Motivações.



Capitulo 1


Ou


Motivações.


Primeiro de Novembro 2011


Sirius Black


Eu estava sentado em uma cadeira ao lado da cama dela. Lily nunca me disse a cor dos olhos dela, era como uma confirmação de que eu teria que descobrir quando ela acordasse. Mas até então ela não acordou. Eu nem deveria estar aqui sentado , deveria estar de folga, com James e Remus em algum lugar legal, ou simplesmente saindo com uma das gatas lá do bairro, mas hoje é como um dia “especial”.


Passei um ano cuidando de pacientes e mais pacientes e vendo Lily e todas as outras pessoas do hospital torcem por ela –Marlene Mckinnon –acordar. É como um instinto protetor que nós temos, acho que o dia que ela acordar, o hospital vai fazer uma festa. Acho que o novembro veio para lembrar a todos como ela ficou, e para torcermos que ela acorde. Lily esta trabalhando hoje acho que ela não vai vir aqui agora por causa dos pacientes da ala norte, e por isso vou fazer tudo que vim fazer aqui antes de ela chegar.


-Marlene, eu vim ler um pedaço daquela poesia que comecei outro dia, mas acho que é muito romântica e você me odiaria por ler isso, pelo menos foi o que a Lily disse, que você ama poesia, mas que não é muito romântica é mais pratica, então só queria conversar com você –falei e deu um sorrisinho torto – sei que não pode ver meus sorrisos e sei que está me ouvindo e se perguntando “Quem é esse louco?”, eu respondo, seu medico. Mas acho que já me tornei um amigo, mesmo você não sabendo disso, eu pedi a Lily que me contasse coisas sobre você e acho que posso sim me considerar um amigo, espero que saia logo dessa cama, pequena, porque sem você o dia primeiro de novembro não tem graça. Uma vez eu quase perdi um grande amigo, James , meu melhor amigo. Então eu resolvi ajudar as pessoas para que elas não perdessem ninguém, e estou aqui, quero que você viva para devolver o sorriso da Evans, dos seus pais, da sua irmã, das suas amigas e para que conheça todos nesse hospital que torcem por você, você é considerada por todos aqui a “Esperança”, porque você está ai, forte, viva, depois de um acidente daqueles e a qualquer momento pode se levantar, espero Mckinnon que você se levante como se nada estivesse acontecido e ria quando sua amiga te contar que você está há quase um ano ai nessa cama, quero que você pule como quando ganhou o apartamento da sua avó, quero que você sorria como quando está com suas amigas, quero que você brinque como eu imagino que brinque. E quero que você abra seus lindos olhos e me mostre que cor eles são, acho que a Lily faz de propósito, ela nunca me mostrou fotos suas, ou melhor, já me mostrou algumas que você está de óculos escuros ou aquela que você está de olhos fechados na aula de Yoga que ela te obrigou a ir. Ela convenceu seus pais que você deveria mostrar seus olhos para mim, e eu estou aqui curioso, abra os olhos Mckinnon e me mostre que cor eles são. Podem ser Catanhos claros, negros profundos, verdes brilhantes – como da sua prima malvada que não me conta nada –ou azuis intensos. Agora eu vou embora, mas queria ficar, queria estar aqui quando acordasse e dizer para a Lily que você é do jeito que ela me contou. Bom dia Mckinnon –falei indo até ela e dando um beijo em sua testa.


Caminhei lentamente até a porta e sai dali. Passei pelo corredor quase voando, e desci até o estacionamento. Peguei meu carro e fui para casa. Cheguei em casa e encontrei os meninos. James jogado no sofá de cabeça para baixo e Remus lendo algum livro com fones no ouvido.Bati a porta com força e os dois nem saíram do lugar, balancei a cabeça e fui me deitar no sofá maior. Fiquei ali o resto da tarde, estava cansado, queria a que a garota acordasse, queria ver um milagre acontecendo e queria ver que meu empenho e carinho pela minha profissão poderia realmente mudar vidas.


 


Primeiro de Novembro 2011


Marlene Mckinnon


Pi...Pi...Era uma das únicas coisas que eu conseguia ouvir. Além é claro da voz sedutora que falava no meu ouvido todo dia. Eu poderia estar morta, mas duvido que no céu haja alguém com uma voz dessas, e bem, duvido também que alguém falaria no meu ouvido como ele fala. Tem coisas obviamente que não entendo. Como a mamãe chorando, a Lily falando para eu ser forte e a Alice, minha irmãzinha dizendo que eu preciso voltar...Será mesmo que estou morta ?


Quer dizer, eu não consigo abrir meus olhos, é como se um poder mais forte me impedisse disso. E também não consigo lembrar porque eu vim parar aqui, como eu...Eu não lembro. Simplesmente não consigo lembrar. A memória para estar sendo corroída e sempre que tento me lembrar de algo esqueço mais ainda. Eu ouvi outro dia a tal voz que vem falar para mim o tempo todo. Ela dizia que eu era a esperança.


E eu senti algo ao ouvir isso, tentei abrir meus olhos e encontrar o dono da voz. Tentei incansavelmente abrir meus olhos e sair dessa escuridão sem tamanho, mas não consegui. E continuei apenas ouvindo a voz. Que dia é hoje ? Onde eu estou ? Porque não consigo simplesmente abrir meus olhos ? Morri ? São tantas malditas perguntas que se passam pela minha cabeça. Eu nem ao menos sei o que é isso. É como se eu estivesse aqui e ao mesmo tempo não estivesse.


Uma vez , quando eu tinha oito anos, eu cai em um poço. Quem me achou foi um garoto e o cachorro dele. Eu, meus pais e minha irmã estávamos de férias. Nossa casa tinha fundo para uma pequena floresta e eu resolvi dar uma “volta” sozinha. Cai no poço e quase quebrei a perna, então depois de duas horas gritando, no escuro e com frio eu ouvi uma voz. Foi à voz que me salvou da escuridão. Um garoto da minha idade com um cachorro, ele perguntou meu nome e fez de tudo para que eu ficasse calma, falou que buscaria ajuda para me tirar dali e que tudo ia acabar bem.


E tudo realmente acabou bem, ele chamou um rapaz e ele me tirou de lá , e os dois me levaram até meus pais. Eu é claro, levei uma grande bronca. Meus pais já haviam me procurado por toda a casa e como não acharam estavam se arrumando para ir a policia. O rapaz foi embora dizendo que tinha que ir para casa e falou para que eu tomasse cuidado da próxima vez eu o agradeci e prometi que tomaria.


Já o garoto ficou lá. Converso comigo boa parte da tarde, disse que seu cachorro havia gostado de mim e que foi ele que me achou, correu até o poço então ele foi obrigado a ir atrás do animal. Eu senti que já o conhecia de alguma lugar ,mas seria impossível. E depois ele foi embora, guardei seus olhos em minha mente, e seu sorriso em meu coração. Sei que é um tanto clichê, mas senti como se minha alma fosse conectada a dele. Um pequeno amor de infância. Nunca mais o vi.


E estou lembrando disso, porque aqui, nesse escuro sem fim é como se eu ouvisse sua voz dizendo “Aguente firme, irei chamar alguém”. Às vezes eu queria que fosse somente isso, um poço que eu pudesse sair com a ajuda de alguém, mas nem isso eu sei, eu não sei o que é e como posso sair daqui. Mas de uma coisa eu sei, a voz falou para eu ter esperança e é isso que eu vou ter. Esperanças para conseguir desse buraco sem fundo e finalmente encontrar a luz no fim do túnel.


O que me motiva, é minha fé em Deus, meus pais, minha irmã, minhas amigas, meus alunos, minha vontade de viver. O que me motiva é saber que se eu conseguir sair desse escuro sem fim vou enfim conhecer a voz que tanto me chama e diz para eu continuar, que se eu sair daqui eu dar mais valor a tudo, eu vou voltar a ver e sair da escuridão. O que me motiva é saber que mesmo sem forças e sem ninguém segurando minha mão nesse momento eu tenho fé e esperanças para volta. Eu quero voltar, eu preciso voltar, eu tenho que voltar. Para onde? Não sei, por quê ? Minha vida depende disso, Motivação ? A vida, porque ela já é boa o suficiente para se estar de olhos fechados.


Fim do capitulo 1


 


N/a: Espero que gostem, é minha primeira vez escrevendo sobre esses dois então eu quero saber opiniões. É isso, beijos!


 


  Thayná Leoni Abreu : Bem, fiquei lisonjeada com seu comentário, obrigada por ler a fanfic e espero que continue gostando. Bjoos!


 

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