PROFECIAS E PROMESSAS



Willy chorava mansamente nos braços de Sheeba. A mulher a tratava com um carinho de mãe... aos seus olhos era como se estivesse consolando a pequena Nuhra, que conhecera em Hogwarts quando fora estudante. Sheeba consolava-a como se não houvesse sua própria dor, como se não soubesse que naquele momento Sirius estava sob grande risco... agora que trazia dentro de si um filho dele, era impossível profetizar-lhe qualquer coisa, eram unidos demais, próximos demais...um só ser. O futuro dele era para ela tão incógnito quanto o seu próprio.  
    Hermione e Rony olhavam para as duas sem ter muito o que dizer... os dois imaginavam o que aconteceria se Harry e Sirius não conseguissem escapar, se John e Atlantis falhassem... ficavam imaginando o que seria de Hogwarts se os vampiros não fossem expulsos dali, a escola provavelmente acabaria. Subitamente, Willy levantou-se e encarou Sheeba:
    ‒ Sheeba, por favor, tire suas luvas... veja meu futuro, veja se encontro Harry, veja se meu pai volta... eu não posso perdê-los. ‒ Sheeba tirou as luvas e tocou nas mãos de Willy. Seu rosto não melhorou de aspecto. Ela encarou a menina novamente e disse:
    ‒ Quando o dia chegar tudo estará diferente, Willy. Não posso dizer o que vai acontecer a Harry, mas seu pai corre grande perigo... a vida dele depende da boa vontade de outra pessoa.
    Rony engoliu em seco e olhou para Hermione. Dessa vez eles não tinham como ajudar. Sheeba levantou-se e disse:
    ‒ Preciso falar com Dumbledore.

    No salão, Draco Malfoy estava ao lado de Sue, os dois tinham a mesma cara aborrecida.
    ‒ Não sei porque meu pai não me levou junto...
    ‒ Não sei porque você iria querer entrar num antro de vampiros.
    ‒ Para matá-los, ora... cara, você é muito, muito covarde... e não tem consideração nenhuma pela vida humana... você entende francês?
    ‒ Um pouco...
    ‒ Então deve saber que seu sobrenome em francês quer dizer “má vontade”. Com licença. ‒ Sue levantou-se aborrecida. Draco olhou em volta, levantou-se sem graça e foi refugiar-se nas masmorras da Sonserina. Mas não ficou lá nem cinco minutos. Voltou correndo, para encontrar Sue muito aborrecida, já subindo para os aposentos de hóspede.
    ‒ Você quer ajuda para sair do castelo, Sue?
    ‒ Você está se propondo a me ajudar, Draco? Sabe como sair deste castelo e ir para a floresta proibida?
    ‒ Não. Mas garanto que deve haver um jeito... o Potter sempre dá um jeito. E se houver um jeito, eu prometo que eu vou achá-lo... venha.
    Depois de pensar cerca de meia hora, Draco lembrou-se que talvez ninguém tivesse lacrado as saídas do corujal,  janelinhas sem grades nem vidros de meio metro por meio metro, por onde entravam e saíam as corujas... era arriscado sair pelo buraco por onde passa uma coruja, mesmo tendo uma vassoura. Mas valia a pena se fosse para ficar perto de Sue.
    No caminho para o corujal foram encontrados pela professora Minerva, que pegou um por cada braço, trazendo-os para o térreo.
    ‒ Sr Malfoy... levar uma moça para o Corujal, à noite, num momento delicado como esse é no mínimo de muito mau gosto... vou falar com o Professor Snape imediatamente... e descontarei dez pontos da Sonserina pelo abuso.
    Draco e Sue ficaram miseravelmente sentados na escada... ele então disse:
    ‒ Se ao menos eu tivesse uma capa de invisibilidade como a do Potter...
    ‒ Você morre de inveja desse cara, hein?
    ‒ Ah, fique quieta, garota.



    Atlantis e John atravessavam a floresta quando John viu os primeiros vampiros. Sem hesitar por um minuto, tirou as duas grandes espadas de prata de dentro do sobretudo e abriu os braços.
    ‒ Rápido, Atlantis! ‒ Conforme os vampiros iam se aproximando, ele ia  agitando as espadas no ar, a sua volta, os vampiros eram arremessados aos pedaços para todos os lados, um foi pisoteado por Atlantis, mas conseguiu agarrar-se nas patas traseiras dele, cravando os seus dentes numa delas, John rapidamente enfiou-lhe a espada no crânio e ele caiu, mas a perna de Atlantis sangrava irremediavelmente, ele tinha que impedir que Atlantis morresse, olhou em volta contabilizando quantos ainda restavam e disse a Atlantis:     ‒ Volte a ser humano! ‒ saltou rapidamente das costas dele, brandindo as espadas no ar. Achava que tinham poucas chances contra mais de cem vampiros, mas tinha que tentar.
    ‒ Pegue o machado, Atlantis, o machado! ‒ Atlantis tomou o machado, John viu que as forças faltariam a ele a qualquer momento, mas colocando-se entre ele e as dezenas de vampiros, começou a distribuir espadadas pelos lados e para a frente, com o canto do olho observava Atlantis pensando “ele não pode morrer, ele não pode morrer”
    

    Na Cripta, a Murta finalmente começou a falar:
    ‒ São errantes... eles me prenderam... milhares deles... eles estão sentindo que vão ser libertados... eles querem a morte... eles se alimentam dos mortos...‒ a fantasma começou a balbuciar palavras sem sentido. Sirius olhava Caius, que atônito olhava para Harry e para a Murta. A outra vampira que entrara com eles na câmara aproximou-se de Caius e disse:
    ‒ Ele nos traiu... errantes não nos interessam, Caius. Vamos vampirizar o garoto. O acordo foi quebrado
    ‒ Para matá-lo, vocês terão que me pegar primeiro, víbora ‒ Sirius colocara seu corpo imenso entre os dois vampiros e Harry. Caius estava parado, olhando para o irmão e para a vampira. ‒ Caius, olhe para mim... acha que eu vou deixar você tocar em Harry sem antes me matar? Não se esqueça que com esse anel você não vai conseguir me vampirizar...
    Harry não fazia a menor idéia do que eram errantes, a cada minuto a história fazia menos sentido.


    Em Hogwarts, Draco e Sue acabavam de convencer Willy a pegar sua capa de invisibilidade e (o que fora mais difícil) convencer Rony e Hermione a pegarem a  vassoura e a capa de Harry... agora, os cinco subiam silenciosamente a escada rumo ao corujal. “O que a gente não faz por causa de uma garota” ‒ Draco pensava, enquanto via o corujal se aproximando. Ao chegarem lá em cima, Sue disse:
    ‒ Somos cinco, temos quatro estacas, um punhal e três vassouras... precisamos nos dividir
    ‒ Primeiro precisamos saber se vamos conseguir levantar vôo daqui ‒ Draco disse olhando uma das janelas do corujal. Acho que Willy consegue, mas dois numa vassoura fica complicado...
    ‒ Eu não quero estragar a vassoura de Harry ‒ Rony disse
    ‒ Imbecil, se não me engano, a essa hora pode não haver mais “Harry” para você devolver a vassoura...
    ‒ Porque me convenci a fazer isso contigo, Malfoy?
    ‒ Ei, ei! Parem com isso ‒ Sue olhava os dois aborrecida ‒ será que vocês não podem ficar um pouco quietos?. Willy, eu sei que você me detesta... mas acho que agora nós precisamos uma da outra, seu pai e o meu estão lá fora sozinhos enfrentando mais ou menos umas dez dúzias das criaturas mais horríveis que você pode imaginar... seu namorado está prestes a ser entregue a um bruxo que dizem que é muito, mas muito horrível mesmo... acho que precisamos resolver nossas diferenças, que tal?
    ‒ Eu não gosto de você, mas você está certa. Qual é o plano?
    ‒ Bem, precisamos levantar vôo juntos e permanecer juntos... é a nossa única chance. Algum de vocês sabe algum jeito de quebrar uma dessas janelinhas minúsculas para que possamos passar?
    ‒ Engorgio! ‒ Hermione apontou a varinha para a janela e automaticamente ela se transformou num amplo janelão.  ‒ Quando passarmos vou precisar fechá-la de novo... isso provavelmente vai custar minha monitoria
    ‒ Não vale a pena, para salvar Harry? ‒ Rony olhou-a, com os olhos faiscando. Ela simplesmente baixou a cabeça.

    Naquele momento, na floresta, Atlantis perdia os sentidos.



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