Pelo Alçapão...



Pelo Alçapão…


 


Daphne e Blaise começaram a namorar, na tarde em que os Hufflepuff venceram os Gryffindor no jogo de Quidditch. E andavam de mãos dadas pelos corredores de Hogwarts. Eram fofinhos.


Os exames práticos começaram.


Draco voltou a arrasar em Transfiguração, quando McGonagall lhes ordenou que transformassem um rato numa caixa de madeira.


Flitas chamou-os um por um à sala, e avaliou-os a levitar uma pena, fazer um ananás dançar, cortar cordas, e a iluminarem a ponta da sua varinha.


Quirrell, também, os chamou individualmente para realizarem pequenas maldições e contra maldições, em ratos. A cicatriz de Harry ardeu o teste inteiro.  


Snape passeava majestoso pela sala, tecendo comentários, enquanto os primeiros anos de Slytherin e Gryffindor preparavam uma irónica Poção do Esquecimento.


Foi, na tarde a seguir ao último exame, História da Magia, que Harry se viu a reflectir sobre a Pedra.


- Draco… Lembras-te do Hagrid estar a falar de Dragões no Caldeirão Escoante, quando nós saímos da Diagon-Al?


- Vagamente. – Respondeu o amigo, erguendo a sobrancelha.


- Não achas estranho, ele querer tanto um Dragão e, de repente, arranjar um? – Harry perguntou. – Onde é que ele arranjou o Dragão?


- Sim, é um bocado. Mas quem é que se interessa, Harry? – Draco encolheu os ombros. – Vamos voar, amanhã tens jogo.


- Podes ir. Eu vou falar com o Hagrid. – Harry encolheu os ombros. – Já vou ter contigo.


Mas Draco foi com Harry. E Hagrid contou-lhes como tinha ganho Norbert a um estranho no Cabeça de Javali. “O truque de qualquer animal é saber como acalmá-lo. Olhe, o Fluffy, por exemplo, basta um pouco de música e adormece logo”.


Draco abriu os olhos, e perguntou um tanto rispidamente: “Como é que ele sabia do cão?”. “Eu falei-lhe que tinha um cão de três cabeças, quando ele pareceu reticente em apostar o ovo de Dragão, Malfoy” Hagrid respondeu.


- Nós temos que ir, Hagrid. – Harry disse, e afastou-se na direcção do Castelo.


- O idiota disse a um estranho encapuzado como passar pelo BTA. – Draco sibilou. – O melhor…O melhor é avisarmos o Dumbledore.


- O Dumbledore? Isso seria confessar a quantidade de regras que quebrámos este ano…- Harry suspirou.


- Parece-me um pequeno preço a pagar, se isso impedir o retorno do Senhor das Trevas. – Draco afirmou.


E Harry concordou. Perguntaram a Flint se sabia onde era o gabinete de Dumbledore.


- É atrás daquela gárgula no quarto andar. – Flint indicou. – Mas só os Professores e os Chefes dos Prefeitos sabem a senha.


- E agora? – Draco murmurou para Harry, quando Flint se afastou.


- Perguntamos a um Professor. – Harry respondeu.


E foram. Excluíram, imediatamente, a hipótese de perguntarem a Snape. Daphne ainda suspeitava do envolvimento do Mestre de Poções em toda a história. E Snape como Chefe de Equipa jamais permitiria que lhe ocultassem informação.


- Professora McGonagall. – Chamou Harry, quando se cruzaram com ela num corredor. – Eu gostaria de saber se é possível falar com o Professor Dumbledore…


- O Professor recebeu uma coruja do Ministério da Magia. Saiu há dez minutos. – McGonagall respondeu. – Mas posso saber o que se passa, Potter?


- Não, Professora. Nada. Só algo que queria dizer ao Professor Dumbledore. – Harry respondeu, educadamente. Uma resposta que nunca se teria atrevido a dar a Snape. – Obrigado, Professora.


Afastaram-se. McGonagall percebeu que eles escondiam qualquer coisa, mas não podia fazer nada.


- Quem quer que seja, vai tentar roubar a Pedra esta noite. – Harry murmurou para Draco. – O Dumbledore foi afastado, aposto que nem precisam dele no Ministério. E já sabe como passar pelo BTA, graças ao Hagrid.


- Certo. – Draco acenou. – O que queres fazer? Potter, sinceramente, eu duvido que o BTA seja a única defesa da Pedra…


- Se for o Snape ou o Quirrell, considerando que um deles tentou matar-me, saberá como passar pelo resto dos Obstáculos. – Harry disse. - Eu vou passar pelo alçapão. Voldemort matou os meus pais. Eu vou impedi-lo de viver, custe o que custar.


- Achas mesmo que tens alguma hipótese contra ele?


- Não. Mas se ele voltar hoje, vai acabar por matar-me. – Harry disse, friamente. – E posso sempre arranjar tempo para o Dumbledore chegar.


Snape passou por eles, nesse momento.


- Potter, não tiveste má nota – Snape comentou, num tom áspero


 


- Obrigado, senhor. - Harry quase que esboçou um sorriso

 

Snape parecia não o detestar tanto como no início do ano e não voltara a fazer comentários sobre a sua explosao. Harry nunca ganhara um único ponto, nunca recebera um único elogio, mas reconhecia que graças aos comentarios impiedosoa de Daphne Greengrass, aprendera mais a poções do que a qualquer outra disciplina.

 


- A tua, também, estava bastante boa, Malfoy. Acima da média. – Snape continuou. – Espero que o facto de estarem cá dentro, enquanto o resto dos primeiros anos brinca lá fora, não seja um sinal de problemas…


- Não, senhor. – Responderam os rapazes. Snape olhou-os por meio segundo, levantou ligeiramente o sobrolho.


- Muito bem…- Murmurou. – Lembra-te do que disse sobre o comportamento impecável até ao final do ano, Potter.


 E afastou-se, com o manto negro a flutuar atrás de si.


- Ele sabe que estamos em sarilhos. – Draco engoliu o seco.


Draco contou a Daphne o que acontecera durante a tarde, quando Harry e Blaise estavam entretidos a jogar Cartas Explosivas.


- E se não for o Senhor das Trevas, Daph? – Draco murmurou – E se o Harry arriscar a vida dele? Ou a continuação dele nesta escola, para nada?


- É o Voldemort, Drak.- Daphne disse.


- E porque é que não dizemos o que sabemos à McGonagall ou assim? – Draco murmurou. – Eles têm mais hipóteses do que nós contra o ladrão.


- Porque não podemos arriscar que a informação chegue ao Snape ou ao Quirrell.E contar a um dos professores seria um grande risco. – Daphne sentenciou – Eu vou com o K.


Draco suspirou, passou as mãos pelos cabelos. Fazia isto sempre que tomava uma decisão que preferia não ter tomado “Eu, também, vou”.


Quando a Sala Comum ficou vazia, saíram. Blaise foi o último a deitar-se.


BTA/Fluffy estava a dormir, ao som de uma harpa, quando entraram na sala, apesar de terem levado a caixa de música que Daphne dera a Harry no Natal. Harry abriu o alçapão: “Esta luta é minha. Vocês não têm que vir” Murmurou o Potter. “Deixa-te de tretas, Potter” Daphne empurrou-o, e saltou atrás dele. Draco seguiu-os.


Aterraram numa planta, que começou a aterrá-los. Era a Armadilha do Diabo. Daphne e Harry facilmente relaxaram, mas Draco não. Harry reproduziu a luz solar, para obrigar a planta a largar o amigo.


- Sempre stressado, não é, Malfoy? – Daphne ajudou o loiro a levantar-se, quando ele caiu no chão.


- Sempre com uma piada, não é, Greengrass? – Malfoy disse. Daphne sorriu, misteriosa.


- Para ti, sempre, Drak. – Ela disse. O loiro riu-se. E Harry sorriu.


Depois, Draco perseguiu a chave que abria a porta seguinte, montado numa vassoura, enquanto outras chaves o perseguiam. Havia mais duas vassouras na sala, mas Draco recusou ajuda. “É a minha vez. Tu podes ser o mais jovem seeker de Hogwarts, Potter, mas amanhã tens jogo. Eu ainda consigo apanhar uma chave”. E conseguiu.


A sala seguinte era um tabuleiro de xadrez. Tinham de assumir a posição de três peças pretas, e vencer as peças brancas.


- Isto é obra da McGonagall. – Disse Draco. – Faltam o Quirrell e o Snape.


- É a minha vez. – Daphne sorriu. – Eu consigo vencer este jogo. K e Drak, vocês assumam as posições dos bispos. Eu vou ser a rainha.


As peças moveram-se, mal Daphne falou. Como rainha, a sua peça favorita, Daphne organizou o ataque em torno de si, e em segundos tinha rebentado com as defesas das peças brancas.


- Preparado para o cheque mate, Drak? – Daphne gritou.


- O quê? – Gritou Drak. – Tu ainda não consegues…


Mas então, Daphne, moveu-se para esquerda, levando a rainha branca para o inferno. Nem Harry nem Draco eram brilhantes o suficiente para terem previsto a jogada. Mas a torre empurrou-a para fora do tabuleiro.


Drak fez o cheque mate. E as peças desimpediram o caminho.


- Eu continuo a partir daqui. Tens de a levar para a Ala Hospitalar. – Harry disse.


- K, não faças isso. – Draco agarrou o braço de Harry. – Pára de agir como um idiota de um Gryffindor. Tu tens hipóteses de sobreviver, mesmo que o Senhor das Trevas viva. Tu és um Slytherin.


- Ele matou os meus pais, Drak. – Harry disse, num tom gelado. – Toma conta da Daph, está bem?


- Eu vou avisar o Dumbledore. – Draco afirmou, também. – Não morras, Potter.


Harry riu-se. Draco fez um esboço de sorriso, e correu para Daphne. Harry virou costas, e avançou para a sala seguinte, onde estava um Troll atordoado no chão. Harry sentiu-se agradecido por não ter de enfrentá-lo.


E após passar a outra porta, sete garrafas repousavam sobre uma linha recta, todas de diferentes cores e tamanhos. Quando se aproximou, um fogo lilás bloqueou a porta atrás de si, e um fogo negro a porta à frente.


 


O perigo está na frente, atrás a segurança


Duas de nós estão convosco. Não percam a esperança.


Uma de nós deixar-vos-á seguir em frente                                      


Outra levar-vos-á para trás, de repente,


Duas de nós dar-vos-ão vinho de urtiga, a provar,


Três de nós estão à espera, para vos matar


Escolham, ou para sempre aqui irão ficar


Damos-vos quatro pistas para vos ajudar


Mesmo que o veneno esconder-se bem consiga,


Haverá sempre um rasto à esquerda da urtiga


Segunda, ainda que os extremos possam parecer diferentes


Nenhum é teu amigo se tentares ir em frente


Terceira, todas somos divergentes no porte


Nem gigante nem gnomo têm lá dentro a morte


Quarta, o segundo à esquerda e o segundo à direita


São iguais se os provarem, mas diferentes na espreita.


 


‘Isto é lógica’ Pensou Harry, com um sorriso, ‘O Snape é brilhante’. A magia não era lógica e, por isso, a maioria dos feiticeiros, não dominava quebra-cabeças, nem lógica de uma maneira geral.


Harry releu o pergaminho algumas vezes, analisou as garrafas e, finalmente, soube qual é que desejava: a garrafa era a mais pequena e mal dava para um golo. Soube a gelo. Atravessou as chamas, sem conseguir senti-las. Não viu nada senão fumo negro, e depois estava do outro lado da sala. E Quirrell estava lá, também.


- Foi você quem tentou matar-me no jogo de Quidditch… – Harry disse, com toda a calma.


- Perguntava-me se nos encontraríamos aqui, Potter…- Quirrell disse, com um sorriso. Atrás dele, estava o espelho de erised. – E, sim, Potter, eu tentei matar-te, e teria conseguido, se a tua amiga Greengrass não me tivesse derrubado, ou se o Snape não estivesse a fazer contra magia.


- E deixou o Troll no Halloween, para distrair toda a gente, enquanto vinha ao Terceiro Andar…- Harry continuou no mesmo tom.


- Muito bem, Potter. – Quirrell confirmou. – Sempre tive um dom para liderar com Trolls. Viste o que fiz àquele na outra sala?


- Viu o que eu fiz ao seu no Halloween? – Harry perguntou, sarcástico. Mas retomou o tom frio e gelado – Mas não são os Trolls que interessam agora…Você finalmente conseguiu que o Hagrid lhe revelasse como passar pelo cão, e está aqui para roubar a Pedra Filosofal e dá-la ao Voldemort, não é verdade?


Quirrell estalou os dedos. Cordas tentaram amarrar Harry, mas ele deitou-se no chão, e usou um Encantamento de Cortar, destruindo as cordas.


- Tens feito o trabalho de casa, Potter, não tens? – Quirrell disse, quando Harry se baixou para se proteger de uma maldição. – Achas mesmo que és mais poderoso do que eu?


- Eu oiço-o chorar nos corredores. O senhor é um fraco. – Harry riu-se, atirando um feitiço contra Quirrell, que o professor defendeu com facilidade.


- O meu mestre é exigente, Potter. Posso ser fraco, quando comparado com ele. Mas sou infindavelmente mais poderoso do que tu. – Quirrell atacou Harry com fogo, desta vez. – Mas a exigência dele, e a desilusão que eu consigo ser, fazem revelar-me a minha fraqueza, reconheço. Nunca estamos separados, eu e o meu mestre. Ele sabe todos os meus erros.


As chamas envolveram-no. Ele sentiu o seu calor. Mas Harry criou água, a partir do nada. Mais água do que alguma vez criara, e conseguiu apagar as chamas. Quirrell intensificava as chamas à sua volta, mas Harry amplificou o Encantamento da Água que aprendera com Flitwick, e conseguiu resistir por um bocado, mas as chamas venciam. Então, Harry lançou uma simples maldição de pernas bambas contra Quirrell.


As chamas alcançaram-no, assim que ele parou o feitiço da água. Mas as chamas cessaram no momento seguinte, porque a maldição atingira o Professor. E ele caíra de joelhos no chão.


Levanta-te. – Uma voz ecoou na sala. Quirrell começou a chorar.


- Não devia estar menos preocupado comigo, e mais preocupado em encontrar a Pedra para o Voldemort? – Harry perguntou, sarcástico.


- Não sabes nada, Potter…- Quirrell disse. – Eu não consigo… Vejo-me a segurar a pedra no Espelho. Vejo-me a dá-la ao meu mestre. Mas não consigo alcança-la. O que tenho de fazer? Ajude-me, Mestre.


Usa o rapaz! Usa o rapaz. – A voz voltou a ecoar.


- Vem cá, Potter. – Quirrell ordenou. – Não tens nada a perder.


‘O segredo para se encontrar a pedra está no espelho.’ Harry pensou, enquanto avançava


- O que vês, Potter? – Quirrell perguntou.


E viu a sua imagem segurar a pedra e enfiá-la no bolso. E, no momento seguinte, a pedra filosofal tinha, realmente, caído pelo seu bolso.


- O meu reflexo, senhor. – Harry respondeu, com um sorriso.


- E mais o quê, Potter? – Quirrell perguntou, sem paciência.


Mas Harry correu, naquele momento. Cobriu-se com o manto de invisibilidade, e foi para um dos cantos da sala. Não sabia feitiços de cura, e tinha o braço esquerdo profundamente queimado, e umas pequenas queimaduras no tronco e nas pernas, o que até era sorte. Encostou-se contra a parede fria, e respirou fundo.


- És um covarde, que se esconde, não és, Potter? – Quirrell disse.


- Deixa-me falar com ele. – Disse a voz.


E ao fim de alguma hesitação, Quirrell deixou cair o turbante. Na nuca de Quirrell, estaca um outro roxo, sem nariz, de olhos vermelhos e brilhantes, e branco como giz. A cicatriz ardia.


- Harry Potter. – Murmurou a coisa. – Vem enfrentar-me, Harry Potter. Para que nos possamos, por fim, ver cara a cara.


- Tu já me viste cara a cara uma vez, não já? – Harry disse. – Eu não me lembro de ti, mas tu deves lembrar-te de mim…


- E porque não te juntas a mim, em vez de teres o mesmo fim do que os teus pais? – Voldemort falou.


- O que és tu, afinal? – Harry perguntou, enquanto se movia nas sombras.


- Algo que não pode morrer, Harry Potter. – Voldemort respondeu. – Uma mera sombra e vapor, sim, e só tenho forma quando partilho o corpo com outra pessoa, e o sangue de unicórnio fortalece-me, mas assim que tiver o elixir da vida poderei criar um novo corpo. Dá-me a pedra que tens no bolso.


- És uma sombra do que foste. Servindo-te de um homem ainda mais fraco do que tu. – Harry riu-se, saindo das sombras. – Tu mataste os meus pais.


E apontou a varinha a Voldemort. Um feixe de luz solar saiu da sua varinha, como se ele estivesse de novo a enfrentar a armadilha do diabo.


- E se soubesses alguma coisa, saberias que pele branca e olhos vermelhos tornam-te sensível à luz solar. – Harry disse.


Voldemort gritou de dor. Harry aproveitou o momento para saltar sobre Quirrell, quando o derrubou e desferiu o primeiro soco, a sua cicatriz ardeu e a cara do Professor ficou vermelha, e Quirrell gritou de dor.


- Mata-o. – Ordenava Voldemort para Quirrell.


Quirrell estalou os dedos, Harry caiu ao chão com um feitiço, e Quirrell voou para a sua garganta. As mãos de Quirrell ardiam, a cabeça de Harry latejava.


Os instinto de Harry salvou-o. Os seus dedos fecharam-se em torno da varinha, deu um pontapé a Quirrell, afastando-o, levantou-se de um saltou e pronunciou um feitiço de Magia Avançada.


Conseguira realizar um ou dois feitiços de quinto ano nas aulas de Quirrell, nada de muito potente, mas naquele momento só se lembrava de um feitiço que Miles Bletchley referira num dos treinos de Quidditch, afirmando que o lera num velho livro de poções.


- SECTUMSEMPRA. – Gritou.


E mil cortes rasgaram a pele de Quirrell, e ele desmaiou imediatamente. Harry baixou a varinha, espantado com o seu próprio poder. A adrenalina e o medo de matar corriam-lhe nas veias, enquanto as dores dos seus musculos e das queimaduras pareciam intesificar-se, agora que acabara. A sua cabeça latejava, mas os seus olhos não se desviam de Quirrell, como se só agora conseguisse compreender o que aquele homem era, e o que ele acabara de fazer. 


A porta abriu-se pouco depois.


Snape e Dumbledore entraram, ambos segurando as suas varinhas, mas baixaram-nas, ligeiramente, assim que percepcionaram o que tinha acontecido..


- Era Voldemort, senhor. – Harry disse, em jeito de explicação, quando ambos olharam para ele. 


- Eu sei, Harry. Eu sei. – Dumbledore disse num tom triste, como se ter visto o homem de duas caras tivesse descortinado tudo.


- E creio que isto lhe pertence, Professor. – Harry tirou a pedra do bolso, e deu-a a Dumbledore.


 


- Sim, Harry. Obrigado. – Dumbledore agradeceu, agarrando na pedra. - Creio que teremos de a destruir. O Nicolas terá uma decisão importante a tomar.

 

O Director aproximou-se do corpo do Professor de Defesa Contra as Artes das Negras e analisou-o por uns momentos.

 


Snape aproximou-se de Harry, e obrigou-o levantar-se e curou as queimaduras com um simples toque de varinha, sem uma palavra. Harry, finalmente, clareou a garganta e ganhou coragem para perguntar:


- Senhor, não vai expulsar-me, pois não?


- Tu tens sorte por estares vivo, Potter. – Snape murmurou. – Concentra-te nisso.


 


E Harry acenou. “Bebe isto” Snape ordenou. E Harry reconheceu imediatamente o sabor da Poção Revigorante, sentindo-se melhor por entre cada golo.

 

- Ele não conseguia tocar-te, pois não, Harry? - Perguntou Dumbledore.

- Não, senhor. Não conseguia. - Harry respondeu.

- Ah...- Dumbledore sorriu. - Lord Voldemort não compreende o amor, Harry. Sabias? A tua mãe sacrificou-se por ti, e esse amor deixa marca. O tipo de marca que o Quirrell cegado por ambição, e partilhando a sua alma com a de Voldemort, não podia suportar.

Dumbledore sorriu. Harry não disse nada. O Director mandou um feixe de luz verde contra o corpo de Quirrell, e, de seguida, envolveu-o em chamas. O corpo desfe-se em cinzas.

Snape e Dumbledore deixaram Harry na enfermaria, onde Madam Pomfrey, rapidamente, o recomendou a ficar dois dias na cama para repor as energias.

 


- Mas, senhor, hoje há Quidditch. – Harry protestou. 


- Tem juízo, Potter. – Snape saiu.


Dumbledore olhou para Harry.


- Há alguma coisa que queiras perguntar-me, Harry? – Dumbledore perguntou, olhando para o aluno através dos seus óculos de meia-lua.


Queria saber porque é que Voldemort o tinha tentado matar, queria saber como era possível Voldemort ainda estar vivo, se a maldição da morte fizera ricochete, queria saber a que magia a mãe recorrera para o proteger. Mas não se sentia à vontade o suficiente para encher o Director de perguntas, e não queria ser mal interpretado.  


- Muito bem, Harry. Até amanhã. – Disse o Director.


 


E Harry deixou-se cair nas suas almofadas, cansado.

 

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N/A: Já só falta um capitulo. O que acharam deste? Gostaram?

 

Xandevf: Prometo não acelerar muito o Harry e o Neville. =)

 

Khaos: Gostou da morte do Quirrell? Sei que abusei um bocadinho ao pôr o Harry a usar um Sectumsempra, mas pareceu-me fixe...A criatividade é da J.K. Rowling :)

 

 

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