O DESMAIO



    Em Hogwarts, do outro lado do oceano, Sirius dava a seus alunos do sexto ano da Grifnória a última aula do programa sobre vampiros. Como de hábito estava sentado em seu banco alto e tinha ao lado um espantalho que servia de modelo para os alunos praticarem. Mas nesta aula ninguém treinaria como matar vampiros. Era uma aula teórica:
    ‒ Agora eu posso dizer que ensinei a vocês tudo que eu sei sobre como matar um vampiro. Nunca é demais lembrar que dois vampiros nunca morrem da mesma maneira... eles tanto podem pender a cabeça para o lado e morrer serenamente, quanto explodir, levando tudo à sua volta junto. Tudo depende do poder que este vampiro amealhou.. quanto mais poderoso, obviamente, mais difícil será de matá-lo. E não pensem que a idade de um vampiro conta. Embora eles atravessem séculos, alguns vampiros jovens, com 10 a 20 anos de vampirizados podem ser tão poderosos quanto outros bem mais velhos, porque vampiros são antes de tudo uma sociedade secreta e organizada, onde as disputas de poder são constantes.
    ‒ Eles têm entre eles uma hierarquia, que tem a ver com a capacidade de conseguir "o alimento", não pensem vocês que vampiros se alimentam do sangue que sugam... pensar isso é um erro muito comum. Se fosse assim, eles simplesmente assaltariam os bancos de sangue dos trouxas. O alimento para os vampiros é a vida. Quanto mais um vampiro mata, mais poderoso ele se torna. Os neófitos, vampiros recém criados, são os mais fáceis de se matar, pois além de não possuírem muito conhecimento dos próprios poderes, são tão ansiosos por sangue que se tornam presas muito fáceis. Além dos neófitos temos ainda os escravos, os irmãos e os líderes. Eles se agrupam em gangues, sem as quais lhes seria impossível sobreviver, portanto, saibam que dificilmente ao encontrar um vampiro ele estará sozinho.
    ‒ Finalmente, a informação mais importante: Nós não caçamos vampiros.
    Houve um burburinho entre os alunos... como assim, não caçavam vampiros? Para que então aprender como matá-los? Iriam deixar o mundo infestado por eles?
    ‒ Silêncio! ‒ Sirius tinha o dom de fazer a turma ficar quieta com uma palavra ‒ Eu ensinei vocês a se defenderem deles porque vocês podem encontrá-los em qualquer lugar, e precisam saber como os combater. Mas caçá-los não é tarefa dos bruxos, porque existe outra sociedade, secreta como a nossa, cujo atributo é caçá-los. E eu posso garantir a vocês que eles conseguem caçar muitos, se não fossem por eles, a humanidade já teria desaparecido.
    ‒ Sirius, quem são "eles"? ‒ Simas Finnigan estava ansioso pela informação que não tinha a respeito do seu assunto predileto.
    ‒ Vocês já devem ter ouvido falar de Drácula... ‒ Sirius apontou a varinha para o quadro e surgiu a figura de um homem de cabelos encaracolados longos e ruivos, e olhos negros saltados ‒ O velho Vlad, o empalador... ele não foi o primeiro, mas foi um dos mais poderosos... viveu quase mil anos na Romênia, até que, por mal de paixão, veio para Londres atrás de uma jovem que vira numa fotografia... a bela Wilhemina ‒ Harry sentiu um arrepio, justo o mesmo nome de sua namorada?  A figura no painel mudou para uma jovem muito bonita ‒ Ela era mais conhecida como Mina e tinha o rosto muito parecido com o da mulher por quem Vlad se tornara um vampiro. O problema foi que ele não veio só... junto com ele dezenas de vampiros invadiram Londres.. os trouxas morriam como moscas nas mãos deles, e cada trouxa que morria se tornava um vampiro. Londres tinha tido muito poucos vampiros até então.
    ‒ Havia um grupo, nascido há muito tempo atrás que controlava e caçava os vampiros, era conhecido como "A Irmandade da Raposa". Nessa época, um médico chefiava-os em Londres, seu nome era Van Helsing. ‒ apareceu no painel o retrato de um homem meio gordo, de pescoço forte e sobrancelhas grossas ‒ Até cem anos antes, a Irmandade também caçava bruxos, mas depois que eles conheceram realmente nosso mundo, passaram a nos respeitar e nos deixaram em paz. Van Helsing porém, vendo como o avanço dos vampiros estava sendo rápido e perigoso, resolveu fazer algo inédito. Pediu ajuda a um bruxo. ‒ Sirius tocou o painel e apareceu o retrato de um bruxo de cabelos e barbas negras, um olhar sério e ameaçador ‒ Thelonius Black, meu ancestral por parte de pai. Ele conhecia Van Helsing e o ajudou a expulsar alguns vampiros e matar outros tantos. Drácula voltou para sua terra, levando a moça, que seqüestrara. Van Helsing foi até a Transilvânia, onde com mais alguns rapazes, deu cabo de Vlad. Quando voltou a Londres, agradeceu a Thelonius, mas nenhum dos dois sabia que quatro vampiros haviam escapado. Eles embarcaram em um navio, o Andorra, para a América.
    ‒ A América do Norte parecia ser o lugar ideal para vampiros: liberdade, poucas perguntas, muito a construir... os vampiros tomaram a América de assalto. A Irmandade transferiu sua sede para lá. Foi lá que os vampiros começaram a se organizar em sociedades e clãs. ‒ Harry achou que Sirius estava omitindo alguma informação ‒ e desde então, a Irmandade da Raposa e os bruxos vê mantendo elos de colaboração, nós os ajudamos a manter os vampiros sob controle, eles nos ajudam eventualmente a combater bruxos das trevas.
    ‒ Mais uma coisa: para alguns trouxas, os vampiros parecem fascinantes: não morrem nem envelhecem, tem a força física de três ou mais homens... mas para um bruxo, não há vantagem nenhuma em se tornar vampiro. Um vampiro não morre porque já está morto... não tem poder real nenhum, é apenas um instrumento das trevas. Não se deixem jamais seduzir pelas histórias que eles contarem, porque  se vocês forem vampirizados perderão a maioria dos seus poderes de bruxos e provavelmente serão escravizados.
    A turma ficou em silêncio. Sirius os encarou por um instante, então disse:
    ‒ É tudo. Até a próxima aula ‒ Harry olhou para ele, pensando se algum dia saberia o que era a maldição dos Black. Quando haviam estado no passado, Rony testemunhara uma discussão entre Sheeba e Lúcio Malfoy em que esse falara sobre uma maldição dos vampiros sobre a família Black... Rony não se lembrava mais da conversa, mas Harry podia lembrar-se perfeitamente.    
    Neste instante a profª. Minerva apareceu à porta chamando Sirius. Disse algo em voz baixa a ele, que disparou pela porta. Sem saber direito porque, Harry correu atrás dele, vendo que ele corria em direção à ala hospitalar. Quando chegou lá, Sirius perguntou qualquer coisa à madame Pomfrey, que estava estranhamente sorridente. Ela disse a ele que entrasse, e Harry ficou do lado de fora sem entender nada. Dali a instantes, madame Pomfrey saiu e Harry interpelou-a, perguntando o que havia acontecido.
    ‒ Nada demais, sua madrinha teve um desmaio.
    ‒ O que ela tem? Está doente?
    ‒ Não, ela não está doente... entre e pergunte, acho melhor ela te contar.
    Harry entrou na enfermaria, de olhos arregalados. Sirius estava abraçado a Sheeba, que estava com a cabeça apoiada no peito dele, parecia chorar ‒ “Deve ser grave!” pensou Harry.
    ‒ Sheeba... Sirius? ‒ eles o olharam, estavam sorrindo, lágrimas ainda escorriam pelo rosto de Sheeba. Sirius não deu a Harry tempo de dizer nada:
    ‒ Harry, eu vou ser pai! Sheeba vai ter um bebê!

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