O DIA SEGUINTE



Pela manhã, em Hogwarts, Harry correu para Sirius assim que o viu, queria contar-lhe o pesadelo. Sirius ouviu-o e o levou para sua sala. Trazia na mão uma carta que chegara por uma coruja vinda de Nova Iorque.
    ‒ Sirius, eu tive um sonho... ‒ Sirius olhou-o sério. Suspirou fundo e começou:
    ‒ Você teve um sonho com Voldemort em que ele fazia um acordo com um vampiro para pegar a você e a mim, não é isso?
    ‒ Como você sabe?
    ‒ Eu tive o mesmo sonho... precisamos falar com Dumbledore.
    Na sala de Dumbledore, Sirius contou-lhes tudo, inclusive sua recente “descoberta” que Caius estava vivo e era um vampiro.
    ‒ Sirius, eu não posso acreditar que durante todos estes anos você não soubesse que seu irmão havia se tornado um vampiro...que o seu pai não quisesse acreditar, eu entendo...
    ‒  Dumbledore, quando saí de Hogwarts eu procurei me concentrar na nossa guerra com Voldemort... era uma forma de esquecê-lo... quando John Van Helsing me disse que ele era um vampiro, eu não acreditei... eu havia ido ao enterro dele... acreditava ter visto seu corpo... eu era um menino, mas me lembrava...
    ‒ Seu pai transfigurou pedras num falso corpo, Sirius... ele nunca admitiu, mas todos sabiam que era uma farsa.
    ‒ Hoje eu sei. Depois, aconteceram tantas coisas... Azkaban, Harry... eu nunca havia esquecido, mas procurava deixar no passado. Ontem, quando acordei do sonho eu vi que eu não devia ter fugido... agora é tarde. Caius não é apenas um vampiro... é um monsto.
    ‒ Não se censure, Sirius, isso nunca havia acontecido antes, nem mesmo eu poderia calcular que Voldemort pudesse se aliar a vampiros... os bruxos das trevas sempre consideraram vampiros criaturas menores... o fato deles terem sua briga secular com a Irmandade fazia deles aliados indesejáveis. Ninguém quer os Van Helsing como inimigos.
    ‒ Mas eles não vão vir atrás de mim... eles jamais conseguiriam entrar em Hogwarts.
    ‒ Sirius, eu sei disso... mas de qualquer forma, temos que nos prevenir.
    ‒ Como?  
    ‒ Chame John Van Helsing.
    ‒ Mas ele é um trouxa!
    ‒ Sim, ele é um trouxa e trouxas nunca estiveram em Hogwarts. Mas ele também é um especialista, e vai nos ajudar a combater vampiros se eles aparecerem... a segurança de você e de Harry vale mais que qualquer coisa. O ministério não vai gostar, mas eu dou um jeito. E Harry, quero te dizer uma coisa.
    ‒ Sim?
    ‒ Tente levar uma vida normal, não quero que você enxergue vampiros pelos cantos, está bem? O mesmo vale para você, Sirius.

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    John acabara de despertar em Nova Iorque. Olhou o relógio: seis horas da manhã. Ele não dormira nem três horas,  já inquieto pensando nos resultados medonhos que poderiam sair da parceria entre um bruxo das trevas e um bando de vampiros... Isso realmente nunca acontecera antes.  Lembrou-se de uma tarde, em Nova Iorque, há  muito tempo atrás, quando ele e Caius Black ainda eram amigos. Tinham ambos 19 anos.
    ‒ John ‒ Caius dizia ‒ não acha que deveríamos matar todos eles, nunca deixar que nenhum sobrevivesse?
    ‒ Não é fácil assim Caius... eles se multiplicam com muita facilidade e os membros da irmandade são poucos... há muito mais de cem anos, nossos “tatataravós” acharam que tinham matado todos, mas sobraram quatro.
    ‒ Eu sei... um deles era irmão do meu ancestral. Sabia disso?
    ‒ Sabia... a sina do irmão traidor... Morpheus Black.
    ‒ A maldição... meu pai acha que eles ainda pegarão Sirius... ele diz que eu sou a parte boa e Sirius é a parte ruim.... Assim como Thelonius era a parte boa e Morpheus era a parte ruim...
    ‒ Não existe isso de parte ruim, cara. Às vezes eu penso, se o sangue da minha família não simplesmente matasse o vampiro que o bebe, eu teria uma boa turma de parentes vampiros, de tanto que eles nos odeiam... e continuo achando uma loucura você ter vindo para cá...
    ‒ Não posso deixar os negócios de meu pai abandonados...
    ‒ Você é muito novo... e é bruxo pra caramba, para se enfiar nesse comércio idiota...
    ‒ Acho que na verdade meu pai quer me proteger de “você-sabe-quem”
    ‒ Eu não sei quem nada, Caius... não é possível que exista um sujeito assim tão perigoso... não entendo... vocês perdem tempo demais com isso.
    ‒ Você vai perder a sua vida toda matando vampiros... mesmo estando estudando para ser médico.
    ‒ Na minha família todos são médicos, advogados ou padres, mas acabamos passando a maior parte da vida matando vampiros... é bom que eles tenham medo de nós...
    ‒ Eu me preocupo demais com meu irmão... Sirius é rebelde e complicado desde que se entende por gente...
    ‒ Ele só tem doze anos! Vocês não podem esperar que ele seja um santo com vocês comentando que tem uma maldição pairando sobre a cabeça dele...
    ‒ Ninguém precisou comentar... ele descobriu. Quando meus tios foram pegos então... dois de uma vez...
    ‒ É, meu tio matou um de seus tios... o outro ainda está por aí. Existem treze parentes seus vampirizados...
    ‒ Mas vamos pegá-los, John, vamos pegá-los.
    Na verdade, eles pegaram Caius primeiro, ou melhor, Caius aceitou uma proposta de um dos tios, e mesmo perdendo seus poderes de bruxo deixou-se vampirizar... sumiu por três anos. John o  procurou, tentando pelo menos salvar-lhe a alma. O pai de Sirius esteve em Nova Iorque e disse a ele que Caius morrera lutando contra os vampiros sem ter sido vampirizado, mas ele sabia que não era verdade, ele tinha certeza... Quando o reencontrou, Caius já liderava o pequeno clã que havia sido formado pelo seu tio, Helder Black. John deu cabo de alguns, mas Caius escapou, John não teve ânimo de perseguir o ex-amigo... ele sabia qual era a intenção de Caius... para um vampiro, quinze anos não são nada... durante o tempo em que Sirius esteve preso,  Caius tomou o poder em diversos clãs, para isso traiu vários companheiros vampiros... até que chegou a Morpheus... seu ancestral, um vampiro de mais de cem anos, um dos líderes da Aliança em  Nova Iorque. Quando um outro membro da irmandade disse que havia matado Morpheus e que fora fácil pegá-lo sozinho, John soube que este fora traído por Caius.
    Um a um todos os Black vampirizados foram sendo mortos... todos caíram em armadilhas feitas por Caius. Agora, só havia um Black em Nova Iorque. Um vampiro chamado Caius. E um pressentimento que não enganava John dizia-lhe que ele atravessaria o Atlântico.
    
    Mais tarde,  John examinava listas de navios que embarcariam para Londres. Ele queria saber se algum deles levaria alguma carga onde os vampiros pudessem se esconder. Ele sabia que Vampiros preferiam formas antigas de viajar. Claro que não procurava caixões, ele sabia que eles eram inteligentes o suficiente para não precisarem mais viajar camuflados em caixões, apenas procuravam se esconder da luz do dia... Uma vez matara quinze vampiros de uma vez ao abrir durante o dia  um container que estava sendo levado para Baltimore... pena que não havia nenhum líder dentro dele... só vampiros escravos que estavam tentando escapar e formar um novo clã... matar escravos era muito freqüente e rotineiro... calculava que a Irmandade matasse uns 1500 por ano. Era o que controlava as populações vampiras.
    Não havia nada nas listas da guarda costeira que pudesse indicar que havia alguma carga suspeita... quem sabe num avião? Às vezes tinha inveja dos bruxos... fazer investigações do modo convencional era um saco. A sorte era que ele tinha amigos em todos os lados... ligou para um amigo do departamento de aviação e ele mandou pela Internet uma lista de cargas de avião. Ele foi examinando atentamente tudo, de repente encontrou. Mas o avião a essa hora já devia estar quase em Londres (droga): Um carregamento de "plantas" havia sido despachado às três horas da manhã em caixas fechadas em nome de Caius Black (esse cara de pau conserva até o mesmo nome... é muita empáfia!) com a recomendação de não abrirem as caixas de forma nenhuma pois pertenciam a um pesquisador que as retiraria na Inglaterra à noite. Se ele conhecia Caius, ele havia embarcado as caixas, usado o  poder de vampiro para se tornar névoa e então deslizar suavemente para dentro de uma delas... John olhou o relógio: pelo fuso horário, deveria estar anoitecendo em Londres...Caius já tinha saído de seu alcance.
    No dia seguinte, pela manhã, John acordou com uma grande coruja negra dentro de seu quarto (ei, eu conheço essa coruja!) que lhe trazia uma carta de Sirius, onde ele explicava o sonho que ele e o afilhado haviam tido(o que um garoto tem a ver com isso?). por fim, explicava que embora Hogwarts e Hogsmeade fossem normalmente seguras contra Voldemort e vampiros, Dumbledore achava que seria interessante que John fosse para lá (sem problema... eu deixo meu celular aqui...), apenas para traçarem um plano para combater os vampiros (realmente, se aquele clã e o tal bruxo fizeram uma aliança, a coisa vai ficar bem difícil). Ele precisava conseguir autorização da irmandade... levando-se em consideração que seu pai era o presidente, ele achava que teria problemas...

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