O que foi varrido para debaixo



Title: Departamento de Mistérios
Author name: Jesse Kimble
Author email: [email protected]
Category: Drama
Rating: PG - 13.
Spoilers: PS, CoS, PoA, GoF, OOTP.
Shippers: Harry/Hermione, só pra dar um pouquinho mais de drama por ele “deixar” ela... e pq não teria graça se eles qse não se falassem que nem com os Weasley, não acham?
Summary of the chapter: Harry deve partir pela manhã com Mione para Londres, mas como ele vai passar a noite? O que Hermione estará fazendo em Grimmauld Place na véspera da viagem?
Disclaimer: *com a cara toda chamuscada* ai ai, que feitiço essa tal de Jo Rowling fez que eu não consigo convencer todo mundo que o Harry é MEU??? *desesperada, sendo possuída pela Lisa* Pq ninguém percebe isso??? Pq o Harry não vai logo e diz na cara da tia Jo que ele não quer mais saber dela, que só tem olhos para mim??? *desistindo e indo elaborar mais um plano mirabolante para resolver a situação*




Capítulo Quatro - O que foi varrido para debaixo do tapete...


Com um estampido, Harry desaparatou na estreita travessa entre o largo das Magnólias e a Alameda das Glicínias. Já era passado das oito horas da noite quando ele entrou na Rua dos Alfeneiros, que tinha um estranho movimento. A rua, que normalmente estava deserta em um horário como esse, fora tomada pelos vizinhos, que se aglomeravam em frente a casa dos Dursley.

- O q... o que aconteceu? - perguntou Harry a uma das pessoas que observava a cena.

- Estão dizendo que alguém invadiu a casa. Ladrões, parece... não sei bem. - explicou a moça que Harry desconhecia, e que também não deveria saber quem ele era, já que ao contrário dos outros, não o olhou como se ele fosse um animal prestes a atacá-la.

- Ladrões? - repetiu Harry, mantendo a mão no bolso, onde estava a varinha.

- Ou um ladrão... não disseram. Só o que sei é que usava uma capa estranha.

Quem mais entraria no número quatro da Rua dos Alfeneiros usando uma capa estranha se não fosse um bruxo? Decididamente os Dursley não eram do tipo de pessoa que faz amizade com quem se veste de maneira esquisita para estarem simplesmente recebendo visitas. Mas como Voldemort conseguira descobrir onde ele morava, se o próprio Dumbledore lhe dissera que estava seguro na Rua dos Alfeneiros? Será que ele morara com os Dursley em vão por dezenove anos?

- Sr. Potter!

Harry virou-se no momento em que o dono da voz tocara-lhe o braço. O senhor que o chamara era, como ele supunha, um bruxo, Harry pode notar isso pela varinha que ele guardava na cintura.

- Eu sou Arnaldo Peasegood, sou obliviador do Ministério. - murmurou ele, afastando Harry do grupo de pessoas e levando-o mais para perto da casa, ultrapassando o cordão de isolamento feito pela polícia trouxa.

- Desculpe, o senhor me disse que é do Ministério? - perguntou Harry confuso, sem ter certeza que queria ouvir a resposta.

- Sim, ouça, houve um incidente com os seus tios...

- Um incidente? Voldemort esteve aqui?

- Não, não acreditamos que tenha sido ele. Pelo que seus tios disseram, alguns Comensais invadiram a casa procurando por você. Ainda bem que algum vizinho desconfiou e chamou a polícia trouxa, os Comensais não puderam causar maiores danos. Veja bem, eles nem conjuraram a Marca Negra...

- Então eles estão bem? Meus tios, quero dizer.

- Sim. Como eu disse, não houve maiores danos. É claro que eles foram postos sob a Maldição Cruciatus e estão em choque, mas eles vão sobreviver... O nosso único problema são os vizinhos e a polícia trouxa, que estão muito confusos com tudo o que aconteceu, por isso eu fui mandado aqui...

- Ah, ´tá... Eu posso entrar? - perguntou Harry, tentando colocar seus pensamentos em ordem.

- Acho que eles não farão objeção... é, você mora aqui. Qualquer coisa me chame, certo?

´tá bom! - respondeu ele, já entrando na casa.

Duda estava encolhido no sofá da sala, com o cobertor puxado até a altura dos olhos; tia Petúnia o abraçava e murmurava algo para acalmá-lo. Tio Válter estava perto da janela, que tinha as cortinas fechadas, conversando com um policial. Ao ver Harry ele comprimiu os olhos que já pareciam pequenos por causa de sua cara gorda e apontou para o sobrinho.

- VOCÊ! ISSO É TUDO CULPA SUA, AGORA TODOS OS VIZINHOS SABEM DOS SEUS AMIGOS MALUCOS!

- Válter, pára...! - resmungou tia Petúnia, para a espanto de todos.

Tio Válter se virou para ela, assim como Harry e Duda. Todos pareciam exigir uma explicação.

- Não é culpa dele... - ela tentou se explicar.

- É claro que é culpa dele! Dele e daquela gente maluca que nem ele. Se ele não estivesse morando mais aqui isso não teria acontecido.

Harry sabia que o tio estava absolutamente certo, mas não havia nada que ele pudesse fazer quanto a isso, pelo menos não agora. Se ele tivesse saído de casa quando se formara em Hogwarts, os Dursley não estariam em perigo. O problema fora que Dumbledore pedira para ele ficar e ele sabia muito bem porquê, não sabia? Voldemort não poderia atingi-lo enquanto ele morasse com os Dursley; o feitiço que sua mãe lançara ao morrer permanecia vivo por causa de tia Petúnia. Mas, se Voldemort não poderia tocá-lo enquanto ele vivesse com os Dursley, então como os Comensais invadiram a casa?

Ele queria pensar sobre tudo isso, conversar com Hermione, mas fazer tudo isso longe dali. Quando foi para a cozinha, pela janela pôde ver que a movimentação do lado de fora da casa tinha diminuído, provavelmente os membros do ministério dispersaram o grupo. Ele pegou um bule e encheu de água. Na dispensa, pegou algumas folhas de chá e colocou no bule. Discretamente esquentou a água com um movimento da varinha e distribuiu o chá em quatro xícaras distintas. Pegou o açucareiro, colocou tudo em uma bandeja e levou até a sala, depositando-a na mesa de centro.

- Vocês já terminaram? - perguntou ele a Peasegood, que estava parado à porta.

- Sim, Sr. Potter. Está tudo resolvido e desculpe-nos pelo inconveniente, Sr. e Sra. Dursley! - desculpou-se ele. - Bem, estamos indo, Sr. Potter, até mais.

- Tchau, Sr. Peasegood. - respondeu Harry, fechando a porta e se virando para os Dursley. - Caso isso interesse a vocês, eu preparei o chá sem usar magia.

Harry pegou a própria xícara e sentou-se no sofá, parecendo despreocupado. Os quatro ficaram em silêncio por algum tempo até que Harry insistiu.

- Se o chá ficar aí para sempre ele vai esfriar, sabem... e aí eu não vou andar até a cozinha para esquentá-lo, acho que terei que fazer isso daqui mesmo se isso acontecer, se é que vocês me entendem...

- Você está nos ameaçando, moleque? - perguntou o tio.

- Eu? Ameaçando vocês? Nunca! Tenho coisas melhores para fazer! - respondeu Harry, levantando-se, colocando a xícara de volta na bandeja e subindo para o quarto.

Harry encontrou Edwiges à beira da janela, com uma carta amarrada a sua pata. Harry desamarrou-a e imediatamente a coruja voou para a gaiola.


“Harry,

Volte o mais rápido possível. Dumbledore precisa vê-lo.

Lupin”


Então a carta era de Lupin? Por que Dumbledore mandar o ex-professor chamá-lo por coruja se era mais rápido seguro enviar Fawkes? Sem querer especular sobre isso, Harry imediatamente aparatou no número doze de Grimmauld Place.

Vários membros da Ordem estavam na sala, conversando aos murmúrios. Harry se aproximou do sofá em que Lupin estava sentado conversando com Tonks e sem rodeios perguntou.

- O que aconteceu? Hermione não deveria estar aqui também?

- Ah, ela está... lá em cima. - respondeu Tonks mirando o andar superior. - Conversando com Dumbledore e com os Weasley.

- Eles estão aqui então... por isso você usou a Pichí... - concluiu Harry para Lupin.

- Eles vieram para ajudar, Harry. - respondeu Lupin.

- ‘tá. - Harry limitou-se a dizer. Sabia que os Weasley tinham boas intenções, mas não podia esquecer do que aconteceu a última vez que um deles tentou ajudá-lo.

Lupin e Tonks continuaram a conversa, mas Harry não prestava atenção. Queria evitar o encontro com os Weasley o máximo que podia. Só encontrara com eles uma vez desde que Rony morrera e se dependesse dele, continuaria sendo assim. Harry não queria que aquela cena se repetisse.

Há dois anos, quando ele novamente enfrentara Voldemort, ele não conseguira proteger todo mundo; não conseguira proteger Rony. Depois teve que encarar a Sra. Weasley sabendo que se ele não tivesse feito a besteira de se preocupar tanto com si mesmo, o filho dela estaria vivo.

É claro que ela fez o possível para demonstrar que não o culpara pelo que acontecera, mas Harry sabia que não conseguiria mais manter a antiga relação com os Weasley. Ele voltou para a Rua dos Alfeneiros mais revoltado do que nunca, sabendo que tinha que fazer alguma coisa contra Voldemort.

E teria feito uma besteira ainda maior se Dumbledore não tivesse intervido. Foi aí que o diretor o chamara para participar da Ordem da Fênix e para dar aula de Defesa Contra Artes das Trevas, que a princípio ele recusou, achou que ainda não estava pronto para voltar para Hogwarts.

Dos antigos colegas da escola, Hermione era a única com quem ele ainda mantinha contato. Depois que terminara Hogwarts, Dumbledore o aconselhou a continuar morando com os Dursley. Ele passava a maior parte das tardes pesquisando novos feitiços, trancado em seu quarto, saíndo eventualmente para ir a biblioteca de Hogwarts (que Dumbledore permitira que ele consultasse a partir do momento em que ele entrara para a Ordem) e para visitar Hermione.

Logo após a formatura, ela fora indicada por Dumbledore para trabalhar para o Ministério, e foi rapidamente aceita graças ao alto nível de N.I.E.M.s que ela tinha alcançado. Em menos de dois meses ela fora promovida e agora estudava os segredos do Departamento de Mistérios.

Eles começaram a namorar um pouco depois de Harry entrar para a Ordem. Se não fosse pela insistência dela, ele não estaria lecionando em Hogwarts agora. Ele não tinha muito o que reclamar, o emprego era maravilhoso e ele podia ver a namorada quase todos os dias, exceto quando ela saía a serviço da Ordem.

Mas ainda havia Voldemort. Mais obsessivo do que nunca, ele fazia o possível e o impossível para ganhar novos seguidores, coisa que estava conseguindo a custa de mortes de muitos mestiços e do ataque a povoados bruxos.

Harry não podia evitar saber de cada ataque, ele sentia cada vez que a Marca Negra era conjurada e às vezes sentia-se importante diante das tentativas feitas por Voldemort para invadir a sua mente. Ele tentava resistir, conhecia segredos demais da Ordem para permitir que o inimigo lesse seus pensamentos.

Quando os ataques se tornaram mais freqüentes, Snape rendeu-se e ensinou Harry a praticar oclumência. Embora conseguisse quase sempre bloquear a mente contra invasões, ele achava quase impossível fazer isso durante o sono e era nesses momentos que ele ficava mais vulnerável.

Harry assustou-se quando Hermione sentou no braço do sofá, ao lado dele e interrompeu seus pensamentos. Atrás dela, vários ruivos entraram na sala: os Weasley vinham descendo as escadas.

- Dumbledore pediu para que você subisse. - sussurrou Hermione no ouvido do garoto.

Harry levantou e cumprimentou os Weasley com um aceno de cabeça ao passar por eles. Subiu as escadas e foi até o antigo quarto de Sirius, onde Dumbledore o aguardava.

- Que bom que você pôde vir, Harry. Eu soube do incidente ocorrido com seus tios esta noite.

- Dumbledore, por que os Comensais puderam fazer isso? Quero dizer, eu deveria estar seguro na rua dos Alfeneiros, não?

- De certa forma, Harry. Voldemort não pode tocá-lo na rua dos Alfeneiros. O problema é que seus subornados podem.

- Então...

- Então mesmo assim, acho que a casa dos seus tios é mais segura, Harry. Veja bem, eu nenhum outro lugar você estará seguro de Voldemort. Pode estar correndo perigo com os Comensais, mas não com Voldemort. Mesmo assim, eles não fizeram nada com você, não foi?

- Não, mas eles torturaram meus tios. - murmurou Harry.

Harry estava preocupado, não podia negar isso. Ele não gostava nem um pouco dos tios nem da maneira que eles o tratavam, mas ele já tinha sofrido os horrores da maldição cruciatus e não desejava isso para ninguém, nem para os Dursley.

- A Ordem chegou a tempo, Harry. Você não os viu; eles expulsaram os Comensais e esperaram os obliviadores do Ministério chegarem.

- Posso perguntar porque os Weasley estão aqui, Dumbledore?

Dumbledore o analisou por um momento antes de responder.

- Eles são da Ordem, Harry. Vamos precisar de todos os reforços possíveis na operação no Ministério.

- Que só ocorrerá em uma semana. - replicou Harry quase imediatamente.

O diretor deu um leve sorriso.

Só achei que você deveria vê-los. Molly está extremamente preocupada com você. Se bem que na verdade ela sempre esteve. Todos queremos que o plano dê certo, mas você sabe o que acontecerá se tivermos sucesso, não?

Harry confirmou com um aceno da cabeça.

“Então achei que seria melhor vocês se acertarem antes que você se arriscasse desse jeito”, complementou Dumbledore.

- Não estamos brigados. - justificou Harry.

- Eu sei que não.




***

Harry desceu para a sala junto com Dumbledore. Hermione conversava alegremente com Gina, Fred e Jorge estavam explicando para Mundungo algumas idéias que tinham para novos produtos; o Sr. e Sra. Weasley não estavam na sala.

- Como vai, Gina? - cumprimentou Harry, aproximando-se da namorada.

- Tudo bem. Eu estava contando que tentamos vir antes, mas o papai demorou no trabalho...

- Eu nem sabia que vocês vinham. Então Dumbledore contou para vocês os planos? - perguntou ele, abraçando Hermione.

- Sim, por isso ele nos chamou aqui. Ele estava nos explicando quando você chegou.

- Eu soube que você está se saíndo muito bem em Hogwarts, está sendo popular mesmo entre os alunos da Sonserina. Adoraria que você tivesse sido meu professor.

Harry corou. Detestava que ficassem dizendo que ele era bom professor, para ele, bom professor mesmo era o Lupin.

- E os seus pais, Gina? - falou ele desviando do assunto.

- Ahhh, eles estão na cozinha. Quando Hermione contou que vocês ainda nem jantaram a mamãe desceu correndo para preparar alguma coisa. - falou ela rindo.

- Bem então temos que aproveitar que temos comida decente. Sabe que eu até tentei fazer o almoço hoje, mas o Harry fez eu queimar tudo!! - exclamou Hermione.

Harry não ouviu, estava distraído. Vira de relance aquilo, mas não, não era possível. Ele deveria ter imaginado, Tonks favorecera isso usando aquela cabelo negro e longo. Eles estavam em reunião no quartel general da Ordem, ela não poderia ter entrado ali; ela não ousaria.

Mas aquele olhar alucinado... ele não poderia confundir com nenhum outro. O vira tantas vezes em seus sonhos depois que Sirius morrera... enquanto Harry a observava ela repentinamente puxou algo de dentro da capa, como um pequeno recipiente de vidro opaco, então discretamente saiu da sala.

- Harry, o que aconteceu? - perguntou-lhe Hermione, cutucando o braço dele.

- Ahn? Nada. Eu só preciso falar com o Lupin. - desculpou-se ele e saiu atrás do ex-professor.




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