Quando as Tragédias Começaram



O resto do ano letivo foi para Sheeba de muito estudo, ela resolveu se concentrar um pouco em si mesma, o que ficava um pouco difícil quando Sirius estava por perto. Ele por sua vez, ficava cada vez mais grudado nos amigos, eles nunca se encontravam sozinhos... Remo estava cada vez mais apaixonado por Leda, mas não se afastava muito dos outros marotos... Sheeba sabia que ele provavelmente já contara a ela o que ele era... Remo era honesto demais para esconder uma coisa dessas dela.
Leda era uma menina  bonita, de cabelos castanhos encaracolados e pele sardenta, parecia uma boneca antiga, muito interessante, de voz calma e doce... ela era apaixonada por Remo já há algum tempo, e isso para ela devia ser um problema.
O pai de Leda, Duanne Swanson, era um auror famoso, com certeza não ia querer a filha envolvida com um lobisomem, era verdade que ninguém, além dos quatro marotos e Sheeba sabia o que Remo era... mas Leda não poderia esconder isso do pai para sempre, e se tinha uma coisa que um auror conseguia facilmente era levantar os antecedentes de uma pessoa no ministério, ainda mais alguém que fosse um lobisomem reconhecido.
Mas Leda e Remo não estavam muito preocupados com isso... eles se gostavam e era comum vê-los conversando no intervalo das aulas principalmente... mas nem mesmo ela sabia que Sirius, Tiago e Pedro eram animagos... afinal era o tipo de coisa que não se sai contando por aí aos quatro ventos... mas aquilo não atrapalhou as travessuras dos quatro marotos, que agora saíam nas noites de lua cheia com Remo da casa dos gritos... era bom para ele usufruir daquela relativa liberdade.
O tempo passou, Sirius e Sheeba estavam “estranhos” um com o outro... não brigavam mais, mas desde o baile do inverno eles não conversavam muito, nem mesmo quando tinham oportunidade. Mas na última visita a Hogsmeade daquele ano, Sirius sentiu vontade de falar com ela, e a abordou quando ela escolhia doces na dedosdemel:
-    Olá, Sheeba.
-    Oi.
-    Se eu fosse você preferiria aqueles ali, são melhores, mais gostosos.
-    Obrigada, eu prefiro estes – ela disse, mostrando bolinhos de caldeirão com recheio de baunilha.
-    Não temos conversado muito.
-    É, eu sei... falta tempo, precisamos estudar, eu sou monitora, você tem feito umas atividades extracurriculares...
-    Do que você está falando? – Sheeba olhou para os dois lados e disse baixinho:
-    Que bicho você escolheu, Sirius?
-    Hã?
-    O bicho, o animago... – ela deu um sorriso e ele arregalou os olhos.
-    Como você descobriu?
-    Eu te toquei... nossa, nem acredito que já tem dois anos... naquela noite, a detenção noturna...
    Ela adiantou-se e pagou os doces que comprara, rapidamente eles saíram da loja para conversar à vontade. Sirius lembrou-se, ela desmaiada, ele reclinado sobre seu peito... ela tocara seus cabelos, ele lembrava de ter sentido.
-    Você não viu?
-    Não... vi apenas vocês planejando. Mas pelo tempo eu acho que vocês já conseguiram.
-    Já... já conseguimos.
-    Eu também.
-    Mas... não é só a partir do sexto ano?
-    Ah, Sirius, você me conhece... acha que eu ia esperar até o sexto ano pra tentar? Eu vou fazer a prova no sexto ano... posso praticar escondida, e foi isso que eu fiz... eu já consigo.
-    O que você vira?
-    Só  conto se você me contar o que você vira...
-    Ah, tá bom... mas não posso falar o que Tiago e Pedro viram...
-    Eu não me importo com o que eles viram – ela disse, se arrependendo em seguida. Eles estavam andando pela praça de Hogsmeade, na direção do três vassouras. Ele sorriu.
-    Eu viro um cachorro.
-    Que coisa sem graça...
-    Mas é útil. Eu fico um cão enorme.
-    Você é enorme...
-    E você?
-    Um tigre branco.
-    Vem cá... na prática qual é a vantagem de se virar um tigre?
-    Ah, você anda muito chato... mais alguém sabe?
-    Não, ninguém. Nem a namorada de Remo.
-    Eu ando preocupada com ele.
-    Você ainda é gamada em Remo?
-    Não seja ridículo, seu idiota... sabe muito bem que eu – ela deu-se conta do que ia dizer e emendou – só gosto dele como amigo – Sirius deu um sorriso satisfeito. – é que o pai dela é um auror...e Remo...
-    Eu sei – ele ficou sério. – Isso pode complicar, mas vamos ver no que dá.
-    Vamos ver no que dá... – ela repetiu, olhando para ele. Sem entender muito bem porque eles sentiram-se constrangidos, e despediram-se. Sheeba saiu andando e Sirius entrou no três vassouras, onde estava havendo uma briga.
Tiago discutia com Adolfo Lestrange, um garoto da Sonserina que insinuara que a Grifnória não vinha ganhando honestamente no quadribol. Sirius ia intervir, mas foi impedido por Atlantis Fischer. Atlantis era agora um rapaz enorme, o mais alto da escola e capitão do time de quadribol da Sonserina. Ele estava namorando uma das gêmeas do sexto ano, Sarina Moore, a apanhadora do time. Achava que Lestrange estava falando uma série de bobagens, mas achava que o esquentado Tiago não tinha que ter dado confiança a ele. A final seria na semana seguinte e o ânimo entre as duas casas estava bem acirrado. Ao lado de Lestrange, Snape assistia tudo calado. Repentinamente, outro proferiu uma ofensa mais significativa a Tiago e este desferiu um soco. Lestrange era pequeno e ágil... abaixou-se e Tiago atingiu em cheio o rosto de Severo Snape, que caiu, mas levantou-se com a varinha em punho, uma expressão maligna no olhar... ele não era bom com socos, mas sabia muitos feitiços.
-    Muito bem... chega – uma voz ríspida parou a ambos. O professor Dumbledore estava parado na porta do bar, tinha vindo aproveitar sua folga e dera com aquela cena. Descontou pontos das duas casas e deu uma bronca nos três alunos. Quando ele finalmente saiu, Snape disse a Tiago:
-    Você vai pagar bem caro por este soco, Potter.

------
O semestre terminou e Sheeba foi para casa.  Já nem cogitava ir nos verões para a casa de Lilian, mas este ano ela esperava uma visita de Sirius como a do ano anterior... ela não esperava o que realmente aconteceu. Um dia, uma mulher apareceu na porta de sua casa procurando por ela, dizendo-se professora de Hogwarts, e sua mãe, mesmo não confiando muito a chamou. Era a professora Viviane Lake.
-    Sheeba, eu preciso que você venha comigo... é um caso especial... há um problema.
Um sinal de alarme percorreu o corpo de Sheeba, ela teve medo. Mas seguiu com a professora.  Disse à mãe que daria notícias. Elas andaram alguns quarteirões até a casa de uma bruxa, onde com pó de flu viajaram. Sheeba descobriu que iam para a casa dos Swanson. A professora não dissera nada a ela, ficou esperando instruções.
Quando saíram na sala da casa, uma mulher, que devia ser a mãe de Leda, estava chorando muito. Sheeba achou que devia ter acontecido algo muito grave. a professora Viviane começou a falar:
-    Sheeba, aconteceu um caso único aqui... houve um crime aqui... um assassinato... - um calafrio percorreu o corpo de Sheeba – o suspeito número um não confessou o crime nem mesmo com veritasserum... o que é muito estranho, porque se trata de alguém bem jovem, se ele fosse culpado não conseguiria resistir ao efeito do soro... precisamos de sua ajuda para saber se ele fala a verdade, porque a única testemunha com certeza o viu na cena do crime. – ela levou Sheeba até um quarto, e quando ela abriu a porta, lá estava Remo, ladeado por dois aurors, com uma aparência péssima, ele havia chorado.
-    Remo! – ela quase gritou
-    Eles não acreditam em mim, Sheeba... você tem que me ajudar...
A professora Viviane explicou brevemente aos aurors que Sheeba tinha o toque de Prometeu, e que sua palavra seria totalmente confiável. Os aurors disseram que tudo bem, contanto que pudesse ser provado que ela estava certa. A professora Viviane trouxe algo... uma penseira, e disse a Sheeba:
-    Toque o rapaz com a mão esquerda, e segurando a varinha, toque com ela a penseira, descubra onde ele estava hoje de manhã.
Sheeba tocou Remo e perguntou onde ele estivera naquela manhã. Na superfície da penseira apareceu a casa dele e ele conversando com um rapaz muito parecido com ele, mas sem seu aspecto doente. Os aurors começaram a falar ao mesmo tempo. Sheeba abraçou Remo e disse:
-    Eu vou descobrir quem a matou...- ela levantou a cabeça e disse – eu quero ver o corpo.
-    Os corpos – disse o Auror – são dois.
Ela foi levada até o jardim. A mãe de Leda disse que naquela manhã Remo aparecera lá, e ele estava proibido de ver Leda, o pai dela descobrira a relação dos dois e dera um ultimato à filha, que largasse imediatamente aquele rapaz. No meio da discussão, o rapaz lançara maldições proibidas em ambos. Sheeba chegou ao jardim e viu Leda, caída sobre a grama, as pernas abertas, o rosto numa expressão de mudo terror, e o corpo do pai dela, o Sr Swanson, a alguns passos. Sheeba nunca vira um cadáver na vida, e não sabia se veria alguma coisa a partir dos corpos, mas ainda assim tocou Leda.
Um choque intenso percorreu seu corpo, e ela viu toda a cena do crime, realmente, o assassino era alguém que tinha todo o aspecto de Remo... mas não podia ser Remo, então ela viu que ele deixara algo ínfimo para trás. Levantou-se e foi até uma roseira em frente, onde nos espinhos, havia um pequeno pedaço de tecido grudado. Ela pegou-o como quem pega algo precioso e esperou. A imagem do assassino veio à sua cabeça. “Eu quero o nome” ela pensou furiosamente, de olhos fechados, suor brotava em sua testa. O nome surgiu e ela pensou mais: “Como ele conseguiu isso?”
Sheeba abriu os olhos e disse:
-    O assassino se chama  Fredrick Chambrum, tem 32 anos e usou poção polissuco, queria apenas matar o pai de Leda. Não sei como ele conseguiu um cabelo de Remo, mas foi isso que ele pôs na poção. E ele fez isso a mando de Lord Voldemort.
Um silêncio mortal desceu sobre os aurors. O que todos temiam começara a acontecer. Voldemot começava a matar.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.