Despertar



Cápitulo 1 - Despertar


“Bem vindo ao Velvet Room” Saudou um homem calvo de aparência bizarra, ele tinha grandes olhos esbugalhados, e um nariz absurdamente longo. Ele estava sentado atrás de uma mesinha redonda, sentada ao lado dele, havia uma mulher de curtos cabelos loiros e olhos dourados, ela usava um vestido azul, e não parecia que iria falar nada. O lugar em que eles estavam era semelhante a um bar, tudo ali era da mesma cor azul arroxeada, e, atrás do balcão, um rapaz de cabelos loiros estava ocupado limpando um copo.


“Este lugar existe entre o sonho e a realidade, a mente e a matéria. É um lugar em que somente aqueles ligados por um contrato podem entrar.” Voltou a falar o homem. E antes que alguém pudesse falar qualquer coisa, ele continuou. “Meu nome é Igor, estou feliz em conhece-lo.” Assim que ele terminou de falar, Igor indicou a mulher ao seu lado.


“Está é minha assistente, Margaret. E aquele atrás do balcão é Theodore.” Ao ouvir seus nomes, as duas outras pessoas ali presentes acenaram brevemente.


“Agora, por que você não se apresenta a nós.” Igor sugeriu enquanto olhava diretamente para a pessoa em pé diante dele.


Era um rapaz não muito alto, ele tinha cabelos negros bagunçados e olhos verdes escondidos atrás dos óculos de fundo de garrafa, alem de uma cicatriz em forma de raio na testa. Ao finalmente receber uma chance para falar, o rapaz se apresentou.


“Harry Potter” Foi tudo o que ele disse enquanto encarava o homem sentado a sua frente.


“Pegue isso.” Foi tudo o que Igor disse antes de entregar uma pequena chave a Harry, o mesmo hesitou um pouco, mas acabou pegando a chave. “Agora, eu não devo mante-lo aqui por mais tempo.” Assim que Igor terminou de falar, Harry se sentiu perdendo a consciência.


*****


A Magnolia Road, como a Rua dos Alfeneiros, era cheia de grandes casas quadradas com passeios perfeitamente


tratados, todas possuídas por donos grandes e quadrados, que dirigiam carros limpíssimos, parecidos com o do tio


Válter. Harry preferia Little Whinging à noite, quando as janelas cortinadas lançavam quadrados de cor brilhantes como jóias na escuridão e ele não corria perigo de ouvir os murmúrios de desaprovação sobre sua aparência "delinqüente" quando passava pelos moradores. Ele andava rapidamente, de modo que na metade do caminho da Magnolia Road a turma de Dudley apareceu novamente; estavam despedindo-se na entrada da Rua Magnólia. Harry entrou nas sombras de uma imensa árvore e esperou.


"... gritou como um porco, não foi?", Malcolm dizia, para rir dos outros.


"Belo gancho de direita, Grande D", disse Pedro.


"Mesma hora amanhã?", disse Dudley.


"Perto da minha casa, meus pais estarão fora", disse Gordon.


"Até lá, então", disse Dudley.


"Até, Dud!"


"Até logo, Grande D!"


Harry esperou que o resto da turma continuasse antes de andar novamente. Quando suas vozes tinham desaparecido mais uma vez dobrou a esquina para a Rua Magnólia e andando bem rápido logo chegou a uma pequena distância de Dudley, que estava passeando cantarolando sua música desafinada.


“Hey, Grande D!


Dudley se voltou.


“Ah” ele resmungou. “É você.”


“Desde quando você é "Grande D"?” disse Harry.


“Cale-se” reclamou Dudley, virando-se.


“Nome legal” disse, sorrindo e mantendo o passo ao lado do primo. “Mas você sempre será Dudinha para mim.”


“Eu disse, CALE-SE!” disse Dudley, cujas mãos parecidas com presunto tinham fechado-se em punhos.


“Os rapazes não sabem que é assim que sua mãe o chama?”


“Fecha a boca.”


“Você não a manda fechar a boca. Que tal "Popkin" e "Dinky Diddydums", posso usá-los então?”


Dudley não disse nada. O esforço de evitar bater em Harry parecia exigir todo seu autocontrole.


“Então, em quem esteve batendo esta noite?” Harry perguntou, seu sorriso desaparecendo. “Outro garoto de dez anos? Eu sei o que você fez com Mark Evans há duas noites.”


“Ele estava pedindo isso” reclamou Dudley.


“Ah, é?


“Ele foi insolente.


“É? Ele disse que você parecia com um porco que aprendeu a andar com as patas traseiras? Porque isso não é ser insolente, Duda, é a verdade.”


Um músculo estava tremendo na mandíbula de Dudley. Dava a Harry uma enorme satisfação saber quão furioso ele estava tornando Dudley; sentia como se estivesse esvaziando sua própria frustração no seu primo, o único escape que possuía.


Viraram exatamente no estreito beco onde Harry vira Sirius pela primeira vez e que era um atalho entre a Rua Magnólia e Wisteria Walk. Estava vazio e muito mais escuro do que as ruas que ele ligava, porque não havia postes. Seus passos eram abafados entre as paredes da garagem de um lado e uma alta cerca do outro.


“Você acha que alguma coisa carregando essa coisa, não é?” Dudley disse depois de alguns segundos.


“Que coisa?”


“Essa... Essa coisa que está escondendo.”


Harry sorriu de novo.


“Não é tão idiota quanto parece, não é, Duda? Mas suponho que, se fosse, não seria capaz de falar e andar ao mesmo tempo.”


Harry tirou a varinha. Viu Dudley olhar de esguelha para ela.


“Você não tem permissão” Dudley disse imediatamente. “Sei que não. Você seria expulso daquela escola de malucos que freqüenta.”


“Como sabe que não mudaram as regras, Grande D?”


“Não mudaram” disse Dudley, embora ele não soasse completamente convencido.


Harry riu suavemente.


“Você não tem coragem de me enfrentar sem essa coisa, tem?” Dudley resmungou.


“Enquanto que você precisa de quatro amigos por atrás antes de espancar um garoto de dez anos. Sabe aquele título de boxe que você fica exibindo? Quantos anos tinha o seu oponente? Sete? Oito?”


“Ele tinha dezesseis, para sua informação” reclamou Dudley “e ele ficou desmaiado por vinte minutos depois que acabei com ele e ele era duas vezes maior que você. Espera só eu contar a papai que você tirou essa coisa...”


“Correndo pro papai agora, não é? O Dudinha campeão de boxe com medo da nojenta varinha do Harry?”


“Não é tão corajoso à noite, não é?” zombou Dudley.


“Está de noite, Dudinha. É assim que chamamos quando tudo fica escuro como agora.


“Quis dizer quando está dormindo!” reclamou.


Ele parou de andar. Harry parou também, fitando o primo. Do pouco que podia ver do rosto largo de Dudley ele estava com um estranho olhar de triunfo.


“O que quer dizer, não sou corajoso quando estou dormindo?” disse Harry, completamente embaraçado. “Do que eu teria medo, travesseiros ou o quê?”


“Ouvi você noite passada” disse Dudley sem respirar. “Falando dormindo. Gemendo.”


“O que quer dizer?” Harry disse de novo, mas havia uma sensação de gelo mergulhando no seu estômago. Tinha revisitado o cemitério nos sonhos da noite passada.


Dudley soltou uma risada grosseira, então adotou uma voz chorosa aguda.


“’Não mate Cedrico! Não mate Cedrico!’ Quem é Cedrico, seu namorado?”


“Eu... Você está mentindo” disse Harry automaticamente. Mas sua boca ficara seca. Ele sabia que Dudley não mentira, do contrário como saberia sobre Cedrico?


“"Papai! Me ajude, papai! Ele vai me matar, papai! Buu uhh!"


“Cala a boca” disse Harry calmamente. “Cala a boca, Dudley, estou avisando!


“"Venha me ajudar, papai! Mamãe, venha me ajudar! Ele matou Cedrico! Papai, me ajude! Ele vai..." Não aponte essa coisa para mim!”


Dudley retrocedera contra a parede do beco. Harry estava apontando a varinha diretamente para o coração do primo.


Podia sentir o ódio de catorze anos contra Dudley fervendo nas veias. o que não daria para atacar agora, azará-lo com tanta força que ele teria que rastejar para casa como um inseto, cheio de antenas...


“Nunca mais fale sobre isso de novo” Harry resmungou. “Entendeu?”


“Aponte essa coisa para outro lugar!”


“Eu disse, entendeu?”


“Aponte para outro lugar!”


“ENTENDEU?”


“AFASTE ESSA COISA DE...”


Dudley arfou estranhamente, estremecendo, como se houvesse mergulhado em água gelada.


Algo tinha acontecido com a noite. O céu azul polvilhado de estrelas de repente tornou-se totalmente preto e sem luz - as estrelas, a lua, os postes de ambos as pontas do beco desapareceram. O rugido distante dos carros e o sussurro das árvores se foram. A noite agradável estava repentinamente de um frio penetrante. Estavam rodeados por uma escuridão total, silenciosa e impenetrável, como se alguma mão gigante houvesse jogado um manto frio e grosso sobre todo beco, cegando-os.


Por um breve segundo Harry achou que tinha feito magia sem querer, a despeito do fato que estivera resistindo o máximo que podia então seu senso predominou não teria poder para sumir com as estrelas. Voltou a cabeça por todos os lados, tentando ver algo, mas a escuridão pressionava seus olhos como um véu leve.


A voz aterrorizada de Dudley surgiu no ouvido de Harry.


“O-o que está fa-fazendo? Pa-pare!”


“Não estou fazendo nada! Cala a boca e não se mova!”


“Não co-consigo ver! Fi-fiquei cego! Eu...”


“Disse cala a boca!”


Harry ficou parado, voltando seus olhos cegos para a direita e esquerda. O frio estava tão intenso que tremia todo; arrepios tinham erguido seus braços e os pêlos da nuca estavam em pé, ele abriu os olhos ao máximo, fitando em volta, sem ver nada.


Era impossível... Eles não podiam estar ali... Não em Little Whinging... Ele apurou os ouvidos... Escutá-los-ia antes de vê-los.


“Vou co-contar ao papai!” Dudley choramingou. “O-onde você está? O que está fa-fazendo-?”


“Você vai se calar?” Harry silvou.” Estou tentando esc...”


Mas ele se silenciou. Tinha ouvido exatamente o que temera.


Havia algo no beco além deles, algo que estava respirando longa e roucamente. Harry sentiu um horrível choque de


terror enquanto ficava tremendo no ar congelante.


“Pa-pare com isso! Pare de fazer isso! Vou ba-bater em você, juro que vou!”


“Dudley, cala...”


PAM.


Um punho fez contato com o lado da cabeça de Harry, derrubando-o. Pequenas luzes brancas apareceram na frente de seus olhos. Pela segunda vez em uma hora, Harry sentiu como se sua cabeça tivesse lascado em duas; no momento seguinte, tinha caído com força no chão e sua varinha voara da sua mão.


“Seu idiota, Dudley!” Harry gritou, os olhos lacrimejando com a dor enquanto punha-se de quatro, sentindo os arredores freneticamente na escuridão. Ouvira Dudley desatinar a correr, atingindo a cerca do beco, tropeçando. “DUDLEY, VOLTE! ESTÁ CORRENDO DIRETO PARA ELE!”


Houve um horrível grito e os passos de Dudley pararam. Ao mesmo tempo, Harry sentiu um frio fantasmagórico atrás dele que só podia significar uma coisa. Havia mais de um, e ele estava prestes a atacar.


Assim que ele percebeu isso, Harry sentiu seu coração disparar, ao mesmo tempo em que uma voz soava em sua cabeça.


Eu sou tu.


E tu sois eu.


A hora chegou. 


Assim que a voz se calou, uma carta de taro apareceu flutuando um pouco acima de Harry, sem perceber, ele se levantou até ficar na altura dela, a fazendo ficar na frente dele. E, antes que ele pudesse se controlar, ele havia começado a falar.


“Per... so... na!” Assim que terminou de falar, Harry esmagou a carta.


No mesmo instante, ele foi envolvido em uma luz azul, ela era clara o suficiente para iluminar o beco inteiro, revelando assim, os dois dementadores que os atacavam.


Um pouco atrás de Harry, um rapaz de mais ou menos a idade dele estava flutuando. Ele tinha uma estranha tatuagem azul que se estendia por todo o corpo dele, alem de um chifre na nuca e uma pele cinzenta.


Assim que apareceu, o rapaz apontou para um dos dementadores, e, antes que pudesse fazer qualquer coisa, o mesmo foi engolido por chamas que surgiram do nada.


O dementador que estava atacando Dudley o largou rapidamente e avançou contra Harry, instintivamente, ele apontou para o dementador, e antes que pudesse evitar, um nome escapava por seus labios.


“Hitoshura!” Ao ouvir isso, o rapaz imediatamente atingiu o dementador com um forte soco que o mandou alguns metros para trás, e, sem dar tempo para ele reagir, o rapaz estendeu novamente a mão para o dementador, e logo o mesmo também foi consumido por chamas.


Um pouco surpreso, Harry se virou para agradecer o rapaz, mas antes que conseguisse, o mesmo começou a falar.


“Eu sou Hitoshura, aquele que não é nem humano e nem demônio, e ao mesmo tempo é ambos.” E sem dizer mais nada, Hitoshura desapareceu em luz azul, sendo substituído pela mesma carta de taro que Harry havia esmagado antes. A mesma rapidamente entrou dentro dele,que desabou cansado no chão. Por sorte, sua varinha havia caído perto dele, que rapidamente a pegou.


Não conseguia acreditar no que tinha acabado de acontecer. Os dementadores ali, em Little Whinging.


Dudley ficara enrodilhado no chão, choramingando e tremendo. Harry se inclinou para ver se estava em bom estado para levantar-se, mas então ouviu passos alto correndo atrás dele. Instintivamente ergueu a varinha, virou-se para encarar o recém-chegado.


A Sra. Figg, a velha e maluca vizinha, vinha arfando. Seu cabelo cinzento escapava pela redinha de cabelo, uma sacola de compras tinindo balançava no seu pulso e seus pés estavam metade fora dos chinelos de tartã. Harry guardou a varinha apressadamente para tirá-la de vista, mas...


- Não a guarde, garoto idiota! - ela gritou. - E se houverem mais deles por aí? Ah, vou matar Mundungo Fletcher!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.