Capítulo 28



- Srta. Potter, você poderia, pelo menos, fingir que está prestando atenção na aula? – ergui os meus olhos para o professor, que estava me encarando.


- Ah, tio Neville. Eu estou prestando atenção. É só que...


- É só que nada. Preste atenção ok? Ou vou ser obrigado a te dar um detenção – ele parou – com o Zabine.


Nem precisou dizer mais nada, eu já voltei a prestar atenção na aula, fazendo as minhas detenções. Até mesmo uma aula de Herbologia era mais legal do que uma detenção com o Zabine.


Assim que o sinal tocou, anunciando a hora do almoço, Nina me chamou.


- Lilian.


- Que foi?


- É que a Layla te mandou um recado.


- Por você? Como assim?


- É que ela sabia que eu era sua amiga. – ela suspirou – Mas foda-se. Ela só pediu pra te dizer que, aconteça o que acontecer, ela vai fazer de tudo pra ter o Escórpio nas mãos dela.


- Velho, nem vou falar nada. Ela é um filha da puta, eu odeio ela, ela dá em cima do meu namorado e se ela falar mais alguma coisa, vai ter briga. Ah, se vai.


-LILIAN! ME EXPLICA ISSO. AGORA. ESTOU TE OBRIGANDO. – Escórpio havia chegado atrás de mim, correndo, seguido de Lucas e Pedro.


- É ruivinha, se prepara. – Lucas sorriu e puxou Nina para o salão principal. Pedro fez o mesmo com Carol.


- Que escândalo é esse senhor? – perguntei


- Nada, né. Me explica porque o Zabine está espalhando para a escola inteira que você e ele já ..., você e ele já ..., você e ele, ah você sabe. – ele estava vermelho.


- O QUÊ? AQUELE FILHO DE UMA ÉGUA CASTRADA TÁ FAZENDO O QUE? AAAAAAAAAAAAAH, EU VOU MATÁ-LO!!!!! – saquei a minha varinha, mesmo sabendo que o Zabine não estava ali.


- Ciúmes.


- O quê? – sinceramente, estava começando a achar que o meu namorado nasceu só com meio cérebro.


- Ele está com ciúmes.


Comecei a entender o raciocínio dele.


- Ele ou você?


- Nós dois. Mas que seja, Lily. – ele parou, me olhando nos olhos. – Ele gosta de você. E está com ciúmes.


- Não é só ele.


- Como?


- A Layla também está com ciúmes. A diferença é que ela é sua amiguinha e ela é bonita. E tem corpo de modelo. E é loira. E alta. – revirei os olhos.


- E o que tem isso? – ele fez cara de confusão.


- Ela é a junção de tudo que você gosta em uma garota. Ou seja, aos seus olhos, ela é perfeita.


- Você é perfeita.


- Não.


- É sim.


- Não.


- Sim, Lily.


- NÃO, não e não.


- Não vou discutir com você. Hoje é nosso aniversário de namoro, poxa. – ele fez bico.


- Eu sei. Mas é impossível nós não discutirmos. – sorri.


- Por que?


- Ciúmes. E nós nos odiamos, Escórpio.


Ele riu.


- É verdade. – foi a minha vez de fazer bico. – Nós nos odiamos porque somos melhores amigos, sabe? Está no nosso sangue implicar um com o outro.


- É verdade. É verdade. – ele passou um braço pelo meu ombro, me fazendo sentir mais baixinha ainda. – Como foi a aula?


- Levei um xingo do professor. Porque não estava prestando atenção na aula.


- Aula de quê?


- Herbologia.


- NOSSA. Eu nem sabia que você alcançava a altura da mesa das estufas.- ele riu.


- Vai toma no cú, Escórpio.


Nós entramos no salão e cada um foi se sentar na mesa da sua casa.


Thiago estava sentado com a perna em cima da perna da Patrícia e parecia bravo.


- Aconteceu alguma coisa? – apontei para a cena.


- A saia dela tá muito curta. – ele bufou. – E o Will bobão tava babando demais. Até conjurei um babador pra ele.


Patrícia olhou para mim e revirou os olhos. Mas quando viu que Thiago não estava olhando, sorriu.


- Cadê o Hugo? E o Alvo?


Thiago olhou para Fred, que olhou para Thalita, que olhou para Patrícia e eles começaram a rir.


- Gente. Cadê eles?


Foi então que a porta do salão se abriu e eu vi o Hugo e o Alvo vestidos com um roupa roxa >>muito<< colada, com microfones na mão e cantando:


- Macho macho man! I've got to be a macho man! Macho macho man! I've got to be a macho! Ow...


Acho que não é preciso dizer que o salão inteiro começou a rir, e as garotas começaram a falar coisas do tipo: “GOSTOSO” “ALVO ME COMA” “HUGO! SEU RUIVO SEXY!”


- Velho – parei para respirar, entre risadas. – o que é isso?


- Eles, ui. Eles, ai Jesus – Thiago não conseguia nem falar direito de tanto que ria. – Eles perderam uma aposta.


- Que aposta? – Nina também estava vermelha de tanto rir.


- Eles disseram que duvidavam que eu e o Thiago conseguíssemos dar em cima da diretora. – Fred parou para pegar ar. – E perderam.


- Vocês tão zuando! Vocês deram em cima da Minerva? Como eu não vi isso meu Deus? – Dominique também não se aguentava de tanto rir.


- Mas olha só. As mina tão dando mortal de tanto que tão pirando nessa roupa justa e sexy deles. – Patrícia estava apoiada no Thiago, de tanto rir.


- Sim. As mina dá mortal tripla de tanto que pira. – Thalita começou a gargalhar.


E os dois continuaram a cantar e cantar e cantar. Até que a diretora, que estava vermelha, da cor de um pimentão, os levou para a sala dela.


- Ai, isso vai dar m. – falei, ainda rindo.


- M? – Carol perguntou, secando as lágrimas.


- Merda.


- Ah, sim.


- Potter.


Me virei para ver quem tinha me chamado, apesar de que eu reconheceria aquela voz doce em qualquer lugar.


- O que foi, Layla? Tomou coragem de vir falar comigo?


- Coragem eu sempre tive. Só não queria perder meu tempo. – idiota.


- Escuta aqui, o queridinha. – pude ouvir Fred sussurrar: “vish, vai ter barraco”


- Escuta você. Eu não vou desistir do Escórpio, ouviu?


- Tira esse dedo imundo da minha cara.


- Não.


- Tira sim. – puxei o dedo dela. – E escuta: o namorado é meu. E se você pensa que eu estou preocupada com você gostar dele, está muito enganada. E sabe por quê? Porque ele me ama, e eu acredito nele.


- Duvido.


- Não duvide, Layla. Não duvide.


- Olha só a sua altura garota. Presta atenção.


- Olha só a tua imaturidade garota. Presta atenção você.


- Sai daqui, Layla. – Escórpio havia chegado, me abraçando.


- Escórpio, eu...


- Sai. Eu já falei e a Lily também. Eu a amo, e nada vai nos separar. Entendeu?


Ela bufou e saiu e eu pude ter certeza de onde ela estava indo. Procurar o Zabine.

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