O Final



Harry dormiu profundamente, ajudado por umas quantas poções medicinais. Quando acordou, viu que a sua mesa-de-cabeceira estava cheia de doces, e tinha Draco, Daphne e Blaise sentados em redor da sua cama.


- Vocês estão bem? – Harry perguntou, quando abriu os olhos. Eles olharam os três para eles, com sorrisos.


- Estamos. A Daphne estava só ligeiramente magoada na perna. O Snape encontrou-nos num corredor, quando tentávamos chegar à Enfermaria. Curou a pedra da Daphne num segundo…


- Mas obrigou-nos a resumir tudo o que tinha acontecido. – Daphne continuou. – Entretanto, o Dumbledore, também, apareceu vindo do Ministério. E desceram os dois pelo alçapão. O Snape mandou-nos de volta para o Dormitório, e não nos disse nada desde aí.


- Espero que não nos expulsem. – Draco suspirou.


- Não vão expulsar. – Afirmou Blaise confiante. – Vocês salvaram a Pedra Filosofal.


- Que horas são? – Perguntou Harry, mudando de assunto, repentinamente, para espanto geral.


- São quase três e meia. – Draco respondeu, casualmente.


Harry ergueu o tronco e sentou-se na cama, ignorando as dores.


- O jogo começa às quatro. O que é isto, já agora? – Harry perguntou, apontando para a mesa-de-cabeceira, onde estavam empilhados doces.


- Harry, deita-te. Tu não estás em condições de jogar. – Daphne empurrou-o para trás. – E são prendas dos mais diversos alunos desta escola. Já toda a gente sabe o que se passou entre ti e o Quirrell.


- Eu tenho que jogar. Nós temos mais pontos que os Hufflepuff, porque vencemos os Gryffindor e os Ravenclaw por mais pontos, mas se perdemos contra eles neste jogo a Taça é deles. Eu mereço a minha oportunidade para tentar vencer o Diggory. – Harry disse.


- Tens a certeza de que consegues jogar, Potter? – Blaise perguntou.


- Tenho. – Harry respondeu. – Mais, consigo ganhar.


Os amigos sorriram, e lá concordaram em ajudá-lo. Draco distraiu Madam Pomfrey, que já os queria expulsar da Ala Hospitalar há quase uma hora, fazendo-lhe sucessivas perguntas sobre medicamentos e tratamentos. Blaise trouxe a Harry o seu equipamento de Quidditch. Harry vestiu-se.


Depois, Daphne e Blaise fingiram começar uma discussão de namorados. E amaldiçoaram-se um ao outro. Madam Pomfrey tirou pontos aos Slytherin, apesar de nenhum deles saber muito bem se ela tinha autoridade para isso, enquanto Harry e Draco aproveitaram a distracção para se esgueirarem da Enfermaria.


Chegaram mesmo a tempo do jogo. Draco estendeu a Harry duas poções revigorantes, com um sorriso, e disse que Daphne as tinha retirado do Armário de Snape, quando Blaise fora buscar o equipamento. Harry agradeceu.


- Existem certas semelhanças entre o Harry Potter e Lord Voldemort, Severus. Eu disse-te no início do ano, que achava que algumas das qualidades e poderes de Lord Voldemort passaram para Harry naquela noite. E temia que Slytherin desenvolvesse essas qualidades. Lembras-te? – Dumbledore perguntou, na bancada do estádio de Quidditch.


- E desenvolveu, não foi? – Snape perguntou.


- Sim. Mas no mesmo instante que Harry Potter parece possuir um talento invulgar, não o utiliza para nada verdadeiramente mau, só matou e atacou, porque as circunstâncias assim o exigiram. – Dumbledore disse. – E isto torna-o extremamente diferente de Lord Voldemort.


- Isso quer dizer que já não acha que Harry Potter vá ser o futuro Senhor das Trevas, só porque veio para os Slytherin? – Snape perguntou.


- Não, não acho. Acho que Slytherin é a Equipa certa para ele. O rapaz é astuto, inteligente e reservado, e merece estar onde as suas capacidades são melhor aproveitadas e desenvolvidas. – Dumbledore disse.


- Eu disse-lhe para não pisar o risco até ao final do ano, e ele resolve ir atrás da pedra filosofal, como qualquer Gryffindor idiota. – Snape comentou, após um momento de silêncio.


- Tenho a certeza de que estás muito orgulhoso do teu aluno. – Dumbledore disse. – Afinal, não era qualquer aluno que conseguia passar pelo teu Desafio, não é verdade?


Snape não disse nada.


- E espero que não estejas a castigar o Harry Potter por ter ido atrás da pedra. – Dumbledore disse.


Nesse momento, a equipa dos Slytherin entrou em campo: “Bletchley, Flint, Pucey, Montague, Derrick, Bole e Potteeer”. Dumbledore e Snape não queriam acreditar nos seus ouvidos.


- Mas posso castiga-lo por isto. – Foi tudo o que Snape conseguiu dizer.


Dumbledore sorriu. Potter e Diggory lutavam pela snitch. Harry fintou Diggory algumas vezes, para delírio do estádio, mas o seeker dos Hufflepuff conseguia sempre recuperar.


Os Slytherin estavam a liderar em pontos, graças às técnicas de Flint, Pucey e Montague. E Bletchley que se mantinha praticamente invencível na defesa. Derrick e Bole enviavam bludger certeiras, e já tinham conseguido mandar o chaser Preece para a Ala Hospitalar, numa jogada completamente válida.


Slytherin estava a jogar no seu melhor. Quando Potter e Diggory se precipitaram na direcção do chão, Harry conseguiu ouvir os Slytherin gritar, o estádio parecia tremer com o seu nome. “Potter” Eles entoavam. Os Hufflepuff tentavam puxar por Diggory, mas o barulho que eles faziam não chegava nem perto do dos Slytherin.


O corpo de Harry latejava. O chão estava mesmo por debaixo de si. Estendeu os braços, sentiu os dedos fecharem-se em torno da snitch. Fechou os olhos de cansaço. E viu-se sem força para puxar a vassoura para cima, e deixou-se ir. Ouviu o apito. A vitória era deles. Depois, a vassoura embateu, e Harry foi catapultado, caindo com um doloroso impacto.


Desmaiou por uns minutos. Quando abiru os olhos, Draco e Pansy estavam ajoelhados ao pé de si.


A equipa de Slytherin tinha aterrado, e corriam para o seu seeker. Harry gemeu de dor, quando Flint o abraçou.


- És o meu herói, Potter! Partiste alguma coisa? – Perguntou o capitão.
- Acho que não. - Harry respondeu, sorridente.  


Mas quando tentou levantar-se, viu que não conseguia apoiar o pé esquerdo no chão. E apoiado em Montague e Flint, Harry foi conduzido até à bancada dos Professores, onde Dumbledore os esperava com a enorme Taça de Quidditch.


O estádio gritava. Até os Hufflepuff aplaudiam. Bletchley chorava, como era o seu último ano em Hogwarts. Flint segurou a Taça, ergueu-a uma vez num gesto de vitória, e passou-a a Harry, que a segurou por um bocado, enquanto o estádio gritava o seu nome.


Tinha deslocado o tornozelo, mas Madam Pomfrey demorou um minuto a repará-lo, e Harry conseguiu convencê-la a deixá-lo voltar para a rotina normal da escola:


- Eu já joguei Quidditch. – Harry disse. – Qualquer coisa é repousante, depois disto.


Não esperava aplausos, quando entrou na aula de Transfiguração. Mas sorriu. Os Slytherin, liderados por Draco, aplaudiam. E Harry pôde ver que alguns Gryffindor, como Longbottom e Granger, também.


Weasley, Finningan e Thomas estavam com uma expressão enjoada.


- Bem-vindo, Potter. Suponho. – A Professora disse. Ela deu-lhe um ligeiro aceno. 


Na manhã seguinte, Harry, Draco e Daphne estavam sentados na primeira fila, a preparar as suas poções cuidadosamente, quando Snape se aproximou, e falou num tom murmurado, de modo a que mais ninguém conseguisse ouvir.


- Eu sei que quebraram uma data de regras, este ano, para descobrirem sobre a Pedra, e ainda mais umas quantas quando resolveram ir atrás dela. – Snape disse. – Só espero que percebam a sorte que têm por ainda estarem vivos.


- Sim, senhor. – Sussurraram os três. .


- E Potter, ontem, perdeste vinte pontos por te teres escapulido da Ala Hospitalar e jogado contra os Hufflepuff. – Snape declarou.


- Sim, senhor. – Harry acenou.


E foi assim que Snape lidou com os seus três alunos. “Vá, não foi só sorte, também, temos algum talento…” Sussurrou Draco, quando Snape se afastou. Os três riram-se.


Snape fez Harry remediar a poção de Weasley, e Harry percebeu que era o seu “castigo” por ter voltado a pisar o risco, mesmo após os avisos de Snape.


E, finalmente, era a noite do Banquete de Final de Ano. O salão Nobre estava decorado em tons de Slytherin para comemorar a vitória da Taça pelo sétimo ano consecutivo. Uma bandeira verde e prateada ocupava toda a parede por detrás da mesa principal.


Todos falavam alegremente, e alto, até que Dumbledore chegou.


- Mais um ano que passou! – Disse o Director, alegremente. – E tenho de vos incomodar com o discurso de um velho, antes de nos podermos dedicar ao banquete. Espero que tenham aprendido alguma coisa, ao longo destes meses de aulas… Agora, segundo creio, a Taça da Equipa tem de ser entregue. Em Quarto Lugar, com trezentos e doze pontos, Gryffindor. Em terceiro, com trezentos e cinquenta e dois, Hufflepuff. Em segundo, com quatrocentos e setenta e dois pontos, Slytherin. E em primeiro lugar, com seiscentos e dez pontos, Ravenclaw.


Uma tempestade de aplausos estoirou na mesa ao lado dos Slytherin. Harry não queria acreditar que Slytherin tinha, finalmente, sido vencido. Aplaudiu forçosamente. 


- Muito bem, Ravenclaw. – Disse Dumbledore. – Contudo, sou obrigado a ter em consideração, alguns acontecimentos recentes….


O salão caiu num silêncio expectante. Os sorrisos dos Ravenclaw desvaneceram-se. 


- Tenho mais alguns pontos a acrescentar. – Dumbledore disse. – Vejamos…em primeiro, a Mr. Draco Malfoy por realizar uma das mais espectaculares manobras de voo alguma vez vistas em Hogwarts, e por nos dar uma prova de indubitável lealdade para com os seus amigos, eu concedo aos Slytherin 50 pontos.   


Harry aplaudiu. Draco capturara a chave voadora, com um looping, enquanto era perseguido por outras chaves. E seguira-os pelo alçapão, mesmo quando não o considerara boa ideia, e era ele quem tinha menos a perder com o eventual regresso de Voldemort, e mais a perder por tentar impedi-lo, tendo em conta o passado dos seus pais.


- Alguém devia pensar em pôr o Malfoy na equipa de Quidditch do próximo ano. – Gritou Pucey, para garantir que Flint o ouvia. – Já que vamos perder um keeper.


- Segundo, a Miss Daphne Greengrass, por um brilhante jogo de xadrez, eu dou aos Slytherin, mais cinquenta pontos. – Dumbledore continuou.


Os Slytherin aplaudiam como se não houvesse amanhã. Harry sorriu-lhe, ela sorriu-lhe de volta e ficaram assim por uns segundos. Depois, Blaise agarrou-a e beijou-a, e Harry juntou-se aos uivos de apoio.

- A minha namorada venceu as peças enfeitiçadas pela McGonagall. - Blaise gritou, orgulhoso, abraçando-a.  


- Terceiro…- Dumbledore falou, e o silêncio caiu completamente. – A Mr. Harry Potter, pelo uso da lógica fria entre dois fogos, e por uma incrível capacidade de descobrir as fraquezas dos seus adversários, mais setenta pontos para os Slytherin.


Os Slytherin gritavam e aplaudiam. Flint e Warrington agarraram, subitamente, em Harry e levantaram-no nos seus ombros. Tinham vencido. Harry sorriu. Snape juntou-se aos aplausos. 


- Segundo as minhas contas, a decoração mantém-se. – Sentenciou Dumbledore.


Os resultados dos exames chegaram no último dia. Harry foi o número um, com nota máxima a Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas. Draco foi o melhor em Transfiguração, mas Granger superou-os a ambos em Encantamentos.


Até Crabble e Goyle conseguiram passar. Longbottom chumbou a Poções, mas passou de ano.


Harry fez as malas, e preparou-se para sair de Hogwarts. Achando que só se voltaria a sentir em casa, quando Setembro chegasse.


Quando o comboio chegou a King’s Cross, Harry vestia a camisa e as calças do uniforme, já que não cria andar com as roupas largas de Dudley.  


Cumprimentou os Malfoy, e agradeceu-lhes pela vassoura.


- Eu diria que foi um bom investimento. Tanto quanto sei, Slytherin venceu a taça da equipa. – Lucius Malfoy disse com um sorriso.


O tio Vernon aproximou-se, com um ar enjoado, por ver o sobrinho rodeado de gente “da laia dele”.


- Vamos, rapaz. – O tio chamou-o.


- Ah. – Lucius Malfoy disse devagar. – Devem ser os familiares do Harry.


- Sim, de certo modo. – Dursley respondeu. – Vamos lá embora, rapaz.


Mas Lucius Malfoy colocou uma mão no ombro de Harry, e olhou fixamente para o tio de Harry.


- Esperemos que o Harry nunca tenha motivos para se queixar da forma como é tratado, não acha? – Lucius Malfoy disse num tom neutro, mas de olhar gelado.


- Sim, sim, claro. – Vernon acenou, e forçou um sorriso, percebendo a ameaça.


- Óptimo. – Lucius acenou. Depois, estendeu a mão para Harry – Até breve, Harry. Acho que o Draco te vai convidar para passares uma temporada connosco.


Narcisa deu-lhe dois beijos, um em cada bochecha. E Draco abraçou-o. Harry agradeceu mais uma vez a vassoura, e seguiu para Privet Drive. 

_________________________________________________________________________

N/A: Quem gostava que continuasse com o segundo ano? 

Gostaram?? =) 

Continuação: Slytherin Harry Potter - Ano 2 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (5)

  • Luiza Snape

    A Hermione devera ter ido pr slytherin. A fic é muito boa parabéns! 

    2014-03-28
  • nessinhaS2

    continua adoooorei essa fic!!! a historia e otima e voce escreve super bem. parabens.

    2013-03-13
  • Kaos StoneHange

    Que fugida da enfermaria hein? hahaa E que jogo!!!!Continua!!!! Até o 7º ano no minimo!!!! 

    2013-03-11
  • Xandevf

    PARA NÃO, MAS VAI NA SUA, NÃO PRECISA SEGUIR O TIMELINE ORIGINAL, NÃO! A HISTÓRIA É SUA. BOAS INTRIGAS E ROMANCES QUE DEMORAM A SE ACERTAR PRENDEM OS LEITORES.

    2013-03-11
  • Xandevf

    SHOW, O DETALHE LONGBOTTON-GRANGER FOI MUITO BOM. NÃO FALEI ANTES MAS MEU PAI É PORTUGUÊS E ESTOU A PASSAR UM TEMPO LENDO PRA MINHA AVÓ MATERNA ESTA FIC, E ELA ESTÁ ADORANDO E DIZENDO QUE É MUITO BOM LER UMA HISTÓRIA ESCRITA POR UM "PÁTRICIO" KKKKKK. UM ABRAÇO E NO AGUARDO

    2013-03-11
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.