EXPECTO PATRONUM!



CAPÍTULO 15



 



EXPECTO PATRONUM!



 



 



 



 



 



 



 



_Jovens... saiam... logo... daqui! _ exclamou Remus, seu corpo ficando hirto e o rosto crispado _ Não sei nem... se os outros Animagos... conseguirão... me... s-segurar!



_Suspender abruptamente o uso da Poção Mata-Cão pode precipitar uma transformação com mais violência. _ disse Mason _ É melhor reanimarmos Severo, para que ele os leve para o castelo. Aí ele vai ver Pettigrew e acreditar.



 



Mas naqueles momentos tensos, Wormtail aproveitou-se de que ninguém prestava atenção nele e puxou um arame que trazia escondido na gola das vestes, utilizando-o para abrir as algemas, já que não poderia fazê-lo com o uso de magia. Em seguida, já com as mãos livres, atacou Hermione e tomou sua varinha, utilizando-a para estuporar Rony, que não se importando com a perna fraturada e imobilizada, avançou contra o bruxo, para defender sua namorada.



 



_Eu te pego, rato gordo! _ exclamou Rony Weasley, brandindo a varinha.



_ “EXPELLIARMUS!” “ESTUPEFAÇA!” _ bradou Pettigrew, desarmando e incapacitando Rony _ Sinto muito, Rony, mas não posso ficar aqui. Não tenho a menor intenção de ir para Azkaban, nem de ir parar no bucho de um Lobisomem. Adeus a todos.



 



Transformando-se em rato, Peter Pettigrew desapareceu no meio do mato, banhado pelo luar. Mas todos tinham coisas mais importantes para se ocupar, no momento. Remus Lupin estava com a sua transformação em progresso e havia muito perigo por ali.



 



_Remus! Tente correr para a Casa dos Gritos! _ exclamou Sirius.



_Não... não consigo! _ respondeu o bruxo, com seu rosto começando a se deformar.



_Resista, Remus! Lembre-se de quem você é. Você pode ser um Lobisomem, mas seu coração não muda! Encontre uma maneira de resistir à fúria, ficar manso durante e após a transformação! _ disse Sirius, abraçando o amigo.



_Não... vai... dar! Tirem... as... crianças... daqui!



 



Derek Mason reanimou Severo Snape que logo se levantou, sentindo irritantes coceiras.



 



_Derek? O que está havendo?



_Remus está se transformando. Sirius está tentando mantê-lo calmo, mas está difícil.



 



Severo Snape olhou para o bruxo que se transformava e um arrepio percorreu o seu corpo. Ele se lembrou da peça que Sirius pregou nele e que quase havia lhe custado a vida, se não fosse pela intervenção de Tiago Potter, que o puxara pela passagem antes que Remus, já transformado, o visse. Mas foi o bastante para que Severo descobrisse que o colega era um Lobisomem. Em respeito ao pedido de Dumbledore, jamais revelara a verdade a ninguém.



Remus Lupin soltou-se de Sirius e sua transformação prosseguiu. Seu rosto alongou-se, formando um focinho e suas orelhas ficaram pontudas. Suas roupas se rasgaram, as costas se encurvaram, as mãos perderam o seu aspecto humano, ficando parecidas com algo entre mãos e patas, com garras afiadas, os pés transformaram-se em patas e o corpo se cobriu de pelos curtos e cinzentos. Já não era mais o bruxo Remus John Lupin quem estava ali, mas sim um ser que não era homem nem lobo, mas sim um lobo antropomórfico. Um legítimo Lobisomem.



Hermione olhou para o professor e tentou se comunicar.



 



_Prof. Lupin? O senhor pode me entender?



 



No primeiro instante um lampejo de reconhecimento passou pelos olhos de Lupin, mas logo a seguir a resposta foi um uivo lupino de gelar o sangue. Severo Snape adiantou-se, tentando proteger os jovens e levando uma fortíssima patada que o jogou longe.



 



_Eu já sabia que os Lobisomens eram fortes, mas não imaginava o quanto. _ disse Snape, massageando o maxilar _ Vamos, crianças. Vão para o castelo.



 



Transformado em cão, Sirius Black avançou para Lupin em uma tentativa de sujeitá-lo. Mas o Lobisomem era muito forte e segurou o enorme cão negro nos braços, jogando-o para o meio da mata, na direção de uma enseada do lago. Derek Mason também se transformou em macaco e saltou na direção do Lobisomem, sem muito sucesso. Por mais ágil que o Auror fosse, tanto na forma humana quanto na forma símia, um safanão do Lupin transformado foi o bastante para lançá-lo de encontro a uma árvore.



Mason agarrou-se em um galho, girou como se estivesse fazendo uma acrobacia na barra fixa e saltou, pousando já na forma humana, mas torcendo o tornozelo direito ao fazê-lo. Antes que Severo pudesse impedi-lo, Harry atirou uma enorme pedra no Lobisomem, que o acertou na cabeça e o fez dar um ganido. Quando ele voltou-se para o garoto, outro uivo pôde ser ouvido. O uivo apaixonado de uma Lobisomem-fêmea no cio.



Lupin desviou sua atenção de Harry e correu na direção do uivo. Harry correu para o local onde vira Sirius ser lançado. Encontrou o padrinho à beira do lago, voltando a se transformar em homem.



 



_Você está bem, Sirius? _ perguntou Harry.



_Minha cabeça está doendo como se uma banda de gaiteiros escoceses estivesse marchando dentro dela, Harry. _ respondeu Sirius _ Mas eu vou me recuperar. E quanto a Remus?



_Ouviu o uivo de uma Lobisomem-fêmea e correu. Snape está com Hermione e Rony. Acho que...



 



Uma rajada de vento interrompeu as palavras de Harry. Mas não era um vento comum, era pegajoso e enregelante. As flores à beira do lago começaram a murchar e secar, enquanto uma camada de gelo ia cobrindo a vegetação e a própria superfície do lago congelava. A sensação de desânimo e depressão era quase insuportável. Foi quando Sirius rompeu o silêncio.



 



_Merlin! Olhe lá em cima, Harry! _ gritou Sirius, apontando para o céu.



 



Harry olhou e viu a razão de todo o mal-estar que estavam sentindo. Um arrepio percorreu a espinha do bruxinho, mas não era apenas medo ou a sensação depressiva que eles causavam. Era também raiva.



Um numeroso bando de Dementadores avançava para onde os dois bruxos se encontravam, sugando toda a felicidade ao seu redor. Eles não contaram, mas talvez houvesse mais ou menos uma centena daquelas asquerosas criaturas.



 



_Vamos ter que invocar os Patronos, Harry. Espero que as lições de Remus tenham dado resultado. _ disse Sirius, levantando a varinha.



_Só tem um jeito de descobrir. _ disse Harry, também levantando a sua.



_ “EXPECTO PATRONUM!!!” _ bradaram os dois juntos, invocando seus protetores.



 



Mais velho e mais experiente, Sirius Black era capaz de invocar um Patrono-Corpóreo e foi o que fez. Um enorme cachorro etéreo brotou da ponta de sua varinha, mas o bruxo adulto estava enfraquecido pelo tempo passado em Azkaban e pelas dificuldades enfrentadas durante e após sua fuga da ilha-presídio. Ele caiu de joelhos e seu Patrono começou a se desvanecer. Somando-se isso à perda de sua energia mágica e mesmo da própria energia vital drenada pelos monstros, ele atingiu o seu limite e desfaleceu, ficando deitado de barriga para cima.



Harry Potter resistia o quanto era possível, embora somente conseguisse invocar um Patrono-Escudo. Aquilo ainda estava conseguindo manter os Dementadores à distância, mas o bruxinho sabia que não poderia mantê-lo por tempo indeterminado. Cedo ou tarde seu Patrono-Escudo iria enfraquecer e não mais poderia mantê-los afastados. Ele tirava de dentro de si forças que nem imaginava possuir. Procurava pensar somente em coisas boas e positivas, que lhe possibilitassem manter suas defesas ativas e fortes. A felicidade de ter uma família unida e harmoniosa, seus pais, Tiago e Lílian, seu irmão, Algie, Hogwarts, os professores e amigos, principalmente Rony, Hermione, Neville, Luna, Nereida e Soraya, os Inseparáveis. E agora Janine, grande amiga. O Quadribol, as partidas ganhas, os adversários leais, Cho Chang, Cedric Diggory e mesmo Draco Malfoy, que logo no primeiro ano salientara que, ainda que um dia precisasse fingir, não era seu inimigo. Mas a sua principal e mais intensa fonte de força era o grande amor que sentia por Gina, o qual era igualmente correspondido.



Ele pretendia sustentar aquela defesa por quanto tempo pudesse, até que os amigos conseguissem chamar alguém do castelo para ajudá-lo. Mas estava ficando cada vez mais difícil manter o Patrono-Escudo e ele sentia que suas forças iam diminuindo aos poucos. Seu Patrono foi ficando mais diáfano e menos brilhante, até que também atingiu o seu limite, começando a perder a consciência e caindo no chão, ao lado de Sirius Black.



Os odiosos Dementadores, vendo que sua presa encontrava-se já sem forças, aproximaram-se e iam pouco a pouco sugando a energia de Harry, que começava a ouvir ao longe palavras em Ofidiano e uma gargalhada gélida e sibilante, talvez fruto de sua imaginação ou talvez Lord Voldemort regozijando-se com sua derrota, estivesse onde estivesse. Mas, quando tudo parecia perdido e tanto Harry quanto Sirius podiam sentir suas próprias almas sendo sugadas pelos monstros, tudo ficou luminoso, com um brilho prateado e ofuscante. Os Dementadores foram projetados a uma grande distância, enquanto que um grande animal etéreo e cintilante, certamente um Patrono-Corpóreo, circulava à sua volta, protegendo os dois bruxos, um Sirius inconsciente e um Harry à beira da exaustão, com a visão embaçada.



Antes de perder os sentidos, Harry Potter viu o animal afastando-se a trote, sobre a superfície em degelo do lago, até um ponto do outro lado da pequena enseada. Com a vista enevoada pela iminente perda de consciência, a última coisa que ele viu foi que alguém afagava o Patrono e acenava para ele, fazendo um sinal de “tudo bem”. E não era uma figura desconhecida.



Então suas últimas forças o abandonaram e Harry Tiago Potter viu-se envolvido pela escuridão da inconsciência.



 



 



Recobrou os sentidos cerca de duas horas depois na Enfermaria, com Rony e Hermione nos leitos a seu lado. Rony com a perna engessada e um frasco de Poção Solda-Ossos na mesa de cabeceira (“Pelo menos ele não perdeu os ossos e não vai precisar tomar Esquelesce. O gosto daquela coisa é horrível”, pensou Harry). Hermione estava semi-sentada na cama, com várias escoriações e equimoses no rosto e braços. E não eram só eles. Derek Mason tinha o tornozelo direito imobilizado e caminhava com o auxílio de uma bengala. Severo Snape segurava uma bolsa de gelo contra o maxilar inchado e tinha a pele irritada pelo contato com as urtigas sobre as quais estivera (Harry não pôde deixar de rir por dentro). Como se não bastasse e para desespero de Madame Pomfrey, que detestava aglomerações na Enfermaria, também estavam ali os outros Inseparáveis: Neville, Luna, Gina (que não soltara a mão de Harry nem por um instante), Algie, Soraya e Nereida. Janine, Draco e Pansy. Molly e Arthur Weasley, com Percy, Fred e Jorge. Dumbledore, Minerva, Hagrid e Ayesha. Finalmente, fazendo com que Harry ficasse branco, Lílian e Tiago, seus pais.



 



_Harry! Graças a Deus e a Merlin que você está bem! _ Lílian Potter abraçou o filho, dividida entre a preocupação e a vontade de repreendê-lo _ Mas que ideia foi essa? O que vocês estavam pensando?



_Calma, Lílian. _ disse Tiago _ Nosso garoto aprontador está inteiro e deve ter um caminhão de explicações para dar.



_Tenho mesmo, papai. _ disse Harry, pegando um pedaço de chocolate que Madame Pomfrey havia deixado para ele na mesa de cabeceira e dando uma mordida _ Mas e quanto a Sirius? Como ele está?



 



Com uma expressão preocupada, Dumbledore respondeu.



 



_Sirius está preso, Harry. Está no sétimo andar, converteram a sala do Prof. Flitwick em uma central de detenção. _ disse o Diretor _ Fudge está vindo para que a sentença seja aplicada.



_Sentença? _ perguntou Harry e quem respondeu foi Snape.



_A história chegou totalmente distorcida aos ouvidos do Ministro, Potter. E para variar, com o dedo da fofoqueira-mor Rita Skeeter. Para ele, Sirius Black utilizou um Feitiço Confundus e fez com que vocês me incapacitassem. Então eu me recuperei e capturei Black. _ disse Snape _ Uma história totalmente sem pé nem cabeça, mas Fudge acha que mereço uma Ordem de Merlin, pelo menos de Segunda Classe. Um absurdo, claro, mas ele encasquetou com isso e o que é pior, convenceu o Wizengamot a sentenciar Black, à revelia, a receber o beijo do Dementador.



_NÃO!! _ exclamaram ao mesmo tempo Harry Potter, Soraya e Ayesha Black _ Prof. Mason, o senhor estava lá e viu tudo, Pettigrew confessou ser ele o Fiel do Segredo e ter forjado a própria morte!



_O problema é que aquele maldito rato fugiu. _ disse Derek _ Sem sua presença, ficamos de mãos atadas. E Severo estava inconsciente grande parte do tempo, sequer chegou a vê-lo.



_É verdade. _ disse Snape _ Qualquer testemunho meu jamais seria aceito. E como Lupin não estará em condições de esclarecer nada até o amanhecer, poderá ser tarde demais.



_Mas o senhor sabe que estamos falando a verdade, Prof. Dumbledore. _ disse Hermione _ Sirius é inocente.



_Eu sei e vocês sabem, Srta. Granger. _ disse Dumbledore _ Mas ele está irredutível e não quer ver nada fora dos antolhos.



_Até parece que o Ministro já vem totalmente predisposto a neutralizar Sirius. _ comentou Rony.



_Pode até ser, Rony. _ disse Tiago, pensativo, porém não dizendo mais nada após trocar um olhar com Derek.



_Mas não podemos simplesmente ficar aqui parados e esperar que a verdade surja por si. _ disse Janine, pensativa.



_Só que estamos de mãos atadas, como o Prof. Mason acabou de dizer, gente. _ disse Algie.



_Bem, agora só nos resta esperar _ disse Dumbledore _ Seria melhor que deixássemos a Srta. Granger e os senhores Potter e Weasley descansarem, principalmente o Sr. Weasley, para que sua fratura consolide mais depressa. Mas eu queria conversar um pouco com eles, a sós.



 



As visitas foram saindo, mas antes que passassem pela porta...



 



_Ah, muito obrigado, papai. _ disse Harry.



_Por quê? _ perguntou Tiago.



_Ora, por salvar a mim e a Sirius, lá no lago.



_Como assim? _ o Auror fez uma cara curiosa.



_Por ter invocado o Patrono que espantou os Dementadores, papai. Um animal, que não consegui identificar.



_Não, filho, não fui eu. _ disse Tiago, de maneira sincera, aproximando-se do filho _ Cheguei do Nepal, há cerca de quinze minutos. Aparatei em Hogsmeade, onde me encontrei com sua mãe e subimos para cá em um coche. Não haveria tempo para salvá-los, pois vocês já estavam na Enfermaria há cerca de duas horas. Certamente foi outra pessoa, mas ninguém sabe quem foi.



_Estranho, pois quando o meu Patrono-Escudo falhou e eles estavam prestes a sugar a minha alma e a de Sirius, apareceu esse animal, que eu já disse que não consegui identificar, mas que certamente era um Patrono-Corpóreo, brilhante e etéreo. Consegui ver a silhueta de quem o invocou e ela me pareceu familiar, Depois disso, perdi os sentidos.



_Hmm, estranho. _ disse Tiago _ Talvez jamais descubramos quem foi que o invocou, mas o que importa é que salvou suas vidas. Bem, vamos ver se conseguimos trazer aquele turrão do Fudge de volta à razão. A gente se vê quando vocês tiverem alta.



_Estarei esperando por você, Harry. _ disse Gina, beijando-o e soltando sua mão, seguindo os demais.



 



Depois que os outros saíram, Dumbledore sentou-se em uma banqueta e falou com os bruxinhos.



 



_A situação de Sirius é muito grave. Fudge não parece estar disposto a ceder, ele quer fazer de Sirius um exemplo.



_Ou algo mais, Prof. Dumbledore. _ disse Rony _ Enquanto estávamos na Casa dos Gritos, Sirius e o Prof. Mason mencionaram algo sobre outra investigação que Sirius estava fazendo, algo sobre corrupção no Ministério.



_Então alguém envolvido pode estar pressionando Fudge ou mesmo induzindo-o, sem que ele se dê por conta. _ disse Hermione.



_-E possível, meus jovens. _ disse Dumbledore, com um ar de quem sabia de mais coisas _ Mas há um fator preponderante que está contra nós: o tempo. Aliás, pode sair de trás desse biombo, Srta. Sandoval. A senhorita poderá ajudar bastante e eu creio que já deve saber como.



 



Janine saiu de trás do biombo, meio sem jeito, juntando-se a eles, enquanto Dumbledore continuava falando.



 



_Fudge já comunicou que pretendem executar a sentença à meia-noite, em ponto. Como eu disse, o tempo é nosso adversário, mas creio que poderíamos transformá-lo em um aliado, se é que estão me entendendo.



_Entendo, Prof. Dumbledore. _ disseram Hermione e Janine ao mesmo tempo, exibindo sorrisos quase idênticos.



_Como sabem, Sirius está sendo mantido na sala do Prof. Flitwick, que foi convertida em um centro de detenção. _ disse Dumbledore _ Terei que confiná-los à Enfermaria, mas creio que isso não será um problema para vocês.



_Não será mesmo, Prof. Dumbledore. _ disse Hermione, apalpando suas roupas e ficando bem tranquila _ Quantas voltas o senhor acha que vai ser preciso dar?



_Para a senhorita e o Sr. Potter, quatro voltas deverão ser suficientes. E eu acredito que a Srta. Sandoval tenha seus próprios planos.



_Realmente, Prof. Dumbledore. _ disse Janine, também conferindo algo em suas roupas _ Para mim, creio que serão necessárias umas cinco voltas. É, isso deverá ser o bastante para o que eu tenho em mente.



_Do que é que vocês estão falando? _ perguntaram Harry e Rony.



_Não se preocupe, Sr. Potter. Elas sabem muito bem o que devem fazer e como devem fazer. _ disse Dumbledore, consultando o relógio _ Temos menos de quinze minutos até a meia-noite, portanto sejam rápidos e estejam aqui a tempo. É bem provável que, para salvar Sirius, seja preciso salvar mais alguém, alguém que será bastante útil. Agora vou sair e chavear a porta. Boa sorte para vocês três. E não se esqueçam do mais importante: NÃO SEJAM VISTOS.



 



Dumbledore saiu e chaveou a porta. Hermione puxou algo de dentro da blusa, um pingente semelhante a uma ampulheta, em uma longa corrente de ouro.



 



_Rony, infelizmente você não poderá ir com essa perna fraturada. Fique por aqui e descanse, até o nosso retorno. Jan, acho que você não precisará ir conosco, não é? _ perguntou Hermione.



_Não, Mione, eu tenho o meu próprio. _ disse Janine, tirando de dentro de sua blusa uma joia idêntica _ É que para o que estou planejando, precisarei de um pouco mais de tempo do que vocês.



_O que é isso, Mione? _ perguntou Rony.



_Isso é um Vira-Tempo, Rony. Seu uso é bastante restrito e a regulamentação é muito rigorosa. _ respondeu Hermione _ Com ele, eu tenho voltado no tempo e assistido a todas as aulas. Dá uma baita canseira, mas eu tenho conseguido dar conta. O caso da Jan é que é mais complicado e cansativo.



_Sem dúvida, Mione. _ disse Janine _ Eu estava assistindo às aulas do primeiro e segundo ano, também. Acho que só resisti mesmo pela força do Ki, mas estou conseguindo e sem enlouquecer nem entrar em estafa. Agora teremos que ir.



_Boa sorte para vocês. _ disse Rony, enquanto Hermione o beijava e, em seguida, passava a corrente do Vira-Tempo à volta do pescoço de Harry, para que voltassem juntos.



 



Hermione Granger girou o botão do seu Vira-Tempo no sentido de retroceder, dando quatro voltas. Enquanto isso, Janine Sandoval fazia o mesmo com o seu, mas dando cinco voltas. No mesmo instante, os três desapareceram da frente de Rony Weasley.



 



_Boa sorte, querida. Boa sorte, amigos. _ murmurou Rony Weasley, ajeitando-se no leito _ estarei aqui, rezando e torcendo por vocês.



 



As horas retrocederam como um filme rodando ao contrário, de forma acelerada. Harry estava tonto e começando a sentir náuseas, mas logo tudo parou e eles estavam novamente na Enfermaria, mas algo estava diferente. Rony não estava no leito e os últimos raios de sol ainda podiam ser vistos por trás das montanhas.



 



_Rápido, vamos sair daqui, mas com cuidado para não encontrarmos com as nossas versões de agora. _ disse Hermione, consultando o relógio e vendo que ele também retrocedera as quatro horas necessárias _ Vamos entrar naquele armário de vassouras.



_Certo. Se não me engano, nossas versões atuais estão a caminho da cabana de Hagrid. _ disse Harry _ O que deve ser... agora.



 



Com efeito, puderam sentir o Ki deles mesmos passando pelo corredor, debaixo da Capa de Invisibilidade. Procuraram baixar o seu próprio, para que suas versões não os percebessem. Assim que se passou tempo suficiente, Hermione e Harry abriram a porta e saíram para o corredor, indo rapidamente para a cabana de Rúbeo Hagrid por outro caminho.



 



_Dumbledore disse que seria preciso salvar mais alguém, que seria útil. E acho que sei a quem ele se referia. _ disse Harry _ Você também deve saber, Mione.



_Sim, Harry. _ disse Hermione, enquanto chegavam à orla da floresta, perto da cabana de Hagrid _ Teremos que salvar Bicuço, para alcançarmos o local onde Sirius será preso.



_Exatamente, Mione. Vamos ficar ali, perto da plantação de abóboras gigantes. Veja, estamos chegando. _ disse Harry.



 



Naquele momento, a porta da cabana se abriu e Hagrid recebeu os jovens. Assim que todos entraram, Harry e Hermione novamente consultaram os relógios.



 



_O tempo está passando. Pena que ainda não podemos soltar Bicuço, é cedo demais. _ disse Hermione.



_Tem razão, Mione. _ concordou Harry _ Se o libertarmos agora, Fudge não o verá e pensará que Hagrid o soltou. Temos que esperar a chegada de Dumbledore com o Ministro. E lá vêm eles.



 



Pelo caminho, chegavam Alvo Dumbledore, Cornelius Fudge e Walden McNair. As versões atuais dos bruxinhos saíram pelos fundos e atravessaram o canteiro de abóboras, entrando na orla da Floresta Proibida apenas o suficiente para não serem vistos. Em um ponto mais distante, esconderam-se atrás de um dólmen e ficaram a observar a cabana de Hagrid, mas sem ângulo de visão para o local onde Bicuço encontrava-se acorrentado. Na cabana, os bruxos liam e examinavam o decreto de execução do hipogrifo, sendo que Dumbledore procurava enrolar o mais que podia. Como o velho e experiente Diretor tinha a habilidade de enxergar através de Capas de Invisibilidade, queria ter certeza de que os alunos estavam longe, Só que ele (ainda) não sabia o que Harry e Hermione do seu futuro estavam prestes a fazer.



 



_Acho que agora já dá, Harry. _ disse Hermione.



_OK, Mione. Vamos lá.



 



Os dois bruxinhos procuraram ser rápidos. Aproximaram-se de Bicuço e fizeram a reverência, prontamente correspondida. Harry soltou a corrente que prendia o hipogrifo, enquanto Hermione o atraía para a floresta, com algumas doninhas mortas que encontrara dependuradas em uma cerca. O animal seguiu os dois e logo todos se embrenharam na floresta, indo na direção do local onde Harry e Sirius enfrentariam os Dementadores.



 



_Agora, vamos esperar. Estou certo de que o Ministro e o carrasco irão se decepcionar profundamente. _ disse Harry.



 



As palavras de Harry mostraram-se exatas. Logo depois que os dois bruxinhos e o hipogrifo entraram na mata, a porta da frente da cabana de Hagrid se abriu, dando passagem aos quatro. McNair empunhava seu machado, pronto para realizar mais uma execução. Mas, chegando ao local onde Bicuço estava preso...



 



_O que houve? _ perguntou Fudge _ Onde está o hipogrifo Bicuço?



_Parece que ele se soltou e fugiu. Ou alguém deve tê-lo libertado e fugido com ele. _ disse McNair, desapontado.



_Ora, ora. _ disse Dumbledore _ Isso parece que ocasiona uma reviravolta na situação.



_Bom garoto. Bichinho inteligente. _ disse Hagrid _ deu um jeito de se soltar e escapou.



_ “Bichinho”? _ espantou-se Fudge _ Lembre-se de que ele quase dilacerou o braço de Draco Malfoy! Vamos, Sr. McNair. Vamos procurá-lo pelos terrenos de Hogwarts.



_Com todo o respeito, Ministro, como o senhor espera que encontremos nos terrenos de Hogwarts um animal alado e, pelo que vi, inteligente o bastante para se soltar? _ perguntou McNair, agora entre contrariado e irritado, crispando a mão no cabo do machado _ Se ele fugiu ou se alguém o soltou, é certo que não saíram daqui por terra.



_O Sr. McNair tem razão, Cornelius. _ disse Dumbledore, rindo-se por dentro com o desespero de Fudge _ Seria mais apropriado procurá-lo nos céus, mas infelizmente não temos asas. Bem, Sr. McNair, creio que não será possível entalhar uma nova marca no cabo do seu machado, pois seus serviços deixaram de ser necessários.



 



Agora enraivecido, Walden McNair levantou o machado e, em um golpe, deu vazão a toda a sua frustração, dividindo ao meio uma das abóboras gigantes de Hagrid.



 



_Creio que aceitaria um Brandy, Hagrid. _ disse Dumbledore, feliz porque um animal inocente havia escapado _ Cornelius, Walden, juntam-se a mim?



_Acho que também vou aceitar uma dose e de tamanho extra, Diretor Dumbledore. _ disse McNair _ Soube que Hagrid guarda um Brandy muito bom e eu bem que estou precisando.



_Eu também vou tomar um e preparar meu espírito para o relatório que teremos de fazer ao Conselho, tentando explicar a fuga do hipogrifo. _ disse Fudge.



_Bem, então sejam bem-vindos à minha cabana, novamente. Só que não encontrarão nenhum copo pequeno por aqui. _ disse Hagrid, enquanto os três acompanhavam-no de volta à cabana, para uma dose de Brandy _ Mas depois de tudo isso eu creio que vão querer, como disse o Sr. McNair, uma dose de tamanho extra.



 



Alheios àqueles acontecimentos, Harry e Hermione deixaram Bicuço entre as árvores e foram para um ponto do qual tinham uma boa visão do Salgueiro Lutador. Bem escondidos, viram Sirius arrastar Rony pela entrada da passagem e suas versões atuais, juntamente com Janine, Nereida, Soraya, Pansy e Draco, tentando escapar dos golpes da árvore.



 



_Parece estranho a gente se ver assim. _ comentou Hermione, enquanto os outros seguiam suas instruções e saíam em busca de socorro. Logo em seguida, Bichento paralisou o Salgueiro Lutador e eles entraram pela passagem.



_Agora teremos que esperar pela nossa saída, pela transformação do Prof. Lupin e pela fuga de Pettigrew. _ disse Harry _ Mas como seria bom se pudéssemos incapacitá-lo, antes que ele estuporasse Rony.



_Seria, mas o perigo é muito grande. _ disse Hermione _ Se nós, em nossas versões de agora, nos víssemos em versões passadas ou futuras, poderia haver uma verdadeira catástrofe. Já houve relatos de bruxos que mataram acidentalmente suas contrapartes.



_E isso poderia criar um paradoxo, com efeitos nocivos no Continuum Espaço-Temporal. _ disse Harry.



_Isso mesmo. Veja, o Prof. Lupin está chegando. Usou um bastão para apertar o nó do tronco.



_E entrou pela passagem. _ disse Harry _ Agora falta o Prof. Snape.



 



Dali a pouco, Severo Snape aproximava-se do Salgueiro Lutador, que começou a se agitar. Mas o professor de Poções nem se importou. Concentrou-se e, em seguida, já não era mais ele. Em seu lugar havia um morcego de focinho grande, que desviou-se com habilidade dos galhos da violenta árvore e entrou direto pela abertura.



 



_O Prof. Snape também é um Animago, que surpresa. _ admirou-se Harry.



 



Algum tempo depois, o grupo saiu pela passagem secreta. Não demorou muito, a lua cheia surgiu e a transformação de Lupin começou. Os bruxinhos assistiram Pettigrew estuporar Rony e fugir.



 



_É uma pena ter que deixá-lo escapar, novamente. _ disse Hermione.



_Tem razão, Mione. Veja, estou jogando a pedra nele.



_Precisamos evitar que ele te ataque e já sei como. _ juntando as mãos à frente da boca, Hermione Granger imitou com perfeição o uivo de uma Lobisomem-fêmea no cio, para espanto de Harry.



_Então foi você. Mas isso nos cria outro problema. Atraído pelo uivo, ele vai correr direto para cá. _ disse Harry.



_Não havia pensado nisso, Harry. Agora teremos que mudar de posição e rápido.



 



Os bruxinhos voltaram para o lugar onde haviam deixado Bicuço, mas não contavam que o Lobisomem os farejaria. Quando Lupin se aproximou, Bicuço avançou e defendeu os dois, abrindo um profundo corte no peito do Lobisomem. Por sorte, em estado lupino ele tinha a cicatrização bem mais rápida.



 



_Precisamos nos lembrar de pedir desculpas ao Prof. Lupin, amanhã, Mione. Não vamos nos esquecer. _ disse Harry _ E o que será que a Jan está fazendo agora?



 



Tendo voltado uma hora a mais que Harry e Hermione, Janine não havia ficado parada. Procurando manter-se oculta dos olhos dos colegas, utilizava todas as técnicas aprendidas com o Soke de Togakure, Masaaki Hatsumi. Chegando à Sala Comunal da Grifinória, correu para o dormitório, primeiramente indo ao banheiro. Não queria que uma pressão da Mãe Natureza a surpreendesse, no meio da missão à qual se propusera. Cumprida aquela parte, foi até sua cama, abriu o malão e pegou uma bolsa, conferindo seu conteúdo e sorrindo ao ver que não faltava nada do que precisaria. Tomando os mesmos cuidados, chegou ao terceiro andar, mais precisamente à estátua de Gunhilda de Gorsemoor.



 



_ “Dissendium”. _ disse ela, tocando a corcunda da bruxa com a varinha. A passagem se abriu e ela correu pelo túnel até Hogsmeade.



 



Sua missão estava começando e ela faria tudo para ser bem-sucedida.



 



Na beira do lago, ocultos por uma grande moita, Harry e Hermione assistiam ao duelo dos dois bruxos contra uma centena de Dementadores. Viram Sirius cair e Harry sustentar a batalha, com seu Patrono-Escudo.



 



_Mas se seu pai ainda não chegou do Nepal, quem poderia ter conjurado um Patrono-Corpóreo? Prof. Snape? Prof. Mason? _ sussurrou Hermione, ao ouvido de Harry.



_Não sei, Mione. Mas se não chegar rápido, não vai dar tempo. Olhe só, já estou fraquejando. _ disse Harry _ Espere, Mione. Acho que já sei.



_Seja o que for, que seja logo. _ disse Hermione _ Seu Patrono-Escudo se apagou e você caiu... Harry, o que você está fazendo? Não podemos ser vistos!



_Já descobri o que houve, Mione. Estava debaixo do meu nariz e eu não percebi. Vou lá, salvar nossas vidas.



_O quê? _ perguntou Hermione, sem que a ficha caísse.



 



Harry Potter caminhou rapidamente até a beira do lago, sacou a varinha, apontando-a na direção dos Dementadores que se preparavam para sugar as almas dos bruxos caídos e bradando, com toda a decisão que pôde reunir e pensando em como seria bom poder salvar Sirius e provar sua inocência.



 



_ “EXPECTO PATRONUM!” _ Um intenso clarão prateado preencheu o ar e um grande cervo etéreo e brilhante irrompeu de sua varinha, fazendo com que os Dementadores abandonassem o local. Quando o cervo retornou para ele, desapareceu. Ao mesmo tempo, sua contraparte perdia a consciência.



_Harry, que Patrono poderoso! _ admirou-se Hermione _ Como foi que você o produziu?



_Estranho, mas acho que foi porque era algo que eu tinha que fazer e sabia que seria capaz, porque já havia feito antes. Uma explicação meio surreal, mas creio ser a melhor. Veja, lá vêm o Prof. Snape e o Prof. Mason, para nos levar ao castelo.



_Vamos esperar até que cheguem lá. Então, poderemos ir ao castelo, para salvar Sirius. _ disse Hermione.



 



Severo Snape e Derek Mason aproximavam-se do local onde os dois bruxos estavam caídos, o primeiro com o rosto inchado e o segundo mancando, com uma faixa no tornozelo direito e apoiando-se em uma muleta conjurada. Após conjurarem macas flutuantes, conduziram Sirius e o Harry atual para onde o Rony e Hermione atuais estavam e de lá para o castelo.



 



_Certo. Creio que daqui a uns trinta minutos nós poderemos ir. Será preciso dar o tempo necessário para que sejamos internados na Enfermaria e Sirius seja preso na sala do Prof. Flitwick. _ disse Harry.



_Sim. _ disse Hermione, consultando o relógio _ Você gosta bastante de Sirius, não é?



_Muito, Mione. Ele e meu pai sempre foram como irmãos e Ayesha é muito amiga da minha mãe, desde os tempos de alunas. Quando eu nasci, na hora eles foram escolhidos como padrinhos e muito mais: foram nomeados como meus tutores, caso acontecesse algo em batalha e eles viessem a me faltar. Da mesma forma, Sirius e Ayesha nomearam meus pais como tutores de Soraya, que é como uma prima para mim, tanto que nos tratamos como tal. _ disse Harry _ Por isso eu não posso ficar parado vendo-o ser condenado injustamente.



 



Após algum tempo, Hermione consultou novamente o relógio e julgou ser um bom momento para irem. Montaram em Bicuço e alçaram voo, a garota agarrando-se a Harry, assustada. Embora até voasse bem de vassoura, aquilo não era bem a praia dela. O voo galopante do hipogrifo muito menos.



 



_Como é que você está tão calmo, Harry? _ perguntou ela, apavorada.



_Em alguns minutos você se acostuma, Mione. _ respondeu Harry, tranquilo, enquanto aproximavam-se da torre onde ficava a sala de Flitwick.



 



Pousaram no terraço da torre e foram até a janela, enquanto Bicuço os aguardava, obediente. Localizaram Sirius sentado em uma poltrona, com uma xícara de chá nas mãos. Sondando possíveis defesas mágicas, Hermione Granger ficou satisfeita ao ver que não havia nenhuma.



 



_Ninguém espera que Sirius consiga fugir, portanto nem se deram ao trabalho de colocar Feitiços de Proteção. “ALORROMORA!” _ a janela se abriu e Sirius viu os bruxinhos _ Vamos, Sirius. Você é bom demais para os Dementadores.



_Nem precisa repetir o convite, Hermione. _ Os três montaram no dorso de Bicuço e voaram da torre para o pátio, enquanto algumas nuvens cobriam a lua.



_Agora você terá que ficar algum tempo escondido, Sirius. Para onde pretende ir? _ perguntou Harry.



_Não se preocupe, Harry. Ficarei na minha ilha, no Pacífico Sul, até a poeira baixar. _ respondeu Sirius _ Como conseguiram?



_Graças a um Vira-Tempo, ou melhor, dois. Janine também retornou, mas não sei o que ela veio fazer. _ disse Hermione _ Agora precisamos voltar para a Enfermaria.



_Entendo. É bom poder contar com suas qualidades, meus jovens. Coragem, inteligência e, sobretudo, o bom coração de todos. Até mais.



 



Montando em Bicuço, Sirius levantou voo e logo uma nuvem o ocultou da vista dos bruxinhos. Harry e Hermione correram e chegaram à Enfermaria, encontrando-se com Janine e Dumbledore.



 



_Missão cumprida, Diretor. _ disse Janine, prestando uma continência de brincadeira, para quebrar a tensão.



_A nossa também. _ disseram Hermione e Harry, fazendo o mesmo.



_Ótimo. Eu sempre tive toda a confiança em vocês. Acho que já podem entrar. Srta. Sandoval, venha comigo. Todos pensam que somente os Srs. Weasley, Potter e a Srta. Granger estavam na Enfermaria.



_Certo, Diretor. Creio que vai haver uma tempestade daqui a pouco. E não me refiro a chuvas. _ disse Janine, acompanhando Dumbledore.


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