Capitulo Dezessete



Hey gente, tudo bem?
Desculpem a demora! Eu e a Thys estavamos relendo a fic, e acabamos por adicionar algumas coisas do capitulo 17 para frente. Então, aqui está o cap dezessete atualizado!! =) Espero que vocês gostem! 

Ahhh sim, e para pedir desculpas pela demora vou poder o capitulo 18 na 2 feira... porque? Para que a maior parte das leitoras possam ler esse capitulo aqui reformulado! Se eu não fizer isso, essas alterações irão passar despercebidas! 

Beijos. 
Angel_S

---***---

Draco olhou um tanto quanto estarrecido para a reportagem que acabara de ler em um jornal francês. Havia fotos e mais fotos de uma Catherine semi-nua, com William ao seu lado, ora apenas observando a esposa, ora passando o que ele achava que era um protetor solar. Leu a reportagem com certo desprezo. Depois de tudo o que haviam passado, do tanto que demoraram para se reconciliar, eles precisariam passar por mais essa provação.


           A porta da biblioteca abriu-se com um ranger mínimo, revelando Annelise logo em seguida. A loira vestia seus trajes de viagem, e carregava uma maleta. Havia conseguido dispensa do colégio por uma semana, mas estava na hora de voltar a Londres e encarar o que quer que fosse.


 


- Estou indo, Draco.


- Me ligue assim que chegar em casa.


- Claro, pode deixar. – murmurou Annelise desanimada. – Não gostaria de voltar.


- Pense que são os últimos meses... logo mais você poderá decidir o que irá fazer de faculdade.


- Draco... – os olhos claros de Annelise estavam levemente marejados.


- Sei que não quer voltar para Londres para enfrentar o furacão sobre a indiscrição de Harry. – Draco, antes de sentar, empurrou o jornal que estivera lendo minutos atrás para a irmã.


- O que é isso?


- Leia.


 


           Annelise sentou-se na cadeira, a frente de Draco, depositou a maleta no chão e pegou o tabloide. Leu a reportagem em voz alta. Sua feição passou de surpresa para indignada em poucos instantes.  Levou a os dedos na boca e virou à página, a reportagem ocupava uma grande parte da revista.  Várias fotos de uma Catherine fazendo topless estampavam as páginas, enquanto o príncipe aparecia admirando a esposa ou passando protetor solar em suas costas. Algumas fotos chegavam a ser um tanto constrangedoras, a ponto de Annelise sentir-se envergonhada.


           Com certa curiosidade, a loira passou os olhos por outras páginas à procura de noticias que estivessem ligadas ao seu nome ou a de seu, talvez ex-namorado. Não havia nada, nenhum nome, nenhuma palavra sequer sobre Harry e sua breve estadia em Las Vegas. Estava com vergonha por ele, estava ainda mais envergonhada por ser motivo de chacota em todo o reino. Bem ou mal, todos haviam lhe avisado que aquele tipo de situação podia acontecer, ainda mais se tratando do “todo problemático” Harry Windsor.


           Com um suspiro, Annelise fechou o tabloide e o colocou em cima da mesa de Draco. Estava com dó de Catherine. Ela e William haviam se retirado para tentar uma segunda lua-de-mel e reestruturar o casamento. Agora ambos eram noticia, havia fotos espalhadas por todos os lugares, fotos onde Catherine aparecia totalmente exposta.


 


- Eu sinto por eles. – Annelise finalmente falou. Draco assentiu com a cabeça, mas não comentou nada. – Talvez, depois dessa bomba, eles não percam o tempo me perseguindo.


- Não conte muito com isso. Assim que você chegar a Londres, a indiscrição de Harry voltará à tona. – Draco levantou-se, e Annelise copiou o irmão. – Anne, eu acredito que o melhor que você faz é ficar no colégio por uns tempos, ou até que nós estejamos de volta a Londres.


- Isso pode demorar.


- Só voltaremos à hora que Hermione e Alexander estejam fortes o suficiente para encarar a viagem. Antes disso, não pretendo voltar a capital.


 


Annelise suspirou pesadamente, mas compreendeu. Seu irmão estava correto em manter a esposa e o filho afastados o maior tempo possível. A partir do momento em que Hermione e Alexander voltassem para Londres, o inferno iria começar. Fotos do herdeiro Malfoy seriam consideradas um bem precioso, e enquanto o pequeno não fosse apresentado oficialmente a sociedade o inferno, onde quer que Hermione e Draco fossem seria constante.


Com um sorriso cálido, Annelise abraçou o irmão carinhosamente. Não tinha como agradecer Draco por tudo o que estava lhe oferecendo.


 


- Estaremos esperando você no final de semana. Deixarei o helicóptero a sua disposição.


- Mesmo? – Os olhos de Annelise brilharam. – Sabe, não quero ficar muito tempo sem ver meu sobrinho.


- Sei disso. Além do mais, Hermione precisa de você.


 


           No andar de cima, Hermione caminhava lentamente com o filho no colo. O pequeno Alexander, com um pouco mais de uma semana de vida, estava se mostrando genioso. Mantinha-se acordado por mais tempo do que o comum, negando-se a dormir. Normalmente, o pequeno caía no sono quando não conseguia mais lutar a ficar acordado e tinha a mania de trocar o dia pela noite, apesar de tudo, era um bebê tranquilo.


           Escutou batidas leves na porta. Sua mãe entrou, com um sorriso terno no rosto ao vê-la de pé, segurando o neto. Aproximou-se, e beijou a filha e em seguida o pequeno bebê.


 


- A senhora poderia ficar com ele por alguns instantes? – perguntou Hermione ainda ninando o filho.


- Claro, querida.


- Preciso ligar para Gina e informar que o afilhado dela nasceu.


- Você ainda não fez isso? – perguntou Jane assustada. – Achei que tivesse ligado para ela.


- Achei melhor esperar uma semana. Acho que, agora, posso me considerar recuperada. – admitiu a castanha.


- Eu entendo, querida. – Hermione passou o filho para os braços da mãe, que o acalentou. – Não se preocupe, demore o tempo que precisar. Adoro ficar com ele, além do mais ele está quase dormindo.


- Ele vai precisar perder o costume de dormir no colo – riu Hermione. – Logo será muito pesado para isso.


- Com certeza, mas acho que você deve mimá-lo nesse primeiro mês. Acredite, não fará mal nenhum – as duas riram.


- Não irei demorar, mãe.


- Não se preocupe. Ficaremos bem!


 


           Hermione desceu as escadas, queria ligar para Gina de um lugar tranquilo. Ao virar o corredor, a caminho da biblioteca, encontrou Annelise saindo com uma pequena mala em mãos, seguida por Draco. Com certa tristeza, Annelise havia lhe dito, um dia antes, que precisava voltar para Londres. Não tinha mais como se esconder, e sua licença do colégio já havia terminado.


 


- Agora estou indo – disse a loira tristonha.


- Voltará no final de semana? – perguntou Hermione colocando-se ao lado de Draco.


- Claro. Estarei aqui na sexta feira a noite. – Annelise sorriu. Abraçou o irmão novamente e a cunhada. – Assim que chegar a Londres, ligarei para vocês.


- Tome cuidado, ok? E lembre-se do que nós conversamos. – aconselhou Hermione.


 


           Annelise se despediu de ambos ali mesmo e seguiu seu destino. Draco e Hermione se encararam, não havia muito que ser feito, somente Annelise poderia decidir o que ela queria para o seu futuro. Além do mais, nenhum dos dois tinha o direito de interferir na escolha da loira, independente de suas decisões.


 


- Onde pensa que vai, Sra. Malfoy? – Draco abraçou a esposa.


- Preciso ligar para Gina e avisar que o afilhado dela nasceu.


- Então vejo que já escolheu uma madrinha para o nosso filho. – Draco selou os lábios da esposa carinhosamente.


- Desaprova minha escolha?


- De jeito nenhum. Gosto de Gina – admitiu o loiro. – Foi ela quem me ajudou com todos os preparativos do casamento.


- Vocês agiram nas minhas costas – Hermione fez bico, arrancando um sorriso maroto de Draco.


- Se você não estivesse de resguardo, eu a levaria para cama agora mesmo... ou melhor, para a biblioteca – Draco indicou a porta atrás dele.


- É, mas eu estou de resguardo. Então, guarde sua imaginação para daqui trinta dias.


 


           O loiro soltou um muxoxo e Hermione sorriu. Sentia-se exultante ao receber aquele tipo de declaração por parte de Draco. Ainda se surpreendia com as várias facetas que seu marido podia adquirir. Draco poderia passar do homem frio e calculista ao amável e galante em poucos segundos. Sem que pudesse resistir, Hermione beijou o marido com fervor. Foi um beijo longo e cheio de provocações.


 


- Acho melhor pararmos, Sra. Malfoy. O que você está fazendo comigo é tortura.


- Você sobreviverá querido – ela sorriu matreira. – Onde está indo?


- Pensei em ficar com Alexander por alguns minutos, antes que a próxima videoconferência comece.


- Videoconferência?


- Preciso me manter a par do que acontece na empresa. Além de sócio majoritário, ainda sou advogado.


- Draco, você não vai dar conta de tudo – alertou Hermione. – O parlamento e a empresa...


- Não se preocupe, Herms. Há um jeito para tudo.


- Só não quero que se mate.


- Não me matarei – disse ele quase como uma promessa.


- Minha mãe está com ele, aparentemente estava quase dormindo – ela sorriu cúmplice para o marido. A fase “quase dormindo” do recém-nascido poderia demorar longos minutos para ser concluída. – Acredito que você o pegará acordado.


- Ok. Mande lembranças a Gina.


 


           Draco deu as costas a esposa que entrava na biblioteca, quando se lembrou de algo crucial e voltou, encontrou-a sentada em sua cadeira, pesquisando no próprio celular o telefone da amiga.


 


- Herms, não se esqueça, Will virá para cá essa semana.


- Catherine?


- Provavelmente. – admitiu Draco com certo amargor. – Acho que será o melhor para eles. Dê uma olhada no tabloide que está em cima da mesa.


- Não há problema em trazê-la, Draco. – Hermione sorriu para o marido, apesar de sentir uma pontada em seu peito, não a queria perto de seu filho, mas William merecia ficar perto do afilhado nem que fosse por algumas horas. – Fique tranquilo.


 


           Hermione se encostou a cadeira de espaldar alto de Draco. Aguentar Catherine em sua própria casa, independentemente do tempo, seria complicado, talvez chegasse até ser constrangedor, mas se Draco estava aceitando-a, por William, quem seria ela para negar a presença da futura rainha? Pegou o celular novamente, e discou o telefone de Gina. Como sentia falta da única amiga que tivera durante toda sua vida, com exceção a Annelise.


           O telefone tocou apenas duas vezes antes de ser entendido por uma voz masculina.


 


- Harry falando. – Hermione sorriu ao ouvir a voz do namorado de sua amiga. O namoro continuava firme, e assim esperava que continuasse.


- Olá Harry, aqui é Hermione.


- Hey Hermione, tudo bem? Quanto tempo!


- Sim, está tudo bem. Verdade, faz muito tempo que não nos vemos. – admitiu a castanha tristonha. Sentia falta de sua amiga, das conversas, das confissões. – Gina está por ai?


- Claro, só um instante.


 


           Ouviu Harry chamar Gina algumas vezes. Não havia barulho ao redor, era bem provável que estivessem no apartamento dela, ou dele. Hermione sentiu as bochechas corarem, esperava não ter interrompido nada, novamente. Era meio impossível não se lembrar do dia seguinte ao seu casamento, quando havia entrado no quarto do casal sem bater e acabara por pegar Harry completamente nu. Riu com a lembrança.


 


- Nem acredito que é você! – a voz de Gina não havia mudado nada, mas havia um tom de reprimenda na sua voz.


- Me desculpe, Gina! Esses últimos tempos...


- Foram corridos, eu entendo – completou ela.


- Então, eu liguei para dizer que seu afilhado nasceu.


- Como?


 


           Hermione riu com o espanto da amiga, talvez Gina não a tivesse levado a sério no dia em que lhe confidenciara sobre a gestação de Alexander.


 


- Gina?


- Ah meu Deus, meu afilhado! – a risada de Gina ecoou pelo telefone. – Nem posso acreditar! Quando?


- Faz uma semana. Desculpe não ter ligado antes, mas essa primeira semana foi um pouco complicada!


- E como vocês estão? – perguntou a ruiva do outro lado.


- Estamos bem! Ainda estou com pontos, mas vou tirar em poucos dias.


- Pontos?


- Apesar de ter sido parto normal, foi necessário. Alexander era muito grande, e para não me machucar, foi necessário dar alguns pontos, mas nada de anormal.


- Eu quero vê-lo!


- Com certeza! – disse Hermione. – Quando você pode vir? Estou aqui no palacete Malfoy.


- Onde foi seu casamento?


- Isso mesmo! Me diga, quando você poderá estar vindo? – Gina parecia falar com Harry alguma coisa que Hermione não compreendeu, mas que provavelmente tinha haver com o convite. – Gina, vamos esperar por Harry também!


- O que você acha de irmos em quinze dias?


- Combinadíssimo! – Hermione sentiu-se contagiada pela alegria da amiga. – Nos vemos em quinze dias.


- Enquanto isso eu quero uma foto por dia do meu afilhado.


- Eu estou com várias fotos, desde o dia do nascimento dele. Mandarei todas à você!


- E o Draco? Como está com o bebê?


- Completamente encantado. Só sai de perto quando é realmente necessário. – um sorriso bobo surgiu nos lábios de Hermione. – Agora mesmo está fazendo Alexander dormir.


 


           A conversa ainda se arrastou por longos minutos. Hermione escutou pacientemente todas as novidades que Gina tinha para contar, era impossível não notar o êxtase contido na voz da ruiva quando ela mencionava algo relacionado a Harry ou ao namoro deles. A porta da biblioteca abriu e Jane entrou na biblioteca, sozinha.


 


- Querida, acho que seu marido precisa de ajuda.


 


           Hermione assentiu com a cabeça e voltou sua atenção novamente ao celular.


 


- Gina, preciso desligar. Está na hora do Alexander mamar. Assim que as coisas acalmarem eu volto a te ligar!


- Volta mesmo?


- Claro! Precisamos combinar o final de semana.


 


           Gina demorou mais alguns instantes para se despedir e permitir que por fim, Hermione finalizasse a ligação.


 


- O que aconteceu?


- Acredito que Alexander esteja com cólica.


- Por que não me avisaram antes? – Hermione saiu apressada da biblioteca com Jane em seu calço.


- Todos os bebês tem cólica, Hermione. Você, inclusive tinha bastante.


- O que eu faço? – Hermione parou no pé da escada para mirar a mãe. – Algum remédio?


- Não, nenhum. Ele só tem uma semana de vida. Dê um banho nele, água morna ajudará a amenizar o desconforto.


 


           Ao entrar no quarto, onde ela, Draco e Alexander estavam dormindo, encontrou-o vazio. Não havia sinal do bebê ou de seu marido, sequer barulho de choro. Olhou ao redor do quarto e encontrou as roupas de Draco amontoadas ao lado da porta do banheiro. Colou o ouvido na porta, não havia barulho de chuveiro e muito menos do choro de Alexander. Com delicadeza abriu a porta, evitando fazer barulho para não assustar Draco ou o bebê.


           Draco estava deitado na banheira, com Alexander sobre seu peito que parecia dormir tranquilamente. A mão firme de Draco mantinha o pequeno bem encaixado e dentro da água morna. Olhando aquela cena, Hermione sentiu-se intrusa.


 


- Draco? – murmurou Hermione baixo, aproximando-se da banheira. – Querido?


- Huum... – Hermione sorriu ao ver que não era apenas Alexander que havia dormido.


- Posso pegar o bebê?


 


           Levaram alguns instantes para que Draco finalmente abrisse os olhos e enxergasse Hermione. Sentou-se melhor na banheira e ajeitou Alexander sobre seu peito, o pequeno manteve-se na mesma posição, respirando ritmadamente.


 


- Acho que a cólica passou. – disse um Draco sonolento. – Acho melhor tirá-lo da banheira. Faz um tempo que estamos aqui. Você vai acordá-lo para mamar?


- Provavelmente. Se eu não der de mamar de 3 em 3 horas eu sinto que meu peito pode explodir. – Draco riu, e Hermione soltou um muxoxo. – Nunca tive tanto peito na minha vida.


- Você está incrivelmente sexy com esses peitos. – Hermione revirou os olhos antes de pegar o bebê. – Acho que devemos ter mais filhos.


- Silicone é uma solução também.


- Sem chance. – ele saiu da banheira, enrolando-se na primeira toalha que encontrou. – Herms, esse final de semana... – a voz de Draco assumiu um tom sério. – Você tem certeza?


- Não se preocupe, querido. – Hermione trocava Alexander com cuidado, evitando acordar o bebê antes da hora. – Não creio que William vá deixar a esposa sozinha. A única coisa... – a voz de Hermione falhou por um momento. Draco abraçou-a por trás, apoiando seu queixo no ombro da esposa, observando ela terminar de colocar o pequeno macacão em Alexander. – Eu não a queria perto dele.


- Herms...


- Eu sei que eu não posso proibi-la de ver ele... eu sei disso, Draco. – Hermione ajeitou Alexander no colo. – Ela é esposa do padrinho dele, e o contato será inevitável.


 


           Hermione caminhou em silêncio até a poltrona de balanço que Draco havia providenciado alguns dias antes. Mesmo com o bebê no colo, a castanha conseguiu abrir os botões da camisa que estava usando, abrir o sutiã e colocar o pequeno bebê para mamar, que apesar de estar dormindo, aceitou o bico do seio da mãe com rapidez. Com a mão livre, Hermione acariciou a cabeça do filho, e sorriu ao ver a pequena mãozinha pousando sobre seu seio dolorido.


           Draco queria continuar a conversa, mas sabia que aquele não seria o momento certo, havia alguns dias ainda antes da chegada de William e Catherine. Colocou uma calça e uma camisa simples, precisava encarar mais duas videoconferências até o final do dia, e responder alguns e-mails.


 


- Preciso voltar ao trabalho, Herms.


- Sem problemas. Mais tarde irei descer com ele para dar um passeio pela propriedade, só vou esperar o sol baixar.


- Irei com você.


 


           Draco selou os lábios da esposa e beijou, com cuidado, a cabeça do filho que mamava vorazmente. Antes de sair do aposento, olhou mais uma vez para Hermione e Alexander e sorriu. Agora sentia-se completo, talvez pudesse até enfrentar o mundo sozinho.


 


---


 


O barulho de um helicóptero pousando chamou a atenção de Draco que lia, entretido, um livro sobre bebês. Nos últimos tempos, livros como aquele tinham tornado se o passatempo mais interessante. Olhou no relógio e assustou-se, havia perdido a noção do tempo e certamente aquele era o helicóptero que trazia William e Catherine.


Saiu apressado da biblioteca e encontrou o amigo e a esposa no meio do caminho. William abraçou Draco forte, enquanto Catherine se limitou a cumprimentá-lo com um aceno de cabeça. Logo atrás apareceu Harry de cabeça baixa.


 


- William...


- Desculpe trazê-lo sem falar com você. – disse William enquanto Draco olhava um Harry cabisbaixo se aproximar. – Nós não podemos nos meter nos problemas entre ele e Annelise. Eles precisam decidir por si só o que farão.


- Por que aqui?


- Anne se negou a conversar com ele essa semana. – Draco suspirou e William deu ombros. – Esse não é um assunto nosso. Eles são adultos.


 


           Draco deu as costas a Harry e continuou a caminhar com William ao seu lado. Aos poucos Catherine foi ficando para trás, com a intenção de fazer companhia ao irmão mais novo de William, os dois conversavam sérios, alheios ao mundo.


 


- Onde está meu afilhado? – perguntou William quando entraram na casa.


- Hermione estava terminando de amamentá-lo, logo mais irá descer com ele. – Draco analisou o amigo por um instante. – Acredito que vocês queiram trocar de roupa.


- Seria ótimo. Detesto ter que viajar de social, mas não posso simplesmente aparecer de calça jeans e camiseta. – resmungou William.


- O quarto de vocês é no segundo andar. – Draco virou-se para Harry pela primeira vez. – Pedirei que arrumem um quarto para você, ao lado do quarto do seu irmão.


- E Anne... – perguntou ele.


- Está no quarto dela – Draco respondeu e se retirou, não aguentava mais ver o desânimo de sua irmã por toda essa confusão, sabia que Annelise iria tirar satisfações depois por ter permitido que Harry entrasse naquela casa, mas já haviam postergado demais essa situação.


 


           Harry subiu as escadas de dois em dois degraus, lembrava-se da localização do quarto de Annelise graças a última vez em que estiveram ali, no casamento de Draco. Bateu a porta e, ao não ouvir resposta, resolveu entrar. Encontrou-a adormecida, mesmo já sendo tarde.


           O rosto fino denunciava que ali havia perdido um pouco de peso, mesmo já sendo magra, e isso fez Harry se dar conta do mal que vinha fazendo a ela.


 


- Anne – sussurrou acariciando o rosto dela, viu-a se mexer e voltou a chamá-la, até que Annelise abriu os olhos.


 


           Levou quase um minuto para ela se dar conta da situação, mas assim que percebeu quem a acordava, seu humor logo mudou. Annelise sentou-se de forma brusca, se fosse capaz matá-lo-ia com os olhos.


 


- O que você está fazendo aqui? – perguntou de forma rude, o que fez Harry rapidamente se afastar.


- Nós precisamos conversar – respondeu. – Eu lhe devo explicações.


 


           Annelise rapidamente se pôs de pé para encará-lo, aproximou-se de Harry que a olhou com o cenho franzido e acertou-lhe um tapa no peito, seguido de diversos outros. Harry observava as madeixas de Anne mexendo de um lado para o outro enquanto ela lhe batia. Não iria impedir, ele merecia cada tapa, cada xingamento.


 


- Você me deve mais que explicações – grunhiu ela.



           Depois de deixá-la descontar um pouco de sua raiva, Harry segurou seus pulsos com firmeza e colou seu corpo ao dela. Observou os olhos cinza da loira, podia observar cada sentimento ali contido. Raiva, tristeza, decepção. Tudo junto. Como poderia ter chego aquele ponto com a pessoa que mais amava? A única pessoa com quem realmente se importava.


 


- Pensando bem, eu não quero nenhum explicação! – gritou Annelise - As revistas já deixaram bem claro tudo que aconteceu – disse ela rancorosa. – Claro até demais.


- Você sabe tão bem quanto eu o que um repórter é capaz de escrever para vender noticias – disse ele pacientemente. Por mais que seu sangue estivesse fervilhando nas veias, havia ido até ali com o intuito de tirar essa história a limpo, conhecia o gênio forte de Annelise e sabia que não seria fácil fazer com que ela o ouvisse, mas estava disposto a tudo. – Você saberia disso se não houvesse me evitado nesses últimos dias – completou. – Eu tentei falar com você durante todos esses dias.


- Depois de tudo o que aconteceu, você acredita que eu iria deixar que você se aproximasse de mim? – perguntou com uma sobrancelha arqueada. – Sei bem qual o seu jogo – e qual o charme dele, completou apenas em pensamentos. – Eu o conheço, Harry. E realmente não sei se vale apena tentar qualquer coisa com você.


- Você quer, por favor, me escutar? – pediu erguendo o tom de voz, que a fez arregalar os olhos e se calar. – Aquela foto, aquelas modelos, realmente aconteceu, eu não posso negar... – Harry largou os pulsos de Annelise. Virou-se e a passos lentos, seguiu até a janela. – Bem, eu bebi. Estava acontecendo uma festa no hotel em que eu estava hospedado... Eu não consegui resistir – de costas Annelise viu Harry tirar as mãos do bolso e passar as mãos nos cabelos ruivos, um gesto de puro nervosismo. – Aquele era o mundo que eu sempre gostei, que eu sempre frequentei - suspirou – mas então, lembrei-me da promessa que havia feito a você. Estavam todos no meu quarto, eu já havia bebido algumas doses e todas aquelas modelos estavam ali, prontinhas. Todas a minha disposição. – suspirou novamente – Mas eu não pude. Eu jamais te trairia Anne, por mais que eu tenha cedido à vontade de beber, eu me mantive longe das drogas e me mantive longe de todas aquelas mulheres, foi por isso que tiraram a foto, eu mandei todos embora do quarto e elas não ficaram contente... Mas como eu poderia estar com elas sabendo que você estava aqui, esperando por mim?! Eu me senti sujo...


 


           Com um suspiro Annelise viu Harry se virar e vir a sua direção. Fechou os olhos e permitiu que ele a abraçasse. Respirou profundamente, reconhecendo o cheiro familiar do namorado. Não conseguia colocar em palavras o quanto havia sentido falta dele, o quanto havia rezado para ter momentos como aquele novamente.


 


- Eu amo você, Anne. – ele sussurrou em seu ouvido, apertando-a ainda mais em seus braços. – Por mais que eu cometa erros, por mais que eu tenha recaídas, eu amo você. Essa é a única certeza que eu tenho na vida e foi por causa disso, do nosso amor, que eu não me perdi completamente em Vegas. Foi você, que de uma maneira ou de outra, me manteve são.


- Eu discuti com a sua avó – ela murmurou contra o peito dele que, alarmado, rapidamente se afastou para olhá-la diretamente nos olhos.


- Você o quê?


- Eu discuti com a sua avó – repetiu com a voz mais firme. – Eu disse a ela que tudo o que havia acontecido era culpa dela. Eu lhe disse que ela lhe disse que você ainda não estava completamente curado, e que o que ela havia feito era a mesma coisa que oferecer um doce a um diabético. Sabe... – ela soltou um riso encabulado. – Ela não gostou nada do que eu falei.


 


           Com uma gargalhada Harry a abraçou. Beijou o topo da cabeça loira de Annelise.


 


- Acho que ela não me vê mais como uma boa esposa para seu netinho – debochou Anne com um sorrisinho. – Sabe, ela inclusive disse que não iria dar a benção para o nosso casamento.


- Desde quando isso nos impediu de alguma coisa? – perguntou ele puxando-a para mais perto e colou seus lábios, num beijo ávido que ambos esperavam há muitos dias.


 


---


 


           No andar de cima Catherine sentiu seu coração se apertar ao ver o carinho com que William embalava o afilhado. Afilhado dele, é claro, porque Draco jamais a escolheria como madrinha... Estava sendo excluída de muitas situações e aquela era uma delas.


 


- Parabéns, meu amigo – congratulou William mais uma vez. – Ele é lindo, mesmo que se pareça com você.


 


           O orgulho que Draco sentia como pai foi o suficiente para fazê-lo ignorar a brincadeira.


 


- Justamente por isso ele é lindo – Hermione disse abraçada a Draco, que beijou seu rosto e William soltou uma risada.


- Sabe, Hermione, você não deveria ficar aumentando o ego de seu marido – William balançava Alexander ritmadamente. – Ele fica insuportável.


 


           O bebê começou a resmungar e Draco riu ao ver William se desesperar, sem saber ao certo o que fazer com o pequeno.  Hermione pegou o filho dos braços de William e o ninou.


 


- Precisarei me retirar, ele está começando a ficar com fome.


 


           Hermione se retirou da sala com o bebê nos braços, deixando Draco, William e Catherine para trás. Era incrível como aprendera a ler os sinais de Alexander com tão pouco tempo de convivência. Além do mais, podia sentir que seu seio iria explodir a qualquer momento.


           Sentou-se na confortável poltrona em seu quarto e o acomodou sobre a almofada própria para amamentação, manhoso como era, Alexander fez um gracejo antes de agarrar o seio, sugando com vontade. Logo mais só o seu leite não seria suficiente para alimentar o bebê com tranquilidade, de acordo com a pediatra do pequeno, meninos precisavam de suplemento depois dos três meses de idade.


 


- Hey, meu amor – Hermione murmurou segurando a mãozinha do filho. – Não precisa ter pressa. – disse brincando com seus dedinhos.


 


           Uma batida na porta a fez desviar a atenção e tentou não se mostrar muito surpresa quando Catherine entrou em seu quarto. Os passos eram incertos, conforme ela se aproximava de Hermione.


 


- Eu poderia falar com você um minuto? – perguntou a duquesa.


- Estou ocupada – Hermione respondeu de forma calma, mas protetoramente passou o braço ao redor do filho.


- Na realidade não irei tomar muito do seu tempo. – Catherine deu mais um passo em direção a Hermione. - Só gostaria de agradecê-la – Catherine disse de forma humilde, e por um momento Hermione mal a reconheceu. – Apesar de tudo que fiz para separá-la de Draco, foi você quem me abriu os olhos, para que percebesse que era a culpa que me corroía... E apesar de eu estar casada com William e você me querer o mais distante possível de sua família, você concordou que William fosse o padrinho de Alexander, mesmo que isso signifique que eu também estarei por perto.


- Você sabe que eu só fiz isso por William, pela amizade que ele e Draco sempre tiveram – respondeu Hermione com os olhos fixos na duquesa.


- Sei disso, mas ainda assim não muda os seus gestos – aproximou-se um pouco mais. – Não vim tentar ser sua amiga, Hermione, nem pedir sua consideração, só gostaria que você soubesse dos meus motivos... e sim, eu me arrependo do que fiz. Draco foi mais uma teimosia de minha parte que um sentimento puro, nunca havia conhecido ninguém desse mundo nobre e de repente tenho os dois mais cobiçados aos meus pés, foi um deslumbre. Agora eu sei o quanto eu errei. – Catherine suspirou profundamente. – Eu apenas quero que William participe da vida de Alexander da melhor maneira possível. Não quero ser a culpada por ele não estar presente nos principais momentos.


- Você...


- E sabe o que mais me impressiona? É que você parece comovida com a minha situação, cá estou eu pagando por todos os meus pecados, e se fosse qualquer outra mulher na sua pele, eu inclusive, estaria comemorando, diria aos quatro ventos que eu estou colhendo o que plantei. Mas você não, você ainda teve a capacidade de me abrir os olhos – com um aceno de aprovação a duquesa a olhou. – Você foi capaz de fazer por Draco tudo que eu jamais faria – reconheceu – por isso eu só gostaria de agradecê-la, porque no final das contas você é mais nobre dentre nós. E parabéns pelo filho, ele é realmente lindo.


 


           Dito isso, a duquesa se retirou sentindo-se imensamente mais leve, mais alegre inclusive. Agora sim, estava pronta para recomeçar sua vida ao lado de William.



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Comentários (6)

  • sonimai

    eu nunca acreditaria no Harry

    2014-03-07
  • SweetAngel33

    Toooooma duquesa, sua vaca rsrsrs'Mas Alexander é realmente um fofo! E a Herms e o Draco estão cada vez mais juntos... ^^Adorei o cap, perfeito!Beijos! 

    2013-12-14
  • Diênifer Santos Granger

    Meu deus! Ameeeei o cap! 

    2013-12-12
  • Rachel Olivia

    Amei ^^To com saudade da mione e do dracofalta quantos caps pra fic terminar?vai ter epílogo?o proximo capitulo vai demorar?pena que nao puderam postar na segunda =/lok pelo proximobjao 

    2013-12-11
  • Kési Malfoy Krum

    OMG como estava com saudads da finc!!Estou loukpelo próximo!!!PS:Quando terá caps novo de De Repente Pai?estou loukinha pelo próximo caps!!Beijão 

    2013-12-09
  • Bruna Luiza

    Mal posso esperar pelo próximo!!!

    2013-12-08
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