O Reencontro




Olá a todos!


Dessa vez, como já contei no primeiro capítulo, vamos fazer uma experiência diferente: escrever a fic juntos. Tive alguns receios. E se eu não conseguir terminar? Ou demorar demais? Apesar de reconhecer o heroísmo de muitos ficwrites que se dedicam a uma mesma história ao longo de um, dois, três anos, sou um pouco ansiosa. Mas vou tentar me acalmar e voar na velocidade da minha vassoura, fazendo uma atualização por semana. Então, acho que vamos ficar juntos por um tempinho ainda (espero que não desistam rs).


Fiquei superfeliz de reencontrar leitores queridos por aqui, que me acarinharam com seus comentários. E surpresa também ao ver que tenho alguns leitores silenciosos e fieis, como Priscilla Gomes, Mandy_Weasley, EmGrint. Por favor, não pensem que estou cobrando um comentário. Queria simplesmente mandar um abraço e lembrar que “tudo que cala fala mais alto ao coração”. Mas os demais, please (!), não deixem de continuar a comentar!


Um abraço,


Morgana Lisbeth


* * * * *


 


 


 


 


 Ao lembrar que o sr. Granger planejava ficar um mês no exterior, Ron imaginou que Hermione não conseguiria cumprir sua promessa de chegar a tempo de assistir ao casamento. Ficou aliviado ao saber que Tonks conseguira, finalmente, conversar com a menina. Ela havia voltado da França e em três dias estaria n'A Toca! Nunca três dias passaram lentamente assim. O ruivinho jamais se sentira tão ansioso, nem mesmo em véspera de um jogo de quadribol.


No dia combinado para a chegada de Hermione, Ron acordou antes do sol nascer. Faltava ainda uma hora para Tonks buscar a menina, mas o rapaz já estava no jardim d'A Toca, na companhia de um livro. Não conseguiria ficar fechado dentro de casa com toda aquela ansiedade.


Sentado no banco de madeira do jardim, Ron finalmente havia se concentrado no livro. Desde que chegara À Toca, sua principal distração era a leitura. Havia encontrado na biblioteca reservada do seu pai a coleção “Guerras Bruxas através dos séculos” e não conseguia parar de ler. Pensava na guerra que estava para chegar e sentia que precisava se preparar para aquele momento.


Há 10 dias também havia recebido um curioso livro de presente dos gêmeos, “Doze maneiras infalíveis de encantar uma bruxa”. A princípio não levou aquilo a sério, mas bastou folhear algumas páginas para ver que trazia informações bem interessantes. E como tinha particular interesse de conquistar uma bruxinha muito especial, não desprezou a leitura da obra, mesmo se feita sempre reservadamente, em seu quarto.


“O que Mione vai pensar quando souber que estou lendo tanto assim?”, pensou sorridente. Mas, antes que conseguisse retomar a leitura, ouviu um barulho seco, característico da aparatação. Olhou para frente e em uma fração de segundos a bruxa de cabelos rosa e vestes pretas surgiu acompanhada por uma menina com roupas trouxas – calça jeans, casaco marrom e tênis – e cabelos presos em um rabo de cavalo. Perto de Tonks, Hermione parecia ainda mais baixa e magra.


Ron estava apreensivo com a chegada da amiga. Tinha acompanhado várias conversas dos membros da Ordem da Fênix e sabia como qualquer deslocamento era perigoso. Os Comensais da Morte estavam em vigilância cerrada. Com grande alívio, ele viu as duas bruxas se materializarem à sua frente e não pensou duas vezes. Correu até Mione para abraçá-la.


Mesmo se surpresa, já que não esperava encontrar imediatamente com Ron, a menina retribuiu ao abraço. Quando o rapaz se afastou para beijá-la na testa percebeu que ela estava chorando de soluçar. “O que houve, Mione? Alguém machucou você?”, perguntou preocupado.


- Não, Ron! Eu não estou machucada. Mas não me faça mais perguntas, por favor – respondeu a bruxinha, que estava muito triste por ter se separado daquela forma dos pais, se afastando do amigo.


O rapaz a olhou apreensivo, sem entender muito bem que atitude tomar. “Mas eu não posso ajudar de alguma forma?”, perguntou. “Não. No momento não”, disse Mione, voltando a chorar e se virando de costas para ele.


Tonks passou o braço pelos ombros da menina e, olhando para o ruivinho, falou. “Pode deixar que eu cuido dela. Hermione está precisando descansar um pouco e logo ficará bem”. As duas se dirigiram À Toca e o ruivinho se sentiu um completo fracasso. Não conseguiu nem ao menos fazer com que a amiga contasse para ele a razão do seu sofrimento.


Quando Ron entrou em casa, os pais dele, sentados à mesa, conversavam baixinho. Molly logo o chamou. “Meu filho, não fique preocupado com Hermione. Tonks serviu um chá calmante para ela, que deverá descansar durante toda manhã. Com certeza vai ficar mais tranquila”, falou com ternura.


“Nunca vi Hermione tão inconsolável assim. E olha que já a vi chorar várias vezes. Queria que ela confiasse mais na minha amizade. Mas Mione nem quis me contar o que tinha acontecido”, lamentou.


Arthur afirmou que, com certeza, ela deveria estar triste por ter precisado deixar os pais, dessa vez provavelmente por um tempo maior e sem possibilidade de comunicação. “Mas logo Hermione vai ficar mais calma e vocês dois poderão conversar”, afirmou.


Mione passou toda a manhã dormindo. Próximo ao horário do almoço, Tonks anunciou que iria acordá-la. Apenas meia hora depois, tempo que Ron considerou uma eternidade, as duas desceram do quarto. A menina tinha outra aparência. Com os cabelos presos com uma trança lateral, um vestido com delicada estampa de flores, ela trazia uma fisionomia tranquila. O ruivinho a achou mais bonita do que nunca. Seja qual fosse o motivo do pranto de Hermione, parecia que a morena se acalmara.


O ruivo não imaginava com quanto esforço Hermione tinha se arrumado. Quando chegou ao quarto, Tonks encontrou a menina muito despenteada, com o rosto inchado. “Não quero descer. Estou me sentindo péssima”, falou. “Vamos lá, você sempre foi tão corajosa. Mas precisa melhorar o seu visual”, recomendou. Com a ajuda de Tonks, Mione conseguiu esconder as olheiras – não dormia bem há várias noites -, prender os cabelos e escolher uma roupa mais alegre. O abatimento a levava a não querer se produzir, mas, pensando no rapaz que tanta amava, foi além do desânimo que experimentava.


Sentado em frente à amiga durante o almoço, Ron tinha os olhos fixos nela. Seus irmãos se divertiam ao ver o jeito enamorado com que encarava Hermione. Faziam comentários em voz baixa entre si, davam risadinhas. Gina teve um ataque de tosse quando Fred fez uma expressão abobalhada, tentando imitar o irmão mais novo.


No entanto, mesmo se de fato estava apaixonado por Mione, Ron não perdia um dos movimentos da menina porque queria entender como ela estava se sentindo. Tinha a visto chorar copiosamente e desconfiava que aquele tristeza não podia ter desaparecido tão fácil assim.


Mione e Ron trocaram olhares, sorrisos, mas poucas palavras. A menina estava falante, perguntava sobre os preparativos para o casamento e se interessava por cada pequeno detalhe. Mas quando Gina quis saber como tinham sido as férias dela na França, logo o semblante da morena se tornou triste.


Alguma coisa não ia bem, Ron sabia disso. Mas ainda não descobrira do que se tratava. A Toca era sempre muito movimentada, mas ele precisava ter uma chance de conversar a sós com a amiga e entender o que se passava no seu coração.


Antes que Ron conseguisse dizer a Mione que desejava falar com ela em particular, Gina convidou a menina a acompanhá-la até o quarto. “Quero que você veja o vestido que vou usar na festa. Achei lindo, mas gostaria de saber a sua opinião”, afirmou a ruiva. Logo as duas subiam juntas as escadas. O rapaz não conseguiu evitar uma expressão desolada.


Depois de tantos anos de amizade, Hermione agora conhecia melhor que os irmãos Weasley as reações de Ron. Sabia que o ruivinho a olhava sem parar durante o almoço não por estar apaixonado – embora tivesse razões para pensar que ele a amava sim – mas porque a “estudava”. O rapaz sempre observava cada gesto da morena com atenção e Mione dificilmente conseguia esconder algo dele. Na verdade, não era sua intenção esconder mais nada, muito menos a razão de sua tristeza. Mas quando chegou À Toca, aos prantos, não tinha condições de falar. À hora da refeição, com a mesa lotada, também não permitia um diálogo mais reservado.


Agora Gina a chamava ao quarto para falar do vestido da festa! Hermione não queria conversar sobre roupas e casamento, pelo menos não agora, mas não havia como dizer isso à amiga sem causar estranhamento. E lá foi ela, escada acima, deixando seu querido ruivinho perplexo. Tinham trocado tantos olhares carinhosos durante a refeição e Mione saia assim. Os dois se perguntavam quando, finalmente, teriam um momento para uma conversa em particular.


- Já leu a quarta lição do livro que lhe demos? “Não esconda o seu sentimento, mas também não o entregue com muita facilidade” - disse Fred ao irmão assim que as meninas subiram para o quarto.


- Não precisa fazer essa cara de bobo apaixonado sempre que está perto de Mionizinha - completou Jorge.


Como resposta, Ron se limitou a sacudir a cabeça. Tinha preocupações maiores que dar ouvidos às provocações dos gêmeos. Subiu ao quarto para escovar os dentes e pegar o seu livro. Sentaria na sala mais reservada - que ficava fora do alcance da vista dos que estavam no cômodo principal, exceto por um pequeno ângulo - e lá continuaria a sua leitura. Apenas assim conseguiria esquecer um pouco a amiga.


xxx


Todos os moradores e visitantes d'A Toca ocupavam os andares superiores da casa e a sala próxima à lareira, local preferido de Ron para ler, se encontrava excepcionalmente quieta. Nos últimos dias tinha se tornado um hábito do rapaz descer sempre na companhia de uma das orelhas extensíveis que recebera de presente dos gêmeos. No início relutou, julgando ser antiético ouvir as conversas dos membros da Ordem da Fênix. Mas logo entendeu que, diante dos perigos da jornada em busca das horcruxes, toda a informação se fazia importante. E foi assim, escutando o diálogo dos bruxos da Ordem, que descobriu o passo a passo do resgate de Hermione, do qual não foi autorizado a participar.


Após algum tempo, Ron ouviu o som dos sapatos da mãe que, como fazia sempre ao terminar de arrumar a cozinha, sentara à mesa de jantar para ouvir um pouco de música. Logo depois escutou os passos de outra pessoa e pensou tratar-se de seu pai. Para a sua surpresa, era Hermione! Venceu o impulso de se levantar imediatamente e ir ao encontro da amiga. Continuou a leitura, mas não pôde deixar de acompanhar o dialogo entre Molly e a menina.


- Oi, Hermione! Resolveu descer? A conversa que estava tendo com Gina e Tonks parecia tão animada que pensei em me juntar a vocês. Do que estavam falando? – perguntou Molly, abaixando o som da música.


- O assunto era casamento e festas de casamentos – afirmou a menina um pouco sem graça – Gina contou que sonha com uma grande festa e Tonks explicou os motivos que a levaram a fazer uma cerimônia reservada.


- Um assunto para uma longa conversa, com certeza. E você? Como imagina que será o seu casamento? – questionou.


- Eu...eu... Na verdade não penso muito sobre isso... – respondeu timidamente.


- Que pergunta a minha! Essa é uma questão para você e Ro... É... você e seu futuro marido discutirem – disse após perceber que falara demais.


Hermione sorriu envergonhada. Não bastavam as indiretas dos gêmeos, de Gina e até de Tonks, e agora a própria mãe de Ron vinha com aquela conversa. Antes que pudesse inventar uma desculpa para sair dali, Molly prosseguiu:


- Você pensa em se casar, não pensa?


- Hã? Eu... Acho que sim – declarou completamente desconcertada.


- Sabe, Hermione, as mulheres em geral e as bruxas, em particular, têm uma grande intuição. Sempre percebemos as realidades antes dos homens. Devemos deixar que eles pensem terem tomado a iniciativa, mas o nosso papel é fundamental, entende? – explicou sorridente.


Onde Molly queria chegar?, a menina se perguntava. Ron não acreditava no que estava ouvindo. Sua mãe havia enlouquecido?


 - Ah, sei. Bem, eu... – continuou Mione sem coragem de perguntar pelo amigo.


- Você está procurando por Ronald, não é?– questionou.


- Eu só vim buscar um copo de água... Já vou subir para o quarto – tentou desviar o foco da conversa e se dirigindo para cozinha.


Agora já era demais! A mãe tinha conseguido espantar a amiga com aquela conversa sem sentido! Ron levantou e foi até a sala principal.


- Ronald! Você estava aí? Hermione procura por você – disse a mãe sorridente.


A menina, que por pouco não se engasgou com a água, apareceu à porta. Ela e Ron se olharam, ambos constrangidos.


- Fiquem à vontade, vou subir ao meu quarto para ler. Aproveitem para conversar enquanto todos estão sossegados lá em cima. Momentos tranquilos assim n'A Toca são raros – falou, sem parecer se importar com as fisionomias espantadas de Ron e Mione.


- Oi! Bom ver você – cumprimentou Ron.


- Oi... Você estava aí o tempo todo? Escutou a minha conversa com a sua mãe? – foi logo perguntando a menina com certa apreensão.


- Eu estava concentrado na leitura... – desconversou - Mamãe falou alguma coisa que chateou você?


- Claro que não! Sua mãe é sempre agradável. Aliás, eu gosto muito de todos da sua família – falou.


- Sério? Até dos chatos dos gêmeos e do ridículo do Percy, que acredita ser de uma linhagem superior? – interrogou com uma fisionomia curiosa.


- Gosto dos três sim. Eles têm defeitos e qualidades, como todo mundo – esclareceu.


- E de mim? Você gosta pelo menos um pouquinho? – questionou muito sorridente e a menina logo viu que não era para levá-lo a sério.


- De você não! Mas toda família tem alguém mais problemático mesmo – respondeu e em seguida soltou uma gargalhada.


O rapaz também começou a rir. Era tão bom poder arrancar uma risada no lugar de uma lágrima da amiga. Ron olhou para a menina de um jeito mais compenetrado e ela também parou de sorrir, intuindo que o rapaz queria dizer alguma coisa.


- Você está muito bonita, Mione – disparou.


- Ah... Obrigada, Ron – murmurou a menina, que foi pega de surpresa com aquele elogio e logo sentiu as faces queimarem.


- Acho que você fica muito bem de vestido. E essa trança também está bem legal – falou, mexendo no cabelo da amiga e deixando-a ainda mais envergonhada.


Ron sempre falava apenas da inteligência, jamais da beleza de Hermione. Desde o quinto ano tinha se encantado também com a aparência da menina, mas era reservado demais para elogiar. Um dos capítulos do livro que ganhara dos gêmeos abordava a importância de ressaltar as qualidades, inclusive físicas, da pessoa que se desejava conquistar e o rapaz resolvera colocar aquele conselho em prática.


- Para com isso, Ron. Fico sem graça com você falando assim – pediu Mione muito espontaneamente, com o rosto rosado.


Recebeu do rapaz em olhar intrigado. Mesmo quando tentava acertar, ele tinha a impressão que acabava errando. A menina não aceitava nem o seu elogio.


- Tudo bem. Como você preferir – se conformou.


Puxando a amiga pela mão, Ron a convidou a acompanhá-lo até a pequena sala, na verdade uma continuação da principal. “Venha comigo que preciso conversar com você”, falou. O coração de Hermione estava aos saltos. Acreditava que o rapaz faria o que a professora Minerva havia previsto e a pediria em namoro.


Quando chegaram à pequena sala, Ron sentou no canto do sofá de três lugares. A menina, de braços cruzados, permaneceu em pé.  “Senta, por favor”, pediu o rapaz. Mione se acomodou no lado oposto do sofá e por fim teve coragem de perguntar ao ruivinho: “O que você quer falar comigo”?


- Na verdade, eu quero ouvir você. Foi muito difícil vê-la chorando daquele jeito e não poder ajudar. Gostaria que me contasse o que está lhe causando tanto sofrimento – disse da forma mais atenciosa possível.


 - Ron, eu não conseguiria falar disso assim que cheguei. Eu ainda me sinto muito triste, mas estou mais tranquila. Sei que tomei a decisão certa – começou.


O ruivinho a olhava de forma carinhosa, totalmente concentrado nas palavras da menina. Sentindo-se acolhida, Hermione teve coragem de contar tudo que aconteceu desde quando, ainda na França, entendera ser melhor para os seus pais sair da Inglaterra. Ron acompanhava toda a narrativa, fazendo perguntas pontuais. A menina derramou algumas lágrimas, mas já não estava tão desolada como o ruivo a vira pela manhã.


- Acho que você está precisando disso – afirmou o rapaz oferecendo um lenço para a menina.


- Estou tão chorona ultimamente que você sempre tem um lenço no bolso para me emprestar – respondeu sorrindo entre lágrimas.


- Não posso correr o risco de outra pessoa fazer isso no meu lugar – falou o ruivinho com um belo sorriso.


A menina retribuiu ao sorriso timidamente. Não podia dizer a Ron que não corria esse risco até porque não queria ser consolada por mais ninguém, apenas por ele. O rapaz percebeu que era o momento de também falar do sofrimento que experimentava por deixar a família. Hermione ficou muito surpresa quando o amigo contou ter enfeitiçado, com a ajuda de Fred e Jorge, o velho vampiro que vivia no sótão d'A Toca. “Ele está mais bonito do que eu, com os cabelos vermelhos e os olhos azuis”, disse divertido.


- Sabe, não posso pedir para a minha família não se envolver nesta guerra que está começando. Na verdade, todos eles já estão envolvidos e na linha de frente. Meus pais há mais tempo que todos nós, como membros fundadores da Ordem da Fênix. Gui vai carregar por toda vida as marcas por ter enfrentado os Comensais da Morte. Carlinhos, que veio para o casamento, falou que não quer voltar para Romênia enquanto os bruxos das trevas não forem derrotados. Mesmo Fred e Jorge, que parecem tantas vezes não levar nada a sério, se encontram muito compenetrados nessa missão. Sem falar na Gina, que só não participa mais porque mamãe não permite – explicou Ron.


Hermione olhou com profundidade para o rapaz. Acompanhava cada palavra de Ron, esquecendo-se completamente da sua dor por deixar os pais e se concentrando no sofrimento do amigo.


- Como fui egoísta, Ron. Estava tão preocupada com os meus pais que não fui capaz de perceber o quanto você também está sofrendo – ponderou ela.


- Mione, minha família se preparou a vida toda para esse momento. Não vou dizer que seja fácil, mas também não é uma surpresa. Seja como for, estaremos todos unidos por um mesmo ideal. Já com os seus pais é diferente. Eles não pertencem a esse mundo e você não pode nem mesmo dividir com eles a difícil realidade que nos espera – argumentou com um tom de voz carinhoso.


Logo em seguida, Ron segurou as duas mãos da menina nas suas e a olhou com profundidade. “Mione, aconteça o que acontecer, saiba que vou estar sempre ao seu lado e vou defender a sua vida como se fosse a minha”, assegurou.


Aquelas palavras e o calor das mãos de Ron nas suas a encorajaram a assumir que precisava de um conforto, de um gesto de carinho.


- Posso encostar minha cabeça no seu ombro? – perguntou, revelando a sua carência.


- Meu ombro é todo seu. Fica à vontade – respondeu o ruivo.


Sem pensar duas vezes, a menina se desprende das mãos do amigo e repousa no ombro dele. Logo começa a receber um cafuné. “Eu estava precisando disso. Foi muito difícil ter que fazer os meus pais esquecerem da minha existência”, reconheceu sem medo.


Ele fica em silêncio e Mione deixa de lado qualquer pensamento, permitindo-se simplesmente viver aquele momento mágico. Poderiam ficar a tarde toda assim, mas são chamados à realidade por vozes animadas que entram na sala.


- Rapazes, vocês precisam comercializar as gemialidades Weasley na Romênia. Venderiam como água – fala um descontraído Carlinhos, que acabara de chegar ÀToca.


- Estaremos logo lá – garante Jorge.


Mantendo a cabeça nos ombros do amigo, Hermione torce para que não os vejam no sofá no final da sala. Tarde demais!


- Ih, rapazes, acho que estamos estragando um momento romântico – diz Carlinhos em tom mais alto do que deveria.


A menina se afasta do ombro de Ron e se ajeita no sofá. “Sempre estragamos os momentos românticos desses dois”, reconhece Fred. “Mas nunca de propósito. É sempre uma coincidência”, completa Jorge.


Ron encara os três irmãos com jeito de poucos amigos. Isso é que dá ter uma família tão grande e intrometida!


- Olá, Roniquinho! Oi, Mionizinha! Interrompemos alguma coisa? – interroga Fred com um ar divertido.


xxx


Para ouvir antes, durante ou depois da leitura do capítulo:


Glad You Came


http://irpra.la/m/1085823


The sun goes down
The stars come out
And all that counts
Is here and now
My universe will never be the same
I'm glad you came

You cast a spell on me, spell on me
You hit me like the sky fell on me, fell on me
And I decided you look well on me, well on me
So let's go somewhere no-one else can see, you and me
(…)


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (13)

  • Morgana Lisbeth

    Fico tão feliz quando chega um novo leitor para embarcar comigo nesta jornada. Não gosto de solidão (hehe). Seja bem-vinda, Eliana!

    2012-11-30
  • ELIANA FREITAS

    To amando a FIC NOSSA TO MORRENDO DE RI : Gina teve um ataque de tosse quando Fred fez uma expressão abobalhada, tentando imitar o irmão mais novo. RSRSRSRSRS Fred é muito chato tadinho do Rony  bjos vou terminar de ler

    2012-11-30
  • Samantha Gryffindor

    Que dó da Mione, tadinha. A tia J.K. pecou em não descrever o sofrimento real dela ao deixar os pais e apagar ela de suas memórias. Sou completamente fã dos livros quanto dos filmes, mas no RDM o filme,foi retratado o sofrimento da Hermione com mais ênfase. Acho que por ser uma fã louca por Romione,sempre irei achar que faltou algo da relação deles nos livros. Vai entender! ... rsQueria ter os ombro forte do Ron,pra chorar nos momentos de tristeza. Omg'.

    2012-11-08
  • Morgana Lisbeth

    Olá, meninas! Não consegui acessar a FeB no fim de semana e fiquei feliz ao ver os comentários de vcs :) Gego, o livro seguiu o ponto de vista de Harry e aqui estamos revendo tudo a partir de Ron e Mione. Então, tem muita coisa que o Menino-que-Sobreviveu não presenciou, mas aconteceu! Não sei se vc vai curtir as cenas até o casamento, mas não fique zangada comigo. A culpa é da minha bola de cristal que me revelou esses acontecimentos (risos) Lulu, você nunca chega tarde e é sempre bem-vinda! Não deixa de comentar. Ah, e como  também curte músicas, estou fazendo uma playlist especial para a fic Liana, somos duas apaixonadas por esse casal! Estou pensando, nesse primeiro momento, em atualizar uma vez por semana, provavelmente às quintas. Estarei esperando pelos seus comentários ;) bjs para todas!

    2012-06-25
  • Annabeth Lia

    aaai meu deus, quanto mais eu leio, mais eu me apaixono por esse casal!! Não vejo á hora de ler os proximos capitulos, porfavor morgana, não demore a postar haha, bjs!

    2012-06-23
  • luluweasley

    Denovo a ultima a chegar... O capítulo ficou muuito fofo! estou amanhdo esse Ron do livro 7, rs. Adoro a musica *_*  bjs

    2012-06-23
  • Gego

    Demorei, mas cheguei. :DSemana doida essa minha. kkkO capítulo tá fofo demais. Dei um pulinho de alegria quando vi ele on.  O momento do sofá, a conversa com a Molly, momento irmãos inconvenientes... Todos maravilhosos!Parabéns!PS: Vou confessar, tô ansiosa pro capítulo do casamento. Mas também sei que esses quatro não irão decepcionar.Beijos! 

    2012-06-22
  • Morgana Lisbeth

    Esse Ron do livro 7 é mesmo fofo, não é Vivika? Acho que aquele livrinho que ganhou dos gêmeos está fazendo a diferença (rs). Mas, na verdade, Ron amadureceu muito, assim como o amor que ele sente por Mione. Aguarde mais momentos marcantes! bjs

    2012-06-22
  • ViviKa

    Nossa que marcante!! Megachoqueiii ameii demais :D Coitadinha da Mioneee, queria um Ron da vida como esse pra me levantar nas horas dificeis kkkkkNossa que marcante: Logo em seguida, Ron segurou as duas mãos da menina nas suas e a olhou com profundidade. “Mione, aconteça o que acontecer, saiba que vou estar sempre ao seu lado e vou defender a sua vida como se fosse a minha”, falou Vou chorarrr ahsuhs Muito Bom como sempre! Bjuu 

    2012-06-22
  • Morgana Lisbeth

    Obrigada pelo incentivo, Lily! Continuo me divertindo escrevendo. E fico feliz em saber que você está curtindo também. A fic vai ter pelo menos uns quatro capítulos ainda antes do casamento de Gui e Fleur. Então, os gêmeos vão ter tempo para aprontar (rsrsrs) :)

    2012-06-22
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.