Amizade em suspensão...

Amizade em suspensão...



Certo. Controle-se!

Ele estava próximo, bem próximo , pra ser sincera... Ela estava sentindo sua respiração se misturar com a dela, e era inebriante. Era estranho, era novo, como se realmente nunca estivesse tão intima de Harry quanto naquele momento... Será... Será que foi assim, assim que tudo havia começado no sexto ano? Será que tinha sido tão bom quanto agora, mesmo Hermione estando somente no colo de Harry e experimentando seu hálito, ela sentia que isso ali era tudo que queria, ao menos, por hora.

Ouh! Onde estava com a cabeça...? Ela não sabia, quer dizer, ela sabia muito bem, estava no ar quente que Harry emanava pelos lábios tão rosados e apetitosos e... Hermione estava desviando novamente do assunto, quer dizer, ela não tinha assunto algum! Mas ela estava prestando atenção a algo que não importava, ou não deveria importar...

Tudo bem... Tentando se concentrar, ah. É certo que ela ficou algumas semanas depois do ocorrido, da bebedeira, chocada, e uma ‘neblina’ parecia ainda estar contida entre ela e Harry, quando se falavam ou se olhavam... Logo, esse sentimento foi passando, foi esquecido. E então Hermione passou a se perguntar o que lhe levara a beber e, em conseqüência, ter pesadelos. Depois de mais ou menos cinco meses, ela já havia formulado outra pergunta... se perguntava como teria sido aquilo... E às vezes até sonhava, ou (pior pra ela) fantasiava...



-Estava gostoso o bolo? – perguntou muito baixo.



-Delicioso – respondeu distraída.



-Sabe Mione...- ele deu uma risadinha. – A comida estava deliciosa, e já que nós acabamos de Almoçar/Jantar, você faria o favor de se retirar? Você está meio pesada sabe? Você engordou? – perguntou erguendo a sobrancelha.



-É. É.



Harry riu. Ela não tinha ouvido nada do que ele falou.



-Srta. Granger!



Hermione estava sentindo-se incomodada. Harry não parava de falar, como poderia se concentra? Ela tinha que pensar!



-O que é Harry? – perguntou amuada olhando-o.



-Estou pedindo, por favor, que saia do meu colo – falou lentamente. – Eu preciso me ‘esticar’



-Ah! Sim – ela se levantou.



-Você anda fazendo regime? – perguntou matreiramente. Ele tinha, algumas vezes, a mania de perturbá-la, era tão fácil...



-Não... – será que tinha emagrecido?



-Percebe-se né? Mione você quase me esmagou!



Ela revirou os olhos. – Você é um babaca Potter – ela estava indo para fora da cozinha.



-Ei! Me espere. Você não pode deixar uma visita sozinha! É falta de educação.



-Desde quando você é visita? – indagou sarcástica.



-E é assim que ela me agradece por passar horas acordado velando por ela - falou olhando para cima como se questionasse a alguém.



-Ah! Harry. Para com isso. Eu to cansada – com a mão no pescoço, massageando-o.



Ele parou. E a olhou com a cabeça de lado. – Você deveria dormir.



-Eu sei...



-Então o que está esperando, Mione? – perguntou franzindo a testa.



-Não quero deixá-lo sozinho – sorriu sem-graça.



Ele revirou os olhos e andou até ela. – Não seja tola. Você mesma disse: Eu sou de casa. E agora mocinha, pra cama. Vamos, - ele bateu palmas – vamos! – ele chegou perto e a segurou no colo.



-Quem você está pensando que é Sr. Potter? – perguntou, deixando-se ser carregada. – Acho que não lhe dei autorização – ele a levava escada acima. – para ter toda essa intimidade.



-Se quiser Srta. Perfeita Granger – ele disse ainda olhando para frente.- Posso te largar aqui mesmo.



-Não... O que é isso... É uma gentileza da sua parte. Eu não poderia ser tão grosseira... – respondeu cordialmente. -... Feriria seus sentimentos.



Ele riu debochado. E continuou com uma vozinha de falsa aflição. – E não é?! Hermione Granger só fere meus sentimentos... Tsc. Tenho que parar de correr atrás dela – Hermione apenas sorriu, sua mente sento mais uma vez tomado por pensamentos; pensamentos estes que logo lhe escaparam.



Harry já tinha lhe posto na cama – Você está entregue. Bem Mione – bocejando. – Eu vou indo. Também sou um filho de Deus e acho que já fiz tudo que um amigo poderia ter feito...



-Ah! Harry fica aqui – ela lhe puxou para a cama dengosa. – vamos conversar.



Ele a olhou. – Sobre o que?



-Ah! Não sei. Assunto é que não falta, certo?



-Você não estava com sono?



Ela suspirou. ‘Por que você não entende que eu não quero que você vá?’ – Não vou conseguir dormir... Parece que estou te expulsando daqui...



--Por favor! Não se preocupe com besteiras como essa – ele disse abanando as mãos e sentando-se ao seu lado.



Não, ele também não queria ir. Mas talvez estivesse sendo inconveniente e sua amiga estivesse, apenas, sendo educada. Ele se levantou e Hermione se ajoelhou na cama segurando seu braço.



-Harry o que você quer que eu faça para que acredite? – perguntou olhando seriamente, esperava que não estivesse tão séria quanto imaginava... – Fique aqui. Você tem algum trabalho em casa? – ela soltou a mão dele. Harry balançou a cabeça negativamente. – Então?



-Hermione. O que eu vou ficar fazendo aqui?



Ela sorriu marotamente, puxando-o pela camisa e atirando-o na cama. – Às vezes, - as mãos dela estava em seu tórax. - Você fala demais... – Hermione deu mais um sorriso, a alegria atingindo seus olhos. – Bom – ela arriscou. -Então... Nós podemos olhar o teto – ela falou deitando-se ao seu lado, a cabeça encostada na dele. Harry começou a afagar seus cabelos.



Sinceramente, ela ficaria ali a vida toda, se pudesse. Estava anoitecendo? Ela não sabia, ou não se importava?

Hermione estava simplesmente ‘dopada’, relaxada, nem percebeu quando Harry parou de mexer em seus cabelos, seus olhos pesavam...



Lentamente, ela levantou a cabeça e viu seus olhos fechados.

Hermione não conseguiu se conter e estendeu as mãos para o rosto dele, mas quando estava quase lá, uma das mãos dele foi ao encontro da sua, segurando-a. Ele abriu os olhos de súbito.



-Calma... Só sou eu – ela falou serenamente. Ele deu um suspiro. – desculpe por te assustar – murmurou. – sinto muito... Eu só, - ‘queria te sentir’ - só... Iria tirar seus óculos.



Ele sorriu em alivio. E então pôs a mão da mulher em seu rosto.

Hermione perpassou levemente suas bochechas e então lhe tirou os óculos. Guardando-os na cabeceira ao lado de Harry. Pra isso, ela teve de projetar o corpo para frente. E na volta teve que se segurar para não cair.



A mulher voltou para ‘seu lado’ da cama e quietamente puxou o edredom para si, estava frio. Harry virou para o lado, pegando uma ponta do edredom, deixando Hermione descoberta. A partir daí uma ‘guerrinha particular’ se iniciou.

Pareciam crianças, o frio já não era o fator mais importante, já o tinham perdido com toda aquela movimentação, agora era uma questão de ‘honra’ aquele grande pedaço de pano.

Forçando-se a não rir, a morena puxou mais uma vez o cobertor, só que desta vez, espertamente, colocou uma parte de baixo de si e prendeu com as duas mãos. A primeira tentativa de ‘roubar’ o cobertor foi frustrada para Harry. Ele voltou-se para olhar a amiga, esta apenas sorria, a respiração pesada.



-Estou com frio Hermione!



-Você está suado, não pode estar com frio...



-Não importa – resmungou. – Você tem o dever de me dar um pouco disso.



-Haha. Dever? Por quê?



-Hermione!



-O que foi? – perguntou cinicamente.



-Se é assim...



Harry puxou o cobertor para si com força.

Em segundos a mulher estava a menos de dois centímetros de distância do corpo dele e... Sem cobertor. Ela deu um muxoxo, ele riu.



-Só faz isso por ser um pouco mais forte que eu – murmurou amuada.



-Deixa de ser boba... – ele a abraçou pela cintura, suas mãos geladas na pele quente dela. – ficar irritada por esse pouco? – ele a puxou pra si. – Você já foi mais compreensiva, Srta. Granger – murmurou em seu ouvido.



Ela ofegou e teve certeza que Harry ouvira.

Por que o ouvido? Ele sabia que tinha esse seu ponto fraco (“na verdade ele sabe todos os meus pontos fracos)! Era tão injusto isso...

Harry não poderia fazer (ser) como um amigo normal? Mas não... Ele tinha que ser assim, me conhecendo desse jeito estranho, onde sabe mais de mim que qualquer pessoa que conheço (certamente até melhor que eu), ser tão carinhoso, tão Harry Potter, amigo fiel e amoroso (e ainda me confundo com esse seu jeito).

Ela tinha que corrigir aquilo, o que Harry pensaria dela?



Ela virou o rosto nervosamente e seus lábios se tocaram.

Ok, é só um toque... É só...

E instintivamente puxou o lábio inferior dele agarrando seu pescoço.

“Controle tem limite. Tente olhar mais de dez segundos pr’aqueles olhos verdes!”



Ela só sabia que não foi a única a se mover. Havia reciprocidade ali, e como era enérgica e sensualmente fervorosa e lhe trazia uma sensação de conforto.

Era um carinho agressivo, como se seu ser estivesse esperando a hora certa para agir, e era agora... Como se os corpos já tivessem um ritmo próprio, elaborado. Como se não fosse a primeira vez, sóbria, em que estivessem mergulhando um no corpo do outro. Como se fosse o fim do mundo, e aquela fosse sua última hora, sua última tarefa, seu último suspiro, prazer, temor. Como se conhecesse cada milímetro do corpo dele e ele, do dela...



Em um giro Mione estava encima de Harry. Os lábios inchados, entreabertos, tentando dizer algo, qualquer coisa que viesse na sua mente, mas esta estava isenta de pensamentos. Ela franziu a testa, os olhos travados nos de Harry. O que poderia dizer para explicar o ocorrido? O que poderia pensar, pra quê pensar? Ela não queria explicar nada! E parece que Harry tão pouco esperava algo...

Segurando seu rosto, Harry a tomou inteira com o olhar, contornou os lábios da mulher; lábios estes que tremeram com o contato. Quando novamente beijaram-se não havia aquele desespero anterior, era calmo, doce, quase irrelevante. Uma das mãos de Harry desceu até novamente se encaixar na cintura da amiga, a outra tocava com delicadeza o rosto de Hermione. Suas línguas encontravam-se em uma caricia peculiar, estimada, onde retiravam o máximo da libido de ambos. Era aquilo que só sentiam quando estavam perto um do outro, aquilo sem nexo, mas com exatidão, era afinidade, era gêmeo...

As mãos dela criaram vida, seguram um caminho modesto: do pescoço dele ao tórax, do tórax à cintura, e encontraram, depois, sua pele, tirando sua blusa, subindo novamente e explorando cada parte daquele local. Ela se pressionou mais contra Harry, este a girou. Deu um sorriso tão lindo, tão iluminado, que Hermione pegou-se pensando como podia estar, assim, perfeito se nem ao menos tiveram um ‘ensaio geral’. Então se lembrou que aqueles anos todos eram o ensaio, para que aquele momento fosse especial, mais especial, quer dizer. Porque bastava ter um homem e uma mulher, um amigo e uma amiga, melhor dizendo, Harry e Hermione, para haver um ‘quê’ a mais, ser especial.

Mione sorriu quando Harry beijou seu pescoço, trilhando um caminho até o início da sua blusa. Desabotoou o primeiro botão, o segundo, o terceiro... Espalhou beijos por seu colo, mais um botão, mais beijos... ele não perdera o hábito de torturá-la? Hermione puxou os cabelos negros dele, para olhá-lo só por um instante, antes de unir-se a ele mais uma vez. Boca na boca, mãos e corpos, pele e roupa, sede e desejo, amor e prazer. Ele ainda desabotoava sua blusa, as mãos velozes, diferentemente de quando estava a provocá-la.

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