Opprimendis Febris



 


Oi, queridos leitores!


Quem de vocês for mais ansioso corre o risco de se impacientar com as idas e vindas de Ron e Hermione. Mas todos nós, que conhecemos e amamos esses dois, sabemos que não foi fácil para eles reconhecer e se entregar ao amor que sentem um pelo outro. Os momentos de ternura, que fazem a gente suspirar, acabam sendo seguidos pelas brigas e crises de ciúme. Ainda assim, temos que reconhecer o amadurecimento deles. Mione está bem mais flexível e Ron, mais sensível; ambos, mais carinhosos, atenciosos, enfim, apaixonados. E desse modo, o tempo da discussão ao perdão tornou-se mais curto. Porém ainda existe - e como existe!


Para Gego e quem mais estiver na expectativa do casamento de Gui e Fleur: ao contrário do que havia dito em resposta a um comentário, serão pelo menos mais seis capítulos, além desse, até aquele momento (não desistam, por favor).


Um abraço,


Morgana


P.S¹: Estou esperando ansiosamente os comentários de vocês!
P.S²: Respondo aos comentários nos capítulos que foram postados; voltem lá, por favor, se quiserem ler o que escrevi.


* * * * *


 


 


 


 


 


O aconchego da Toca, as vozes e as conversas dos bruxos nos quais podia confiar deixaram o coração de Hermione em paz. A morena sentiu-se, pela primeira vez, pronta para a difícil missão que a aguardava. Essa coragem vinha, especialmente, da presença de Ron que, como nunca, tratava-a com carinho e atenção. O ruivinho parecia ter amadurecido, estar compenetrado, e Mione sentia-se ainda mais enamorada por ele.


Naquele final de tarde, no entanto, nem mesmo a leitura conseguia acalmar a menina, que voltara a ficar apreensiva. Precisava ouvir a voz de Ron e se encontrar com aqueles olhos tão azuis. Somente assim se sentiria novamente reconfortada. Saiu do quarto e, por força do hábito, levou junto o livro. Ao chegar à sala de jantar, encontrou com Gina.


- Oi, Mione! Com um livro na mão? Está procurando algum lugar tranquilo para ler? – perguntou a ruivinha.


- Ah... Sim. Estou querendo ler um pouco – afirmou com certo desconforto.


- Bem, você pode ler no meu quarto, na sala de jantar ou no banco do jardim. Só não vá para salinha junto à lareira porque Ron, que agora resolveu dar uma de leitor, detesta companhia – falou.


Inesperadamente, Ron, que estava acompanhando toda a conversa, se manifestou.


- Hermione não me atrapalha, Gina. Você, sim, não é bem-vinda aqui – gritou o rapaz.


- Meu irmãozinho é sempre tão gentil. Não sei como você consegue ser amiga dele – alfinetou Gina – Estou indo para o quarto. Espero que você encontre um bom lugar para ler.


A morena conhecia muito bem os defeitos de Ron, mas sabia, de modo especial, que por trás daquele jeito rude o rapaz trazia um grande coração, capaz dos maiores sacrifícios pela família e pelos amigos.


- Por que você falou daquele jeito com Gina? Ela ficou chateada, com razão – disse a menina ao chegar à salinha.


- Mione, pode ser que Gina seja uma ótima amiga. Mas ela é uma irmã muito chata, acredite – garantiu o rapaz.


- Você também acha Fred e Jorge chatos, diz que Percy envergonha a família... Por acaso gosta de algum dos seus irmãos? – questionou.


- Gui e Carlinhos são ótimos – respondeu.


Hermione simpatizava muito com os dois, especialmente com Carlinhos, que tinha um jeito brincalhão, mas sem o exagero dos gêmeos. Lembrava das palavras do segundo irmão de Ron quando foi se despedir dela, no dia anterior. Ele estava viajando à Romênia para atender a um chamado de emergência, mas planejava voltar na semana do casamento.


“Gostaria de pedir desculpas novamente por ter atrapalhado aquele momento romântico seu e de Ron”, falou Carlinhos, parecendo não notar que a menina enrubescera. “Em meu nome e dos meus irmãos, quero lhe dar as boas-vindas à família Weasley”. A bruxinha sorriu, recordando essas palavras. Não sabia por que, mas não conseguiu dar qualquer resposta. Foi retirada daquelas lembranças ao ouvir Ron chamando o seu nome.


- Posso saber em que mundo você está? – perguntou o ruivinho.


- Hã, eu... estava lembrando uma coisa divertida. Mas deixa para lá. Você estava dizendo que gosta apenas do Gui e Carlinhos? – desconversou.


- Exatamente – respondeu Ron – Os irmãos atrapalham muito, roubam o nosso espaço... 


- E como Carlinhos mora na Romênia e Gui, que até há pouco tempo esteve no Egito, agora está concentrado apenas em Fleur, eles não incomodam você, certo? – insistiu a menina.


- Fala isso porque não tem irmãos. Muitas vezes sinto vontade de lançar um feitiço e fazê-los desaparecer...


A menina encarava o amigo de olhos arregalados, sem acreditar no que estava ouvindo. O ruivinho deu uma gargalhada.


- Mas apesar de tudo isso, não consigo imaginar a minha vida sem os seis – concluiu o rapaz.


Sentindo-se aliviada, a menina sorriu. Achava a família de Ron tão bonita que ficava triste de ver qualquer desentendimento entre eles. O amigo a encarou de um jeito decidido. “Acho melhor encerrarmos essa conversa por aqui. Afinal, você também está querendo ler, não é”? A menina respondeu que sim e abriu o livro.


Por meia hora ficaram em silêncio, envolvidos em suas respectivas leituras. Hermione, porém, não estava completamente concentrada. Ela não queria ler e sim receber atenção do amigo. Depois de relutar por um momento, resolveu se abrir com ele.


- Ron? Você não pode parar de ler um pouco? Eu queria conversar com você – pediu.


Sem desviar os olhos do livro, Ron falou que agora não podia parar. “Estou lendo algo muito importante”, argumentou.


- Você nunca gostou de ler tanto assim. O que está acontecendo? – perguntou a menina em tom provocador.


- Já não são suficientes as brincadeiras de Fred e Jorge? Agora também você vai se divertir às minhas custas? – reclamou.


- Desculpe-me, eu não quis ofender você – respondeu com suavidade.


- Tudo bem. Sem problemas – afirmou o rapaz, voltando a se concentrar no livro.


- Mas afinal, Ron, o que está você está lendo? Nunca vi você tão compenetrado na leitura de um livro? – tornou a perguntar a menina, que precisava da atenção do amigo.


- “Guerras Bruxas através dos séculos” – falou, mostrando a capa do volume com centenas de páginas que tinha em mãos – É uma coleção. São dez livros e já estou no oitavo – continuou com certo orgulho.


- Deve ser bem interessante – disse a menina – Posso dar uma olhada?


O rapaz fez uma espécie de careta, um pouco relutante, mas por fim concordou em entregar o livro à bruxinha. A menina folheou algumas páginas e começaram a falar de assuntos tratados no livro. Ron estava totalmente concentrado na amiga – sempre admirava a inteligência dela – e Hermione sentia-se feliz por ter atingido o seu objetivo de receber atenção do ruivinho. “E você, Mione, o que está lendo?”, perguntou com especial interesse.


No mesmo instante, Hermione mostrou o livro de capa vermelha onde estava escrito “Magia Avançada de Defesa contra as Artes das Trevas”. O rapaz a olhou assustado e, rapidamente, pegou o volume das mãos da menina.


- Você não vai mais ler isso não, Mione! Depois fica com raiva de mim por algum motivo e me lança um desses feitiços. Melhor não arriscar – disse enfático, com um leve sorriso no rosto.


- Deixa de bobeira, Ron. Claro que não vou lançar um feitiço em você! – falou sorridente.


Tudo poderia ficar por ali e ser apenas mais um momento descontraído entre os dois, que terminaria em muitas gargalhadas. Mas o rapaz foi tocar justamente na “ferida” do relacionamento entre eles.


- Espero que não lance mesmo. Lembro muito bem da dor que senti quando me atacou com aqueles pássaros – contrapôs.


- Por favor, Ron, não fala mais sobre isso. Eu fico triste sempre quando lembro. Não queria ter machucado você – confessou com ternura.


- Realmente você foi injusta comigo me atacando daquele jeito – declarou para reforçar o remorso da menina.


- Não fui injusta. Você mereceu! Reconheço, no entanto, que devia ter usado outro feitiço. Quem sabe simplesmente ter estuporado ou lançado um petrificus totallis... Assim você ficaria fora de combate – disse consciente que as feridas nas mãos e braços do ruivo levaram Lilá atirar-se ainda mais ao pescoço do ruivinho, com a desculpa de quere consolá-lo.


- O quê? Você é louca! E ainda fala que eu mereci! – queixou-se Ron.


- Claro que mereceu! – rebateu, lembrando-se de como ficara arrasada naquela noite ao ver o rapaz pelo qual era apaixonada há tanto tempo beijando a loirinha.


- Ah, é? Então me diz por que mereci uma covardia daquelas? – provocou.


- Por acaso esqueceu como passou a me tratar de forma agressiva pouco tempo depois de ter aceitado ir à Festa do Sluge comigo? – perguntou desafiadora.


- Eu já pedi desculpas por isso... Sei que tenho pavio curto e estou tentando melhorar. Mas você sabe muito bem por que agi assim – respondeu com as orelhas já muito vermelhas.


- Por causa do seu ciúme doentio de Vítor Krum? E isso quando já não mantínhamos mais qualquer contato, nem por correspondência – enfatizou, tocando no “calcanhar de Aquiles” do menino.


- Não bastou o contato que tiveram antes, durante e depois daquele baile ridículo?! E você ainda fez questão de manter tudo em segredo – falou elevando a voz.


- Ron! Quando você vai amadurecer? Quantas vezes vou precisar repetir que Vítor Krum nunca teve e nem vai ter importância em minha vida? – desabafou, com o rosto cada vez mais vermelho.


- Já estamos saindo do foco da conversa. Foi por eu ter ficado chateado com o seu romancezinho com Krum que você me atacou com os pássaros? – a questionou com olhar severo.


- Na verdade, a forma como vinha me tratando já seria motivo suficiente. Mas eu fiquei ainda mais chateada por você não ter fibra para resistir às investidas de uma menina da qual não gostava – argumentou.


O rapaz olhou para Hermione de forma intrigada, como se a visse pela primeira vez desde que chegara à Toca. Será que ela tinha mesmo sentido ciúmes de Lilá? Mas se isso era verdade tratava-se de um sinal de que a morena gostava de verdade dele! A fisionomia tensa que o ruivo trazia nos últimos instantes foi substituída por uma expressão sorridente. A menina, percebendo essa súbita mudança, ficou desconcertada. O que Ron estaria pensando? Será que sabia da sua paixão por ele? Então por que não tomava qualquer atitude?


- Mione, seja como for, não vou lhe devolver esse livro – disse de jeito bem-humorado.


- Ah, não? Você não devia desafiar uma bruxa com varinha – ameaçou, entrando naquele jogo divertido.


Ele foi mais rápido e imobilizou as mãos da menina, segurando-a pelos pulsos. “Agora quero ver o que você vai fazer”, afirmou. Ron era muito mais forte que Hermione e ela não conseguiria desprender-se tão facilmente. Ainda assim, tentou soltar as mãos, sem sucesso. O movimento fez com que os rostos dos dois quase se tocassem. Mione e Ron ficaram visivelmente assustados com tal proximidade. O rapaz, porém, não largou a amiga.


- Ron, você pode me soltar? – pediu Hermione com delicadeza.


- Não antes de você prometer que não vai lançar outro feitiço em mim – disse o rapaz.


- Você só corre esse risco caso não se comporte – falou a menina com um suave sorriso.


Aquele momento de importantes revelações terminou com um novo acordo de paz. Os dois sabiam, no entanto, que mesmo se viveram instantes de tensão com o fantasma do ciúme que voltara a assombrá-los, estavam ainda mais próximos. E, especialmente, mais confiantes na reciprocidade do sentimento que tinham um pelo outro.


xxx


Hermione já conhecia a nova rotina de Ron. Toda tarde o rapaz se dirigia para a salinha próxima à lareira para ler o livro sobre as guerras bruxas. Para ela, uma leitora apaixonada, não era difícil aparecer por lá com a desculpa de dividir com o amigo aquele cantinho tranquilo.


Naquele dia, no entanto, ela foi surpreendida ao ver que o rapaz estava deitado no sofá e parecia dormir, com o livro aberto sobre o peito. A princípio, achou divertido. “Ele não está muito acostumado a ler. Acabou cansando. Típico de Ron”, pensou.


Depois de se sentar na poltrona próxima ao amigo, Mione começou a ler. Levantou os olhos por alguns instantes e observou o rapaz, que estava mais alto e forte. “Como Ron é bonito. Aliás, está cada dia mais bonito, maduro, atencioso”, dizia para si mesma. Voltou ao livro, mas não teve muito tempo para se concentrar na leitura. Ouviu um gemido e logo viu que o amigo se debatia e falava palavras desconexas.


Mione levantou-se de um salto e foi para perto do rapaz. Será que ele tinha sido envenenado novamente, atacado por algum comensal da morte? Chamou-o pelo nome algumas vezes, sem resposta. Colocou as mãos na testa de Ron e se assustou ao ver que ele estava muito quente. Quando se preparava para pedir ajuda, ouviu o estalo seco da aparatação. Os gêmeos surgiram em sua frente e, dessa vez, ela sentiu-se aliviada com a presença deles.


Fred e Jorge foram rápidos. Chamaram o pai, que por sua vez se comunicou com o medibruxo da família. Em cerca de cinco minutos, Ron já estava sendo medicado. Hermione, que havia ouvido falar de várias doenças típicas de bruxos, descobriu uma nova. O amigo estava com opprimendis febris, enfermidade facilmente curável que podia se agravar caso não tratada a tempo. Os sintomas eram febre, suores frios na mão, tremor e delírio.


- Tio Benjamin quase morreu disso. Também teve essa doença cinco vezes – falou Fred, parecendo não se importar com o nervosismo de Hermione, que aguardava notícias do amado.


- Só escapou da quinta porque a tia Penélope entrou na jogada – completou Jorge.


A bruxinha sabia que não devia fazer qualquer pergunta aos gêmeos, mas não resistiu. “E como a sua tia Penélope ajudou ao seu tio Benjamin?”, questionou a morena.


- Já ouviu falar nos poderes do amor? – disparou Fred, dando uma piscadela.


- Se você não fizer como a tia Penélope, Ron vai ter muitas recaídas – falou Fred.


Os dois irmãos deram juntos uma gargalhada e desaparataram. Hermione ficou perplexa ao ver que os gêmeos faziam piada de um assunto tão sério. Continuou sentada na sala, à espera de notícias do amigo. Logo ouviu a voz do medibruxo, que descia as escadas na companhia do sr. Weasley.


- Arthur, o seu filho deve estar muito preocupado com alguma situação particular, sentindo-se pressionado a agir como não gostaria, oprimido por uma angústia. Essa doença costuma atingir bruxos que vivem grande tensão. É uma espécie de alerta lançado pelo organismo para nos levar a alguma mudança – falava o médico.


- Mas Ronald já está estável, não é dr. Smith? – perguntou Arthur.


- Sim, amanhã nem vai se lembrar desse mal-estar. De qualquer forma, acho que precisa ter uma conversa com ele para saber o que está o fazendo sofrer – aconselhou.


O medibruxo e Arthur passaram pela sala sem notar a presença da menina. Uma doença que costuma atingir os que vivem grande tensão? Nunca havia ouvido falar daquilo. Mas Mione sabia que ainda tinha muito a aprender sobre o mundo bruxo. Assim como ela, o ruivo deveria estar muito angustiado em pensar que precisariam lutar contra o Lorde das Trevas e seus aliados.


Na manhã seguinte, Hermione encontrou o amigo sentado na sala. Preocupada com ele, não conseguiu evitar uma atitude espontânea. “Ron, como você está?”, interrogou a menina com um jeito apreensivo, logo pegando as mãos do rapaz para sentir se continuavam frias e vendo a temperatura da testa dele.


- Hermione, para com isso – disse Ron se desvencilhando da amiga – Eu estou bem, não precisa se preocupar comigo.


O ruivinho achava que Mione tinha aquele excesso de cuidado por achar que ele era fraco, incapaz de se defender. E isso o incomodava profundamente.


- Como eu não vou me preocupar com você? Eu sou sua amiga – respondeu com simplicidade.


- Mas não precisa! Eu sei me cuidar sozinho – rebateu com mau humor.


- Eu achei que você tinha amadurecido, mas continua insensível do mesmo jeito. Não consegue entender um gesto de carinho, de atenção – falou magoada.


- Consigo entender muito bem que você tem uma preocupação maior comigo do que com o Harry. Com certeza porque ele é mais corajoso, capacitado, autossuficiente, não é? – disparou em tom nervoso.


- Ron, quem estava doente agora era você! Quando Harry está em apuros, eu me preocupo, sim, com ele – argumentou a menina se perguntando quando o ruivo ia entender que a sua “preocupação maior” era por conta do sentimento maior que tinha por ele.


- Dispenso as suas explicações. Estou cansado de ser tratado como o incompetente que precisa o tempo todo de ajuda enquanto Harry é sempre o herói – disse sarcástico.


- E eu pensando que tinha mudado... Parece que estou revendo você no quarto ano, no dia do baile. O ciúme veda os seus olhos e não consegue enxergar o que está a um palmo do nariz. Todo mundo percebe isso, menos você. E eu estou cansada de esperar que amadureça – afirmou a menina, virando as costas.


xxx


Ron não gostava de falar com Mione sobre isso, para evitar que ficasse ainda mais tensa. No entanto, as guerras descritas na coleção de livros o convenciam que seria muito difícil, quase impossível, três bruxos adolescentes venceram os poderosos Comensais da Morte. Sentia o dever de estar ao lado de Harry e, ao mesmo tempo, proteger a menina que amava. Mas como ele, que não tinha qualquer poder especial, poderia fazer isso?


A sua angústia, ao pensar em tudo isso, crescia ainda mais a cada dia. E chegara a tal ponto que acabou tendo aquela doença, opprimendis febris, considerada o mal dos fracos. Sentia-se envergonhado diante da amiga e a preocupação dela, que parecia excessiva aos olhos do ruivinho, comprovava o quanto era patético. Por esse motivo, o rapaz reagiu mal à atitude cuidadosa de Hermione. Agora lá estava ele, arrependido, tentando encontrar um jeito de pedir desculpas.


Era apenas uma flor, frágil como todas as outras, mas de cor vermelha e com um perfume forte. Não sabia por que, mas o lembrava Mione. Algumas vezes delicada, com facilidade para chegar às lágrimas, em outras, corajosa, forte e decidida. O rapaz colheu a flor. Já sabia como mostrar que estava arrependido.


O ruivinho caminhava com a flor na mão, de cabeça baixa, pensando no que dizer para a amiga. Quando ergueu o rosto, avistou Hermione andando em sua direção. Os dois se aproximaram sem desprender os olhos um do outro. Pararam apenas quando se encontravam frente a frente.


- Eu estava pensando em você – disse o rapaz com muita simplicidade – Fico triste em saber que vivo lhe magoando. Não queria que fosse assim. Deve ser por isso que você é mais amiga do Harry. Ele compreende você melhor do que eu.


- Ron, eu já falei sobre isso. Considero vocês dois grandes amigos. Diferentes, é claro. Mas agora não quero conversar desse assunto. Quero apenas saber como você está – falou.


- Estou bem. Pronto para participar do resgate de Harry – garantiu com um leve sorriso.


A menina respirou fundo, lembrando que no dia seguinte teriam essa missão. Naquela tarde haveria uma reunião com os membros da Ordem da Fênix para entender o plano, liderado por Olho-Tonto. Mione voltou a olhar o amigo e foi então que percebeu que ele trazia uma bela flor na mão.


- Que flor é essa? – perguntou.


- É para você! Com o meu pedido de perdão pela forma como lhe tratei hoje de manhã - disse com solenidade, estendendo a flor na direção da menina e fazendo uma leve inflexão.


- Que linda, Ron! E tem um perfume tão envolvente. Não posso deixar de perdoar quem me oferece um presente delicado assim – falou sorridente.


Os dois amigos deram mais algumas voltas no jardim antes de entrar na Toca. Falaram de flores, perfumes, músicas e outros assuntos que atraem jovens casais enamorados, mas dificilmente seriam tratados por quem se prepara para uma guerra. Naquele momento não eram os companheiros do Eleito para derrotar os Comensais da Morte. Eram simplesmente Ron e Hermione, dois jovens bruxos apaixonados.


Voltaram para a Toca quando os primeiros membros da Ordem da Fênix começavam a aparatar no local. Logo começou a reunião, com direito a um delicioso bolo de chocolate e suco de frutas silvestres preparados por Molly. Ron e Hermione, sentados lado a lado, trocaram muitos olhares e sempre apoiavam a sugestão um do outro. Difícil não perceber a cumplicidade que crescia entre eles. Quando formaram as duplas que participariam do resgate, os dois foram separados. Ron faria par com Tonks, Hermione com Kingsley.


- Por que eu e Mione temos que ficar separados? Já estamos acostumados a participar de missões juntos - protestou Ron.


- Meu filho, o motivo é muito simples. Cada um dos sete Potter deve estar acompanhado de um auror. Além do mais, não podemos expor vocês dois, que já são muito procurados pelos bruxos das trevas – explicou com paciência o sr. Weasley.


xxx


Para ouvir antes, durante ou depois de ler o capítulo:


Again


http://bit.ly/k3tzN3


Hands over my head
Thinking what else could go wrong
Would of stayed in bed,
How can the day be so long?

Never believed
That things happen for a reason
But how this turned out
Removed all my doubts so believe
that for you I'd do it
All over again
Do it all over again

All I went through led me to you
So I'd do it all over again
For you..
(…)

 

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Comentários (10)

  • Samantha Gryffindor

    Doença de amor, quem nunca passou por isso, irá passar por uma um dia. aiaia, que fofo,uma flor para uma rosa,essa frase é bem brega,mas define bem esse momento. rsrs. 

    2012-11-08
  • Morgana Lisbeth

    Lulu, não se preocupe que vou sempre esperar por vc! Ah, e vou ouvir a música para ver se me inspira a escrever um pouco mais! bjs!

    2012-07-01
  • luluweasley

    É... parece que tudo só acontece na quinta-feira para eu não ver a atualização...só pode! Ah, e econtrei uma musica linda, chama-se Waiting outside the lines de Greyson Chance :)

    2012-07-01
  • Morgana Lisbeth

    Oi, meninas!Lulu, vc demorou muito mesmo (rs), mas ainda bem que chegou. Aliás (olha o tom de ameça!), sinto muito pelos outros leitores, mas sou vou postar outro capítulo depois de receber o seu comentário (kkk) :)Gego, você ainda não sabia que é tão importante? Então a falha foi minha por não conseguir expressar isso! Só tem sentido postar a fic aqui se for para ter essa interação com os leitores. Caso contrário, melhor continuar deixando os meus escirtos no fundo do baú... Bjs! 

    2012-06-30
  • Gego

    Eu sou tão importante assim?! *3* Obrigada pelo carinho! Fico feliz em saber que os meus comentários te dão um UP. ;)Não vou lhe abandonar e também tenho certeza que não vou me decepcionar com o próximo capítulo. Beijos! 

    2012-06-30
  • luluweasley

    Cheguei por ultimo...denovo. Meu netbook quebrou e não pude entrar na FeB. Mas enfim... Capítulo com desabafos dos dois e quase entrei em pânico quando Mione encontrou Ron doente. Amei a forma como Ron se desculpou. capítulo incrível,como todos (rs) bjs

    2012-06-30
  • Morgana Lisbeth

    Ah, Gego, estava sentindo a sua falta! Minha leitora mais FIEL não pode me abandonar (rs)! Mas falando sério, você sabe que é a principal "culpada" por eu estar compartilhando a minha terceira fic por aqui, não sabe? Se não fossem os seus comentários, acho que não tinha concluído nem a primeira...A música do Mars é muito bonita mesmo. Se tiver sugestão de alguma outra canção, fique à vontade.Quanto à sua suspeita... Bem, não quero criar expectativas, mas acho que o próximo capítulo está bem fofo. Espero não lhe decepcionar. Bjs! 

    2012-06-29
  • Gego

    Tô adorando essa nova fase deles. Sim, ainda existem brigas, mas as pazes... Tudo muito fofo! Ainda bem que temos você pra escrever o que a J.K.R. não botou nos livros. ;)Nunca tinha escutado essa música do Bruno Mars. É linda! Terrified é perfeita também, já tinha ela na minha lista.Ah, e não se preocupe, apesar de estar ansiosa pelo capítulo do casamento, estou adorando os já postados e sei que vou amar os que ainda estão por vim. Aliás, tenho uma suspeita de que o próximo será maravilhoso. 

    2012-06-29
  • Morgana Lisbeth

    Muito obrigada, Lumos, pela companhia! Não gosto de ficar sozinha (rs). Especialmente quando faço esse mergulho em sentimentos tão intensos e verdadeiros que fazem parte da nossa condição de seres humanos :)Não conhecia a música e amei! Vai ser a trilha de um dos próximos capítulos, com ceteza. 

    2012-06-29
  • lumos weasley

    Como sempre o capítulo ficou perfeito. Tadinho do Ron ter que guardar tantos sentimentos juntos é mesmo muito dificil. Bjs!ps: vc conhece a música terrified, da Katherine McPee? É muito boa e tem tudo a ver com a fic. 

    2012-06-28
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