Depois do Resgate




Olá, Lumos, Gego, Lulu e quem mais estiver por aqui...


Sinto-me à vontade para citar nominalmente vocês três porque são as minhas leitoras mais fiéis e estão deixando os seus comentários em todos os capítulos. Mas os demais, por favor, não se sintam excluídos.

Gosto sempre de escrever esse recadinho inicial que dá uma chave de leitura e, especialmente, estimula a interação com vocês. Este capítulo foi desafiante porque precisei escolher uma das centenas de milhares maneiras possíveis de falar do abraço de Ron e Mione quando se reencontraram após o resgate de Harry. E depois daquele momento... Bem, resumindo, Ron tem a oportunidade de mostrar que é um verdadeiro grifinório. Mas melhor você lerem, não é mesmo?


Um abraço,

Morgana Lisbeth

P.S¹: Quanto vale um comentário? Um minuto de vocês e um sorriso de felicidade desta aprendiz de ficwriter :)  
P.S²: Pensei em postar um novo capítulo a cada quinta-feira, mas não consigo seguir rotinas. Daí veio esse capítulo-bônus em plena terça e poderão vir outros. Sendo assim, para os que não quiserem perder as atualizações, sugiro marcar a fic no status “estou lendo” ou me acompanhar no twitter.
P.S³: A música incidental é uma sugestão de Luluweasley que amei.


* * * * *


 


 


 


 


 


Após a partida de Kingsley para encontrar com o ministro da Magia, Lupin e Gui também saíram da Toca na tentativa inútil de encontrar o corpo de Olho-Tonto. Quando os dois retornaram, o casal Weasley convidou todos a dormir na Toca com o argumento que não era seguro fazer mais qualquer movimentação naquela noite.


Apesar de todo sofrimento causado pelo acidente ocorrido com seu filho Jorge, Molly não perdeu o jeito maternal e encontrou um cantinho para cada um descansar, seja um velho colchonete ou um sofá. Quase ninguém, porém, conseguiu pregar os olhos.


Hermione dividia o quarto com Gina, que conversou muito com ela até adormecer de cansaço. Mas os instantes de madorna de Mione não foram tranquilos. Lembrava os eternos minutos que ficou olhando para o céu, à espera de Ron. Recusava-se a pensar na possibilidade de perder o ruivinho, mas o seu coração estava tão apreensivo que parecia ter se esquecido de bater.


A menina, acompanhada por Kingsley, chegou no momento previsto à Toca. No entanto, com exceção de Harry e Hagrid, mais nenhuma dupla de bruxos que participou do resgate voltou no horário planejado. Hermione logo soube que Ron e Tonks, que deveriam ser os primeiros, haviam perdido a chave do portal.


Apreensiva, Mione acompanhou a tensa chegada de Lupin e Jorge, que perdera uma orelha no combate com os Comensais da Morte. “Onde está Ron? Será que ele também se machucou?”, a menina se perguntava com desespero. Mais dois vultos se materializaram. Eram o sr. Weasley e Fred,  que entraram apressados na Toca querendo ver Jorge.


Enquanto Molly, Arthur e Fred rodeavam Jorge, que estava deitado no sofá da sala, os demais faziam vigília na área externa, olhando o céu. Ainda faltavam chegar três duplas: Gui e Fleur, Olho-Tonto e Mundungo, Ron e Tonks. Hermione jamais fora egoísta, mas só conseguia pensar em seu ruivinho.


Cada minuto parecia se arrastar como um século. Qualquer som fazia o coração de Mione bater mais forte, ora com medo, ora com esperança. Como um raio, a vassoura montada por Ron e Tonks se materializou. “São eles!”, gritou Hermione com toda a força que conseguiu reunir.


Nunca a morena havia abraçado o ruivo com tanta força, urgência, desespero, paixão. Como se daquele abraço dependesse a própria vida. E era exatamente assim já que não conseguia mais imaginar a sua vida sem Ronald Billius Weasley.


“Ron foi o máximo. Fantástico. Estuporou um dos Comensais da Morte direto na cabeça e olha que isso é muito difícil quando se está mirando um alvo móvel montado em uma vassoura”, elogiou Tonks quando chegaram à Toca. “Você fez isso?”, perguntou Mione inocentemente. “Sempre o tom de surpresa”, Ron respondeu rabugento. Provavelmente achava que a amiga não acreditava que seria capaz de tal façanha.


Mas Hermione acreditava. Não havia outra pessoa em que acreditasse mais. Seria capaz de confiar a sua vida ao ruivinho. “Por que ele não compreende isso de uma vez por todas”?, Mione se questionava enquanto ajeitava o travesseiro, em busca de uma posição repousante para dormir. Mais uma tentativa inútil. Logo acordava sobressaltada depois de uma pequena madorna.


Sem conseguir sequer ficar deitado em sua cama, Ron chamou Harry, que tinha os olhos fechados de cansaço, mas não dormia. Os dois desceram para sala onde estavam Lupin, Hagrid e Gui, que discutiam detalhes do resgate e planejavam como agir quando o dia amanhecesse.


Ainda não eram 7 horas da manhã e todos estavam à mesa, tomando o café forte preparado por Molly e comendo as deliciosas torradas quentes cobertas de manteiga. Bolo de chocolate, suco de abóbora e frutas completavam a farta e simples refeição dos Weasley.


Sentada em frente a Ron, a amiga observava o semblante cansado do ruivinho, as olheiras mais pronunciadas que nunca, os cabelos, sempre tão arrumados, em desordem. O rapaz também tinha notado que a menina, geralmente muito vivaz, estava abatida. Parecia ainda menor e mais frágil que nunca e ele sentia-se tão impotente, incapaz de protegê-la. Durante toda a refeição, os dois mal trocavam palavras, mas não paravam de trocar olhares. Falavam um ao outro, por meio daqueles intensos olhares, tudo aquilo que conscientemente não saberiam dizer.


Muitas lembranças da noite anterior ainda tumultuavam a cabeça do ruivinho. Também ele temeu muito pela segurança da menina que amava. “Mas por que inferno sangrento não permitiram que eu fizesse dupla com Mione no resgate? Agora, além de me preocupar em atacar esses malditos Comensais, ainda não paro de pensar nos riscos que ela corre. Não sabem que a missão de defendê-la é minha e de ninguém mais?”, havia refletido Ron.


O inesperado e apertado abraço da morena assim que voltou à Toca foi a sua melhor recompensa. Aquele perfume doce, tão familiar e provocante ao mesmo tempo, envolveu cada fibra do seu ser. “Ron? Você não está me ouvindo? Passa a jarra do suco, por favor!”, pediu a impertinente Gina, retirando-o daqueles devaneios.


Quando terminaram de tomar café, Hagrid, Lupin e Tonks se despediram. “No final da tarde voltamos para saber notícias. Tomem todo cuidado e nos avisem se precisarem de ajuda”, falou Lupin ao apertar a mão de Arthur.


Depois de quase um mês de espera, finalmente Ron, Mione e Harry estavam juntos! Os três ocuparam seus lugares nos confortáveis sofás da sala, mas, como ainda se sentiam muito abatidos com os últimos acontecimentos, quase não conversavam. O silêncio não se constituía um problema. Afinal, após tantos anos de amizade, já eram não eram mais necessárias as palavras para que se sentissem acolhidos e compreendidos um pelo outro.


xxx


Da janela do quarto de Gina, onde também estava dormindo, Hermione observava a amiga, Harry, Ron e Fred se divertindo com uma improvisada partida de quadribol. A ruivinha tinha insistido muito para que ela também participasse, mas Mione, que não gostava de jogar, preferiu a companhia de um bom livro. As risadas dos quatro a fizeram deixar por alguns instantes a leitura.


A noite já vinha caindo sobre a torta e aconchegante casa dos Weasley. Se havia um lugar que Mione poderia chamar de lar, esse lugar era A Toca. Em nenhuma outra casa ela sentia-se tão acolhida, tranquila e feliz. Mas ainda assim, a morena experimentava uma grande nostalgia. Tinha muita saudade dos pais e se perguntava se já estariam adaptados na Austrália.


Mas a menina precisava aceitar a verdade. Não era apenas por causa da saudade dos pais que experimentava aquela nostalgia. Ela e Ron tinham passado o dia distantes um do outro. Claro que era muito bom vê-lo assim tão feliz ao lado de Harry. Os dois rapazes pareciam ter muitos assuntos para conversar. A morena se alegrava com as gargalhadas deles, porém, era inevitável, sentia grande falta do seu ruivinho.


Lembrava como havia chegada tão sofrida e apreensiva à Toca. Com certeza foram os longos encontros com aqueles lindos olhos azuis que acalmaram o seu coração. E pensar que precisava continuar a guardar aquele sentimento tão forte por Ron em segredo! Tinham uma difícil missão a cumprir. Era por uma boa causa. Ainda assim, tratava-se de algo exigente já que estava cada dia mais enamorada por ele.


Perdida nesses pensamentos, foi surpreendida pela entrada de Tonks no quarto. “Oi, Mione”, saudou a auror sorridente. “Não tivemos muitas oportunidades de conversar nos últimos dias. Como você está?”, perguntou de um jeito afetuoso.


Hermione havia simpatizado com Tonks desde a primeira vez que a vira, ainda no quinto ano, em Grimmauld Place. Era tão jovem, bonita, e havia conquistado o difícil e desafiante trabalho de auror. Divertida, com personalidade forte, Tonks assumiu e lutou por um amor que muitos rejeitariam. E agora parecia tão feliz ao lado de Lupin.


- Estou bem, Tonks. Sinto muita falta dos meus pais, mas sei que estão em segurança e fico tranquila – respondeu Mione.


- E o coração, como está? Já matou a saudade do seu adorável ruivinho?  - questionou dando uma piscadela.


Sempre muito reservada, Hermione olhou para o chão e não conseguiu conter um lindo sorriso feliz. “Pelo seu jeito alegre, acho que vocês dois já tiveram bons momentos juntos”, concluiu Tonks mexendo em seus cabelos rosa.


- Tonks, eu e Ron somos amigos há seis anos... – tentou desconversar.


- Mione, por favor! Esqueceu que sou auror e tenho grande capacidade de observação e análise? Há dois anos, quando vi vocês dois juntos pela primeira vez, percebi que são apaixonados um pelo outro – disse com ênfase.


A bruxinha não planejara aquela conversa. Não gostava de falar dos próprios sentimentos. Mas não podia negar mais o óbvio. Dando os ombros, se rendeu finalmente à verdade. “Eu sei do meu sentimento por Ron. Mas, sinceramente, não tenho certeza sobre o que ele sente por mim”, reconheceu.


- Querida, isso está estampado na testa dele. Ron tem verdadeira paixão por você. Mas parece morrer de medo de reconhecer isso – argumentou.


- Sabe, Tonks, a professora Minerva foi me visitar em casa. Além de me dar dicas sobre como executar o feitiço para alterar a memória, ela me falou que eu e Ron não podemos começar a namorar agora. Precisamos nos concentrar totalmente na missão ao lado do Harry – contou.


- Professora Minerva e Arthur Weasley acreditam que o namoro pode atrapalhar a concentração de vocês durante a missão. Olho-Tonto tinha essa mesma opinião. Mas eu discordo. O amor nos faz mais fortes e dispostos a enfrentar as dificuldades – garantiu Tonks.


Dizendo que precisava voltar para casa, a bruxa metamórfica se despediu.  Hermione também resolveu sair do quarto. O jantar na Toca sairia em uma hora. A matriarca Weasley tinha uma pontualidade britânica e não gostava que ninguém se atrasasse. Mione imaginou que, enquanto esperava a refeição ser servida, talvez pudesse conversar com o ruivinho.


Ron, depois de terminar de jogar quadribol, foi para o seu quarto tomar um banho. Já estava pronto para descer – se encontrava faminto e não queria se atrasar para o jantar – ao ser surpreendido pela chegada de Gui.


“Fala irmãozinho! Podemos conversar um pouco?”, perguntou Gui. Ron respondeu que sim e ambos se sentaram na cama, cada em uma ponta. “Gostaria de saber sobre você e Hermione. Por acaso estão namorando?”, disparou o rapaz sem rodeios.


- Não, Gui! Claro que não – Ron falou enfático.


- Por que claro que não?  Vocês se gostam há tanto tempo...


- Eu não tenho certeza se a Mione gosta de mim... Talvez me veja apenas como amigo – respondeu vacilante.


- Você só poderá ter certeza se falar para Hermione dos seus sentimentos, se a pedir em namoro - incentivou Gui.


- Eu queria me abrir com Mione. Voltei de Hogwarts decidido a isso. Mas há uma semana papai me chamou para conversar e disse que não podemos começar a namorar antes do fim da nossa missão com o Harry – contou com um tom de voz derrotado.


- Por que não podem começar a namorar? Vocês dois não são maiores de idade? – questionou o irmão mais velho.


- Parece que é uma opinião unânime dos membros da Ordem. Achei estranho se preocuparem com isso. Até porque eu e Mione nunca...  Quer dizer, se fosse o Harry e Gina, que já namoraram... – refletiu o ruivinho.


- Papai costuma ser muito ponderado e sensato em suas opiniões. Ainda assim, acho que certas decisões são muito pessoais – começou a explicar Gui.


- A questão é que ele falou não estar dando um conselho de pai, mas simplesmente passando uma determinação da Ordem da Fênix. Acha que podemos colocar em risco a missão – falou Ron com desânimo.


Gui argumentou que sempre teve uma dose de rebeldia para defender as posições nas quais acreditava. “Não digo que você deve fazer o mesmo. Mas se dependesse da srª Molly, por exemplo, eu jamais usaria brinco e cabelos longos. Também não foi fácil para papai e mamãe aceitarem o meu relacionamento com Fleur”, garantiu. Segundo ele, o sr. Weasley, mesmo se nunca falou abertamente sobre o assunto, preferia uma nora trouxa a uma descendente de veela. “Infelizmente, o mundo bruxo também tem os seus preconceitos”, lamentou o primogênito dos Weasley.


 - Admiro você também por isso. Gostaria de ter um pouco da sua coragem – afirmou Ron.


- Você é um Weasley. A coragem está no seu sangue. Não por acaso está na Grifinória, a casa dos bravos e corajosos. Agora cabe a você decidir. Mas eu, em seu lugar, falaria para Hermione do sentimento que tem por ela. Mesmo que não comecem a namorar, acho importante Mione saber disso – enfatizou.


xxx


Quando Ron saiu do quarto, na companhia do irmão mais velho, teve a sua atenção despertada pelas vozes que escutou na salinha do segundo andar, usada para o estudo, conversas e jogos. Como imaginava, Mione estava lá, na companhia de Gina, Harry e Fred, que disputavam uma partida de xadrez.


- Acho que vou ficar por aqui mesmo até a hora do jantar – murmurou para Gui, recebendo uma piscadela em troca.


O irmão mais velho desceu enquanto Ron se sentou numa das almofadas da salinha, um pouco afastado das mesas de jogo. Harry disputava a partida com Fred, enquanto Hermione enfrentava a ruivinha.


- Olá, Roniquinho! Você demorou. Já começamos a jogar – falou Fred sem tirar os olhos do tabuleiro.


- Se quiser entrar no meu lugar, fique à vontade. Apenas você consegue derrotar Gina – garantiu Mione sorrindo para o ruivinho.


Ron retribuiu ao sorriso, mas, antes que pudesse dar qualquer resposta, a irmã gritou triunfante: “Xeque-mate”!


- Você nem deu uma chance para Mione... Mas agora a revanche fica por minha conta – disse Ron sentando-se em frente a Gina.


“Melhor não cantar vitória antes do tempo, Roniquinho”, retrucou Gina. “Pelo menos eu vou ter alguém torcendo por mim, não é Mione?”, perguntou, dando um sorriso torto para a amiga e mordendo os lábios. A morena balançou a cabeça afirmativamente e também sorriu, refletindo sobre como o ruivinho conseguia ter aquele charme não intencional.


Hermione sempre gostava de observar Ron jogando xadrez. Achava incrível como, diante do tabuleiro, ele mostrava o seu raciocínio rápido, capacidade de decisão, concentração e confiança. Não foi diferente agora. Em menos de 15 minutos, Gina teve que engolir o xeque-mate do irmão.


Fred, que também já tinha terminado a sua vitoriosa partida contra Harry, convidou todos a descer. “Faltam 10 minutos para o jantar e a srª Molly logo vai berrar os nossos nomes”, garantiu.


Todos já se encaminhavam para a porta quando Ron segurou Hermione pelo braço. “Gostaria de falar um minuto com você”, pediu ele. Harry se deteve por um momento e Fred deu empurrãozinhos nele e em Gina. “Melhor nós três nos apressarmos. Roniquinho quer dar um xeque-mate na Mione”, afirmou de jeito divertido.


Muitas vezes Ron se perguntava por que tinha tanto espírito de decisão e coragem no xadrez, mas não conseguia levar essas habilidades para os outros campos da existência. Diante do tabuleiro, parecia tão fácil refletir, escolher a melhor jogada e executá-la. Imaginava que tudo seria melhor se conseguisse transportar esse talento de enxadrista também para a vida sentimental.


E foi justamente durante aquele jogo, impulsionado pelo incentivo do irmão, que decidiu. Hermione precisava saber, ou melhor, tinha o direito de saber. Ele ainda não entendia como fazer, quais palavras usar. Com certeza falaria da forma mais desajeitada possível, como sempre. Mas tentaria explicar para a amiga que não havia adiado algo muito importante por covardia.


 - Eu estava sentindo a sua falta – assumiu quando ele e a amiga se encontravam sozinhos.


- Hã... É mesmo? – respondeu Hermione desviando os olhos do amigo e corando profundamente. A menina intuía onde aquela conversa poderia levá-los e já se sentia constrangida.


O rapaz se queixou dela ter se recusado a participar da partida de quadribol à tarde. Hermione lembrou que não gostava e nem tinha talento para aquele esporte. “Mas assisti um pouco do jogo pela janela do quarto da Gina e vi o quanto se divertiram”, contou.


Atendendo ao pedido do amigo, Hermione se sentou em uma das almofadas espalhadas no chão da sala. Ron, acomodado em outra almofada, achou melhor começar a falar, antes de perder a coragem.


- Não sei bem como dizer isso – começou vacilante – Muitas vezes não fui um grifinório. Pelo contrário. Agi como um covarde, não tomei as atitudes que devia. Agora estava decidido a fazer diferente.  Mas essa missão insana que vamos começar ao lado de Harry está me obrigando a adiar o meu plano...


Ron olhou para baixo, tomando fôlego para continuar a falar. Mas a menina, já muito ansiosa, não conseguiu mais se segurar.


- Não estou entendendo muito bem... O que você planejava fazer?


- Lutar pelo que mais desejo em minha vida – respondeu ele sem respirar.


- E o que você mais deseja é... Ser goleiro profissional de quadribol? – indagou Mione desconfiada das próprias palavras.


O ruivo deu um sorriso tímido e olhou de novo para o chão. Não tinha certeza se devia dizer, com todas as letras, que seu maior desejo era tê-la como namorada. “Talvez seja apenas um sonho impossível. Mas isso nem importa agora”, murmurou.


- Claro que importa, Ron! Você não pode desistir do seu sonho. Não vai demorar para o Lorde das Trevas ser derrotado e vamos poder realizar os planos que adiamos – disse Hermione com todo o otimismo que conseguia reunir.


- E o seu sonho, com certeza, é terminar os estudos em Hogwarts – prosseguiu Ron, encarando novamente a amiga.


- Esse é um dos meus sonhos. Mas não é o principal – respondeu com delicadeza. 


- Sério? E qual é o seu principal sonho? – perguntou o rapaz à queima-roupa.


- Ah, Ron... Melhor não falar sobre sonhos. Como você mesmo disse, temos que adiar nossos planos para nos dedicar a essa missão assumida diante de Harry - ponderou.


- Acho que ainda nem nos conhecemos muito bem, Mione. Ao contrário do que você falou, eu não quero ser um goleiro de quadribol profissional. Talvez um auror. Acompanhei muitas conversas deles aqui na Toca, quando preparavam os resgates seu e de Harry. Mas nem sei se vou ter talento para isso – falou com certo pesar.


- Claro que você tem talento! Lembro muito bem do que Tonks, que é uma excelente auror, disse sobre o seu desempenho durante o resgate do Harry – afirmou com firmeza a menina.


- Mione, eu... A gente precisa muito conversar. Têm tantas coisas que ainda não falamos um para o outro. Acho que algumas vêm se arrastando desde o quarto ano – disparou.


A inteligente menina percebeu que aquela conversa estava se tornando muito perigosa. Afinal, não podiam começar a namorar. Lembrando que a professora Minerva enfatizou que ela precisava manter o seu sentimento em segredo, tentou cortar aquele assunto.


- Ron, vamos ter muito tempo para conversar. Agora acho melhor descermos para o jantar. A sua mãe não gosta de atrasos – argumentou.


“Tudo bem, Mione. Eu só queria mesmo dizer que não deixei de agir por covardia. Estou apenas pensando no que é melhor para nós dois”, garantiu, ficando de pé e oferecendo a mão para levantar a amiga. Os dois trocaram ainda um significativo olhar antes de começarem a descer as escadas.


xxx


Para ouvir antes, durante ou depois de ler o capítulo:


Waiting Outside The Lines


http://bit.ly/QZ1xRw


You'll never enjoy your life,living inside the box
You're so afraid of taking chances,
how you gonna reach the top?


Rules and regulations,
force you to play it safe
Get rid of all the hesitation,
it's time for you to seize the day


Instead of just sitting around
and looking down on tomorrow
You gotta let your feet off the ground,
the time is now...
(...)


 

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Comentários (14)

  • Morgana Lisbeth

    Oi, Maggie! Estou um pouco sumida da FeB e só consegui ver e responder o seu comentário hoje. Minha vida deu uma reviravolta desde junho do ano passado, qdo terminei a fic. Mas estou com alguns projetos novos e devo passar mais vezes por aqui e acompanhar seus comentários. Forte abraço!

    2014-01-23
  • MaggieSmith

    Ah minha cara Morgana, você definitivamente conseguiu fazer com que eu sentisse uma incrivel raiva da Minerva...O que posso dizer sobre a fic?! Bem, ela é incrivelmente perfeita mostrando exatamente o que penso que deve ter acontecido, ou seja enrolação entre os dois e Weasley aparecendo nos piores momentos...Parabens pela fic está excelente! 

    2013-12-12
  • Samantha Gryffindor

    O Gui e a Tonks, dão otimos conselhos,pena que eles não sigam.Linda música e capítulo. 

    2012-11-08
  • Morgana Lisbeth

    Oi, Lily! Estava com saudades! Já deu para perceber que você tem uma vida bem corrida... Mas tinha certeza que vc arrumaria um tempinho para passar por aqui (rs). Bom saber que gostou do capítulo :) bjs!  

    2012-07-12
  • Lily_Van_Phailaxies

    Ron lindo, lógico não deixou de agir por covardia!Maaaaaaaaaas ainda acho que deveria seguir o conselho de Gui e ser levemente rebelde. Como a Tonks disse, os dois ficarem juntos só irá ocasionar coisas boas, mais motivos para lutarem e detonarem com tudo logo rsrsrsrs *me empolguei*Adorei o Fred: "Roniquinho quer dar um xeque-mate na Mione!" Bom eu pensei que meu comentário tinha ido antes... mas já que não foi, bora fazê-lo de novo =DAdorei o capítulo, parabéns!

    2012-07-12
  • Morgana Lisbeth

    Oi, Clara! Que ótima surpresa já ver você por aqui!!! Amo comentários enooormes (risos). Aliás, fico me segurando para não dar uma resposta imensa quando o leitor diz * que fofo * ao fim de um capítulo. Sabe, já disse isso algumas vezes, mas não custa repetir: eu me divirto muito, muito mesmo, escrevendo sobre esses missing moments. E fico feliz ao saber que outras pessoas, como você, também se divertem! Aguardo novos comentários (de preferência bem grandes kkk)! bjs!

    2012-07-05
  • Clara Eringer

    Olá, Morgana ((:Que boom que ficou feliz com minha presença, haha. Sou uma viciada em fanfictions, são um consolo enorme desde o lançamento do último livro.. Mas sou muito na minha, apenas leio, raramente quando gosto muito do que leio, faço questão de deixar um comentário, bons ficwriters merecem reconhecimento, na minha humilde opinião, e achei que você merecia! Haha. Como prometido, estou aqui novamente e você não se livrará de mim, pode ter certeza! Passei a manhã looouca pra chegar esse momento de começar a ler! E não me decepcionei em nada, adoreei cada capítulo já postado! Adorei a conversa do Ron com o Gui, haha. Acho linda a relação dos irmãos, acho que por eu ser tão ligada a minha irmã mais velha, sei como o Ron se sente e o quanto é necessária uma conversa dessas! Agora minha função é esperar ansiosamente pelo próximo capitulo, e nem preciso dizer o quanto quero que esse momento chegue, não é? haha. beijos, beijos ;* ps. Desculpe o tamanho dos comentáios. Vou tentar escrever menos, essão mais para testamentos, mas não consigo me conter, haha ((: 

    2012-07-05
  • Morgana Lisbeth

    Olá, Gego e Lumos! Que orgulho de vocês! Sempre presentes, sempre fazendo seus comentários tão motivadores!Gego,  já vi que vc é a favor da "rebeldia", assim como Tonks e Gui... Fica tranquila que muita coisa vai acontecer, mas nada que contradiga o caminho traçado por Rowling.Lumos, vc faz parte da Ordem? Entendeu perfeitamente a defesa do "agora não" (rs).  Bjs! 

    2012-07-03
  • lumos weasley

    Eu gostei muito da coragem do Ron. É uma pena que ainda não vão poder namorar, mas mesmo assim estou torcendo por eles. Eu sei que é por uma boa causa esse adiamento.Bjs! 

    2012-07-03
  • Gego

    Mas que conversas, em?! Poxa, fiquei com gostinho de quero mais.A Mione sempre cobrou uma atitude dele. Justamente quando ele dá o primeiro passo...  Maldita Ordem! kkkkO pior é que eu fiquei na esperança de acontecer alguma coisa, mesmo sabendo que não ia acontecer. Tá vendo como sua história é envolvente? ;D*Adorei a surpresa, bônus, espero que aconteça mais vezes.*Beijos! 

    2012-07-03
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