Clube de Duelos



Um murmúrio nos ouvidos certos e Ginny Weasley seria expulsa, pelo que acontecera a Draco Malfoy. Mas Harry e Daphne acharam que uma outra partida vingaria melhor o amigo.


Harry andava, também, desconfiado. Granger tinha razão: Ginny Weasley não parecia ter poder ou conhecimento para fazer o que fizer a Malfoy.


Harry e Daphne seguiram os Gryffindor, escondidos debaixo do manto de invisibilidade para dentro da sua Torre, e esperaram até que todos se tivessem ido deitar.


Ginny Weasley dormia com um pijama de calções curtos, e uma t-shirt meio transparente. Os lábios de Harry contorceram-se num sorriso ao admirar as formas do seu corpo. Daphne vendou-a, e Harry lançou-lhe um feitiço de silenciar. Amarraram-lhe as mãos atrás das costas.


Levaram-na para o salão nobre, e penduraram-na num dos candelabros do tecto. Harry, com um feitiço, escreveu nas pernas expostas dela “Eu amo Draco Malfoy”, e mais abaixo “Mas sou uma Traidora de Sangue” e, por fim, “Desculpa, Draco”.


Weasley passou a noite pendurada, ficou cheia de dores nos braços, gritava e chorava para que alguém a libertasse. Os alunos começaram a chegar de manhã, e muitos, mesmo alguns Gryffindor, riram-se. Os Slytherin deliraram, e sentiram-se vingados. Draco agradeceu a Harry e a Daphne discretamente.


Draco, Harry e Daphne estavam empenhados em descobrir quem era o Herdeiro de Slytherin.


- Pode ser a Weasley? – Foi Harry quem elaborou a pergunta. - Ela anda demasiado estranha.


- Se o monstro de Slytherin é uma serpente, tem de haver alguém que fale serpentês para além de ti. – Dizia Draco. – Não me parece que seja a Weasley.


- Ou… Qualquer coisa que faça alguém ter mais poder do que deve. – Daphne disse. E concordamos que ela não tem poder nem conhecimento para te atacar. De onde veio o poder?


- É uma hipótese. Como é que investigamos a Weasley? – Draco questionou.


- O K trata disso. – Daphne sorriu para Harry.


- Desculpa? – Harry balbuciou surpreso.


- Ela cora sempre que te vê nos corredores. E tu gostas das pernas dela. Não será um sacrifício total. – Daphne sorriu. – Conquista-a, Harry.


- Coitado. – Draco suspirou.


E, assim, Harry Potter aproximou-se de Ginny Weasley.


Ela estava a sair da aula de Encantamentos, quando Harry foi propositadamente contra ela, mas fez com que tudo parecesse um acidente. Baixaram-se os dois para apanhar os livros que tinham caído.


- Er…Ginny, tu queres ir…er…passear comigo mais logo? – Harry perguntou.


Ela corou, mas aceitou. Andaram junto ao lago ao fim da tarde. Tinha de ganhar a confiança dela e comportou-se como um cavalheiro. Fez pergunta sobre a família, falaram de Quidditch, e, finalmente, ele puxou o tópico da Câmara dos Segredos. E ela agiu de forma estranha, empalideceu um pouco, e as respostas tornaram-se muito curtas. Mas Harry fingiu não reparar.


- Ela está a esconder qualquer coisa. – Harry afirmou, quando voltou para as masmorras, depois de ter ido levar Weasley à Torre de Gryffindor.


No dia seguinte, ficou claro, mais uma vez, que o Granger, Longbottom e Weasley estavam a planear alguma coisa.


Um pau de fogo-de-artifício aterrou no caldeirão de Goyle na aula de Poções, e Harry viu Granger escapulir-se da sala e voltar com algo escondido, enquanto Snape reorganizava a turma.


- Eles estão a preparar uma poção. E precisavam de um ingrediente do armário de Snape. – Harry declarou.


- Alguma ideia onde é que eles podem estar a preparar a poção? – Perguntou Theo atrás dele. – Não me parece que estejam na sala comum dos Gryffindor a brincar com os ingredientes roubados.


Harry e Daphne trocaram um olhar, e começaram a correr. Tinham-se concentrado demasiado em Weasley e esquecido completamente que os três Gryffindor estavam a preparar alguma coisa naquela Casa de Banho. Millie, Theo e Draco correram atrás deles.


- Fiquem aqui. – Harry sussurrou, quando chegaram à porta da Casa de Banho.


Tirou o manto de invisibilidade da pasta, onde tinha os livros e cobriu-se com ela. Entrou na casa de banho sem qualquer som. Os três Gryffindor estavam sentados a um canto.


- Viste a cara do Snape? – Neville tremia de medo.


- Ele olhou para mim. – Ronald Weasley engoliu o seco. – Ele sabe que fui eu, quem lançou o fogo-de-artifício.


- Ele não pode fazer nada, agora. – Granger afirmou, calmamente. – Além disso, isto é mais importante do que o Snape.  


Harry aproximou-se discretamente, e bastou-lhe olhar para o caldeirão para reconhecer a poção. Saiu em igual silêncio.


- Eles estão a preparar Polisuco. – Harry murmurou.


- Polisuco? – Perguntou Millie, confusa.


- É uma Poção que permite que te transformes noutra pessoa durante uma hora. – Daphne respondeu. – Porque é que ele…- Daphne não acabou a frase, entendendo subitamente.


- Eles querem descobrir se o Malfoy é o herdeiro de Slytherin. – Harry explicou a conclusão a que ele e Daphne já tinham chegado. – Vão transformar-se em três de nós e interroga-lo.


- Eles precisam de cabelo, ou assim, não é? – Theo olhou para Harry. – Como é que o arranjariam?


- Se eu tivesse a tentar roubar cabelos a alguém, tentaria roubar os do Crabble e do Goyle, porque seria mais fácil. – Daphne disse, com um sorriso sarcástico.


Uma semana passou, antes de novas ideias surgirem.


Harry manteve-se próximo de Ginny. Ela tinha sempre um caderno de capa negra, que não parecia ser de nenhuma disciplina. À distância, Harry via-a escrever nele, como se fosse um diário, e sorria, por vezes. Beijaram-se algumas vezes. Ela contava a Harry muito dos seus pensamentos, só não lhe falava do Diário.


Ronald Weasley atirou Harry contra a parede, quando soube da história, e proibiu-o de ver Ginny. Num acto de um tolo apaixonado, Harry deu um murro a Weasley, um gancho de direita que quase que o deixou KO, e disse “Eu gosto dela. Ela gosta de mim. Não podes impedir isso só porque não gostas de mim”. Ginny correu para ele, e perguntou-lhe se estava bem, apesar do seu irmão estar estendido no chão.


Daphne e Blaise acabaram. Blaise acabou com Daphne, na realidade. Estava a chover, e era o dia em que Hunter morrera. Harry seguiu-a até à orla da Floresta e abraçou-a enquanto ela chorava contra o seu peito. Ficaram sentados num tronco caído no chão, em silêncio, durante horas. Quando voltaram, Blaise teve uma crise de ciúmes e acabou com ela.


- Isto já não estava a funcionar de qualquer maneira. – Daphne fez um sorriso triste.


- Admira-me como é que não acabaste com ele, antes. – Harry comentou.


- Não sei, K. Acho que sempre achei que o merecia, entendes? Do tipo, mereço as críticas e a falta de atenção, porque no fundo eu não lhe digo a verdade sobre quem sou ou o que faço, não confio nele e… sou uma treta como namorada.


- Tu mereces alguém que te faça feliz. – Harry disse, e pôs o braço em volta dela. Ela encostou a cabeça ao seu ombro.


Weasley cruzou-se com eles, e sorriu para Harry. Ele sorriu, de volta. Weasley não era ciumenta.


- Não acredito que acabaste por ficar com a Weasley e não com a Pansy. – Daphne suspirou.


- Com a Pansy seria demasiado lixado. Afinal, somos amigos. – Harry disse.


- Acredita, ela está toda chateada desde que começaste a beijar a Weasley. – Daphne disse.


- Eu reparei. – Harry assentiu.


Encontraram um cartaz que anunciava um clube de duelos, para que soubessem defender-se contra o Monstro de Slytherin.


- Vamos? – Daphne perguntou para Harry, Draco, Theo, Millie e Pansy que entretanto se tinham junto a eles. – Pode ser útil…


- Não para combater o monstro de Slytherin…- Harry disse, com um encolher de ombros.


- Mas serve para dar cabo de alguns Gryffindor. – Draco sentenciou.


E todos concordaram. Às oito parecia que os segundos-anos estavam concentrados no salão nobre. Harry aproximou-se de Daphne, Millie e Pansy.


- Ponham isto nas vossas roupas. Se a Granger tentar arranjar cabelos para aquela poção dela, agora vai ser uma boa oportunidade. – Harry estendeu-lhes três frascos.


- O que é isto? – Perguntou Daphne, erguendo um dos pêlos.


- Pêlos de gato. – Harry sorriu.


- Pensava que eras amiguinho da Granger, Potter. Ainda noutro dia vos via a cochichar na aula de poções. – Pansy disse, com uma ponta de ciúme.


- Ela está a tentar enganar os Slytherin. – Harry sorriu, com toda a calma – Existem prioridades.


Contra os desejos de todos os Slytherin, Lockhart era o responsável pelo Clube de Duelos e foi ele quem primeiro subiu ao estrado elevado.


Depois, anunciou Snape como seu assistente, que tinha concordado em participar numa pequena demonstração. Os Slytherin sorriram e aplaudiram, quando Snape desarmou Lockhart e o Professor de DCAT voou contra a parede.


- Excelente demonstração, Professor Snape. Deixe-me que lhe diga que foi bastante óbvio o que ia fazer, se eu tivesse querido pará-lo teria sido deveras fácil…- Lockhart dizia, enquanto Snape o continuava a fintar com uma expressão assassina. E talvez tenha sido isso que levou Lockhart a mudar o seu discurso – Eu vou agora passar pelo meio de vocês e criar duplas. Professor Snape, se quiser ajudar-me…


- Vamos ver…- Disse Snape, aproximando-se dos Gryffindor. – Não, Weasley, não me parece que vás ficar com a Granger. Potter, ficas com o Finningan. Malfoy, com o Weasley. Bulstrode, lida com a Granger.


- Sim, senhor. – Harry acenou. E aproximou-se de Finnigan. Ao seu lado, Millie posicionou-se em frente de Hermione.


Zabini e Daphne terminaram frente a frente, por ironia do destino, enquanto Nott ficou com Pansy.


Finnigan foi o primeiro a atacar, usando um simples “Rictumsempra”, mas Harry convocou um feitiço de escudo invisível, era magia avançada, mas ele passara o verão a praticá-lo e dominava-o na totalidade. “Protego” Proferiu, vendo o feitiço fazer ricochete. Os olhos do salão concentraram-se neles.


Finnigan desviou-se, mas antes que ele se conseguisse concentrar no combate, Harry acertou-lhe com um Expelliarmus, e desarmou-o. E quando ele se preparava para recuperar a varinha, murmurou: “Petrificus Totalus”. E o corpo de Finnigan ficou rígido, e caiu no chão com um estrondo.


- Eu disse desarmar. – Gritava Lockhart. – Parem, parem.


Malfoy tinha a bochecha cortada, e sangrava com um qualquer feitiço de Weasley, que parecia não ter controlo sobre a sua varinha. As pernas de Weasley não paravam quietas, graças a uma maldição de Malfoy. Millie e Hermione estavam enroladas no chão, e já tinham largado as varinhas há alguma tempo. Zabini fora atingido com um feitiço de pernas bambas, estava caído no chão, com parte do uniforme queimado por bolas de fogo, mas ainda segurava a varinha, determinado, e Daphne estava intacta e parecia pensar no próximo feitiço. Theo e Pansy tinham-se atingido mutuamente com um feitiço de cócegas, e estavam no chão a rir-se.


- Chega. – Snape assumiu o controlo da situação – Finite Incantatem.


As pernas de Weasley pararam de dançar, e, depois, Theo e Pansy pararam de rir. Harry separou Hermione e Millie. Daphne baixou a varinha, e estendeu a mão a Blaise, que engoliu o orgulho e aceitou.


- És doida, Greengrass. – Ele disse. – Amigos?


- Amigos. – Concedeu Daphne.


Snape fechou o golpe de Malfoy, e curou as queimaduras de Blaise. E depois, descongelou Finnigan e virou-se para Harry “Bom trabalho, Potter”.


Harry sorriu. “Obrigado, senhor”.


- Calma….Vamos arranjar um par de voluntários para uma pequena demonstração… - Lockhart dizia, nervosíssimo. – Assim, eu e o Professor Snape poderemos…er…corrigir a vossa técnica…Hum…Longbottom, Finch-Fletchley, que tal serem vocês?


- Uma má ideia, Professor Lockhart. – Disse Snape com um meio sorriso, deslizando como um morcego ao encontro do outro Professor – Longbottom provoca devastação com o feitiço mais simples. Ainda temos de mandar o que restar do Finch-Fletchley para a aula hospitalar dentro de uma caixa de fósforos.


Longbottom corou de vergonha.


- Posso sugerir o Potter e o Finnigan? – Perguntou Snape.


Harry sorriu, enquanto Finnigan engoliu o seco.


Fizeram uma vénia, e ergueram as varinhas em frente da cara: “Assustado, Finnigan?” Harry perguntou, desdenhosamente. O outro não respondeu. Os Slytherin riram-se. “Três, dois…um” Lockhart fez a contagem decrescente, Finnigan abriu a boca, mas antes que ele conseguisse produzir qualquer som, Harry produzira um feitiço de atordoar. “Stupefy” Dissera. E Finnigan caiu ao chão, atordoado.


Os Slytherin aplaudiram. Snape tinha um meio sorriso nos lábios. Era magia avançada, mais uma vez.


- Muito bem, Potter. – Snape disse. – Mas acho que uma exibição que durasse algum tempo seria do interesse de todos. Malfoy.


Era óbvio que Lockhart já não estava no comando.


- Vamos a isto, Potter? – Draco perguntou com um sorriso.


Harry acenou. Quando a contagem terminou, Draco atiçou uma enorme serpente negra contra o amigo: Serpensortia.


- Qual é a tua ideia, Draco? – Harry perguntou, erguendo a varinha e fazendo a serpente voar contra o amigo.


Draco caiu ao chão com o impacto. A enorme serpente deslizava sobre o seu peito. “Não o ataques” Murmurou Harry, instintivamente “Não o ataques”. A serpente pareceu ouvi-lo, porque apesar de continuar a sobre Malfoy, não fez qualquer movimento para o atacar.


- Muito divertido, Potter. – Draco agarrou na serpente, com um sorriso. – Importaste de a tirar de cima de mim?


- Recua. – Ordenou Harry em serpentês. – Desculpa.


Harry fez um movimento com a varina e a serpente desapareceu numa onda de fumo negro. “Não podias ter começado por fazer isso, não?” Draco perguntou, sarcástico. Mas ambos se riram. Só, então, repararam no silêncio constrangedor que os rodeava. Todos olhavam para Harry, e muitos pareciam assustados, outros apenas enraivecidos.


Snape lançava-lhe um olhar avaliador. Daphne correu para o estrado elevado, e agarrou nele e em Malfoy.


- Idiotas. – Murmurou, quando chegaram lá fora. – Acabaste de revelar à escola toda que és um serpentês, K.


- E então? – Perguntou Draco. – Eu queria ver até onde é que ele conseguia controlar as serpentes, foi, por isso, que aticei aquela contra ele. E devo dizer-te que foste assustador, Potter.


- Porque agora todos acham que o Harry é o herdeiro de Slytherin. – Daphne suspirou. – O que achavas que iam pensar?


- Nada? – Draco encolheu os ombros. – Não achei que fossem pensar coisa alguma.


- Não importa. – Harry disse. – Iam descobrir mais cedo ou mais tarde. Eu gosto do meu dom.  

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