Novos personagens



 


– Sarah... no que está pensando? – eu ouvi a voz levemente preocupada de Shieru me chamar.


Virei-me para Shieru e vi que ela me olhava com uma expressão consternada. Eu estava curiosa sobre vários assuntos, desde a nossa chegada na enfermaria tudo era um caos. Eu observava tudo à minha volta e tentava organizar os fragmentos de informação que eu tinha. Não gostava de me sentir frustrada e isso estava virando uma rotina. Suspirei...


– Bom... são várias coisas que não se encaixam... - respondi pensativa. - Primeiro, porque o professor Quirrel nem ao menos se preocupou em vir até aqui ver como estávamos?


– Sabe eu estava pensando a mesma coisa. - disse Shieru – mas no fundo eu nunca fui muito com a cara dele...


– Mas a escola toda deveria estar sabendo a esta altura! Como professor, ele deveria estar pelo menos preocupado, não é? Afinal estávamos sob sua responsabilidade... - comentei incomodada.


– Sim. E você viu como os centauros ficaram enfurecidos quando mencionei o nome do professor? - Acrescentou Shieru, ainda amedrontada com a fúria deles.


-- Essa é outra coisa que me incomodou, mas não pude pensar nisso com a distração do Protego e de carregar Guinnevere no meio do fogo e na volta. – eu respondi olhando para a garota deitada inconsciente na maca à alguns passos de nós.


– Sarah, o que você acha que foi aquele clarão de fogo que.... - Shieru mal terminara a frase quando foi interrompida pelo grito de madame Pomfrey, que examinava Nana.


– Por Merlin!!! Que queimaduras são essas?! O que você andou fazendo? Conjurando bolas de fogo pela boca? Venha comigo, você vai ter que ficar um tempo a mais aqui junto com a sua colega Daaé! - disse num tom enérgico.


Depois disso, ficou claro para nós duas que Nana havia conjurado o feitiço que nos salvara dos centauros. Só queria saber que feitiço poderoso foi aquele que quase queimou a floresta inteira. Shieru e eu nos olhamos e soubemos que muita coisa deveria ser explicada.


Nesse momento madame Pomfrey apareceu para nos examinar. Não demorou muito, mas ela não quis que saíssemos sem tomar uma poção revilitadora. Aparentemente meus braços estavam moles de fadiga.


-- Se precisar eu à carrego até a cama... – uma voz grave e lamuriosa falou da porta.


Eu voltei meu olhar já sabendo quem eu veria. Leon Kang estava entrando e passou direto por todas as macas parando de frente à minha. Mas no lugar da expressão convencida que eu esperava havia genuína preocupação. De fato ele estava se oferecendo para me carregar e não me cantando.


-- Não será necessário, Kang! Obrigada! – eu disse tentando ser o mais educada possível. Ele esquadrinhou meu rosto parando em cada arranhão e fez o mesmo com meus braços.


-- Fiquei sabendo que você teve um encontro desagradável com centauros. – ele disse finalmente


-- Não foi só eu! – Eu sorri educada e então ele olhou para Shieru ainda sério.


-- Você está bem?


-- S...sim! Obrigada! – Shieru ficou instantaneamente vermelha e Leon voltou-se para mim novamente...


-- Sarah...


-- Sarah? – A voz de Delfim interrompeu Leon e ele se calou de repente. – Aí está você! Ei, Leon! Veio vê-la também? – Delfim se aproximou e nos olhou uma a uma preocupado.


-- Por Merlin! O que houve com a Daaé? Ela está bem? – ele disse de repente.


-- Ela foi flechada por um centauro, mas Madame Pomfrey disse que ela ficará bem... – Shieru respondeu parecendo confusa e elevada por Delfim estar dirigindo a palavra à ela.


Vi o punho de Kang se fechar e seu braço retesar, mas ele não se mexeu. Continuou olhando para meus ferimentos.


-- Fiquei sabendo sobre os centauros. A escola toda já sabe... Você está bem, Sarah? – Delfim voltou-se para mim.


- Sim! O pior ficou para a Daaé, coitada! – eu sorri.


-- E porquê você está vermelha?


-- A floresta estava em chamas! – eu respondi taciturna. Percebi a tensão do corpo de Nana ao ouvir isso, mas ela não se virou. – Definitivamente vou ficar longe de detenções, tive péssimas experiências naquela floresta... – Eu ri marota e Delfim pareceu se divertir com a brincadeira. Leon permaneceu sério...


-- Sarah! Você está bem? Você se machucou?! – Era a voz de Mary Alice. Ela abriu passagem entre Delfim e Leon e me abraçou com força. Logo atrás estava Estrela. Ela sorriu para mim, mas manteve a distância. – Eu sabia que essa detenção não ia ser bom...


-- Detenção nunca é bom, Mary! – eu torci o nariz, fazendo uma careta.


-- O que é isso?!!! – Madame Pomfrey gritou e começou a tirar Mary Alice de cima de mim. – Isso não é noite de autógrafos! Saiam já daqui! Quem deu autorização para visitas?


A enfermeira foi arrastando todos para fora e nessa hora eu vislumbrei o menino magricela do primeiro jogo de quadribol. Ele olhava para dentro com o rosto tenso e uma câmera na mão. Procurava algo, mas não teve tempo de achar. Madame Pomfrey bateu a porta na cara de todos.


-- Vocês são populares, hein? – a enfermeira disse cansada – Já não me basta a algazarra que aquele menino Potter tem trazido para a enfermaria. Aqui costumava ser um lugar mais calmo...


*********


Shieru e eu fomos dispensadas na mesma noite com queimaduras leves e alguns arranhões nos braços. Fazia três dias que Nana e Guinnevere estavam na ala hospitalar e Shieru sugeriu que fôssemos visitá-las, parece que as queimaduras na boca de Nana foram mais graves do que imaginamos, mas por esse motivo ficou claro para nós que ela tinha sido a autora do feitiço de fogo que espantou os centauros. Passamos na casa de Hagrid, perguntando se ele poderia ir conosco colher umas flores para levar para as meninas e ele concordou. Fomos até uma área próxima onde cresciam margaridas, lírios e amor-perfeito, montamos um buquê e nos dirigimos à ala hospitalar, Shieru estava animada e esperando que Nana ficasse contente ao vê-la. Ao abrimos a porta da enfermaria, demos de cara com o professor Snape saindo da ala e, logo atrás, um garoto de cabelos negros. Perto da franja ele tinha uma mecha loira e olhos dourados, a cor incomum de seus olhos sempre me chamou a atenção e só por isso pude notá-lo pois ele se movia como Snape, em movimentos fluidos quase sem fazer nenhum ruído. Agora que ele estava relativamente perto pude reparar o quanto aqueles olhos eram fascinantes. Eles me encararam por um segundo, apenas para reconhecer quem estava à frente dele, mas isso foi suficiente para acelerar minha pulsação e causar um torpor na minha mente. Eu desviei o olhar.


Snape nos olhou de esguelha, provavelmente imaginando o que estaríamos fazendo ali, mas logo seguiu seu caminho. Snape nunca nos achou dignos de atenção. Com exceção de Potter ele não da à mínima para os alunos da Grifinória. O garoto de olhos dourados passou por nós de cabeça erguida, sem olhar para os lados e fiquei imaginando quem ele veio visitar. Eu o conhecia, estava no mesmo ano que Murasaki, Guinnevere e eu e era aluno da Sonserina, mas como eu socializava pouquíssimo com os alunos de outras casas, não sabia nada a seu respeito, nem mesmo seu primeiro nome. De longe escutamos a voz animada de Guinnevere, feliz por ter recebido uma visita de Snape.


– Você viu como ele foi prestativo, Nana? Veio especialmente para me trazer a tarefa e ainda trouxe alguns tópicos sobre o tema abordado na aula de hoje para me ajudar com os estudos...! Ah, eu sei que você não pode falar por enquanto, mas anime-se! Pelo menos o Ren trouxe as anotações das outras aulas para nós...


- Ren? Esse era o nome! Então ele é amigo das duas? - me perguntei enquanto entrávamos na enfermaria.


– Olá meninas! Como estão se sentindo? - disse Hagrid logo que entrou. - Viemos fazer-lhes uma visitinha e vejam! Trouxemos flores!


Nana, que estava lendo as anotações trazidas por Ren, virou-se para nós e cumprimentou acenando com a cabeça, do jeito bem oriental. Sua boca estava cheia de ataduras que a impediam de falar. Guinnevere, que estava na cama ao lado, tinha o braço enfaixado e sustentado por uma atadura, a palidez no rosto continuava e os lábios estavam levemente arroxeados. Mesmo assim, ela nos olhou e cumprimentou educadamente.


--Olá. Não esperava vê-los aqui, obrigada pela visita.


--Trouxemos um buquê de flores, espero que goste! - falei enquanto Shieru entregava as flores para Guinnevere.


--Obrigada, são muito bonitas. - respondeu com certa seriedade enquanto conjurava um vaso. Eu não podia negar que ela era educada, embora estivesse nitidamente desconfortável. Será que ela lembrava que eu a carreguei boa parte do trajeto até aqui?


--Como está se sentindo? - perguntei.


--O braço ainda dói um pouco, mas o mal estar e náuseas causados pelo envenenamento diminuíram bem. - comentou Guinnevere tentando ser otimista.


--Que bom, querida! Desejo que melhore o quanto antes! Tome bastante sopa e descanse bem! - Disse Hagrid tentando ser gentil – Bom, eu tenho coisas a fazer e vou indo na frente. Fiquem a vontade meninas! - respondeu olhando para Shieru e eu enquanto se retirava.


--Vi o professor Snape saindo daqui antes de entrarmos, ele veio te visitar? - Perguntou Shieru.


--Lógico, prof. Snape se preocupa comigo! Afinal ele me escolheu, dentre muitas outras, para ser sua ajudante e por isso eu preciso estar em dia com a matéria dele. - respondeu com rispidez e cabeça erguida. Eu também não podia negar que ela era orgulhosa...


--Certo...e o garoto que saiu logo atrás? Também veio vê-las? - indaguei morta de curiosidade.


--Mas você é enxerida, hem? - retrucou Guinnevere levemente irritada enquanto folheava as anotações de Snape. – Se quer saber ele veio nos visitar sim, mas só para trazer as anotações das outras aulas. – achei engraçado como em um período de dois minutos Guinnevere conseguiu sumir com a minha certeza sobre a educação dela. Eu não sabia que fazia isso com as pessoas... Ou era só com ela?


Enquanto isso Nana tomava uma sopa bem líquida que estava dentro de um copo, usando um canudinho. O ruído dela sugando a sopa chegava a ser engraçado, pois ela não conseguia ficar despercebida, como provavelmente queria.


--Ele é amigo de vocês duas? - perguntou Shieru.


--Ai...- suspirou Guinnevere com ar de incomodada – Vamos dizer que ele é da nossa sala e está sendo um colega solidário. E depois, não é só ele que vem aqui. Às vezes a irmã dele vem junto. - disse num tom displicente.


--Ele tem uma irmã? - Shieru estava cada vez mais curiosa.


--Porque esse interesse repentino no Ren? - Guinnevere parecia farta daquela conversa e chegou a bater de leve as anotações em seu colo.


--Só queria saber....- disse Shieru fazendo biquinho olhando para baixo. – Estou só querendo fazer conversa... Conta, vai! Não fará diferença nenhuma pra você... - falou com voz melosa, inclinando a cabeça para o lado, tentando fazer um charme. Guinnevere fez uma cara enojada, deu uma suspirada e disse:


--Está bem, mas pare com isso! Já que estão tão interessadas na vida deles vou contar tudo o que sei e vocês param de me atazanar com essas perguntas! - respondeu enérgica. - Ren e Lynn são gêmeos, filhos de mãe Veela ( pelo menos é o que todas andam dizendo por aí, mas nunca confirmei nada com ele, nem ela!) e pai trouxa. Dizem que os olhos dourados de Ren são resultado dessa mistura.


Por isso a sensação de torpor... Fiquei mais aliviada! Não gostava de não conhecer os meus sentimentos


--A irmã, Lynn, não tem olhos dourados? - perguntei curiosa.


--Calma que eu chego lá! Continuando com Ren, ele é bem quieto, socializa pouco com o resto da classe, acho que passa boa parte do dia escutando música do mundo dos trouxas. Incomum, não acha? Um trouxa e uma Veela se apaixonarem e terem filhos bruxos? Mas a mãe deles nunca foi presente, o pai os criou sozinho. Lynn é loira de olhos azuis, provavelmente igualzinha a mãe, e ao contrário do irmão, fala pelos cotovelos. Acho que é só...ah! Eles são de casas diferentes, Lynn é da Corvinal e Ren...bom, vocês devem ter visto o uniforme dele, né? - explicou Guinnevere, achando que estaria livre de perguntas.


--Sim..ele é da Sonserina também. - completei. - Mas como você sabe de tudo isso?


--Não comentei que Lynn fala pelos cotovelos? - disse Guinnevere ironicamente, olhando novamente para as anotações. Nesse momento me dei conta de que nos últimos anos eu vivi trancada no círculo da Grifinória, mesmo estando no mesmo ano que elas nem as conhecia, nunca parei para reparar nos alunos de outras casas e esse garoto, mal sabia de sua existência e tampouco de sua vida. Eu devia ter dado mais atenção às pessoas ao meu redor.


Em determinado momento Madame Pomfrey veio até a cama onde estava Nana e disse:


--Vamos tirar essas ataduras e ver como ficou? - falou enquanto balançava sua varinha e fazia as ataduras desaparecerem uma a uma. A boca de Nana parecia curada, sem nenhum ferimento ou cicatriz.


--Ora, parece que meu trabalho com você terminou. Já você, senhorita – virando-se para Guinnevere – terá de ficar mais alguns dias por aqui. Esse veneno não irá embora tão fácil e o processo de desintoxicação é lento! Quanto a vocês – disse dirigindo-se para Shieru e eu – acho que já ficaram por aqui tempo demais! Voltem outro dia.


--Está bem. Vamos indo Shi?


--Vamos sim Sarah. Tchau meninas, nos vemos outro dia. - Shieru se despediu e seguimos nosso caminho.


Saímos da ala hospitalar andando por entre os corredores, meio sem rumo, conversando casualmente, tentando resolver os mistérios que não paravam de surgir. Ainda estava intrigada com o fato de os centauros não gostarem do professor Quirrel, queria dar uma pesquisada mais a fundo. Shieru nem queria tocar no assunto, ela estava chateada com tudo que aconteceu, e culpava o professor por ter nos deixado a deriva na floresta. No meio do caminho, enquanto conversávamos distraídas, escutamos outro flash de câmera fotográfica, e quando viramos para ver quem havia tirado a foto, vimos o mesmo garoto magricela da outra vez. Não foi nem preciso pensar e saímos em disparada atrás do garoto, corremos por corredores diversos em uma perseguição de gato e rato. Mas novamente o garoto desapareceu e Shieru e eu acabamos perdidas!


--Sarah....onde...onde...estamos? - disse arfando de cansaço.


--Espere...um...pouco...vamos descansar.... - falei devagar enquanto me agachava no chão. - que moleque ligeiro...


--Pois é... - concordou Shieru, já um pouco descansada.


--Bom, vejamos...onde viemos parar...? - Olhei ao meu redor e nada me parecia familiar. Era tudo muito lúgubre, a parede era de pedra cinza escura e algumas armaduras estavam dispostas no corredor. Todas pretas e iluminadas por uma tocha pequena. No fundo do corredor avistei a entrada de um dos cômodos, deveríamos estar próximas a um dos dormitórios, só não sabia qual!


--Sarah... - Shieru sussurou – estou ouvindo vozes, acho que vêm daquele canto de baixo – falou baixinho, apontando para uma escada. Andando nas pontas dos pés, nos aproximamos de fininho, escondemos atrás do parapeito da escada para verificar quem eram e sobre o que conversavam.


– Quando ela vai sair da ala hospitalar? - falou nervosa uma menina da Sonserina, loira e magérrima.


--Sei lá, como vou saber? - retrucou de modo grosseiro e esnobe outra menina da mesma casa que usava uma faixa nos cabelos.


--O importante é que vou mandá-la de volta para lá num piscar de olhos! - rosnou uma terceira, ruiva e atlética.


--Porquê? O que ela fez? - perguntou uma gordinha enquanto mastigava um chocolate.


--Ora, deve ser porque perdemos mais dez pontos! - disse uma menina grandona que parecia uma ogra.


– E você, Nicole, porquê está interessada nela de novo? Já demos uma surra... - comentou a menina que usava faixa, enquanto mexia em seus cabelos castanhos arrepiados.


--Ai Catherine, você só olha para o próprio umbigo! QUEM você acha que está levando as anotações das aulas pra ela?


– O Ren?? - perguntou indignada a ruiva. - HAHAHAHAHA você deve estar se mordendo de raiva agora, não é mesmo Nicole? HAHAHAHAHA! - falou enquanto caía na gargalhada. Essa menina era a única que eu reconhecia. Astrid Jaevlabrann, descendente de bruxos Vikings, batedora da Sonserina, conhecida por ser meio brutal durante as partidas. Uma vez ela se arremessou contra Mary com tanta força que deslocou o ombro da minha irmã.


--Cala a boca Astrid! - guinchou Nicole.


--Sinceramente? Não sei o que você vê nesse sujeito, Nikki. - disse Catherine olhando-se no espelho e alisando sua enorme testa – ele nem é puro sangue... aliás acho que ele não tem sangue de bruxo. Se não fosse pela sua descendência Veela, ele seria um sangue-ruim!


--Não fale assim dele! - gritou Nicole feito um periquito, com sua voz estridente.


--Seus pais nunca aprovariam mesmo.... - Comentou a ogra, enquanto estalava os dedos da mão, distraída.


--E quem é você para falar qualquer coisa, Cassiana? Você gosta daquele perdedor do Olívio! Que nem da nossa casa é! - retrucou a loira, quase ficando bronzeada de raiva. Eu estremeci. Olivio Wood era o goleiro e capitão do time de quadribol da Griffinória. Quando minha irmã não estava com Estrela ou comigo, estava com ele. Não gostei de saber que minha irmã estava ao alcance da visão de alguém como Cassiana.


--Vocês não se cansam de discutir não? Cada um se apaixona por quem quiser. E se a Nikki quer dar uma lição na 'cachorra' nem devíamos reclamar. Nenhuma de nós gosta dela mesmo.


--Calma, Guilhermina... não precisamos bater pra valer. Só quero deixar claro que ninguém, NINGUÉM, mexe com o Ren. Ele é MEU. - disse a loira. A menina parecia determinada a eliminar qualquer pessoa que entrasse em seu caminho. - E depois, vocês já se esqueceram do evento no refeitório? Quase saímos feridas por causa daquela pulguenta! COMO ela teve a coragem de nos atacar? - Continuou Nicole.


--É verdade! - rosnou Cassiana apertando os punhos.


Catherine fez uma cara repugnante e disse:


--Tinha me esquecido completamente desse episódio. Bom, Nikki, você conseguiu o que queria! Agora até eu estou interessada na cadela agora.


--Fechado, vamos todas acabar com ela? - Astrid fez uma cara de satisfação esfregando as mãos. As cinco garotas riram.


– Sarah! - cochichou Shieru e voltamos de costas para a murada sentadas – eu sei quem são essas meninas! São as mesmas que bateram na Nana da outra vez! Elas se dão o nome de Snakeheads. Essa loira parece ser a líder do grupo... ela me dá muito medo. Eu não te contei, mas ela tentou lançar um feitiço nela da outra vez. - revelou assustada.


– Qual feitiço?- perguntei um pouco preocupada. Shieru não teria medo de um feitiço qualquer.


--Não me lembro direito, ela não pronunciou tudo, a outra menina, a 'testuda' impediu ela antes de terminar. Acho que era 'quebrada-alguma-coisa'.... - disse Shieru ainda inconsciente da gravidade da situação.


Nesse momento minha respiração parou por uns instantes! “Não pode ser”- pensei comigo - “Ela não seria capaz...” - mas Shieru não mentiria para mim. Na hora percebi a ameaça que essa menina representava para Nana, ou mesmo para o mundo mágico no futuro. Se já tem o conhecimento de tal feitiço, mesmo que não pudesse conjurá-lo corretamente, o que ela seria capaz de fazer no futuro? Um arrepio de medo correu pela minha espinha e meu corpo sacudiu involuntariamente.


--Sarah?? tudo bem? O que houve? - perguntou Shieru me sacudindo de leve pelos ombros.


--Shi... me faça um favor e trate de ficar longe dessas meninas, entendeu? Melhor não se meter com elas, ok? - falei para ela séria.


--Porquê? - perguntou assustada.


--Elas são muito perigosas, e você é presa fácil na mão delas! Não sabemos nem em que ano elas estão. Mas me prometa que você vai ficar longe delas, especialmente a loira. - falei quase implorando.


--Tu-tudo bem... - respondeu confusa. – Mas a Musaraki...


-- Prometa, Shi! Musaraki sabe se virar sozinha! VOCÊ NÃO VAI SE METER NISSO! PROMETA!!


Shieru me deu um olhar indignado, mas como eu não recuei ela assentiu com a cabeça à contra gosto. Achei melhor não contar a ela que feitiço era aquele e o que realmente significava, mas tenho certeza de que ela notou a gravidade da situação. Pouco depois as Snakeheads foram embora e nós pudemos dar uma rondada no lugar para tentarmos voltar para a nossa ala. Chegamos na sala comum do dormitório da grifinória e demos de cara com Estrela e Mary Alice, aproveitei a deixa para conversar com elas, enquanto isso, Shieru subiu para seus aposentos.


--Olá Sarah, onde estavam? - perguntou Mary Alice.


--Estávamos dando uma voltinha e perdemos a hora... - achei melhor não entrar em detalhes senão Mary poderia achar ruim, afinal nós fomos para outra ala. Tentei perguntar casualmente – Vocês conhecem uma menina da Sonserina chamada Nicole? Uma loira magra, pele bem alva e olhos azul safira...


– Hmmm...da Sonserina? - Estrela parou pensativa.


--Ela tem um nariz grande e curvo...- tentei ajudá-las a reconhecer a menina.


--Você deve estar falando da WeissSchal. - Mary Alice se adiantou.


--Nicole WeissSchal? - perguntei querendo confirmar.


--Acho que o primeiro nome dela era esse... Não posso ter tanta certeza com todo mundo se chamando pelo sobrenome por aqui. - Estrela comentou distraída. Estrela tinha nascido aqui, mas seus pais eram bruxos latinos, de quem ela herdou sua pele morena, e ela viveu um bom tempo fora da Inglaterra. Ela estava acostumada com costumes mais abrasivos... - Mas porque o interesse nela?


--Ah... eu acabei escutando uma conversa dela...e fiquei curiosa a seu respeito... - queria evitar tocar no assunto de Nana. Achei melhor não envolver mais ninguém.


--Se eu fosse você, não mexeria com essa menina. Ouvi dizer que ela é filha de ex-comensais da morte. - disse Mary Alice. - Muita gente diz que ela e as amigas são todas dessa laia e que estão todos esperando a volta de você-sabe-quem. Mas ninguém acredita que você-sabe-quem voltará um dia.


--Mary, não fale de coisas desagradáveis! Vai assustar sua irmã! - advertiu Estrela. Foi uma das poucas vezes que eu vi Estrela focada e tensa. Pelo jeito, tocar nesse assunto a deixava incomodada. Imaginei o porquê disso.


--Ah só fiquei curiosa porque parece que essa WeissSchal gosta de um garoto do meu ano. - disse desviando o assunto.


-- Acho que já sei quem é. - Disse Mary interessada. Era incrível como ela sabia de tudo que rolava por aí, ela gostava de uma boa fofoca! Mas nesse caso, seria de bom uso para mim!


--Quem? - Estrela demonstrou interesse na conversa pela primeira vez.


--Ué, você não lembra? Outro dia um garoto de outro ano apareceu na nossa sala para falar com o professor Snape e ela fez o maior fuzuê, até saiu atrás dele. O Snape não gostou nem um pouco, depois desse dia o garoto nunca mais apareceu.


As Snakeheads eram do ano da minha irmã? Lembrei mais uma vez de Cassiana e não gostei do embrulho no meu estômago.


--Mas o que esse garoto tem que essa menina tanto gosta dele? - perguntei.


--E precisa de motivo pra gostar de alguém? - Estrela respondeu com outra pergunta.


--Eu nunca tinha parado para pensar nisso – respondi surpresa. – Sempre achei que gostássemos de ficar com alguém por uma afinidade ou qualidade. Você e o Olívio nutrem a mesma admiração pelo quadribol, certo, Mary?


-- Não sei o que você está insinuando, Sarah! – Mary Alice engasgou e eu pude jurar que a vi ruborizar... - Você tem mania de se fechar no seu próprio mundo e acaba se esquecendo das pessoas ao seu redor, Sarah. Devia parar de reparar no que está ao redor dos outros e olhar mais para perto de você!


--Deixe sua irmã em paz, Mary! Ela é novinha, vai descobrir o que precisa sozinha. - Estrela interveio. – Além do mais é bem saudável ela ser observadora e curiosa como é...


--Tem horas que é preciso intervir, senão ela não acorda, Estrela! Mas um dia alguém vai tirar ela desse mundinho... hehehe. - Mary Alice retrucou num tom que não me agradou muito. O engraçado é ver duas pessoas discutindo a minha vida sem ao menos perguntar o que eu penso de tudo aquilo. Infelizmente eu não tinha argumentos, sabia que minha irmã tinha um pouco de razão.


--Mudando de assunto, meninas. Essa WeissSchal, costuma andar com quem? - perguntei.


--Hummm....acho que com a Petroviski... - Estrela disse pensativa.


--Ah...é mesmo, a 'Ogra' hehehe – disse Mary Alice num tom de deboche.


--Coitada, Mary! - advertiu Estrela.


--Ah convenhamos, Estrelinha... ela parece uma ogra, não parece?- às vezes Mary não media palavras, mas Estrela lançou-lhe um olhar reprovador.


--Cassiana Petroviski? - intervi na pequena discussão das duas.


--Isso! - disse Mary. - mais alguma dúvida?


--Uma tal de Catherine?


--É a Pierrot...nossa eu detesto essa menina! - Falou Mary com o nariz torcido.


--Desta vez tenho que concordar com Mary, Pierrot é uma menina intragável. Se soberba matasse, ela já estaria enterrada! - Disse Estrela enojada. Isso me surpreendeu. Estrela com nojo de alguém.


--E aquela testa enorme dela? Horrível! A menina não devia usar faixa no cabelo daquele jeito sabe? - Mary comentou fugindo um pouco do assunto como sempre enquanto massageava inconscientemente seus cachos castanhos, bem mais claros que os meus.


Mary Alice tinha o cabelo todo ondulado, com cachos definidos da metade para baixo, ao contrário do meu, que formava cachos só nas pontas. Eram longos e desciam até o meio das costas. Sempre achei incrível ela mantê-los hidratados e saudáveis mesmo tendo tantos treinos de quadribol, transpirando e prendendo-os. Mas Mary adorava o cabelo e tinha muita paciência com eles. Eu não teria! Acho que por isso os meus eram mais curtos, chegavam nos ombros.


--A WeissSchal só anda com essas meninas? - perguntei.


--Ah, tem a Potenza! Lembra dela, Estrela? - disse Mary.


--Aquela gordinha? Lembro sim! Uma vez, no primeiro ano, ela roubou meu lanche! E eram madeleines feitas pela minha mãe! - Falou Estrela chorosa... Ela adorava os quitutes feitos por sua mãe, e tenho que admitir que eram deliciosos.


--Nossa, como aquela menina come! Parece uma esfomeada!– Mary Alice em módulo deboche de novo.


--Viu Mary, por isso que aquelas meninas não gostam de você! É feio ficar debochando dos outros. - Estrela advertiu de novo.


--Ai Estrela, fica calma! Elas não vão me escutar aqui, e depois elas não gostam de mim porque a casa delas sempre perde no quadribol para nós, elas não gostam de você também... - Mary e Estrela começaram a discutir e eu aproveitei a deixa para ir embora de fininho, fui direto para a ala hospitalar, ver se ainda dava tempo de encontrar Nana. Se eu estivesse junto com ela, poderia ser que as snakeheads não tentassem nada.


Ao me aproximar de meu destino, percebi que havia chegado tarde demais. Petroviski, a Ogra, estava de plantão na porta da enfermaria junto com Astrid, a ruiva viking. Cheguei mais perto e vi WeissSchal resmungando alguma coisa...


--Não acredito que perdemos ela saindo daqui! - guinchava Nicole.


– A gente pega ela outro dia, Nikki. - disse Pierrot enquanto lixava suas unhas distraidamente.


--Ai Cathy! Você sempre parece tão desinteressada! Não sente vontade de ver a pulguenta sofrendo também? - Perguntou WeissSchal.


--Ah... é divertido. Mas agora estou com outras coisas na cabeça. - respondeu num tom enojadamente esnobe.


--Pare de falar com esse jeito metido! Às vezes dá vontade te socar sua fuça! - rosnou Petroviski. Mas Pierrot pareceu não se incomodar e simplesmente deu de ombros.


--Bom, é perda de tempo ficarmos aqui. Vamos embora... - WeissSchal parecia farta de esperar, deu para ver como ela era impaciente. Quando elas finalmente foram embora, pensei em entrar e avisar Guinnevere, mas parei por um momento e lembrei de como ela ficou irritada da última vez que pensamos em interferir.


--REN! - escutei a voz estridente de Nicole gritar animada. - O que faz aqui? Está machucado?


--Não.... - respondeu secamente o garoto.


--Veio visitar alguém? - Continuou WeissSchal.


--O professor Snape pediu para que eu desse um aviso para a Murasaki. Ele pediu para ela passar na sala dele mais tarde. Vim avisá-la disso. - Ren tinha uma voz grave e suave, mas ao mesmo tempo desinteressada.


--Sabe, eu também estava procurando ela. Que tal irmos juntos? - sugeriu a loira. Por um segundo eu tive pena dele...


Ren pareceu indeciso, parou por uns instantes, coçou a cabeça e respondeu conformado:


--Está bem.


Eu não sabia o que poderia acontecer, mas precisava chegar em Nana antes deles. Mas onde encontrá-la? Enquanto estava decidindo para que lado ir, vi pequenas centelhas surgirem na minha frente, num passe de mágica, Mio apareceu na entrada da enfermaria! No início eu me assustei, depois lembrei que Guinnevere estava com alguns livros na enfermaria. Mio me cumprimentou com uma esfregada e quando fui dar-lhe um afago, ele saltou agilmente e deu um miado, como se dissesse “Siga-me!”. Corri atrás dele, e Mio foi aparecendo e desaparecendo, me mostrando o caminho. Quando me dei conta estávamos indo em direção à torre das corujas. Ao chegarmos ao topo, Mio soltou um miado e pulou para os arbustos. Olhei dentro da torre e vi Nana encostada na janela com uma suindara nos ombros, a coruja percebeu minha presença e começou a produzir estalos com seu bico. Imediatamente, Nana virou-se e olhou para mim, parecia surpresa ao me ver ali.


--Otis? - perguntou – o que faz aqui?


--Ah...- tentei improvisar – eu...vim mandar uma carta... para meus pais...


--Aquelas corujas ali estão disponíveis. - disse Nana apontando para um poleiro com três aves.


--Mas e você? O que faz aqui? - tentei mudar o assunto.


--Minha coruja acabou de voltar... eu mandei uma carta para meus pais avisando do ocorrido com os centauros... a pedido de Dumbledore.... - Pelo jeito ela mandou a carta forçadamente, pensei segurando o riso.


--Então você tem uma coruja de estimação? Muito bonita, como ela se chama? - perguntei me aproximando da ave para dar-lhe um afago.


--Espere. - Nana segurou minha mão – talvez ela dê uma bicada em você, não é de todo mundo que ela gosta. - avisou e depois me soltou enquanto aproximava a coruja de mim. A ave deu uma examinada nas minhas feições, torceu a cabeça de um lado, depois de outro... ensaiou uma bicada no meu indicador, depois levantou voo e pousou no meu ombro, deu uma bicadinha leve na minha testa e voltou para os braços de Nana.


--Pelo jeito ela gostou de você. - Nana disse com uma expressão leve no rosto. - Ela se chama Sirene.


--Sirene? Porque esse nome? - indaguei curiosa.


--Mostre para ela, Sirene! - ordenou Nana. A coruja soltou um grito rouco e extremamente alto, que lembrava o som de um tecido rasgando.


--É , faz jus ao nome mesmo. Não sabia que a vocalização das Suindaras era assim. - comentei.


--Eu também não, mas gostei quando descobri. - disse Nana, e completou – o que você veio fazer aqui? Eu sei que não pretende mandar carta para ninguém, Otis.


--Olha... não quero me intrometer – comecei falando - mas eu escutei a conversa de um grupo de meninas da Sonserina. Uma loira...


--WeissSchal. - A expressão de Nana mudou, ficou séria.


--Sim, elas pretendem ir atrás de você de novo.... - continuei.


--Isso não é novidade para mim. - Nana parecia conformada.


--Bom, parece que a tal da WeissSchal está brava por causa daquele garoto, o Ren. Vim avisá-la disso.


--Ren...? - respondeu Nana surpresa.


--Sim, acho que essa menina gosta dele. - completei.


--Entendo... - respondeu séria. - acho que não é uma boa ideia você andar comigo, então.


--Porquê?? Se andarmos juntas talvez elas não te incomodem! - falei.


– Heh... você é estranha, sabia? – Nana pareceu sentir um misto de confusão e ternura, como se não acreditasse no quão inocente eu era e soltou um riso irônico. - Agradeço sua preocupação, mas não preciso da compaixão de ninguém, saia do meu pé!


Sirene alçou voo e sumiu no céu, enquanto Nana descia as escadas. E eu fiquei lá, sem entender nada! Qual era o problema dessas duas? Não gostam de receber ajuda? Pensei com indignação, enquanto ia atrás de Nana.


--Escuta aqui! Qual é o seu problema? Estou tentando te ajudar! Isso não é compaixão! - resmunguei irritada. Mas Nana continuou descendo, sem se importar com as minhas palavras. – Volte aqui! É assim que você resolve seus problemas? Ignorando os outros?! - levantei a voz, estávamos chegando ao pé da escada quando Nana parou repentinamente. E antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ela apontou a varinha para mim e disse:


--Petrificus Totalus! - na hora eu paralisei, e como uma estátua sem equilíbrio, comecei a cambalear para os lados, até encostar-me ao corrimão de pedra. Estava escorregando e ia cair de cara no chão, mas Nana lançou outro feitiço:


--Orchideous! - E a trepadeira que crescia ao longo da torre de pedra me envolveu e evitou que eu caísse. Mas Nana continuou e lançou um terceiro feitiço!


--Cave Inimicum! - logo que o feitiço foi conjurado, Nicole apareceu, mas não me viu ali, paralisada e enrolada na trepadeira.


--Achei você. - Disse a loira. - Tava se escondendo? - riu.


--Não. O que você quer? - Nana respondeu seca.


--Vim a pedido do Snape. - Ren surgiu logo atrás de Nicole. - Ele pediu que você fosse até a sala dele, disse que tem um assunto para discutir com você.


--Certo. Obrigada, Ren. - Nana respondeu séria.


--Devia me agradecer também, eu ajudei ele a te procurar sabia? - Nicole disse num tom manhoso.


--Você veio me procurar para passar o recado de Snape mesmo? Não era por outro motivo, WeissSchal? - Nana respondeu desafiando-a. Nicole pareceu furiosa, mas estava se segurando bem.


--Lógico que não! O que mais eu ia querer com você? - respondeu cerrando os dentes.


--Como vou saber? Não entendo essa sua mente distorcida. Agora me dê licença, o Prof. Snape está esperando por mim, não é mesmo Ren? - Nana parecia divertir-se com a raiva de Nicole.


--Exato, eu te acompanho Murasaki. Obrigado por me ajudar a encontrá-la WeissSchal. - Disse Ren indo atrás de Nana enquanto se despedia de Nicole. E os dois partiram juntos, deixando a WeissSchal furiosa para trás.


Fiquei pensando “como sairei daqui?” mas uns vinte minutos depois, Shieru apareceu perto do pé da escada, olhou ao redor, procurando por mim. Depois tirou do bolso um papel dobrado, leu o que estava escrito e disse:


--Ho-Homenun revelio! - logo em seguida fiquei visível para ela. - Finite Incantatem! - E ela me libertou. Depois que me desenrosquei das trepadeiras, perguntei:


--Como sabia que eu estava aqui?


--Uma coruja me trouxe um bilhete, avisando que você estaria por aqui. E que, se caso eu não a encontrasse, era para usar este feitiço, veja. - Shieru me mostrou o bilhete que continha o feitiço de revelação. Só podia ter sido Nana.


--O que aconteceu? Porque você estava presa aqui? - Shieru perguntou confusa.


--Nana tentou me proteger. Acho que ela não quer que a gente interfira nos assuntos dela de jeito nenhum. - falei séria. Mas não entendia o porquê.


--Sarah...acho melhor voltarmos para os dormitórios. Daqui a pouco será servido o jantar e gostaria de tomar um banho antes. - Disse Shieru puxando minha blusa de leve, mas algo me pareceu errado. Ela estava impaciente, emburrada. Concordei e subimos para tomar banho e jantar. Decidi não me preocupar mais com esse assunto naquele dia.

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