Heremita



Capítulo 2 - Heremita


 “Bem vindo ao Velvet Room” Saudou Igor. Sem dar tempo para Harry começar a falar, ele continuou. “Parece que Hitoshura foi quem atendeu ao seu chamado.”


“O que foi isso? O que eu fiz?” Harry perguntou.


“Este poder se chama Persona... Ele é uma manifestação da sua personalidade.”


“Persona? Manifestação?”


“Um Persona é uma faceta de sua personalidade... Você pode pensar nisso como uma mascara que te protege enquanto você supera muitas dificuldades.”


“Uma mascara?”


“Quando você usa as habilidades de seu Persona, você deve canalizar sua energia interior... Essa habilidade aumenta conforme você desenvolve seus Social Links. Seus laços emocionais com as pessoas... Quanto mais fortes forem seus Social Links, mais poderosa é a habilidade de seu Persona. Lembre-se disso. Agora, o tempo corre em seu mundo. Eu não devo lhe manter aqui por mais tempo. Da próxima vez que nos encontrarmos, você vira aqui por vontade própria... Até lá, adeus.” Assim que Igor terminou de falar, Harry perdeu a consciência.


***


Edwiges não retornou na manhã seguinte. Harry passou o dia inteiro em seu quarto, saindo apenas para ir a banheiro. Três vezes naquele dia tia Petúnia empurrou comida por baixo da portinha que tio Válter colocou na porta do quarto dele há alguns verões atrás. Cada vez que Harry a ouvia se aproximando ficava imaginando sobre o berrador...


Mas não podia fazer nada. E isso continuou por três dias seguidos. Harry já estava ficando cheio disso.


E se enfrentasse o Ministério? E se fosse expulso e sua varinha quebrada? O que faria, pra onde iria? Ele não poderia voltar a viver com os Dursley, não agora que conhecia o outro mundo, ao qual ele realmente pertencia. Será que poderia ir viver com Sirius? Não sabia o que fazer...


Na quarta noite após a partida de Edwiges Harry estava deitado com a mente exausta quando seu tio entrou no quarto.


Tio Válter estava vestindo a melhor roupa que tinha e estava com uma expressão de que era alguém importante.


“Nós estamos saindo” disse ele.


“Como?”


“Eu disse que eu, sua tia e Duda vamos sair.”


“Tudo bem.”


“Você não vai sair desse quarto enquanto estivermos fora.”


“Certo.”


“Não ligue a tv, nem o som, e não mexa em nenhuma de nossas coisas.”


“Sem problemas.”


“E não pegue comida na geladeira.”


“Pode deixar.”


“Eu vou trancar sua porta.”


“Pode trancar.”


E tio Válter se virou, fechou a porta e saiu de casa. Harry não se importou com a saída dos Dursley. Pra ele não fazia nenhuma diferença se estavam em casa ou não. Ele não tinha forças nem pra se levantar e acender a luz. Ficou ouvindo os sons da noite, deitado em sua cama.


Então ouviu um som vindo da cozinha. Não podiam ser os Dursley, haviam acabado de sair e não tinha ouvido o carro.


Houve silêncio por alguns segundos e depois vieram vozes.


"Ladrões", pensou ele. Mas um segundo depois lhe ocorreu que ladrões não ficariam falando assim tão alto. Harry agarrou a varinha, que estava na mesinha de cabeceira, e se aproximou da porta do quarto para tentar ouvir melhor. Afastou pra trás ao ouvir a fechadura destrancar e abriu a porta.


Harry ficou parado diante da porta aberta tentando ouvir outros ruídos, mas não havia nenhum. Hesitou por um momento e se moveu silenciosamente para fora de seu quarto em direção às escadas.


Seu coração parecia estar galopando. Havia pessoas de pé na sala abaixo, silhuetas contra a luz que entrava pelos vidros da porta, oito ou nove deles, e todos estavam olhando para ele.


“Abaixe sua varinha, garoto, antes que fure o olho de alguém – disse uma voz em tom de grunhido.


O coração de Harry deu um salto. Ele conhecia aquela voz mas não abaixou a varinha.


“Professor Moody?” disse ele duvidoso.


***


“Teve um bom verão?


“Não, ele foi nojento” disse Harry.


Pela primeira vez, alguma coisa como um leve sorriso surgiu no rosto de Sirius.


“Não sei sobre o que você está se queixando a mim.”


“O quê?” disse Harry, incrédulo.


“Pessoalmente, eu recebi de bom grado o ataque dos dementadores. Um excessivo esforço para minha alma que quebrou a monotonia gentilmente. Você acha que foi uma coisa ruim, no entanto você foi capaz de se safar e ao menos esticou suas pernas e entrou em algumas brigas... Eu estive preso aqui dentro por um mês inteiro.”


“Por que isso?” perguntou Harry, franzindo a testa.


“Porque os bruxos do Ministério da Magia ainda estão atrás de mim e Voldemort vai saber tudo sobre eu me tornar um animago agora, Rabicho dirá a ele, então meu grande disfarce é inútil. Não há muito que eu possa fazer pela Ordem da Fênix... Ou então Dumbledore perceberia.


Havia alguma coisa como uma leve diminuição no tom de voz com o qual Sirius expressou o nome de Dumbledore que Harry percebeu, também não estava muito feliz com o diretor. Sentiu um repentino aumento na afeição que tinha por seu padrinho.


“'Ao menos você sabe o que irá acontecer” disse ele estimulado.


“Ah claro” disse Sirius com sarcasmo. “Ouvindo os relatórios de Snape, tendo que aceitar todas as pistas falsas que ele está trazendo aqui arriscando a vida enquanto eu estou sentado tendo umas férias bem confortáveis... Me perguntando como anda a limpeza...”


“Que limpeza?” perguntou Harry.


“Tentando fazer esse lugar se tornar uma habitação humana” disse Sirius, balançando a mão pela triste cozinha. “Ninguém viveu aqui nos últimos dez anos, não desde que minha querida mãe morreu, a menos que você conte com o velho elfo-doméstico dela, e ele é maluco, nunca limpou nada todo esse tempo.”


“Sirius” disse Mundungus, que parecia não ter prestado nenhuma atenção à conversa, mas esteve examinando de perto uma taça vazia. “Isso é prata de verdade, amigo?”


“Sim” disse Sirius, olhando para ele entediado. “A melhor prata forjada por duendes no século XV, ornamentado como brasão da família Black.”


“Ela ficou ofuscada, de qualquer forma” murmurou Mundungus, polindo a taça com seu punho.


“Fred, Jorge, NÃO, APENAS CARREGEM” gritou a Sra Weasley.


Harry, Sirius e Mundungo olharam ao redor e, numa fração de segundos, eles mergulharam para longe da mesa. Fred e Jorge haviam enfeitiçado um grande caldeirão de cozido, uma jarra de cerveja-amanteigada e uma pesada tábua de madeira de cortar pão, com faca e tudo mais, para empurrá-los pelo ar em direção a eles. O cozido derramou por cima da mesa e parou um pouquinho antes de chegar até a outra ponta, deixando uma grande queimadura na superfície de madeira; a jarra de cerveja-amanteigada caiu e quebrou, derramando o conteúdo por todo o lugar; a faca de cortar pão escorregou da tábua e aterrissou, com a ponta para baixo, agitando-se de forma ameaçadora, exatamente onde a mão de Sirius estava segundos atrás.


“PELO AMOR DE DEUS!” gritou a Sra Weasley. “NÃO HAVIA NECESSIDADE DISSO. JÁ CHEGA, ESTOU FARTA. SÓ PORQUE AGORA VOCÊS TÊM PERMISSÃO DE USAR MAGIA NÃO DEVEM FICAR CHICOTEANDO SUAS VARINHAS POR QUALQUER COISA.”


“Nós só queríamos apressar um pouco as coisas!” disse Fred, apressando-se para puxar a faca de pão da mesa. “Desculpe, Sirius, amigo... Não tinha a intenção...”


Harry e Sirius estavam ambos rindo; Mundungo, que tinha caído de sua cadeira, estava praguejando enquanto se levantava; Bichento deu um assobio furioso e correu para baixo do guarda-louças, de onde seus grandes olhos amarelos brilhavam no escuro.


“Meninos” disse o Sr. Weasley, erguendo novamente o cozido de volta ao centro da mesa “,sua mãe tem razão, vocês deveriam mostrar senso de responsabilidade agora que chegaram na idade...”


“Nenhum dos seus irmãos causou esse tipo de problema!” enfureceu-se a Sra. Weasley enquanto ela batia uma nova jarra de cerveja-amanteigada na mesa, derramando quase tanto quando da outra vez. “Gui nunca sentiu necessidade de aparatar a cada passo! Carlinhos nunca enfeitiçou tudo o que encontrava! Percy...


Ela parou de repente, tomando fôlego e olhando assustada para seu marido, que ficou com olhar grosseiro repentinamente.


“Vamos comer” disse Gui rapidamente.


“Parece maravilhoso, Molly” disse Lupin, colocando o cozido no prato dela com uma concha e entregando por sobre a mesa.


Por alguns minutos houve um silêncio exceto pelo ruído dos pratos e talheres e o ranger das cadeiras quando eles se inclinavam sobre a comida. Então a Sra Weasley se virou para Sirius.


“Eu pretendia dizer a você, Sirius, tem algo preso naquela escrivaninha do quarto, que fica se debatendo e sacudindo. Claro, poderia ser apenas um diabrete, mas pensei em pedir a Alastor para dar uma olhada antes de deixá-lo sair.”


“Como quiser” disse Sirius com indiferença.


“As cortinas de lá também estão cheias de doxies” complementou a Sra. Weasley. “Eu acho que deveríamos tentar cuidar delas amanhã.”


“Eu resolvo isso” disse Sirius. Harry ouviu sarcasmo em sua voz, mas ele não tinha certeza se alguém mais o faria.


***


“É quase hora de dormir, eu acho” disse a Sra. Weasley com um bocejo.


“Ainda não, Molly” disse Sirius, empurrando o prato vazio e tornando a olhar para Harry. “Você sabe, eu estou surpreso com você. Eu pensei que a primeira coisa que você iria me perguntar eram coisas sobre Voldemort.”


A atmosfera na sala mudou com uma velocidade que Harry associou à chegada dos dementadores. Onde segundos antes estava sonolento e relaxado, agora estava alerta e até tenso. Um arrepio correu ao redor da mesa ao mencionar o nome de Voldemort. Lupin, que estava quase tomando um gole de vinho, baixou sua taça vagarosamente, e olhou desconfiado.


“Eu perguntei!” disse Harry indignado. “Eu perguntei a Rony e Mione, mas eles disseram que não podiam entrar na Ordem, então...”


“E eles estão completamente certos” disse a Sra. Weasley. “Vocês são muito jovens.”


Ela estava sentada em sua cadeira, os punhos fechados contra os braços da cadeira, sem nenhum sinal de cansaço ou sono.


“Desde quando alguém precisa estar na Ordem da Fênix para fazer perguntas?” perguntou Sirius. “Harry estava preso na casa dos trouxas o mês inteiro. Ele tem o direito de saber o que está acontecendo...”


“Espere ai!” interrompeu Jorge.


“Por que é que Harry vai ter suas perguntas respondidas?” disse Fred furioso.


“Nós estivemos tentando arrancar alguma coisa de você o mês inteiro e você nem ao menos nos disse uma coisinha sequer” disse Jorge.


“’Vocês são muito jovens, vocês não estão na Ordem’” disse Fred, em um tom de voz bastante alto que soou estranhamento como o da sua mãe. “Harry também não tem idade!”


“Não é minha culpa não ter dito o que a Ordem está fazendo” disse Sirius com bastante calma -, foi decisão dos seus pais. Harry, no entanto...”


“Não cabe a você decidir o que é bom para Harry!” disse Sra Weasley com severidade. A expressão de seu rosto que normalmente parecia tranqüila desta vez estava assustadora. “Você não esqueceu o que Dumbledore disse, eu suponho?”


“Qual parte?” perguntou Sirius educadamente, mas com ar de um homem que se prepara para uma luta.


“A parte sobre não dizer a Harry mais do que ele precisa saber” disse a Sra. Weasley, colocando uma grande ênfase nas três últimas palavras.


As cabeças de Rony, Hermione, Fred e Jorge giravam de Sirius para a Sra. Weasley como se estivessem assistindo uma partida de tênis. Gina estava ajoelhada entre uma pilha de rolhas de garrafa, observando a conversa com sua boca levemente aberta. Os olhos de Lupin estavam fixos em Sirius.


“Eu não tenho intenção de dizer a ele mais do que ele precisa saber, Molly” disse Sirius. “Mas como ele é o único que viu que Voldemort voltou” novamente houve um tremor ao redor da mesa quando o nome foi pronunciado “ele tem mais direito do que a maioria...”


“Ele não é um membro da Ordem da Fênix!” disse Sra. Weasley. “Ele tem apenas quinze anos e...”


“E ele pode ser tratado como qualquer um que seja da Ordem” disse Sirius “e até melhor do que alguns.


“Ninguém está negando o que ele fez!” disse a Sra. Weasley, sua voz aumentando, suas mãos tremendo nos braços da cadeira. “Mas ele é apenas...”


“Ele não é uma criança!” disse Sirius impaciente.


“Ele também não é um adulto!” disse a Sra. Weasley, com o rosto já corando. “Ele não é Tiago, Sirius!”


“Eu sei perfeitamente quem ele é, obrigado, Molly” disse Sirius com frieza.


“Eu não tenho certeza disso!” disse a Sra. Weasley. “Às vezes, o jeito com que você fala sobre ele, é como se você pensasse que tem seu melhor amigo de volta!”


“E o que há de errado nisso?” disse Harry.


“O que há de errado, Harry, é que você NÃO é o seu pai, mesmo que você possa parecer com ele!” disse a Sra Weasley, seus olhar ainda perfurando Sirius. “Você ainda está na escola e adultos responsáveis não deveriam esquecer disso!”


“Você quer dizer que eu sou um padrinho irresponsável?” reclamou Sirius, com sua voz também aumentando.


“Penso que você sabe como agir imprudentemente, Sirius, e é por isso que Dumbledore continua relembrando que você deve ficar em casa e...”


“Vamos deixar minhas instruções de Dumbledore fora disso, se você pode me fazer esse favor!” disse Sirius em voz alta.


“Arthur!” disse a Sra. Weasley contornando seu marido. “Arthur, me ajude!”


O Sr. Weasley não falou nada. Ele tirou os óculos e os limpou cuidadosamente em suas vestes, sem olhar para sua esposa. Apenas quando ele os recolocou em seu nariz ele respondeu.


“Dumbledore sabe que as coisas estão mudando, Molly. Ele aceita que Harry precisa ser informado, até certo ponto, agora que vai ficar no Quartel-General.”


“Sim, mas há uma diferença entre isso e convidá-lo a perguntar qualquer coisa que ele queira!”


“Pessoalmente” disse Lupin calmamente, finalmente tirando a atenção que estava prestando a Sirius, e a Sra. Weasley se virou rapidamente para ele, esperançosa de que tivesse ganhado um aliado “, eu acho melhor que Harry saiba dos fatos. Não todos os fatos, Molly, mas de maneira geral. Por nós do que por uma versão distorcida... Dos outros.”


Sua expressão era doce mas Harry teve a certeza que Lupin, pelo menos, sabia que as Orelhas Extensíveis tinham sobrevivido à limpeza da Sra. Weasley.


“Bem” disse Sra. Weasley, respirando fundo e olhando ao redor da mesa por um apoio que não veio. “Bem... Eu vejo que fui derrotada. Eu vou apenas dizer isso: Dumbledore deve ter tido suas razões para não querer que Harry soubesse demais e falando como alguém que tem os melhores interesses sobre o Harry em seu coração...”


“Ele não é seu filho” disse Sirius calmamente.


“Mas é como se fosse” disse a Sra. Weasley ferozmente. ”Quem mais ele tem?”


“Ele tem a mim!”


“Sim” disse Sra. Weasley, com seus lábios enrolando “, o fato é, foi bem difícil pra você cuidar dele enquanto estava trancado em Azkaban, não foi?”


Sirius começou a se levantar da cadeira.


“Molly, você não é a única pessoa nessa mesa que se importa com Harry” disse Lupin com severidade. “Sirius, sente-se.”


O lábio inferior da Sra. Weasley estava tremendo. Sirius afundou novamente em sua cadeira, com o rosto pálido.


“Eu acho que Harry deve dar uma opinião sobre isso” continuou Lupin. “Ele já é grande o suficiente para decidir por ele mesmo.”


“Eu quero saber o que está acontecendo” disse Harry imediatamente.


Ele não olhou para a Sra. Weasley. Estava comovido com o que ela disse sobre ser como um filho mas ele também estava com suas mimas. Sirius estava certo, ele não era uma criança.


“Muito bem” disse a Sra. Weasley, sua voz explodindo. “Gina, Rony, Hermione, Fred, Jorge, eu quero vocês fora dessa cozinha, agora.”


Houve um ruído instantaneamente.


“Nós temos idade para isso!” gritaram Fred e Jorge juntos.


“Se Harry pode por que eu não posso?” berrou Rony.


“Mamãe, eu quero ouvir!” choramingou Gina.


“NÃO!” gritou a Sra. Weasley, ficando de pé com os olhos faiscando. “Eu proíbo definiti...”


“Molly, você não pode repreender Fred e Jorge” disse o Sr Weasley com muito cansaço. “Eles são maiores de idade apesar de ainda estarem na escola. Mas eles são legalmente adultos agora.”


A Sra Weasley agora tinha o rosto vermelho.


“Eu... Ah, então está bem, Fred e Jorge podem ficar, mas Rony...”


“Harry vai contar tudo a mim e a Hermione de qualquer forma!” disse Rony irradiante. “Você vai, não vai?” complementou incerto, olhando Harry.


Por um segundo Harry pensou em dizer a Rony que não o diria uma palavra sequer, que ele poderia experimentar ficar no escuro e ver como se sentiria. Mas esse impulso asqueroso sumiu quando eles se entreolharam.


“Claro que eu vou” disse Harry.


Rony e Hermione sorriram.


“Muito bem!” gritou Sra. Weasley. “Ótimo! Gina, PRA CAMA!”


Gina não ficou quieta. Eles podiam ouvir sua fúria e irritação por sua mãe por toda a escadaria até que os gritos da Sra. Black se uniram ao barulho. Lupin correu até o retrato para restaurar a calma e só depois que ele retornou, fechando a porta da cozinha e tomando seu lugar na mesa outra vez, foi que Sirius falou.


“Ok, Harry... O que você quer saber?”


***


“Nós queremos fazer experiências com o veneno das fadas para nossas Caixinhas de Coceira” disse Jorge a Harry.


Borrifando duas Fadas Mordentes de uma vez só enquanto elas voavam bem em direção a seu nariz, Harry chegou mais perto de Jorge e murmurou pelo canto da boca.


“O que são Caixinhas de Coceira?”


“Uma variedade de doces que deixam você doente” sussurrou Jorge, mantendo um olho atento nas costas da Sra Weasley. “Não doente de verdade, pense, apenas o suficiente para você não precisar ir a escola enquanto se sentir assim. Fred e eu temos trabalhado nisso durante o verão. Elas têm dois lados coloridos para mastigar. Se você comer a metade laranja das Pastilhas de Vômito você vomita tudo. Quando você for rapidamente retirado da sala de aula para ir a ala hospitalar, você engole a metade vermelha...”


“...Que restaura sua saúde na hora, deixando que você continue suas atividades de lazer de sua própria escolha durante uma hora que de outra forma teria sido dedicada a um tédio nada proveitoso. É isso que nós estamos colocando nos anúncios” sussurrou Fred, que tinha desviado da linha de visão da Sra. Weasley e agora catando algumas Fadas Mordentes do chão e colocando em seu bolso.” Mas eles ainda precisam de um pouco de trabalho. No momento nossas cobaias estão tendo um pouco de dificuldade para parar de vomitar pelo tempo suficiente para engolir a metade vermelha.


“Cobaias?


“Nós” disse Fred.” Nós nos alternamos. Jorge testou os Desmaios Falsos e ambos tentamos os de Hemorragia Nasal...”


“Mamãe pensou que nós estivéssemos duelando” disse Jorge.


“Então a loja de logros continua firme, não é?” murmurou Harry, fingindo estar ajustando o bocal de seu spray.


“Bem, nós não tivemos a chance de ter um local ainda” disse Fred, abaixando sua voz ainda mais enquanto a Sra. Weasley enxugava o suor do rosto com o cachecol antes de voltar ao ataque “então nós estamos trabalhando com pedidos via correio por enquanto. Nós colocamos anúncios no Profeta Diário da semana passada.”


“Tudo graças a você, companheiro” disse Jorge. “Mas não se preocupe... Mamãe não suspeita de nada. Ela não lê mais o Profeta Diário, porque eles continuam falando mentiras sobre você e Dumbledore.”


Harry deu uma risadinha. Ele forçou os gêmeos Weasley a pegar o prêmio de dez mil galeões que ele tinha ganhado no Torneio Tribruxo para ajudá-los com sua ambição de abrir uma loja de logros, mas ainda estava grato por saber que sua parte em promover os planos deles era desconhecido pela Sra. Weasley. Ela não achava que ter uma loja de gozações era uma carreira adequada para dois de seus filhos. Ele sentia que os gêmeos eram mesmo gratos a ele, e foi neste instante que o tempo congelou enquanto uma voz ecoava na mente de Harry


Tu és Eu, e eu sou tu.


Tu estabeleceste um novo laço.


Tu deveras ser abençoado quando criares Personas do Arcano do Heremita.


Tão logo a voz terminou de falar, o tempo voltou a correr como se nada houvesse acontecido. Enquanto voltava a desfadamordentização, Harry se lembrou do que Igor havia lhe dito da ultima vez que o viu.


Essa habilidade aumenta conforme você desenvolve seus Social Links. Seus laços emocionais com as pessoas.


“Então isso é um Social link...” Ele pensou enquanto borrifava uma fada mordente.

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