A triste notícia

- ELE FEZ O QUE? – Anna gritou no dormitório. Depois que Lily se acalmara ela contara o que acontecera no corredor. Anna e Carol ficaram indignadas com a atitude de Tiago, elas não acreditaram no que ele foi capaz de fazer.

- Ele beijou a Kunis – Lily disse com a voz embargada.

- AH, MAS EU MATO AQUELE VEADO – e Anna saiu do dormitório pisando duro mesmo Lily e Carol falando para ela não fazer nada. Nessa hora já se passava das onze, e quase todos os estudantes estavam na cama. A garota ficou procurando por Tiago. Sua respiração estava ofegante. Queria torcer o pescoço do garoto até sufocá-lo, depois começar a cortar ele em pedacinhos e dá-lo aos cachorros que ela tinha (ela era mestiça, por isso conhecia um pouco da vida trouxa). – POTTER – ela urrou ao avistar um garoto magro e alto de cabelos bem pretos e rebeldes.

- Finalmente Anna, eu estava pra quase invadir o dor...

- NÃO INTERESSA O QUE VOCÊ FOI FAZER. COMO PÔDE TIAGO? COMO PÔDE FAZER AQUILO COM A LILY? – ela dizia brava, aumentava o tom da voz a cada momento. – ELA ESTÁ CHORANDO, SE ESGOELANDO LÁ NO DORMITÓRIO POR CAUSA DE VOCÊ. – ela disse avançando no garoto. Ele, com medo, recuou.

- O-O q-quê eu fiz? – Tiago se engasgou. Nunca vira Anna daquele jeito. Seu rosto estava muito vermelho. Tinha um olhar assassino.

- VOCÊ SABE O QUE FEZ GAROTO – Ela foi mais pra frente, e Tiago só conseguia recuar. Nem percebeu que Remo e Sirius também estavam por lá. Eles, vendo que ela estava alterada, se levantaram e foram pra perto deles por precaução.

- E-eu juro Anna, n-não sei que eu fi-fiz – Tiago não conseguia falar direito tanto que era o seu medo da garota. Ele bateu na parede e pensou “É meu fim. Adeus, oh, mundo cruel”.

- CLARO QUE SABE. AGORA QUE A GENTE TINHA PLANEJADO PRA SAIR TUDO CERTO VOCÊ DÁ UMA DESSAS? E SEU AMOR PELA LILY SEU RETARDADO? – a garota esqueceu que era bruxa e começou a empurrá-lo contra a parede. Ele se encolhia ante a presença dela. Nem parecia que ele era quase o dobro de sua altura e sua força era maior.

- Eu amo a Lily, eu não fiz nada eu... – mas ele parou de falar na hora. Lembrou que a Kunis quase beijou ele. A Lily deveria estar passando por lá quando ela o encurralou na parede. – É a Kunis não é?

- NOSSA, COMO DESCOBRIU? – urrou desdenhosa começando a enforcar o garoto. Sirius e Remo foram até Anna, pegaram um cada braço da garota, e puxou ela pra longe de Tiago. Mesmo eles achando graça de tudo, pensaram mesmo que a garota poderia matá-lo ali mesmo, sem a varinha.

- Se você parar de gritar eu posso contar o que realmente aconteceu – Tiago disse olhando firme. Ela assentiu – Eu sai pra procurar a Lily, o Remo e o Sirius que me fizeram fazer isso – e apontou para os amigos. Ela olhou para cada um, ainda com cara de brava e eles assentiram – Eu não sabia onde ela estava, comecei pelos corredores, vai que ela estava escondida em algum lugar. Olhei pela janela pra ver se ela estava lá fora, mas não estava. Ai a Kunis apareceu no corredor onde eu estava e tentou me agarrar. Me jogou contra a parede e tentou me beijar. Eu fiquei assustado, é claro, nunca pensei que ela fosse daquele jeito, mas quando ela foi quase me beijar eu a empurrei e fui embora.

- Até parece que não beijou ela – Anna disse irônica.

- Anna, eu juro pelo que você quiser que eu nunca beijei a Kunis, nunca mesmo. Eu amo a Lily mais que tudo no mundo, nunca a machucaria assim – Tiago disse suplicante.

- Se a amasse desse jeito ficaria com ela agora – ela disse olhando acusadoramente para o garoto.

- Você não entendeu a parte de eu estar procurando ela? – ele disse.

- Ela também estava te procurando – Anna disse pensativa.

- Então ela quer voltar com ele também – Remo disse.

- Você só precisa explicar tudo pra ela Pontas – disse Sirius.

- Ela não me escuta. Ela grita – Tiago disse suplicante.

- Se você disser com clareza e bem rápido acho que vai dar certo né! – disse Anna.

- Como? – Tiago disse cansado, se jogando na poltrona.

- Quando você encontrar ela já deve falar – disse Remo se sentando ao lado de Tiago.

- Diga que você nunca beijaria a Kunis, que você a ama mais que tudo e quer voltar. – Anna disse sentando em um sofá do lado de Remo, que estava numa poltrona.

- É, ai quando ela acalmar você explica tudo. Começa com o mais importante e depois vai falando. Ela vai ter que escutar – Sirius disse se sentando no mesmo sofá que Anna e deitando a cabeça em suas pernas.

- É. É isso mesmo que vou fazer. Mas vou fazer amanhã. Hoje ela ainda está brava. Melhor esperar ela acalmar – dito isso ele se levantou e foi em direção ao dormitório masculino.

- Eu acho que vou dormir também – Remo disse se levantando e fazendo o mesmo que Tiago.

- E nós sobramos de novo – Sirius disse com um sorriso no rosto.

- Sempre é assim não é? – Anna disse olhando para o nada.

- Pois é. Acho que eles querem que a gente fique só – ele disse olhando-a marotamente.

- Pra quê? – ela olhou para ele com uma sobrancelha erguida.

- Pra que nos acertemos – ele disse sorrindo maroto.

- Nós não precisamos disso.

- Por que não? – ele ergueu uma sobrancelha.

- Nós estamos super bem assim. Tirando a parte que você rouba beijos – ela riu fracamente.

- Mas você gosta disso – ele levantou um pouco a cabeça e deu um selinho rápido. Ela sorriu – Não disse? – ele riu maroto – Eles acham que porque fazemos isso deveríamos estar juntos.

- Eu concordo – Anna disse olhando pro nada de novo.

- O quê? – Sirius se assustou e levantou em um pulo. – O que você disse? – ficou olhando para ela. Ela suspirou e depois olhou para ele.

- Que eu concordo com a opinião deles. Que se está acontecendo isso, os beijos roubados, então deveríamos estar namorando. Se não, paramos com esses beijos – na hora ele ficou com uma cara ofendida, e ela riu gostosamente. – Eu estou brincando Sirius.

- Então você quer dizer que se continuássemos com os beijos deveríamos voltar a namorar? – ele perguntou e outro sorriso maroto apareceu em seus lábios.

- Isso – ela balançou a cabeça positivamente se virando para olhá-lo. Sirius sorriu ainda mais. E esse era o sorriso bonito dele, era sincero, não aquele conquistador. Rapidamente colocou as duas mãos no rosto de Anna puxando-o para selarem os lábios. Ela não resistiu. Parecia que queria isso fazia muito tempo. Igualmente a ele. Ela colocou uma mão na nuca e a outra estava percorrendo o tórax de Sirius. Ele abaixou as mãos até a cintura dela e estava apertando-a gentilmente. Aprofundaram o beijo. Pareciam que necessitavam daquilo mais que tudo. Parecia que não havia mais nada ao redor deles. Parecia que nem tinham acabado com o namoro. Anna subiu a mão do tórax para os cabelos dele e começou a acariciá-los. Sirius abaixou mais as mãos até a coxa de Anna, apertando-a e puxando-a mais para si. O beijo foi se intensificando mais e mais, e eles não queriam parar com isso. Fazia tanto tempo que não se beijavam que estavam com saudade de todas as sensações que sentiam quando faziam isso. Quando precisaram de ar, se separaram devagar. Olharam um pro outro, ambos ofegantes e com a boca totalmente vermelha. Sorriram mais lindamente que tudo.

- Eu quero voltar com você Anna. Eu sempre quis. Se dependesse de mim eu nunca te largaria – Sirius disse acariciando os cabelos da garota.

- Eu fui a pessoa mais estúpida do mundo terminando o namoro – Anna disse olhando-o e passando a mão no rosto dele.

- Foi mesmo – eles riram e ela deu um tapa no braço dele. – Ai. Mas é a verdade Anninha da minha vida. Não deveríamos ter nos separado. Somos tão bom juntos. – os dois riram novamente.

- Verdade – Anna se inclinou e deu um beijinho bem rápido em Sirius. Ele pensou que iria aprofundá-lo, mas não aconteceu, ficou com um beicinho, esperando por isso e vendo Anna subir para seu dormitório.

- ESPERA AI – ele gritou antes que ela desaparecesse. Ela se virou e ficou olhando-o – A gente voltou não é? – ela riu e desapareceu. – Essa garota ainda me mata – Sirius disse olhando para o teto. Um sorriso apareceu em seus lábios. Espreguiçou-se e foi seguir o exemplo de todos.

 

Passou uma semana depois que Tiago decidiu explicar tudo para Lílian, mas não conseguiu. A garota sempre sumia quando ele a procurava, e sempre que o avistava em algum lugar, ela tomava a direção contrária. Ela não queria mais ver ele de qualquer maneira. Na sala de aula ela sempre chegava em cima da hora para não correr o risco dele ir falar com ela, e também sempre sentava com outra garota, que agora ela percebera que estava sozinha, e fazia praticamente todas as matérias que ela.

Tiago queria explicar tudo para Lílian só que ela não dava tempo nem para ele falar bom dia. Quando percebeu que ela não queria isso, deu um tempo para a garota respirar.

No último dia de Abril o céu amanheceu meio cinza. As nuvens estavam em todo o céu. O sol aparecia vez ou outra. Era sexta-feira, todos os alunos estavam cansados pela longa e cansativa semana lá no castelo, e por isso foram se sentar nas gramas para aproveitar o resto do dia antes de retomarem os deveres.

Lily, com muito custo das amigas, saiu do seu dormitório e foi onde todos estavam.

- Eu não quero ver o Potter – Lily disse enquanto estava sendo empurrada e puxada respectivamente por Anna e Carol.

- Faltam dois meses para acabarem as aulas. Você acha que até lá não vai se encontrar com ele? – Anna disse brava.

- Porque ele deixou você respirar – Carol disse. E ante esse comentário, Lily parou de lutar contra as amigas e andou corretamente até perto do Lago. Sentaram embaixo de uma árvore e começaram a observar a Lula Gigante.

- Se esse for mais um plano de vocês... – Lily começou a falar.

- Não é! Você precisa de ar – Carol disse brava.

- SE for, eu mato as duas – ela disse apontando para as amigas.

- Confie em nós – Anna disse olhando para a amiga.

- Claro que eu confio. Mas se os garotos querem alguma coisa conseguem fazer a cabeça de vocês duas – Lily disse olhando para a Lula.

- Mas me fala Anna. Essa semana foi bem diferente né? – Carol disse risonha.

Sirius e Anna voltaram a namorar, não como antes, mas voltaram. Antigamente eles iam pra todo canto juntos, comiam juntos, andavam juntos, eram os últimos a subirem para o dormitório, mas agora eles não estão mais grudados assim. Depois que Anna disse que não tivera um relacionamento duradouro como antes eles decidiram fazer com que não fosse tão grudento como antes. Sim, eles estavam namorando, não ficavam com mais ninguém, eram fiéis a eles mesmos, mas não andavam sempre juntos, mesmo porque Lily e Tiago precisavam de Anna e Sirius, respectivamente. Eles estavam sempre ao lado deles quando precisavam. Lily era a que mais precisava da companhia das duas amigas, e elas entendiam, e se fossem com elas obviamente Lily ficaria ao lado delas.

- Nem foi diferente viu Carolzinha – Anna disse dando de ombros – A gente se acostumou a ficar juntos quando nos separamos que isso não é uma grande mudança.

- Então estão firmes mesmo? Não vai dar a louca de terminar e depois se arrepender de novo? – Lily perguntou ainda fitando a Lula.

- Claro que não. Já aprendi com meu erro – Anna disse olhando a amiga – e falar em aprender com o erro, você bem que poderia fazer isso né Lily? – ela ergueu uma sobrancelha.

- Nem vem que o assunto da hora é você e o Sirius. Não me coloque no meio – Lily virou para a amiga e disse meio brava – E falando em Sirius, ele não vai ficar com sua preciosa namorada? – ela disse desdenhosa.

- Não Lílian, ele não vem. Nenhum dos marotos vem – Anna disse com um sorrisinho.

- Estão aprontando o que? – Lily perguntou levantando uma sobrancelha.

- Por que você acha que eles estão sempre aprontando alguma coisa? – Anna ergueu uma sobrancelha.

- Porque sempre estão – Lily sorriu fracamente.

- Não seja tão dura com eles Lily – Carol disse com um sorrisinho.

- Lílian Evans? – uma garotinha com os cabelos pretos e ondulados e com os olhos pretos, que deveria estar no segundo ano, estava parada atrás das meninas com um jeito nervoso – A professora McGonagall está te chamando na sala dela – e depois saiu andando.

- Que estranho! – Lily comentou.

- Deve ser alguma coisa da monitoria – Carol arriscou.

- Não! A reunião foi ontem – e Lily se levantou e andou em direção a sala da professora. Não era muito longe, e no instante seguinte já estava batendo na porta e ouvindo um “entre”.

Adentrou na sala da professora e a viu olhando-a com um olhar triste, abatido.

- A senhora queria me ver, professora? – Lily disse.

- Sim, Srta. Evans. Sente-se. Vai precisar – ela apontou para uma cadeira bem a sua frente e repetiu o gesto.

- A senhora está me assustando – Lily riu nervosamente.

- Bom, Srta. Evans, você precisa entender que às vezes isso acontece. É muito triste estar falando isso, desse jeito, mas a senhoria deve saber. – A professora começou a dizer, meio nervosa.

- Realmente está me assustando, professora.

- É que... bom... – ela gaguejou e olhou bem nos olhos de Lily – é horrível eu sei, mas, Srta. Evans, seu pai morreu. – Lily demorou cinco segundos para assimilar.

- Como? – perguntou pensando ter ouvido errado. Naquele momento ela queria ter ouvido errado.

- Seu pai morreu – repetiu a professora triste.

- Não. Não pode ser. Não. Vocês... se... se enganaram – Lily ficou sem ar na hora, seu olhos encheram-se de lágrimas.

- Infelizmente é a verdade. Ele estava andando pela rua e os Comensais da Morte aparataram lá perto. Eles queriam se divertir. Um divertimento doentio é claro. E bom, seu pai estava no lugar errado, na hora errada. – McGonagall disse triste, olhando para a garota com pena.

- N-não... Meu pai não – Lily desatou a chorar. Soluçava desesperada sem se importar com nada. Não podia acreditar no que estava acontecendo. Não seu pai. Eles sempre estavam juntos na sua infância, sempre faziam as coisas juntos. Quando entrou para Hogwarts isso acabou um pouco, mas continuaram nas férias de verão. Começou a sentir um aperto no coração, de repente a sala pareceu bem menor. Estava sufocada. Levantou-se abruptamente da cadeira assustando a professora. Ela começou a falar e a garota se virou para olhá-la.

- O diretor concedeu a permissão de a senhorita ir para sua casa, para o funeral. Vá agora arrumar suas coisas e daqui meia hora esteja aqui para pegar um chave de portal. Avise quem tem de avisar. – Sem ao menos esperar a professora dizer outra vez, ela saiu correndo da sala. Correu sem ao menos enxergar um palmo a sua frente por conta das lágrimas. Então bateu em alguém alto e meio musculoso.

- Lily? Que aconteceu? – Imediatamente ela reconheceu a voz doce da pessoa. Pulou em cima dela para abraçá-la e recebeu o abraço em troca. Era Tiago. – Que foi que aconteceu Lily? – ele estava preocupado. Acariciava os cabelos da garota.

- Meu pai m-morreu Tiago – e ela recomeçou a soluçar descontrolada. Tiago apertou-a contra seu peito, no gesto de protegê-la. Ficaram dois minutos assim com ele falando palavras de consolo e acariciando-lhe a cabeça.

Separaram-se e Lily olhou-o. Com os nós dos dedos Tiago secou-lhe a face e ela pôde ver o sorriso reconfortante de Tiago.

- Não fica assim Lil. Um dia iria acontecer – disse colocando as mãos em sua cintura.

- Foram os comensais que fizeram isso – ela disse com a voz embargada e com as mãos ainda no pescoço do garoto.

- Quando me tornar auror isso vai acabar – ele disse ainda sorrindo e ela riu fracamente. Apertou um pouco sua cintura.

- Eu preciso ir pro dormitório. Vou pra minha casa daqui meia hora – ela disse se adiantando saindo dos braços de Tiago.

- Eu vou com você – ele disse abraçando-a de lado. Ela não fez nenhuma objeção. Precisava daquilo. Precisava de um ombro amigo. Mas ela não percebeu que quem precisava realmente era Tiago. O caminho até a Sala Comunal pareceu se encurtar, pois logo Tiago estava murmurando a senha para a Mulher Gorda. – Bom, eu não posso subir para o seu dormitório.

- Claro que pode. Se eu te convidar você pode entrar – ela sorriu para ele.

- Então tá. – ele riu fracamente e caminharam até de frente a escada que dava para o dormitório feminino.

- Eu, Lílian Evans, convido Tiago Potter, para ir ao meu dormitório – ela disse fitando as escadas. Pegou na mão do rapaz e o puxou. Ele pisou no primeiro degrau, cauteloso, mas nada aconteceu. Da última vez que fez isso, os degraus sumiram, e o piso ficou liso. Enfim entraram no quarto da garota.

Ele olhou em volta e sorriu. O dormitório das garotas era totalmente diferente do dormitório dos garotos. Enquanto delas eram todo arrumado. Sem nenhuma roupa no chão. As malas embaixo da cama. As mesas de cabeceira não tinham nada além de um vaso de flor e alguns pergaminhos, e isso nas três mesinhas. No dormitório masculino sempre tinha alguma calça ou camisa no chão. Cuecas em cima das camas. Os malões abertos no meio do quarto com todas as coisas emboladas por ele inteiro. E as mesas de cabeceira cheias de meias.

- Pode se sentar aqui, na minha cama enquanto eu arrumo as coisas – ela ainda estava com a voz embargada, e apontou para uma cama a sua frente. Abriu seu armário e começou a tirar algumas roupas. Dobrou-as delicadamente, pegou sua mochila, e colocou-as nela. Terminou tudo em menos de cinco minutos. Foi no banheiro e se olhou no espelho. Estava com os olhos inchados e a boca vermelha. Prendeu seu cabelo num coque com o próprio cabelo e jogou água gelada em seu rosto. Secou-o com uma toalha.

“É melhor eu tomar banho”, ela pensou. E esquecendo totalmente que Tiago estava sentado em sua cama, foi para o banheiro, se despiu e começou a tomar banho. Foi um banho rápido, não queria demorar muito. Então quando estava se secando lembrou-se do maroto e respirou fundo. Abriu a porta meio sem graça e colocou a cabeça pra fora. O garoto estava olhando umas fotos que estavam pregadas na parede ao lado da cama da garota. Pigarreou e ele se assustou olhando para a garota. Ela sorriu sem graça.

- Esqueci que você estava aqui e nem peguei uma roupa – ela disse ficando vermelha. – Tem como não olhar?

- Ah... É... Sim, claro – Tiago disse meia sem graça. Ele olhou-a por um instante e viu como ela era linda mais ainda do que pensava. Ela estava com um coque e algumas mechas soltas pelo seu rosto. A toalha só cobria até a metade da coxa da garota. Deitou-se debruço na cama da garota e colocou um travesseiro em cima de sua cabeça. Ela riu. Ele percebeu que foi a primeira vez que ficou sem graça por conta de uma garota. Mas era óbvio não era? Não era uma garota qualquer. Era Lílian Evans que ele amava incondicionalmente. Ele iria até fazer uma brincadeira pelo comentário, mas decidiu não fazê-lo. Não estava no momento oportuno.

Para ir mais rápido Lily decidiu colocar um vestido. Colocou um verde que era justo até a cintura e depois ficava soltinho. Colocou um sapato preto. Soltou o cabelo.

- Pode olhar agora Tiago – ela disse sorrindo. Ele se levantou e olhou para a garota com um sorriso bobo.

- Você está ainda mais linda que antes – ele disse. Ela corou, mas não disse nada. Foi em direção a sua cama, onde estava a mochila e quando foi pegá-la a mão de Tiago segurou seu braço. – Eu preciso conversar com você – estava com um tom sério.

- Pode falar – ela sorriu se sentando ao lado dele.

- Eu sei que não é o melhor momento para se falar, mas talvez eu não te encontre num dia em que não quer me matar – ela riu fracamente – Eu queria muito que você escutasse sem dizer nada. Eu quero explicar o que foi que realmente aconteceu com a Kunis. – ele percebeu ela abrir a boca e acrescentou. – Não, não fala. Lembra a vez que você estava me procurando? – ela assentiu – Eu também estava te procurando. No começo eu não queria fazer isso, meu orgulho idiota não estava deixando, mas eu ouvi o Sirius e o Remo e fui atrás de você pra explicar tudo. Eu nunca deveria ter brigado com você, ter dito todas aquelas coisas, eu deveria ter me acalmado e pelo menos ter tentado me explicar. O dia que você viu a gente na biblioteca, realmente, não aconteceu nada. Não ia acontecer nada. Na hora eu estava pensando em você, e que se acontecesse alguma coisa eu me mataria por ter te machucado. Ela realmente me prendeu, e na surpresa eu fiquei meio sem ação. Nunca pensei que a Kunis fosse disso. E ai a gente começou a brigar um com o outro. Eu deveria ter me acalmado como eu disse, mas não fiz, e deu no que deu. Na outra briga no mesmo dia, ela veio atrás de mim e queria me beijar a força. Eu não sei o que ela queria, talvez quisesse mostrar pra você que ela conseguia qualquer um, por inveja, por você ser a garota mais linda de Hogwarts – ambos riram fracamente – e você chegou bem nessa hora. Brigamos outra vez e ficamos mau um com o outro. Quando um foi atrás do outro ela me empurrou pra parede, e de novo fiquei sem ação, mas eu virei meu rosto e empurrei-a. Não fiz nada. Juro por tudo que você quiser. – Ele suspirou, tomando um pouco de ar. Lily não sabia o que fazer. Ela escutava tudo e mais uma faca passava em seu coração. Como ela pôde ser tão estúpida e acreditar que os dois tiveram alguma coisa? Ela se repudiava por ter chegado àquele ponto. Tiago respirou e recomeçou a falar – Eu queria dizer que você é a pessoa mais importante pra mim. Nunca deixou de ser. Desde o momento que enfezei com você no quinto ano sabia que você tinha algo de especial. E eu estava certo. Eu quero passar um bom tempo da minha vida com você, o máximo possível. Podemos até nos casar se você quiser – ela riu e ele a acompanhou – Você não sabe o quanto eu te amo. E esse tempo sem ter você pra mim me fez perceber que minha vida é uma merda. Eu preciso de você Lily. Sempre comigo. Ao meu lado. – ele parou de falar e olhou nos olhos verdes vivos. Um sorriso apareceu nos lábios de Lily, e Tiago acompanhou esse gesto sorrindo também. Ele passou delicadamente uma mão no rosto dela que sorriu mais ainda. Ele estava perdido na imensidão de seus olhos, e ela estava deslumbrada com o sorriso mais que maravilhoso que estava nos lábios perfeitos dele.

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N/A: Pois é, de triste pra depressivo AUHAHHAUHAHAHUA Ok, mas o Tiago tava lá, e lindo e maravilhoso e tudo, tá melhorando né pessoal WE HAHAUHUAHA Ok, LeleCangane: Obrigada honey *-* Ai gente, não quero matar ninguém não, quero que me amem, apenas HUAAHHAHUAHUA Ok, tá melhor agora. Obrigada gatinha, obrigada mesmo.

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