Ao Resgate



Capítulo 2 – Ao Resgate


 


Harry fora mais uma vez trancado no seu quarto. Mas desta vez não se importava. Tinha problemas maiores para se preocupar. Como sua permanência no mundo mágico.


Na noite do ataque, duas antes desta, ele havia recebido uma sucessão de corujas. A primeira o expulsava de Hogwarts, logo depois uma de Arthur Weasley pedindo para ele não fazer nada, que já estavam resolvendo a situação. A terceira retirando a sua expulsão e marcando uma audiência no ministério. Mas a mais misteriosa não foi direcionada a ele, porem a sua tia.


Foi um berrador para usa tia. Com a singela frase enigmática “Lembre-se da primeira.”


Nenhuma linha sobre tirar ele dali. Tanto que ele escrevera para Rony, Mione e Sirius atrás de algo para isso. Dois dias sem noticias, e sem sua fiel amiga.


Pelo menos os Dursley não o incomodavam.


Uma coisa que ele não entendia, era se a Sra Figg estava ali o vigiando, e havia mais pessoas de olho nele, porque ninguém fez nada para evitar os maus-tratos que ele sofria.


Ele esperaria mais dois dias, se nada acontecesse, ele daria um jeito de seguir para a Toca. Suas coisas estavam prontas, não perderia nem um segundo.


- Moleque, estamos saindo. – disse Tio Valter. – Não quero você zanzando pela casa.


Ele não esperou resposta, bateu a porta e saiu com a esposa e o filho.


Harry não podia crer que eles realmente acreditaram que poderiam vencer o Concurso de Jardim mais Bonito da Inglaterra. O jardim estava seco pela estiagem prolongada, e ele próprio não estava cuidando do jardim boa parte do ano.


Ele escutou o carro partindo, e ficou pensando se não seria uma boa hora para fugir.


Ele deu uma olhada para a gaiola de Edwiges. Decidiu dar mais um tempo para a coruja.


Foi quando um carro parou na frente da casa. Só poderia ser Duda que esqueceu seu gameboy. Então Harry nem mesmo se importou.


Mas ele não escutou o tremor que acontece sempre que seu primo sobe as escadas. Mas parecia que tinha alguém na cozinha. Seria um ladrão? Não, ladrões não fariam barulho.


Harry puxou a varinha de seu coldre, e desceu as escadas sem fazer barulho. Anos dormindo debaixo deles, fez com que ele soubesse quais rangiam.


Na metade do caminho um vulto aparece na sua frente. Ele apontou a varinha.


- Alguém pode perder um olho assim.  Abaixe isso.


- Professor Moody. – disse ele sem abaixar a varinha.


- Eu nunca cheguei a ser seu professor. - disse ele. – Agora pode baixar isso ai?


- Fui ensinado por alguém se passando por você, não quero repetir o erro. – disse Harry.


- Nem nós. – disse Remo, aparecendo atrás de Moody. – Vamos para a cozinha esclarecer isso.


Harry seguiu os seus dois professores, sem abaixar a varinha.


- Como teremos certeza de que ele é Harry, e não um comensal. – disse o ex-auror.


- Além da vigia que eu tenho o tempo todo? – perguntou Harry. – me façam um pergunta que só eu sei. O que deve ser fácil pra quem me conhece. Os que não ficaram com os fatos do profeta.


- Qual é a forma do seu patrono? – perguntou Remo, que agora estava perto de uma mulher com cabelos rosa choque.


- Um cervo, a forma animaga do meu pai. – disse Harry.


- É ele mesmo. – disse o lobisomem. – Agora sua vez.


- Por que eu não enfrentei o ser das trevas na sua primeira aula? – disse Harry.


- Acreditei que o bicho-papão se transformaria em Voldemort. O que não seria legal pra aula. – disse ele. – Eu estava errado.


Harry guardou a varinha e abraçou seu antigo mestre.


- Bom, confirmações feitas, vamos para apresentações. – disse Moody. – Todos conhecem Harry Potter.


A mulher consentiu, assim como o homem negro que estava parado olhando pela janela.


- Nimphadora Tonks, mas gosta que a chamem pelo sobrenome. – disse Moody.


- Beleza, Harry? – disse ela.


- Kingsley Shacklebolt, auror.


- Tudo certo? – disse o homem.


- Não querendo ser rude, mas o que estão fazendo aqui?  - perguntou Harry.


- Viemos tirar você daqui. – disse Tonks.


- Finalmente. – disse ele. – O concurso foi uma forma dos Dursley saírem?


- Bem planejado.  – disse Moody.


- Uma pena que eu nunca verei a cara deles ao perceberem que foram enganados. – disse Harry. – Quando vamos?


- Quando recebermos o sinal. – disse Kingsley.


- Então vou buscar minhas coisas. – disse o moreno.


- Eu vou com você. - disse Tonks.


Os dois começaram a subir as escadas, e a menina logo se pôs a falar.


- Eu não entendo, aqui é tudo tão limpo. Meu pai nasceu trouxa, e é bem desorganizado. – disse ela, mas parou quando entrou no quarto de Harry. – Agora sim. Isso sim é um lugar habitado.


- Minha tia tem mania de limpeza. Sorte minha que ela não entra aqui. – disse Harry já com seu malão, a gaiola de Edwiges e sua vassoura.


Tonks estava parada na frente do espelho. De repente seu cabelo mudou para preto.


- Uau.


- Queria ver como ficava. Sou uma metamorfomaga, posso mudar minha aparência quando quiser.


- Prefiro o anterior. – disse Harry.


- Valeu. – disse ela voltando ao normal. – Me ajudou muito na academia de aurores, em disfarce, pelo menos compensava em vigilância e tocaia. Você deve ter ouvido o barulho que fiz na cozinha, por isso desceu.


- Deve ter sido. Vamos?


- Já pronto? – perguntou ela. – Nem vou poder te ensinar meu feitiço de arrumar mala.


- Fica pra próxima. – disse ele, e os dois desceram as escadas.


Remo estava escrevendo uma carta.


- Só pra tranquilizar os seus tios. – disse ele.


- Com certeza que eles vão ficar decepcionados. – disse Harry. – Como vamos.


- De carro. – disse Tonks empolgada.


- Bruxos dirigindo? – Harry perguntou confuso.


- Sua mãe achou uma boa ideia que aprendêssemos. Falou que um dia ia salvar a nossa vida. – disse Remo. - Sirius era o mais relutante em aceitar. Até que descobriu as motos.


- O primeiro sinal. – disse Kingsley.


Todos saíram e entraram no carro que estava parado na frente da casa.


- Aposto que comensais nunca esperariam que vocês me resgatassem de carro. – disse ele ao se acomodar entre os dois aurores. Tonks foi na frente com Remo.


- Está é nossa esperança. – disse Moody. – Segundo Sinal. Vamos Lupin.


- Temos uma guarda com vassouras sobrevoando a nossa volta para ver se tem algum problema. – disse Tonks.


Harry aproveitou para perguntar sobre o trabalho de auror, não podia perder a chance de perguntar para três deles sobre isso. Sabia que se fizesse as perguntas que ele queria não teria respostas.


- Para onde vamos mesmo? – perguntou ele.


- Londres. – disse Remo. – A casa de um amigo.


- Eu nunca esperei que me deixassem no Caldeirão Furado mesmo. – disse ele.


- Gostei dele. – disse Tonks.


- Pelo que eu percebi, ele tem a inteligência da mãe, a esperteza do pai, o temperamento dos ruivos e o poder dos marotos juntos. – disse Remo, sem que Harry escutasse.


- Boa combinação.


- Ele que não gosta de demonstrar isso.


Logo eles chegaram a uma praça.


- Leia isso. – disse Moody estendendo um pedaço de pergaminho.


A Sede da Ordem da Fênix está localizada no Largo Grimmauld nº12.


O ex-auror retirou o pergaminho da mão dele e tacou fogo.


- Fidelius. – explicou Remo. – Não podemos deixar que essa informação caía em mãos erradas.


Harry olhou para ele com quem diz, “De novo”.


- Desta vez temos um fiel que não nos trairá. – disse o lobisomem.


- Assim espero. – disse ele.


Moody e Kingsley haviam saído do carro, para ver se não teriam problemas ali. Moody usou o apagador de Dumbledore para deixar a rua escura.


- Pense no que você leu. – disse Remo.


Harry olhou e viu apenas os números 11 e 13. Mas de repente uma casa se materializou na sua frente.


- É assim que funciona então. Deve servir pra alguma coisa. – disse ele para seus botões.


- Não faça barulho lá dentro. – disse Kingsley as suas costas, enquanto Remo e Tonks passavam a varinha pela porta, de onde se ouvia sons de trancas se abrindo.


Harry não gostou nem m pouco daquela casa. Parecia muito sombria e aristocrática. Dava até arrepios só de pensar que alguém pudesse morar ali. Viver na esterilizada casa dos Dursley era melhor.


Harry ainda analisava a casa quando um barulho chamou sua atenção. Tonks estava caída embolada em algo que parecia uma perna de trasgo com guarda-chuvas dentro.


- Ai. - Gemeu Remo.


- TRAIDORES DO SANGUE, MESTIÇOS, LOBISOMENS, SANGUES SUJOS PORCALHANDO A CASA DOS MEUS ANCENTRAIS. – começou a berrar um quadro de uma senhora.


Kingsley e Remo tentavam fechar a cortina do quadro, mas parecia que a imagem tinha algum poder e não permitia.


- SAIAM DA MINHA CASA. – berrou o quadro quando uma porta se abriu. - VOCÊ! A DESGRAÇA DA MINHA VIDA. FORA.


- Também te amo. Mamãe.  – disse Sirius.


- Meus pêsames. – disse Harry, entendendo o que estava acontecendo.


- Bem Vindo a Mansão Black, Harry. – disse o animago com um sorriso que contrastava com o sarcasmo de sua voz e tristeza do olhar.


- Agora entendo o motivo que você fugiu de casa. – disse o moreno.


- Harry querido. – disse Molly saindo da mesma porta que Sirius tinha saído. – Aqueles trouxas não te alimentam não? Depois da reunião, vou preparar um jantar bom pra você. Mas agora você tem que subir. Seu quarto é o primeiro à direita. E só subir o primeiro lance de escadas. Tenho que ir, ele já chegou e já começamos.


Na escada, Harry pode ver uma coleção de cabeças de elfos. Isso só deu mais um motivo para não gostar daquela casa.


Ele entrou no quarto e viu Rony sentando lendo uma revista de quadribol. Provavelmente a única coisa que ele leria nas férias se sua mãe não obrigasse a fazer os deveres de casa.


Mas ele não conseguiu falar nada. Edwiges voou até ele, deixando uma carta em sua mão e pousando em seu ombro.


- Obrigado Edwiges. – disse ele, e a coruja deu um pio que ele identificou como uma desculpa. – Você fez o que podia, aposto que eles não deixaram que você saísse.


- Ei Harry. – disse o ruivo ao perceber a presença do amigo.


Mas Harry deu um aceno para ele e mostrou a carta.


“Harry


Não faça nada estupido. Eles já estão tentando resolver tudo.


Não sei como, mas estão. Eles não deixam que nós escutemos nada. Nem participemos de nada. Nós conhecemos você melhor que todos.


Bom, vamos nos encontrar em breve, não sei quando, mas breve.


Gina“


- Pelo menos alguém tentou me escrever.  – disse ele.


- Nos tentamos, mas... – Rony não conseguiu terminar a frase.


Mione entrou no quarto e abraçou Harry. Ele só identificou seu ‘agressor’ pelo monte castanho.


- Deixa ele respirar, Mione. – disse Rony.


- O que aconteceu, Harry? Você está bem? Eles não podem te expulsar, não podem. Espero que os trouxas não devem ter te tratado bem depois disso. – disse ela.


- Respire Mione. – disse Rony. – Assim ninguém consegue te responder.


- Vocês já sabem o que aconteceu. – disse Harry. – Vocês estão aqui no meio disso tudo, enquanto eu ficava preso naquela casa. Aposto que se divertiram. Nem mesmo pra dizer isso. Quantas cartas vocês me enviaram? E em nenhuma delas vocês poderiam ter colocada algo assim?


- Dumbledore nos fez prometer não contar nada. – disse Mione. – As corujas poderiam ser interceptadas.


- Como se esse fosse o único jeito de me enviar uma carta. – disse Harry ironicamente. – Se sempre tinha alguém de olho em mim, era só pedir pra deixar a carta junto com o carteiro.


- Não fale assim com ela. – disse Rony.


- EU FALO COMO QUISER. – disse Harry. – Achei que vocês fossem meus amigos, mas...


Um som de aparatação interrompeu ele. Ele rapidamente sacou sua varinha e apontou para a origem do som, mas eram apenas os gêmeos.


- Achei que tivesse ouvido a sua voz, Harry. – disse Fred.


- Parece que o tempo com os trouxas não fez bem para nosso amigo. – disse Jorge.


- Ele nem passou para nos cumprimentar. – disse Fred.


- Acho que ele preferiu ter uma DR com seus amigos antes. – disse Jorge.


- Deixem ele em paz. – disse Gina entrando pela porta.


- Oi Gina. – disse Harry calmamente, o que fez os quatro se entreolharem.


- Oi Harry. Vejo que a viagem foi tranquila. – disse ela.


- Sim, sem problemas. – respondeu ele. – Obrigado pelo colar. Foi de grande ajuda.


- Sabia que ajudaria. – disse ela colocando a mão no próprio colar. – Eu tentei te escrever...


- Eu sei, recebi sua carta. – disse ele.


- Não foi culpa da Edwiges. – disse ela rapidamente.


- Também sei disso. Ela estava preocupada em não poder me entregar.


- Gina, você não devia ter escrito nada. – disse Mione. – Dumbledore...


- Dumbledore sabe que algumas regras devem ser quebradas. – disse Harry. – Já quebramos mais da metade das regras do castelo, e nem por isso fomos castigados.  Uma palavra já bastava.


- Calma Harry. – disse Gina.


- Sim, não queremos mais problemas com magia aqui. – disse Fred.


- Ainda mais que só nós podemos fazer isso aqui. – disse Jorge.


 Harry respirou profundamente.


- Querem que eu faça as perguntas agora, ou espere pelos ‘adultos’?


- Essa ofendeu. – disse um dos gêmeos.


- Muito. – disse o outro.


- Espere pelos adultos. – disse Gina. – Nós sabemos muito pouco. Mesmo com as orelhas.


- Só sabemos sobre uma guarda. – disse Rony. – Eles parecem que estão guardando algo.


- Não seria eu. – perguntou Harry.


- Pode ser. – disse o ruivo corando.


- Logo a reunião termina. – disse Mione. – Dumbledore não deve demorar muito ainda mais que você já está aqui.


- Dumbledore está aqui?


- Sim. – respondeu Mione. – Ele quem comanda as reuniões da Ordem. Mas normalmente na fica muito tempo aqui. Ele está direto no ministério.


- Snape está aqui também. – disse Fred.


- Esse nunca fica mais que as reuniões. – disse Jorge.


- Graças a Merlin. – disse Gina, depois explicou para Harry. – Alguns membros costumam dormir aqui também ou fazer suas refeições.


- Logo eles nós chamam. – disse Harry. – Sra Weasley disse que fará um jantar pra mim.


- Isso é bom. - disse Rony.


- Deixa de ser esganado, Rony. – disse Mione. – Você já jantou hoje.


- Eu sou um menino em crescimento, Mione. – respondeu ele.


 

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Comentários (2)

  • Carolzynha LF

    Capitulo perfeito como sempre, quero ver mais Harry e Gina^-^

    2012-11-24
  • Natascha

    ficou ótimo como sempre! essa fic parece ser tão boa quanto as outras!

    2012-11-17
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