Prólogo



CdP_00
Capa: Dark Moon












0. Prólogo


 


 


 


 


Interrogar, torturar, interrogar novamente e então, finalmente, matar. Ou então simplesmente torturar e matar. Ou violentar mulheres. Ou virgens. Eram sempre mais excitantes as virgens. Os gritos. O sangue. O choro. E ainda deixá-las viver por mais uns dias para que pudessem conviver com a lembrança. Deixar que fossem esquecidas no escuro chorando noites a fim. Deixar com que morressem de fome sem ver a luz do dia para que pudessem sofrer cada segundo possível da vida que ainda lhes restava. Apenas por diversão. Entretenimento.


 


Para Draco Malfoy era entediante.


 


Claro que tudo aquilo fazia parte da vida de um Comensal, entretanto, não era exatamente por aquilo que ele havia se tornado um. Aquilo não lhe trazia poder, não lhe trazia domínio, não lhe dava entretenimento, não lhe ensinava nada. Ele nunca havia sido o tipo de pessoa que desperdiçava seu tempo apreciando o sofrimento alheio. Não com tanta frequência, pelo menos. Isso o diferenciava de qualquer outro Comensal. O diferenciava, inclusive, de Lorde Voldemort.


 


Mas, como um, lá estava ele. Sentado obediente em seu trono como líder do exército de Comensais na grande arena do horror, o salão principal do covil que muitos insistiam em chamar de quartel, o quartel de Voldemort. Ele sentava obedientemente porque tinha segredos que nenhum humano jamais saberia e jamais se atreveria em ousar saber. Por isso, ali estava atendendo ao chamado das sessões de tortura, sofrimento, gritos, sangue e terror. Ali ficaria até que tudo finalmente acabasse e ele pudesse ir a uma das salas de treinamento aprender alguma nova magia para seus combates.


 


-       Tragam-me nossas novas convidadas! – todo o salão pode escutar Voldemort exclamar vivificado pela última morte que havia tido o prazer de conduzir.


 


Lá foram os capachos de aliados que de nada serviam além de serviçais. Arrastaram o corpo sem vida de uma das bibliotecárias da ordem dos rebeldes que residiam no sul da Europa para fora do salão enquanto outros abriam as pesadas portas para duas figuras que fizeram Draco Malfoy perder sua entediada expressão intocável ao puxar o canto dos lábios num fino e discreto sorriso.


 


Sendo arrastadas pelas correntes que lhe prendiam os membros vinha Luna Lovegood em sua expressão sempre lunática, porém dessa vez um tanto sofrida, e ninguém menos que Hermione Granger, a rainha de Harry James Potter, o pior inimigo de Lorde Voldemort. Seus olhos estavam vermelhos, as bochechas e a ponta do nariz rosadas, os lábios secos, o cabelo desgrenhado, a postura intacta e orgulhosa.


 


-       Ah! – exclamou Voldemort satisfeito. – Minhas doces convidadas. – pausou aproximando-se das duas. Parou de frente a Luna Lovegood encarando aqueles preciosos olhos azuis. Respirou como se inalasse vigor. – Inocência. – ele sorriu. – Você exala inocência, minha querida. – afastou dela os fios de cabelo que lhe tampavam o rosto. – Eu gosto da inocência. Sabe por quê? Porque gosto quando posso arrancá-la brutalmente de uma mente. Mas gosto de fazê-lo aos poucos porque o sofrimento dura mais. – ele sorriu docilmente para ela – Você ainda experimentará a morte, querida. Contudo, não agora. – olhou para seus comensais capachos. – Tiram-na daqui. Cuidarei dela com mais cuidado depois.


 


Os serviçais arrastaram-na para longe de Hermione Granger carregando-a para fora do salão. Ambas não ousaram sequer trocar um olhar. Hermione apenas fechou os olhos com força enquanto escutava a amiga ser levada para longe.


 


Voldemort parou de frente a castanha dessa vez. Encarou em silêncio aquela figura como se observasse um famosíssimo quadro pendurado contra a parede de algum museu famoso qualquer. Segurou-a pelo queixo forçando-a abrir os olhos incrivelmente chamativos pelo tom âmbar que possuíam. Trocaram olhares pelo que pareceu milhares de segundos enquanto todo o salão falecia em um silêncio intenso.


 


-       Por anos eu sonhei o que faria se a tivesse em minhas mãos. – começou Voldemort após um longo suspiro. – Por anos eu sonhei com esse dia. – ele sorriu para ela que permanecia imutável em sua expressão. – Desde que se tornou meu segundo pesadelo, Sangue-Ruim. Desde que se tornou minha noite mal dormida. Desde que passou a estragar os meus planos com essa sua incrível arte de ser inteligente e esperta, de sempre proteger Potter, de sempre conseguir escapar. –sorriu abertamente dessa vez. – Eu sonhei com esse dia. –arrastou os dedos sobre a pele pálida do rosto dela. – Merlin! – ele exclamou perdido em um suspiro soluçante. - Você é arrebatadoramente linda. – sua unha roçou por baixo da copa dos lábios rosados e perfeitamente convidativos dela. – Seu sangue imundo não merece tamanha beleza. – todos puderam notar nela uma longínqua expressão de nojo. – Você serviria facilmente para os deleites do meu tão prezado ciclo interno de comensais. Gostaria de vê-los te possuir, gostaria de vê-la gritar e chorar. Gostaria de te ver se contorcer no chão ao ser torturada. Gostaria de te ver pagar por todo o ódio que já me fez passar. – ele soltou o ar. – Mas, - enfatizou dramaticamente. – eu sonhei muito com o que faria se a tivesse em minhas mãos, Sangue-Ruim. Praticar todos esses atos em você a tornaria tão igual a qualquer outro prisioneiro que já tive e você, maldita, não é qualquer um. – soltou o rosto da mulher e encarou-a de cima a baixo. Quase podia sentir o desejo emanando dos Comensais a sua volta esperando que ele liberasse o corpo dela para eles. Voldemort não o faria. – Você sofrerá diferente. –sorriu doentiamente. – Sofrerá diferente de qualquer outro prisioneiro que já tive em minhas mãos. Sofrerá até que a vida decida te deixar. Sofrerá em minhas mãos. Porque me pertencerá. – ele segurou o pulso da mulher com força, aproximou sua boca do ouvido dela e sussurrou apenas para que somente ela pudesse escutar. – Irá me dar um herdeiro.


 


Todos puderam ver a face de Hermione Granger se contorcer numa de náusea. No entanto, antes mesmo que ela pudesse agir desgostosamente, sua expressão de nojo se tornou numa de dor e então ela fechou os olhos com força e seu grito ecoou pelo salão inteiro enquanto ela sentira seu pulso queimar com a palma ossuda da mão de Voldemort o pressionando.


 


            No segundo em que tudo voltou ao silêncio de antes, Voldemort a soltou e se afastou com uma expressão incrivelmente satisfeita estampada em seu rosto ofídico. Hermione curvou-se pressionando o pulso que ainda queimava dolorosamente. Num impulso curioso ela o descobriu e todos puderam ver a marca negra, a marca de Voldemort, que agora estava cravada na pele da castanha.


 


Um murmúrio assustado percorreu todo o salão. Comensais se inclinaram em cochichos uns aos outros e então a voz de Voldemort soou audivelmente sobressaindo sobre o coro silencioso de seus discípulos.


 


-       Draco! – chamou.


 


O silêncio voltou novamente.


 


-       Sim, mestre. – a voz do loiro soou entediada.


 


-       Desça até aqui. – ordenou e Draco obedeceu sem se preocupar em esconder seu desinteresse sobre toda aquela situação. – Ela é sua. – Voldemort disse quando ele se postou bem ao seu lado. – Exclusivamente sua. – disse em bom som para que ficasse claro para todos do salão que ninguém além de Draco teria permissão para tocar na mulher.


 


Draco encarou Hermione Granger, que ainda ofegava pela dor e permanecia dominada pela surpresa de encontrar a marca em seu braço tanto quanto todos os outros ali naquele lugar. Aquele pedaço de mulher era sem dúvida a beleza encarnada. Ele ainda se lembrava do ano em Hogwarts que ela começara a ser abençoada com tamanhos atributos. Mas ainda assim, ela não passava de uma Sangue-Ruim.


 


Draco e seu exército haviam a capturado no meio de toda aquela guerra. Claro que ela havia se deixado ser pega. Poderia facilmente ter escapado, mas soube que estava se dando em troca de algo muito importante para os rebeldes. Harry Potter. Ela se deu para que ele pudesse escapar? Talvez, porém previsível demais para uma Grifinória. Draco julgava-a burra pelo ato, mesmo que a palavra burra seguida do nome de Hermione Granger nunca no mundo fosse fazer sentido algum. Então, ainda a encarando, ele soltou um riso debochado e deu as costas.


 


-       Eu não a quero. – recusou Draco.


 


Um murmúrio confuso percorreu todo o salão.


 


-       Mestre! – um Comensal ousou a atenção de Voldemort para que pudesse se oferecer em tomá-la.


 


Voldemort ignorou claramente.


 


-       Draco! – o chamou novamente fazendo-o parar no meio do caminho que havia tomado para deixar o salão. – Tem ideia do que essa maldita significa para mim? Estou dando-a a você! – havia uma raiva contida no tom que usava.


 


Draco se virou. Voldemort tinha um plano para tudo aquilo. Claro que tinha.


 


-       Eu não toco em Sangues-Ruim! – cuspiu Draco.


 


-       Eu não me importo com suas preferências! – Voldemort se aproximou dele. – O sangue é a última coisa que me importa depois de tudo que ela significou dentro dessa guerra! Estou dando-a a você e irá aceitá-la querendo ou não! – a essa altura Voldemort já não escondia qualquer tom de fúria contra o Comensal mimado que Lúcio Malfoy havia criado em casa. – É uma ordem e irá obedecer. Ou esqueceu a quem deve devoção agora? – jogou as palavras contra o homem loiro. – Encare seu pulso e veja de quem é a marca que está gravada nele! – Draco permaneceu imóvel. – ENCARE-A, DRACO!


 


Draco não encarou. Permaneceu imóvel e apenas torceu o nariz numa expressão muito conhecida provinda de sua família.


 


-       É sua, mestre. – vociferou de modo automático, arrastado e desgostoso, como se não quisesse soltar palavra nenhuma.


 


-       Então sabe que a Sangue-Ruim agora lhe pertence. – Voldemort quase soletrou para o Comensal a sua frente.


 


-       Como desejar, mestre. – Draco soltou novamente em sua voz pausada, assustadora e sem vida.


 


-       Perfeito. – Voldemort deu as costas. – Pode voltar a se sentar em sua cadeira, Draco.


 


Todos viram Draco voltar a cruzar o salão obedientemente. Ele trocou olhares com Hermione quando passou perto dela e recebeu o usual de desprezo. O que sempre havia recebido dela. Quis matá-la, mas não o fez. Não o precioso troféu de Voldemort. Sentou-se em sua cadeira e lamentou pelo tempo que ainda gastaria naquele maldito lugar.


 


Tirem a Sangue-Ruim e me tragam aquela outra! – a voz de Voldemort voltou a soar. – Preciso torturar alguém.







__
NB: Ameei *-*
O prólogo já começou com a temperatura lá no alto! Teve briga, mistério, cena nojinho com Voldemort e claro, Draco, do jeito que sempre quis e imaginei. Quanto a Hermione, não há muito que falar sobre ela, até porque nessa cena ela não tinha como exalar personalidade, mas estou animada com o caminhar das coisas. Sei que já falei e vale repetir: estou muito animada em betar essa história maravilhosa!





NA: Olá novamente! Fico realmente feliz por estar de volta com mais uma fic. Espero que a idéia tenha prendido vocês ou ao menos trago algum tipo de curiosidade. Essa, definitivamente, é uma long! Não faço longfics há muitooooo tempo! Espero ter leitores interessados! Tomara :)
A fic será dividida em capítulos com personagens de ponto de vista! Teremos Hermione Granger, Draco Malfoy, Narcisa Malfoy, Bellatrix Lestrange, Lúcio Malfoy e muitos outros! Mais ou menos no esquema dos livros "A Song of Ice and Fire". Não sei se alguém já leu, mas se leu, bem, será naquele esquema. Achei interessantíssimo essa metodologia porque tem um poder de alcance de acontecimentos gigantesco!
Não dá pra esquecer também de frizar que eu não sou nenhuma expert no português, nem mesmo nenhuma escritora profissional. Tenho uma beta lindissimamente prestativa que me que ajuda com esse lado um pouco trabalhoso. :)

Espero comentários! Por favor! Fico extremamente contente quando um leitor julga uma fic digna de comentário!

COMENTEM
VOTEM
DIVULGUEM! 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (10)

  • Petsabe Custodio

    Ahhhhhh, amei!!! Começou super!!! Amei esse Draco!!!

    2017-07-23
  • Diênifer Santos Granger

    Caralhoooooooo

    2015-05-23
  • Ariely

    SÓ POR ESSE PRÓLOGO MARCANTE, JÁ SE TORNOU A MELHOR DRAMIONE QUE JÁ LI!!

    2014-03-31
  • Jac Malfoy

    bom... é a primeira dramione que se da de maneira diferente e naõ começa com uma linda declaração de amor que se havia escondido por anos... vamos ver onde vai dar

    2013-11-13
  • Déia Santos

    Hermione capturada e entregue como um objeto a Draco. Dramiones sempre me encantam pelo modo como os autores "justificam" a uniao do casal... indo pro proximo capitulo =)

    2013-05-06
  • Gabriela-15

    Gostei muito do começo da fic, um tema inusitado

    2013-03-13
  • Letíca Dias

    Amei esse prólogo.Continue escrevendo, por favor.Sua fic tá com cara de que vai ser muito boa mesmo. 

    2013-03-12
  • M R C

    uuuhuuuull!! fic empolgante á vista..gostei de tudo que voce escreveu até agora queridae esse inicio de fic foi excelente!esse voldemort tá muiiito melhor do que aquele caricato dos cinemas !! o/espero que poste sempre, pois serei leitora assídua !beijos      

    2013-03-05
  • Nicole Ninfadora

    Uauu! Deu pra ver que tem uma cara meio diferente das suas outras fics. Estou super curiosa por essa long! Minhas quartas-feiras nunca mais foram as mesmas depois de 5 minutos e uma long seria um tremendo de um conforto pra uma leitora viciada na sua escrita!! Não demore postar o próximo capítulo! Podia ter um post por semana igual foi com 5 minutos né?

    2013-03-05
  • ste malfoy

    Realmente fiquei muito intereçada na fic!! Ela parece ser bem intereçante..... Espero que você poste logo

    2013-03-05
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.