A PARTE BOA E A PARTE RUIM



Harry estava num lugar completamente diferente de onde haviam encontrado Caius Black. Ele e Sirius o haviam transportado por uma passagem que começava na porta dos fundos da câmara e ia até o lugar onde Voldemort havia combinado com Caius que ele seria entregue. Estava totalmente amarrado, não tinha varinha, estava completamente indefeso. Sirius desaparecera, a câmara estava deserta e ele estava posto sobre a pedra de um túmulo subterrâneo, sobre ele havia um bilhete:

    “ Eis a minha parte...
                Caius Black”

    O lugar era frio e Harry sentia os dentes baterem, estava esperando há mais de uma hora, mas nada acontecera.  Uma névoa tênue cobria o chão. Subitamente, sua cicatriz começou a doer. Ele viu  diante de si um clarão vermelho e repentinamente, Voldemort aparatou, fazendo com que sua cicatriz doesse como sempre que isso acontecia.
    ‒ E agora, Harry Potter? Vejo que meu aliado cumpriu o acordo... a essa hora, em Hogwarts, os errantes já devem estar espalhando o terror com seus passos da morte... Caius Black vai pagar um preço bem alto por sua ambição... você conhece a história da maldição?
    Voldemort começou a rir, parecia divertido para ele ver Harry preso, indefeso e amarrado.. ele não parecia ter pressa de acabar com ele, e começou a contar-lhe uma história:
    ‒ Eu estive em Hogwarts com o pai dos dois, Caius Black, o pai... ele morria de medo da maldição... estava escrito, na lápide da sepultura que Morpheus Black mandou fazer para sim mesmo, quando simulou a própria morte: “um dia, estaremos todos juntos”... inveja, Harry. Thelonius Black era uma sumidade... Morpheus, uma aberração... nascido trouxa numa família de três séculos de sangue bruxo... a parte ruim, a vergonha... quando os vampiros tomaram Londres, ele viu finalmente uma porta para chegar ao poder... ele se tornou vampiro por livre e espontânea vontade... não calculava que seu próprio irmão fosse fazer uma aliança para caçá-lo... A aliança sangrenta...
    Voldemort aproximou-se de Harry, falando-lhe com uma indisfarçada satisfação pela desgraça alheia:
    ‒ Thelonius juntou-se a Van Helsing... eles dizimaram os vampiros de Londres... na mesma noite caíram mais de duzentos... Drácula tentou fugir, mas foi alcançado... então, quando tudo parecia calmo, aconteceu. Thelonius descobriu que seu primogênito fora vampirizado por Morpheus... o nome dele: Sirius... parece familiar, não? A parte ruim, novamente...
    ‒  Thelonius não teve coragem de cravar uma estaca no coração do próprio filho... mandou-o a Nova Iorque, para junto do tio, renegou-o...  seu filho mais novo recebeu de Van Helsing um anel com sangue imune... desde então, os Black passam de geração a geração este anel ao filho predileto, ele evita que o vampiro possa tocar o sangue daquele que o usa... não pode ser usado por outra pessoa, a não seu um Black. É a contramaldição... mas só havia um anel.. e muitos Black... Thelonius então teve uma idéia, podia financiar a Irmandade em Nova Iorque... era rico, mandou seu filho mais novo, com o anel para Nova Iorque, junto com o filho do homem de sangue imune.
    Conforme Voldemort falava, a névoa ia agitando-se aos seus pés, ele não percebia que ela ia acompanhando-o conforme ele andava de um lado para o outro, explicando a história da maldição a Harry.
    ‒ Mas o irmão não teve coragem de matar seu sangue... e foi assim por muito tempo, o filho predileto era sempre mandado a Nova Iorque matar os vampiros... por algum motivo misterioso, o filho preterido sempre acabava vampiro... antes de me tornar  Voldemort, eu e o Velho Caius Black pai fomos amigos... ele me confidenciou que preferia Caius, o filho que tinha seu nome, o anjo de olhos azuis... ele não calculava que Caius rejeitaria essa proteção... o filho programado para se tornar vampiro não se entregou...eu esperei o momento certo e me aproximei de Caius... agora, quando ele cumprir a maldição, vai libertar os errantes para mim.... basta derramar o sangue de um inocente sobre a pedra da cripta para libertá-los
    ‒ E se eu não quiser cumprir a maldição, Voldemort? ‒ a névoa que acompanhava Voldemort transformara-se em Caius Black, que agarrara Voldemort por trás, segurando-lhe o pescoço com as mãos fortes, falava quase no ouvido dele, as presas ameaçadoras quase encostando-se no pescoço do bruxo.
    ‒ Caius... você vai descumprir nosso acordo?
    ‒ Você descumpriu primeiro, ou pensa que eu não sei? Me prometeu vinte mil vampiros e quase me fez libertar aquele lixo dos errantes...  queria apenas morte sobre Hogwarts... depois os deixaria para trás, não se importando com as conseqüências... você sabia que eles adoram se alimentar de vampiros, isso os fortalece, corpos mortos com vida... você não me daria escravos... queria escravos para você... como não pode entrar em Hogwarts, deixou o trabalho sujo para mim... engenhoso.
    ‒ Vampiros nunca tiveram honra.
    ‒ Eu não sou um vampiro qualquer, Voldemort... eu sou um Black. Agora, eu estou a milímetros de transformar o Lord das trevas em um vampiro comum... meu escravo. Eu nunca acreditei nessa história que você não era mais humano... ora, Voldemort, eu sei que você precisou do sangue do menino  para renascer...se tem sangue, você me interessa... e, que chato para você, vampiros são imunes a feitiços de morte, de tortura. Não se combate o mal com o próprio mal... e não há nada nesta câmara que você possa conjurar em prata...
    Harry observava a tudo sem poder fazer absolutamente nada, de tão amarrado que estava, e imobilizado pela dor na cicatriz.... mas viu quando Voldemort apontou sua varinha para ele
    ‒ Se você fizer este feitiço, meu Lord, vai ser o último da sua triste carreira de bruxo... ‒ com um clarão, Voldemort desapareceu, a dor de Harry também. Sirius apareceu das sombras, dizendo ao irmão:
    ‒ Caius, porque você deixou que ele escapasse?
    ‒ Você não ouviu o que eu disse a ele, Sirius? Eu não sou um vampiro qualquer... seleciono o sangue que eu bebo. Imagine que lixo de vampiro daria Voldemort... agora, suma da minha frente, antes que eu me arrependa.
    ‒ Obrigado pela trégua, Caius.
    ‒ Não me agradeça. Nunca deva um favor a um vampiro Sirius, eu não fiz mais que minha obrigação... vá embora, por favor.
    Sirius acabou de soltar Harry e os dois saíram. Eles não puderam ver a expressão de Caius, que ficou de costas enquanto eles saíam. Sirius não sabia, mas se seu irmão tivesse alguma lágrima para chorar, choraria, pois pela primeira vez desde que se tornara um vampiro, Caius Black se arrependia por isso. Das sombras surgiu a vampira de aparência oriental que o acompanhava sempre. Ela caminhou em silêncio até Caius e abraçou-o .  Eles se beijaram levemente e ela disse:
    ‒ Vamos ter que começar tudo de novo... creio que todos os nossos morreram.
    ‒ Não importa. Ainda temos um ao outro. Vamos recomeçar em outro lugar.

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