enterro mamãe? – Lily disse ainda com a voz embargada. Ela estava sentada à mesa comendo os biscoitos que a mãe fizera pra ela, juntamente com um suco de laranja.


- Daqui uma hora querida – ela disse docemente, mas ainda continuava com os olhos tristes.


- Todos vêm?


- Acho que os seus tios e os amigos dele – a Sra. Evans disse ainda triste.


- Ai, a aberração está aqui – Petúnia acabara de chegar à cozinha e olhava com repugnância para a irmã.


- Mais respeito com a sua irmã Petúnia – a mãe se virou para a filha mais velha e ficara brava. Petúnia era totalmente diferente de Lily. Ela tinha cabelos marrons e meio enrolados. Os olhos eram pretos, e a boca não era desenhada. Tinha uma cara de cavalo, e quando fazia caretas ficava ainda mais feia.


- Como a senhora pode defender a vergonha dessa família? – Petúnia disse esganiçada. A Sra. Evans ia falar, mas Lily balançou a cabeça de um lado pro outro.


- Eu vou pro meu quarto – Lily disse olhando para a irmã. Deu um beijo em sua mãe e subiu as escadas para o seu quarto. Abriu a porta desse e sorriu ao ver seu quarto do jeito que estava antes.


As paredes eram verdes bem claros, a única janela era branca, e dava para uma vista linda do jardim de sua casa. Sua cama ficava encostada na parede em frente à janela. Ela ficava elevada. Tinha que subir uma escadinha para chegar nela.


Nessa parede tinha uma claraboia redonda, um pouco pequena, e Lily lembrou que ela ficava aberta à noite para ver as estrelas e a lua. Nas outras duas paredes tinham estantes e mais estantes com vários livros que Lily mais gostava quando ela desconhecia a existência de mágica em seu sangue. Tinha um guarda-roupa marrom pequeno onde ela escondia as coisas mais preciosas para que Petúnia nunca encontrasse.


Em cima desse guarda-roupa tinha uma “parede” falsa, e atrás dela tinha um tipo de cofre. Lily foi correndo até o guarda-roupa, abriu-o, tirou a parede falsa e abriu seu cofre. Tirou uma caixinha de lá, bem cuidadosamente e foi para a sua cama. Sentou-se nela e abriu a caixinha. Sorriu ao ver todas as coisas que estavam lá.


Tinha fotos com seus pais e suas amigas. Tinha pétalas de rosas vermelhas e brancas. Cartas e mais cartas de suas amigas e de Tiago. E tinha um colar com um pingente de coração. Seus olhos começaram a arder e lágrimas escorreram por seu rosto inteiro. Um sorriso apareceu em seus lábios. Aquele colar foi seu pai quem dera uma vez em que eles foram para uma cidade quando ela tinha oito anos. Ela ficara encantada com o colar e o queria mais que tudo no mundo. Então seu pai comprou para ela. Só que ela nunca usou, o guardou como se fosse um tesouro.


Ela abriu o fecho, tirou seus cabelos da nuca, passou o colar pelo seu pescoço e fechou-o. Alisou o mesmo, sorrindo mais ainda. Deitou-se na cama e começou a ver todas as fotos e ler todas as cartas. Uma alegria começou a percorrer seu corpo. Mesmo aquele sendo um momento triste, ela estava feliz por ter tantas recordações de alguns anos atrás que mais parecia milênios.


Olhou as fotos de quando ela era criança, e a cada fim de semana, ia a um lugar diferente com o seu pai. Eram todas fotos trouxas, porque ainda desconhecia as fotos bruxas e que se mexiam. Quando passou por uma foto, parou na mesma hora e começou a fitá-la.


Era uma garotinha ruiva e um garotinho moreno. Ambos tinham aproximadamente dez anos. Um pequeno sorriso ficou em seus lábios por alguns momentos lembrando-se da sua antiga amizade com Severo Snape. Ela tinha muita saudade do amigo, mas depois que ele começou a andar com pessoas, digamos, não confiáveis, ela se distanciou do amigo sonserino.


Ele fora o primeiro contato com o mundo mágico e ela achava, absolutamente tudo que ele mostrava, magnífico. Sempre fora um bom amigo pra ela, sempre educado, gentil, divertido. E depois que crescera não mudou, pelo menos com ela. Mas as amizades e as coisas que ele falava em público a magoara muito.


Pegou as muitas cartas que recebia praticamente todo dia das férias de verão dos seus amigos. Folheando-as encontrou as de Tiago, e outro sorriso se alargou em sua boca. Todas as cartas dele diziam o quando ele sentia falta dela. Do sorriso, dos cabelos, dos olhos, das brigas, e dos beijos que ele roubava dela. Na época que ela recebia as liam com desgosto, mas elas as guardavam mesmo assim. Poderiam queimar, mas não o fez, porque no fundo sentia pena que aquelas palavras tão bonitas fossem esquecidas. Uma batida em sua porta a fez despertar dos pensamentos sobre Tiago.


- Entra – disse olhando para a mesma.


- Querida, pode se arrumar que seus tios chegaram – sua mãe disse tentando sorrir, mas no fundo dos seus olhos havia muita tristeza.


 


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- Eu queria tanto estar lá – Tiago disse nervoso, passando a mão pelos cabelos. Ele e seus amigos ainda estavam na Sala Comunal, agora um pouco mais cheia que antes. Já se passava das seis, e alguns estavam voltando dos jardins e outros estavam no Salão Principal jantando.


- É cara, a gente sabe – Sirius disse dando um tapinha amigável nas costas de Tiago que tentou, em vão, sorrir.


- Ela volta hoje? – Carol disse ainda com a voz embargada. Tiago assentiu.


- Menos mal. Pelo menos nós vamos ver ela e dar todo apoio necessário – Anna disse passando os dedos pelos cabelos de Sirius, distraidamente.


- Mas eu queria estar agora com ela. Quando o caixão fosse enterrado queria estar lá do lado dela – Tiago disse baixando a cabeça, triste.


- Nós todos queriam Pontas, não somente você – Remo disse também triste abraçando Carol e olhando para o amigo. Ninguém, naquele momento, ousou falar alguma palavra. Até que o retrato da Mulher Gorda se virou, e involuntariamente todos olharam, pensando ser Lily, mas fora Pedro que passara por ele.


- Nossa, que cara de enterro. Quem morreu? – Pedro disse meio brincalhão se sentando no chão e comendo as jujubas que ainda estavam em suas mãos.


- O pai da Lily – Tiago disse seco. Na hora o sorriso de Pedro sumiu, e ele desejou não ter dito aquilo naquele momento.


- O-onde ela tá? – ele disse meio tímido.


- Na casa dela, pro enterro. Mas ela ainda volta hoje – Carol disse triste se aninhando nos braços de Sirius e abraçando sua cintura.


 


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Estavam todos agrupados em torno de uma cova e um caixão enquanto um padre falava palavras de consolo para a família. Todos estavam de preto. Começara a chover, e cada duas pessoas tinham um guarda-chuva grande para que não molhasse nenhuma, nem outra. Havia uma mulher com os cabelos bem marrons, presos num coque bem firme, abraçada a uma garota ruiva, com os cabelos soltos e esvoaçando por causa do vento. Ambas abraçadas e com os olhos inchados. Seus rostos estavam vermelhos e encharcados de lágrimas.


Logo ao lado uma garota com os cabelos marrons, preso num rabo de cavalo, estava de mãos dadas a um garoto enorme, que quase não tinha pescoço. Ela estava firme, talvez achando tudo aquilo entediante. Ao lado deles havia um casal de velhinhos de mãos dadas e chorando. A senhora com um lenço cobrindo boa parte do rosto. Ambos com os cabelos bem brancos e meio ralos. Do outro lado da Sra. Evans havia mais quatro homens, todos muito parecidos. Eram meio ruivos, já tinham uma idade meio avançada. Estavam tristes, mas não chorando. Olhavam atentamente para o caixão à frente deles.


Ao seu lado havia mais dois homens e uma mulher, os três com os olhos bem inchados, todos com meia idade. A mulher era loira, bem baixa, e com os olhos cor de mel. Um dos homens era baixinho e gorducho e tinha um bigode enorme e bem emoldurado. O outro era alto e esguio, e usava óculos.


O padre acabara de falar no instante em que a chuva começara a ficar mais forte. Grandes pingos molhavam toda a extensão do caixão. Ao seu lado tinham vários buques de flores brancas, e algumas frases em papéis grudados aos buques. Estavam no cemitério da cidade. Era bem extenso, mesmo a cidade sendo bem pequena. A grama era totalmente verde. Havia várias e várias árvores grandes, e algumas flores cresciam aos seus pés.


Lily fora a primeira a se aproximar do caixão do ao lado da cova muito profunda. Seus cabelos logo se encharcaram devido aos pingos grossos. Suas lágrimas se misturavam aos pingos de chuva em seu rosto. Em sua mão havia um lírio bem pequeno. Ela começou a lembrar de todas as coisas fantásticas que fizera com seu pai a cada fim de semana, e mais lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.


 


I'm five years old it's getting cold I've got my big coat on


(Eu tenho cinco anos, está ficando frio estou vestindo um casacão)


I hear your laugh and look up smiling at you I run and run


(Eu escuto a sua risada e olho para cima sorrindo para você, e eu corro e corro)


Past the pumpkin patch and the tractor rides look now the sky is gold


(Passo as abóboras e os tratores olha, o céu está dourado)


I hug your legs and fall asleep on the way home


(Eu abraço suas pernas e durmo durante o caminho de casa)


 


Lembrou-se do dia em que foram em uma fazenda, e entraram escondidos sem ninguém ver. Ela estava curiosa, e queria ver as vacas e os bois bem de perto, nunca vira nenhuma na vida àquela idade. Quando estavam pertos de onde os animais estavam um boi ficou bravo com os dois e começou a correr atrás deles. Seu pai pegou-a no colo e começou a correr o mais rápido que pode para então atravessar a cerca. Ofegantes, olharam um para o outro e começaram a rir sem parar.


 


I don't know why all the trees change in the fall


(Eu não sei por que todas as árvores mudam no outono)


I know you're not scared of anything at all


(Eu sei que você não tem medo de nada)


Don't know if Snow White's house is near or far away


(Não sei se a casa da Branca de Neve está perto ou longe daqui)


But I know I had the best day with you today


(Mas eu sei que eu tive o melhor dia com você hoje)


 


Lembrou-se do primeiro dia de aula em uma escola diferente. Ela tinha sido transferida na metade do ano. Ninguém, aparentemente, gostava dela, porque ela era esperta, aprendia tudo com muita rapidez, e sempre respondia as perguntas da professora. Todos os seus colegas de classe ficavam longe dela e sempre xingava-a. Todos os dias ela chegava chorando e abraçava seu pai bem forte.


 


I'm thirteen now and don't know how my friends could be so mean


(Eu tenho treze anos agora e não sei como meus amigos podem ser tão malvados)


I come home crying and you hold me tight and grab the keys


(Eu chego em casa chorando e você me abraça apertado e pega as chaves do carro)


And we drive and drive until we found a town far enough away


(E nós dirigimos e dirigimos até acharmos uma cidade longe o suficiente)


And we talk and window shop till I forgot all their names


(E nós conversamos e olhamos as vitrines até eu esquecer todos os nomes delas)


 


Lembrou-se do dia em que fez a viagem mais longa com ele até uma cidade distante. Andaram por ela o dia todo visitando cada loja somente para se divertirem. Essa fora a primeira viagem desde que ela voltara de Hogwarts no primeiro ano. Suas primeiras férias de verão da escola de magia.


 


I don't know who I'm gonna talk to now at school


(Eu não sei com quem eu vou falar agora na escola)


But I know I'm laughing on the car ride home with you


(Mas eu sei que eu estou rindo no carro voltando pra casa com você)


Don't know how long it's gonna take to feel ok


(Não sei quanto tempo irá levar para ficar tudo bem)


But I know I had the best day with you today


(Mas eu sei que eu tive o melhor dia com você hoje)


 


Lembrou-se do dia em que Petúnia tinha a irritado ao extremo falando atrocidades por ela ser bruxa. Não aguentava mais brigar com a irmã bem nas férias, em que era o único momento que ficava lado a lado, mas isso era impossível. Saiu de sua casa correndo e chorando, e parou em um parquinho perto de lá em que costumava ir quando era mais nova. Depois de alguns minutos seu pai chegou e a aninhou em seus braços sem dizer nenhuma palavra.


 


I have an excellent father


(Eu tenho um excelente pai)


His strength is making me stronger


(Sua força está me fazendo mais forte)


God smiles on my little brother


(Deus sorri para meu irmão menor)


Inside and out he's better than I am


(Por dentro e por fora, ele é melhor que eu)


 


Lembrou-se do dia em que chovera muito e tudo estava quase alagado. A energia da cidade inteira acabara, e estavam à luz de velas. Seu pai fizera uma cabana com lençóis e entraram lá dentro com uma única vela fazendo imagens com os dedos para refletirem nas paredes, mesmo ela já tendo quinze anos.


 


I grew up in a pretty house and I had space to run


(Eu cresci numa linda casa e eu tive espaço para correr)


And I had the best days with you


(E eu tive os melhores dias com você)


 


Lembrou-se do seu primeiro dia das bruxas. Sua mãe fizera uma fantasia de princesa, e seu pai fizera uma coroa com papelão. Ele se vestiu de rei e ela de princesa, e saíram de casa em casa pedindo gostosuras ou travessuras para todos os vizinhos. No fim ela conseguira mais doces que ele, e ele roubara dela alguns.


 


There is a video I found from back when I was three


(Há um vídeo que achei de quando eu tinha três anos)


You set up a paint set in the kitchen and you're talking to me


(Você montou um conjunto de pintar na cozinha e você estava falando comigo)


It's the age of princesses and pirate ships and the seven dwarfs


(Esta é a idade de princesas e navios de piratas e os sete anões)


Daddy's smart and you're the prettiest lady in the whole wide world


(Papai é esperto e você é a moça mais bonita de todo o mundo)


 


Ela agora soluçava de tanto chorar a passava a mão pelo caixão alisando-o e sorrindo meio torto lembrando-se de todas as coisas que fizera com seu pai. Sentia tanta saudade de quando ela era pequena e todos os fins de semana, sem pular um sequer, saíam e se divertiam. Todos os dias com seu pai foram os melhores dias que ela podia viver no mundo inteiro.


 


Now I know why all the trees change in the fall


(Agora eu sei porque as árvores mudam no outono)


I know you were on my side even when I was wrong


(Eu sei que você estava do meu lado mesmo quando eu estava errada)


And I love you for giving me your eyes


(E eu amo você por me dar os seus olhos)


Staying back and watching me shine and I didn't know if you knew


(Ficando atrás e me olhando brilhar e eu não sei se você sabia)


So I'm taking this chance to say that I had the best day with you today


(Então estou aproveitando esta chance para dizer que eu tive o melhor dia com você hoje)


 


- Eu te amo papai – ela disse baixo e com a voz meio embargada. Depositou o lírio em cima do caixão e olhou uma última vez para seu pai, que parecia estar dormindo com os olhos fechados. Saiu de lá e foi para longe de todos. Não queria mais ficar perto dali, não queria mais sofrer. Sentou-se em um banquinho a uma distância não se importando com a chuva e ficou vendo cada pessoa depositar flores no caixão até ele descer na cova funda e jogarem a terra por cima dele. Agora a realidade caía em sua cabeça. Mesmo ele num caixão ela ainda tinha a esperança dele acordar, de que os médicos estivessem errados. De que tudo aquilo era um sonho. Mas quando a terra ficou sobre o caixão ela tinha certeza de que aquilo era a mais pura verdade.

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N/A: E mais um capítulo triste. Cara, to péssima com isso gemt, que isso. Mas tinha que ter, e eu acho que ficou bom sei lá. A música: The best day - Taylor Swift. O clipe é um dos melhores, e dos que mais gosto pois é. Enfiiiiiiiiiim: LeleCangane: Verdade né. Anna e Sirius fazendo cú doce, que isso gemt HUAHUHAHAU 
Liana Bauer:Que bom né. Pois é, horrível isso, mas é isso ai que tu falou, o Tiago está com ela, sempre esteve, nunca deixou de estar ao seu lado um só segundo.
B.Evans: HOOOOOONEY, você por aqui osh? Péssima, horrível, uma das piores notícias do mundo, verdade, mas o Sirius e a Anna voltaram WEEEEE
Então, acho que é só isso. Próximo capítulo, bom, eles podem esta juntos, não sei, quem sabe hihi, sou má gemt HUAHUAHUHAUA Enfiiiiiiiiiiiim, obrigada por lerem, continuarem lendo, e obrigada pelos novos leitores che. Obrigada mesmo, vocês são uns anjos *-* Xox 

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Comentários (4)

  • Anna Evans Potter

    Sua feia. Nunca chorei tanto lendo uma fic… 

    2014-10-10
  • Ana Gabriela Potter

    Eu chorei muito mesmo, foi muito lindo espero que o proximo capitulo esteja proximo

    2013-04-11
  • B.Evans

    Chorei muito aq .. Eles vão ou não estar  juntos no proximo capitulo ?? *-*

    2013-04-10
  • LeleCangane

    Eu chorei aqui, sabia?? mto lindo Má, parabéns, inclusie o tiaggo triste, mtomto lindo, to chorando até  agr...bjos <3

    2013-04-10
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