De encontro com o amor

De encontro com o amor



-Preciso mesmo te agradecer por isso.



-Não se preocupe, esse ‘favor’ foi de graça. Nossa, eu realmente me senti realizado de poder ver a cara de desgosto do Eric. – murmurou.



-Então você não gostou dele?



-Não é o caso de gostar que importa – falou parando no meio do salão e segurando sua cintura.



-Claro que sim. O que tem contra ele? – Hermione perguntou com um belo sorriso. Erguendo seus braços para o pescoço do homem.



-Ah! Mione. Sejamos francos... Ele é – ele a olhou, iria ser indelicado. – Esqueça.



-Não me deixe esperando! O que é?



-De onde você tirou essa curiosidade toda? – perguntou ao pé do seu ouvido, sentindo o doce aroma dela.



-Não en...rola Harry – ela prendeu o ar. Sabia que ele a estava provocando.



Harry sabia todos os seus pontos fracos e, com certeza, seu pescoço estava em um desses pontos. Era horrível saber que era fraca assim (só por ele encostar os lábios, respirar), mas ele sempre acertava... E, bem, ela até gosta (delirava, deleitava-se. Merlin se Harry não parasse ela ia gemer...).



-Ele é... Estranho.



Já estava acostumada com essa palavra.

No seu dicionário ‘estranho (a)’ significava: “Alguém que não merece Harry. Não se aproxime! Perigosa, errada para ele”.



E Hermione poderia achar mais de dez ‘adjetivos’ (defeitos mesmo) se olhasse em menos de cinco minutos qualquer mulher que Harry se interessasse...

E ela achava ‘normal’. Ao menos não baixou o nível e passou para a agressão física de alguma delas... E ela pensava muito nisso .



Certo que já tivera uma discussão feia com uma das namoradas de Harry (coisa básica, não houve nem puxão de cabelo... E intimamente se arrependia de não ter caído na briga. Seria de certo modo prazeroso ter um tufo daquele cabelo tingido nas mãos).

Foi impressionante, não acreditou que Harry tinha a defendido. Sua namorada que não gostou muito (coitada...), então começou a dizer horrores de Hermione (coisas baixas). É, foi seu erro... Harry parecia (não, ele iria mesmo, se continuasse) querer matá-la... Hermione nunca ficou tão orgulhosa do amigo, e que amigo!



-Quão estranho?



-Que tal: Todo estranho?



-Eu não acho...



-Claro que não – Ele revirou os olhos.



Algum alarme de ‘perigo’ soava em sua cabeça, e não queria parar.

Odiava ficar assim, será que ela não percebia? Com certeza estava o provocando...



É claro que era Estranho! Totalmente anormal. Deus! Fez odontologia porque seus pais têm um consultório!

E aquele cabelo? Ridículo! Como alguém pode usar tanto gel? Não que seu cabelo fosse o mais disciplinado do mundo, mais gel já é demais...

E aquele sorriso de comercial de pasta de dente: ‘Use Star tooth, você vai brilhar!”...

Era o fim pra Harry.



-Como assim ‘claro que não’?



-Nada Mione. Não foi nada.



-Odeio quando fica me escondendo as coisas.



-Eu só acho que você verdadeiramente não o acha estranho.



-Bom... Não tão estranho, como seu rosto mostrou... – ela sorriu entre o pescoço e seu ombro. – Ele só, hã, não serve pra mim.



-E por que não? – perguntou olhando os cabelos dela.



-Faça-se o favor, Harry Potter! Onde já se viu, ele é um trouxa e...



-Que preconceito Granger – Harry a interrompeu.



-Não é preconceito – bufou. – Só perdi o costume, é só... – se afastou para olhá-lo bem. - Só isso.



-Então quer dizer que você agora só sai com homens totalmente bruxos? – ele não a deixou responder. – Eu não sou totalmente bruxo, mas você pode sair comigo, se quiser...



-Eu estou saindo com você, Potter.



-Não estou falando do seu ‘sair’ – lhe beijou o rosto, sorrindo sagaz. Hermione corou.



-Você, às vezes, me deixa constrangida. – ele a olhou de lado, estava sentindo-se observado.



-Não sei o por quê. Me conhece a longa data, querida. Sabe que é só uma brincadeira séria... – ele ainda tinha um sorrisinho insinuante. – Sabe que o que você não quer eu não quero. E nada muda.



O que estava tentando dizer?

Não, era só brincadeira de novo...

Mas... Parecia de verdade agora... Só me lembrou...

É. Parecia que tinha falado que gostava de mim e estava em minhas mãos decidir... Nossa, se tivesse bebido mais um pouco talvez, estaria fazendo mais besteiras.



-Está sentindo?



-O que? – perguntou Hermione sem entender.



-Parece que tem alguém nos observando.



-Deixe-me ver...– ela murmurou. - Apenas Eric



-Então vamos voltar.



-Nem pensar! Se voltarmos agora, vai me tirar para dançar.



-O que sugere que façamos, então? – ergueu a sobrancelha.



-Nada.



-Você deve ter uma idéia melhor...



-Só um minuto! Deixe-me pensar.



Era arriscado, tinha dito outra coisa aos pais.

Eric, Harry, Eric... Ela nem precisava pensar muito para saber que mesmo sento arriscado era a melhor escolha.



Hermione lhe lançou um sorriso charmoso.

Harry ergueu a sobrancelha, não iria fazer isso... Ela não ia, não é mesmo?

Hermione mordeu o lábio inferior e Harry soube. Sim, ela tinha um plano. Algumas vezes usavam esse truque para despistar, claro que só em lugares trouxas (quando faziam trabalhos de campo juntos, sempre dava certo).



-Hermione... Seus pais! Eric é só um amigo, não precisa usar isso.



-Ele é diferente! Você tem que me ajudar.



-Eu já estou, não é?! – perguntou sarcasticamente.



-Assim você faz me sentir culpada...



Ele a olhou bem, para que ela pudesse ver que estava reprovando sua ação. – Você é que tem que saber. Sabe minha opinião. Então vai seguir?



Não que reprovasse de todo seu plano... Seria, é seria mesmo, divertido ver nem que fosse um vestígio da cara de taxo de Eric, cara metido!



-Hã... Sim - então ao plano.



E, estranhamente, começou a tocar uma lambada bem... ‘empolgante’.

Hermione sorriu, era muita sorte...

Harry, e ela, desde que ingressaram no quartel general de aurores da Inglaterra, tiveram que fazer diversos cursos para se infiltrarem nos locais mais distintos. Não era à toa que eram considerados os melhores, afinal. Cursos esses que serviam para situações como essas...



Ele a olhou perguntando se estava pronta, nunca esteve tão preparada. Ele a girou e puxou para si com força, e então seus corpos estavam adjacentes e pareciam se juntar algumas vezes, de tão próximos, os passos sincronizados, Harry levava Hermione para onde queria, parecia mais uma boneca.

Hermione nunca pensou que Harry um dia pudesse guiar desse modo. Sempre tivesse horror, repulsa a dança e agora parecia ser profissional... Ainda lembrava da dificuldade (única matéria) que Harry tivera para ter esse gingado tão... sexy.

Eles já não estavam no centro da pista.



-Você está dançando muito bem – Hermione disse, ele sorriu meigamente (disfarçando).



-Eric não tirou seus olhos da gente – se aproximou.



-Eu sei... – murmurou com uma cara de falso carinho (como se ele fosse mais que amigo.) Percebeu que não tinha sido difícil fazer essa cara.



Os lábios deles estavam rentes...



-Você sabe, pode desistir... – ela lhe lançou um olhar sarcástico. Ela nunca desistia...



Então Harry se aproximou, eles inclinaram um pouco a cabeça para o lado e seus lábios tocaram-se. Hermione pôs uma das mãos entre os cabelos de Harry e a outra mão em seu ombro. Harry segurou sua cintura. E Hermione percebeu de novo que não estava se ligando muito nas coisas que aconteciam ao seu redor... Harry pressionou seus lábios mais fortemente nos dela e Mione os abriu para receber a língua dele, que averiguava, buscava e encontrava a sua...



Eles tinham que lembrar que era apenas para desiludir Eric. Mas estava ficando cada vez mais... Hmmm... Difícil, complicado e pouco importante este fato ser lembrado...



Harry se afastou um pouco. – Acho que pisei no seu pé... – murmurou um pouco confuso.



Hermione que parecia estar no mesmo estado, ou um pouco mais avançado que Harry. Franziu a testa. – Não pisou não – ela respirou e depois de alguns segundos, se lembrou finalmente o por quê estavam ali, se beijando ‘calorosa e animadamente’. “Até demais...”.



-Mione você está... Quente.



-É. Eu sei...



Então Harry pôs a mão em sua testa – Você está realmente muito quente – ele falou e Hermione percebeu que ele, ainda bem, não tinha percebido o que tinha falado...



-Só impressão Harry... – corou olhando para baixo.



Harry então deixou de lado a suposta temperatura alta dela.



-Como está a cara dele? Do Eric?



-Não dá pra ver daqui... – disse para ele, recompondo-se.



-Então eu vou me encostar na parede. E te fingir te beijar.



-Nem pensar – balançou a cabeça negativamente. - O plano foi meu, eu que tenho direito de ver primeiro.



Ele a olhou. Como estava de lado, Harry calmamente a encostou na parede (para que Hermione ficasse de ‘frente’ para o loiro), naquele cantinho afastado que dava para ver todas as pessoas, mas estas só os viam se prestassem muita atenção (o.O – não pensem besteira... Não é por mal que estão lá... ). Hermione pôs os braços ao redor do pescoço dele e sorriu vencedora. E então, sem demorar, estavam beijando-se novamente. E então Harry percebeu: havia cedido novamente.



“Não era só pra fingirmos?” Ela pensou. E era para ela, ao invés de se perder em Harry, também estar observando, com cuidado, Eric e sua reação (lembrou depois)...



-------_______--------



-Eu pensei que eles fossem só amigos...



-O que disse? – O Sr. Granger estava do seu lado, misteriosamente.



-Eu... Nada – ele deu um sorriso amarelo.



-Espero que esteja curtindo a festa.



-Está ótima.



-Onde está Mione e Harry? Não estavam com você?



-É estavam - retrucou desgostoso.



-E onde estão? – perguntou erguendo a sobrancelha e olhando a volta.



Não foi muito difícil encontrá-los, o Sr. deu um sorriso, é não foi difícil mesmo... Eles estavam, estavam, – O homem espremeu os olhos para ter certeza. – estavam beijando-se...



“E ainda dizem que é só amizade...”.



-Eu não sei... Me perdi.



-Claro – contrapôs educadamente o Sr. – Mas me diga Eric. Você não achou uma bela amizade – falou sorrindo ‘inocentemente’ para o jovem. – a da minha filha? – o loiro olhou para o venho Granger incrédulo. – É claro que estão mentindo para nós. Mas enquanto não estiverem preparados, eu espero.



-Como assim?



-A verdade é que Harry e minha Mione são amigos de data... Muito ligados sabe, não esperava que demorasse tanto para perceberem o que havia de ‘maior’.



-Maior?



O pai de Hermione estava querendo o mesmo que a filha (só que usou meios diferentes. Ele só aproveitou a grande oportunidade), acabar com a esperança do homem ao seu lado...



-É. Não diga que não percebeu... – passou a encarar Hermione. Ela não era de fazer isso em festas, sempre fora muito discreta, certamente ainda estava sendo, pois só percebeu que estava ali porque em qualquer lugar reconhecia sua filha, não adiantava.



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Hermione arregalou os olhos.



-O que foi?



-Meu pai... – quase sem fala respondeu. – Está olhando pra gente... E ele viu... Eu acho que ele viu tudo...



Harry pigarreou. – Eu disse que isso poderia acontecer.



-Eu sei... – respondeu tirando as mãos do ombro dele. – Você está pior do que quando estávamos em Hogwarts e eu dizia para Rony e você não quebrarem alguma regra.



Harry riu da comparação. –Vamos... – ele segurou sua cintura de lado e então a puxou um pouco mais para perto para ficarem lado a lado. Hermione não sabia se corava, se sorria, ou se tentava parar de tremer, estava tão frio... Mesmo com o corpo de Harry tão perto.



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Quando Harry e Hermione estavam próximos ao local onde estavam, a Sra. Granger os parou olhando-os surpresa “Será que ela também viu?”.



-Hermione... – ela franziu o cenho. – não sabia que dançava lambada.



Hermione sorriu aliviada e Harry a acompanhou. “Que susto!”.



-Tem tantas coisas que não sabe mamãe... – Hermione lhe beijou o rosto.



-Algumas amigas suas estavam perguntando por você – sorriu. - E querendo saber que sobre seu lindo acompanhante também... – murmurou para que só a jovem mulher pudesse ouviu. Esta deu um muxoxo aborrecido.



-Fale que eu fui para... – respirou fundo. – que eu não pude falar. Acho que já vou para casa. Não estou me sentindo muito bem...



Harry a olhou preocupado. – Sabia que você estava quente...



-Quer que seu pai a leve em casa?



-O que tem eu?



-Levar a Hermione para casa ela não está se sentindo bem.



-Não precisa Sra. Granger. Eu a levarei.



-Mas...



-Querida! Tenho certeza que Harry poderá cuidar bem dela...



-Boa noite papai... – Hermione falou rouca beijando seu rosto.



-Não esqueça de telefonar meu amor...



-Certo...

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