NA FLORESTA



As vassouras planavam juntas, quando Sue viu a nuvem de morcegos que se aproximava pelo ar... olhou o relógio, meia noite e meia... seis longas horas até o nascer do sol. Gritou para os outros:
    ‒ Desçam, agora!
    Rapidamente mergulharam em direção à floresta, jogando as vassouras no chão. Ao tocarem o solo, Sue disse-lhes:
    ‒ Depressa, fiquem todos juntos, não deixem que eles se aproximem, usem as estacas e não as deixem nos corpos! ‒ os vampiros aproximavam-se, eram mais de dez, tinham apenas as presas, mas eram assustadores e muito fortes, Sue deu o primeiro golpe com o punhal, Rony acertou uma vampira gorda com alguma dificuldade, ela espirrou sangue negro em sua cara, Willy avançou sobre um vampiro mais baixo, Hermione errou um golpe num vampiro, que a pegou pelo pescoço, Sue cravou o punhal na têmpora dele, que caiu estrebuchando. Para cada vampiro que eles conseguiam acertar, Sue acertava dois ou três, ela era muito rápida e eles não sabiam que ela passara a infância inteira golpeando espantalhos como aquele que Sirius usava nas aulas. De repente, estavam cercados do que sobrara dos vampiros, que ia se desintegrando rapidamente.
    ‒ Amanhã, quando o sol chegar, não vai sobrar nem fumacinha deles... vamos, eu preciso achar meu pai.
    Os garotos pegaram as vassouras no chão, Rony olhou para a Firebolt de Harry e cuidadosamente a segurou, sentiu medo repentinamente... lembrou-se que na floresta proibida não havia apenas vampiros... que numa ocasião ele e Harry  deram de cara ali dentro com um bando de aranhas gigantes...sorte que fora bem longe dali... Continuaram andando, juntos, dava para ver a respiração deles saindo dos narizes, em golpes de fumaça branca. Draco olhou para o chão e viu que uma névoa branca o envolvia, parou de medo.
    ‒ Sue!
    Uma vampira de pele amarelada materializou-se imediatamente, pegando-o por trás, com os dentes perigosamente próximos ao seu pescoço, Sue acertou-a com o punhal e Draco ficou tremendo.
    ‒ Quando eles conseguem te pegar por trás é muito difícil escapar ‒ Sue disse olhando nos olhos de Draco ‒ por isso estamos todos colados, entende? Não fique de novo para trás. ‒ ela o puxou para junto dos outros, subitamente eles ouviram um som estranho, de luta. Numa clareira adiante, alguém lutava contra muitos vampiros.
    ‒ Meu pai! Vamos! ‒ Sue puxou-os e eles desataram a correr, abriu-se uma clareira e eles puderam vê-los.
    Atlantis estava caído, John protegia-o enquanto mais de  quarenta vampiros arremetiam furiosamente, John abrira feridas na própria pele, e quando um vampiro se aproximava mais acabava queimado pelo seu sangue. Eles queriam pegar Atlantis, que estava quase morto no chão. Sem hesitar por um minuto, Sue juntou-se ao pai, e os outros a seguiram, em pouco tempo Sue também estava coberta de sangue dos vampiros e de alguns cortes que fizera nos braços, os vampiros iam caindo ruidosamente à sua volta, Rony, Hermione Willy e Draco aos poucos iam conseguindo contabilizar mais prejuízos para os vampiros. Até que John partiu ao meio o último com uma espadada e caiu ao chão deitado, exausto.
    ‒ Acho que acabamos por aqui... algum de vocês por acaso sabe como curar feridas daquele jeito de bruxo?
    ‒ Pai ‒ Sue disse olhando Atlantis caído, inconsciente ‒ Eu acho que se o senhor não fizer alguma coisa, bem, eu acho que o pai da Willy não parece nada bem... ‒ John sentou-se no chão, olhando na direção de Atlantis, que realmente parecia à beira da morte... sua pele estava se esverdeando. Willy abraçada ao pai olhava John e Sue, apreensiva. John olhou para os jovens e disse:
    ‒ O que eu vou fazer é contra as leis da irmandade, se alguém mais ficar sabendo disso, bem, eu mato todos vocês, pessoalmente. Mas acho que não tenho outro jeito... rapidamente, tomou o punhal de Sue e deu um talho próprio pulso. Em seguida, esticou o pulso na direção dos lábios de Atlantis e deixou que seu sangue vertesse para a boca do bruxo. Ele estremeceu violentamente e gritou, um grito horrível, igualzinho o de um vampiro morrendo. Então, a ferida feita pelo vampiro cicatrizou e ele ergueu a cabeça, olhando atônito em volta.
    ‒ Sossegue, companheiro... John bateu em seu ombro ‒ você acaba de tomar o cocktail curativo do Dr. Van Helsing... meu próprio sangue. Tudo que havia de vampiro em você foi expulso... mas sinto te dizer que da próxima vez, se eu não estiver por perto você se ferra ‒ John sorriu palidamente, agora ele estava com a aparência pior que a de Atlantis, e caiu  no chão, desmaiado. Hermione aproximou-se dele e olhou-o dizendo:
    ‒ Ele não está bem...
    ‒ Ei, vocês são bruxos, devem saber alguma coisa... não podem deixar meu pai morrer...‒ Atlantis olhou Sue sério e apontou a varinha para o próprio coração.
    ‒ Vita Primessência ‒ Atlantis disse na sua voz gutural. Ele contraiu o rosto e Hermione e Rony puderam acompanhar novamente o feitiço que haviam visto Sirius fazer em Sheeba no passado. Atlantis soprou a batida de seu coração nos lábios de John, Sue olhava-os espantada. Então, John retomou a consciência e disse, olhando para Atlantis:
    ‒ Se você fez o que penso que fez, quero deixar bem claro que da próxima vez vou preferir ser atendido por uma bruxa... e das bem jeitosinhas.
    ‒ Da próxima vez quero deixar bem claro que vou estar bem longe de você e desse seu senso de humor insuportável e doentio ‒ Atlantis riu ‒ acho que devemos agradecer às nossas filhas... se não fossem elas provavelmente a essa hora eu seria um vampiro e você seria passado.
    ‒ Mesmo achando você uma metidinha insuportável, Sue, tenho que concordar com ele... agora temos que fazer o que viemos fazer... vamos procurar Sirius e seu afilhado.
    ‒ Sim, mas antes, vou fechar essas feridas, vocês já perderam muito sangue por hoje. ‒ Com um rápido movimento de varinha, Atlantis curou as feridas de John e Sue. Eles voltaram a se agrupar, John tomou as duas espadas, Atlantis pegou o machado e seguiram por dentro da floresta.
    A floresta não parecia menos assustadora sem os vampiros. Era enorme e podiam dar voltas a noite inteira sem achar onde Caius escondera Sirius e Harry. Rony começou
    ‒  Willy, você consegue lembrar-se onde Caius te levou?
    ‒ Eu lembro apenas de gritos horríveis, a noite toda e o dia inteiro... gritos de pesadelo.
    ‒ A cripta, lembra Hermione?  A Murta disse que a Cripta tinha coisas que gritavam. ‒ Rony disse
    ‒ Sim, eu lembro... ela disse que a cripta era no coração da floresta... como vamos achá-la?
    ‒ Eu posso achar a cripta ‒ disse Atlantis ‒ transformado em cavalo ando bem mais depressa. ‒ ele disse e transformou-se no imenso corcel negro, sumindo rapidamente, em pouco tempo não ouviam sequer seu tropel. John sentou-se num tronco de árvore e disse:
    ‒ Que beleza... Só falta termos enfrentado isso tudo à toa.. ‒ não acabou de falar, uma face branca surgiu de dentro da árvore, ele olhou-a assustado.
    ‒ Vocês me chamaram, chamaram meu nome...
    ‒ Murta! ‒ Willy reconheceu-a ‒ você viu Harry? Sabe onde ele está?
    ‒ Sim, eu o vi... ele estava na Cripta ‒ Murta começou a chorar ‒ Willy eles são horríveis, o rei dos vampiros vai soltá-los.
    ‒ Eles quem, Willy?
    ‒ Os errantes!
    ‒ O que são errantes?
    ‒ Mortos vivos ‒ disse John ‒ comedores de carniça, carcaças podres que matam tudo aonde pisam. Há errantes aqui, fantasminha?
    ‒ Não me chame desse jeito ‒ Murta tornou a chorar ‒ eles conseguem segurar fantasmas! Eles me prenderam naquelas paredes! Eu só fugi porque eles estavam muito... excitados. O rei dos vampiros prometeu soltá-los essa noite... ele prometeu...
    ‒ E onde está Harry, Murta?
    ‒ Os Black o levaram pela passagem além da cripta.
    ‒ Os Black?
    ‒ Sim, eles vão entregá-lo ao mestre das trevas.

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