Três.



3


Um mês.


Era esse o prazo que teria para sair do apartamento que Torrense havia lhe arranjado e se virar por conta própria.


Nunca pensou que sairia de lá tão rápido, Torrense havia acabado de lhe dar a noticia e logo eles haviam aparatado para o tal apartamento. Draco perguntou se ele não teria que passar por testes antes, ou qualquer outra coisa, mas o diretor apenas negou com a cabeça e disse que nos últimas messes ele havia sido observado 24 horas por dia e todos chegaram a conclusão que a sua saúde mental estava “boa o bastante”.


“Boa o bastante” Ele pensou consigo mesmo “Mas não perfeita.”


O apartamento era muito pequeno. Um banheiro, um quarto e um mesmo cômodo para sala e cozinha.


Eles não haviam devolvido a sua varinha ainda, e ele não poderia mexer na sua conta de Gringotts até o próximo mês.


Colocando isso em termos trouxas: Draco Malfoy estava na condicional.


Deram a ele algumas mudas de roupas, um pouco de comida, coisas para a higiene básica e avisaram que estaria sendo observado esse mês inteiro, 24 horas por dia, como no outro, a diferença era que nesse ele sabia disso.


“Um homem livre!” Ele vibrou em silencio na sala vazia da sua temporária casa. “Um homem livre...”


Ele não sabia o que isso significava.


Ser livre. Nunca foi totalmente livre. Sempre foi um “prisioneiro” de seu pai e depois, como se não fosse o bastante, ficou preso naquela maldita marca, que ainda jazia em seu braço esquerdo, a única coisa em seu corpo que ainda permanecia intacta.


Um homem livre...


--X—


A música alta demais estava começando a machucar os seus ouvidos. Já devia ter levado tantos pisões nos pés que já podia até imaginar as marcas de salto cravadas em sua pele. O suor começava a descer pela a sua testa, mas ela nem tinha certeza se era realmente o seu, de tão perto que estava das pessoas ao seu redor. Estava dividindo ar com, pelo menos, cem outras pessoas que estavam na pista de dança. A sua visão estava ficando confusa com tantas luzes de cores diferentes. A dor de cabeça e a tontura já começavam a atacar, e tudo por causa dos copos que haviam tomado sem tomar consciência do liquido que havia dentro.


Precisava sair daquele lugar.


E Zabini iria morrer quando se sentisse mais disposta a fazê-lo.


--X—


Eles haviam aparatado em plena luz do dia, e Draco sentiu seus olhos doerem tanto quando teve contado com a luz que achou melhor deixar para sair de noite.


Era madrugada agora, mas ele ainda estava na rua, respirando ar novo, vendo pessoas e sentindo o vento acariciar o seu rosto. Sentiu falta dessa sensação.


Estava em um bairro trouxa, pois para os bruxos ele ainda era um assassino frio que havia matado os próprios colegas em beneficio próprio. Na verdade, a história verdadeira havia sido publicada, mas eles preferiram acreditar nessa versão, pois segundo eles, um comensal da morte não pode sentir o sentimento tão puro quanto o amor.


Se Draco aparece em um lugar inteiramente composto por bruxos, sabia que seria morto antes mesmo de dizer “Hogwarts”.


Ele observava a Lua, como era linda e majestosa, Azkaban não tinha janelas, e ele nunca pensou como seria estranho ver a Lua e as estrelas de novo. E embora ele deseja-se que nuvens carregadas tapassem o céu nesse momento, apenas para ele sentir a chuva outra vez, ele não pode deixar de ser hipnotizado pela beleza da escuridão com seus pontos brilhantes.


A noite faz parecer que todas as pessoas são suspeitas, você pode passar pela a mesma pessoa de dia, mas pode ter certeza que à noite ela vai parecer muito mais mal encarada, assustadora e sinistra do que você poderia se lembrar, talvez, por isso, por não ter mais “experiência” em quesito de pessoas, Draco nem notou o grupo de homens escorados na parede de um prédio perto de um beco, e muito menos as suas varinhas.


Draco estava usando um moletom naquela noite, o capuz tapando o seu rosto, mas as mangas puxadas até a altura do cotovelo, deixando bem à mostra a sua marca negra. Ele pensou que não teria problema, afinal, para os trouxas aquela era só apenas mais uma tatuagem comum, um pouco sinistra, mas normal.


Ele passou pelos os homens, nem os notou encarando a sua “tatuagem”, e quando viu, havia sido estuporado nas costas e jogado para dentro do beco.


Chutes, socos, rostos estranhos, dor, mais chutes, um raio de luz que indicava um feitiço, dor insuportável, socos, chutes, chutes, socos, mais rostos, sangue, dor, mais sangue, mais um raio, socos, chutes, dor, muito sangue e por fim: escuridão.


--X—


“Você tem certeza?” Era a quarta vez que Blásio perguntava isso para ela desde que Hermione anunciou que iria embora.


“Tenho Blás. Eu não agüento mais ficar lá dentro, nem consigo respirar direito!” Ela repetiu.


Eles estavam do lado de fora da boate, tentaram conversar lá dentro, mas não deu muito certo.


Zabini deu um suspiro longo. Ele estava cheirando a bebida, suor e nicotina e ela não duvidava que estivesse cheirando assim também. Eca.


“E, além disso, eu preciso trabalhar amanhã, e você também doutor Zabini!” Mione completou dando um pequeno soco no ombro do amigo.


“Ta certo. Mas você não quer mesmo que eu te acompanhe até a sua casa? Sabe, você não vai poder aparatar até cinco quadras daqui.”


“Não, eu estou bem, tenho uma varinha, lembra? Sério Blásio. E você está se divertindo, não quero ser estraga prazeres... Volta logo pra lá, anda!”


Ele abriu um sorrisinho de agradecimento e deu um beijinho de despedida na amiga, voltando para dentro da boate logo depois.


“Se cuida!” Ele ainda gritou, fazendo Mione corar pelo grito que havia chamado atenção de mais.


Hermione deu um longo suspirou e se voltou para a rua. A varinha estava no seu bolso direito do casaco, e toda a vez que algum bêbado idiota mexia com ela a sua mão ia direto para lá. Ela andava encolhida, em parte de medo, em parte de frio, e seus passos eram apressados. Mas algo a fez parar. Uma iluminação incomum vindo de um beco que ela estava a poucos passos de distancia, uma iluminação que ela sabia que só poderia vir de um feitiço: Crucio.


Ela correu até lá e teve tempo de ver um bando de homens encapuzados voando em suas vassouras para longe. Não se atreveu a gritar quando viu um corpo caído no chão imundo. Mione se aproximou cautelosa, o rosto do homem estava tão inchado e cheio de sangue, que ela quase não o reconheceu. A marca e os cabelos foram a única coisa que a ajudou a edificá-lo.


Draco Malfoy.


Hermione cobriu a boca com as mãos evitando o grito de horror de sair. Ela se ajoelhou ao lado do corpo e verificou o pulso.


Vivo.


Mione soltou um suspiro de alivio e mentalmente tentou se lembrar quantas quadras ela já havia andado. Blásio tinha avisado que não poderia aparatar até cinco quadras daquela boate, ela havia andado quatro.


“Maravilha!” Ela ironizou e olhou outra vez para o corpo do loiro.


Ele era um assassino, o seu maior inimigo em Hogwarts, um Comensal da Morte, um prisioneiro de Azkaban, mas ela simplesmente não podia deixá-lo morrer ali daquele jeito!


Não podia arrastá-lo até a próxima quadra, não tinha força o suficiente e além do mais, estava meio bêbada, não ia conseguir move-lo nem até o latão de lixo mais próximo.


Pensou em usar o feitiço Mobilicorpus, mas havia trouxas naquela área.


Pense rápido, Hermione! Ela pensou se cobrando. O homem está morrendo!


Se ao menos tivesse uma capa de invisibilidade...


Ela sorriu.


A varinha que jazia em sua mão foi apontada para Draco, que soltou um gemido de dor no mesmo instante que a bruxa murmurou:


“Mobilicorpus!”


O corpo do loiro levitou e se estendeu no ar, como se ele estivesse de pé, a cabeça acabou caindo para frente, já que ele ainda estava desmaiado, mas Hermione apenas continuou.


“Desilusório!”


E então, Draco Malfoy, despareceu. Não totalmente, mas Hermione poderia muito bem transportá-lo assim até a outra quadra que nenhum trouxa iria notar.


Era como se Draco tivesse adquirido a pele de um cameleão, se camuflando a cada novo ambiente.


 Ela foi controlando para onde ele ia com a varinha no bolso, mas eles chegaram até a outra quadra em segurança e sem levantar nenhuma suspeita.


Hermione desfez os feitiços, e antes que alguém pudesse ver o estado do loiro Malfoy, ela aparatou junto com ele.


 


--X—


“Não acha que deveríamos ter ajudado, senhor?” Um dos guardas que estava destinado a vigiar Draco perguntou, olhando assustado para o Diretor que continuava com uma expressão dura no rosto.


“Não. Malfoy tem que aprender a se virar sozinho outra vez, além disso, parece que ele conseguiu uma ajuda muito melhor do que qualquer outra que poderíamos ter dado a ele.”


“O se conseguiu!” O guarda concordou, sem perceber que o chefe se referia a competência médica da Doutora Granger, e não de sua beleza física.


Torrense revirou os olhos devagar e deu um suspiro de decepção.


“Apenas ache aqueles homens que baterem nele e os ensine a não fazer justiça com as próprias mãos, principalmente quando você não sabe de toda a história. Fui claro?”


“Sim senhor. Agora mesmo, senhor.”


Torrense assistiu o guarda desaparatar e os seus olhos azuis se voltaram para onde Malfoy havia caído. Ele soltou uma risada pelo o nariz e murmurou:


“Ah Malfoy... Você ainda vai se meter em muita encrenca... E eu aposto que a primeira delas é morena e tem um passado bem diferente do seu... Boa sorte, garoto. Você vai precisar.”


E esperando que o vento levasse o seu recado, o diretor de Azkaban produziu o ultimo som da noite.


Crack.


--X—


N/A : Olá :D!


Primeiro: Muito obrigada pelos os comentários, é muito legal saber a opinião de você sobre a fic, sério, é muito importante para o autor saber que vocês estão gostando... Obrigada!


Segundo: Eu estava tão cheia de ideias, expectativas para esse capitulo, mas quando eu fui ler o resultado eu não gostei lá muito do que eu estava lendo, mudei pelo menos cinco vezes, optei por esse e mesmo assim não to muito satisfeita... Mas o que vale mesmo é a opinião de vocês então... O que vocês acharam?


Terceiro: Minhas aulas começam nessa quinta... ou quarta... nem sei! Então as atualizações não vão ser mais tão frequentes :( Mas prometo que eu vou fazer o possível para postar o mais cedo que der!


Quarto: COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM, COMENTEM E COMENTEM! Afinal, sem comentários, sem capítulo.


Beijooos; Cathy.


 


 


 


 


 

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Comentários (7)

  • Srta. Rouge

    Adorando cada vez mais, poste hioen! já tá nas preferidas

    2012-09-05
  • Minerva Lestrange

    nossa, muito bom, de verdade! O que a Hermione vai fazer? Deixar ele morando com ela? E que namoro sem graça é esse dela com o Ron (tudo bem, eu sou Dramione sempre, por isso eu acho sem graça). Se bem q é bem suspeito ele ficar quase dois meses em missão G.G. Enfim, espero q não demore p/ postar o próximo caitulo, Bjo!

    2012-07-05
  • Caren F

    OMG, nem precisa pedir para comentar! Mais uma vez, você é ótima! Mano, você super descreve bem, super nos envolve, super tudo. A descrição... TO COM FOME DE CAPÍTULO! Não demore, por favor, está ótima. Beeijos.

    2012-05-20
  • IsaDap

    CONTINUA CONTINUA CONTINUA....  Ta mt boa, por favor!!! O mais rapido que der, e se puder olha essa fic, é minha, e da sua opnião http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=43313

    2012-05-05
  • Brenda Chaia

    Sua fic est´-a ficando mt boa.. continua!

    2012-04-08
  • leleu_mione

    Será que a mione vai levar ele pra casa ou para o hospital, tadinho do draco, levou maior sova, mas pelo menos ele terá uma hermione de consolação, beijos e até o próximo capítulo.

    2012-02-24
  • Mille M

    aiii fiquei demasiada curiosa para saber o que se vai passar por aqueles lados! beijinhoos*

    2012-02-21
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