Capítulo 23



- Você tem certeza de que é normal? – Escórpio me perguntou assim que eu larguei dele. – Há cinco minutos atrás, você disse que me odiava, e agora vem aqui e me beija.


- Shiu. – dei um tapa nele.


- Tapa de amor não dói. – ele sorriu.


- Cantada de Zabine não atinge. – sorri de volta.


- Humilhou, Lilian.


- Ain, para. – falei, depois que vi ele fazendo bico.


Ele riu e me puxou para mais um beijo. Depois de uns 5 minutos, a diretora nos mandou ir dormir. Me despedi do meu namorado, mandando ele ter juízo. Antes de sair do salão, pude ver ele e o Gabriel conversando animadamente. Esperei a Rose, a Carol e a Nina, que tinha lembrado que nós existíamos e nós fomos para a sala comunal da Grifinória.


A sala estava cheia, mas isso não nos impediu de ouvi os gritos da Patrícia com o Thiago:


- VOCÊ É UM GALINHA. NÃO MERECE NADAAA.


- Patrícia, mas eu...


- MAS NADA, POTTER. MAS NADA. VOCÊ NÃO TEM MAIS O DIREITO DE SENTIR CIUMES DE MIM. SE VOCÊ NÃO DEU VALOR QUERIDO, - ela deu uma risada maligna. – EXISTEM MUITO QUE QUEREM ME DAR VALOR.


- NÃO. NÃO E NÃO. VOCÊ É MINHA.


- SUA O ESCAMBAL. EU TÔ SOLTEIRA, FILHO. E NINGUÉM VAI ME SEGURAR AGORA.


- PATRICIA! – Thiago estava gritando também.


- POTTER. Escuta. Eu estou solteira e posso fazer a merda que eu quiser, do mesmo jeito que você. A diferença é que eu tive o caráter de terminar com você primeiro. – ela disse, ainda vermelha, e subiu as escadas que levavam até o dormitório.


- PORRA.


- Guinho, - uma garota chegou perto do Thiago.


Ele nem olhou na cara dela, só a puxou pela cintura, a beijou e saiu da sala comunal com ela. Provavelmente, indo pra sala precisa.


- Velho, seu irmão tem titica de coruja na cabeça não tem? – Nina perguntou.


- Não. É pior que isso. Na cabeça dele, tem orgulho demais, ciúmes demais, e humildade de menos. – suspirei.


- Vamos ajuda-lo? – Carol já estava se empolgando com a ideia. Ela adorava ajudar os outros.


- Não. Ele que se vire. Já tem 17 anos. Idade o suficiente pra consertar as merdas.


- Ai, não gosto de ver meu primo assim. Nós demos azar Lily. – Rose suspirou.


- Demos? – perguntei erguendo a sobrancelha.


- Sim. Nós só temos primos e irmãos galinhas.


- Pois é.


Foi então que a porta se escancarou e entraram correndo o Alvo, o Hugo e a Dominique. Ela olhou por toda a sala e quando nos avistou, gritou:


- MENINAS! – e veio correndo em nossa direção.


- Que foi? – nós perguntamos juntas.


- Vocês não sabem. – ela apoiou as mãos no joelho pra recuperar o fôlego.


- O quê?


- Estão fazendo um concurso, de beleza. Aqui em Hogwarts.


- O QUÊ? – exclamamos eu e a Rose.


- Isso mesmo. Concurso de beleza. E todas as garotas estão participando. Todas, se exceção. – ela enfatizou o sem exceção, olhando para mim.


- Que foi? – perguntei.


- Você está dentro ouviu? – ela me chacoalhou pelos ombros.


- Ouvi, ouvi. Pode me largar agora.


- E quem são os jurados? – Nina perguntou, curiosa como sempre.


- Nós. – Alvo e Hugo vieram falar conosco.


- Só vocês dois? – Rose ergueu a sobrancelha.


- Claro que não. – Hugo revirou os olhos, como se isso fosse óbvio demais. – Nós, quer dizer todos os garotos de Hogwarts.


Eu, Carol, Nina e Rose rimos.


- HAHA, no.


- Por que não?


- Porque os nossos namorados não vão julgar quem são as garotas mais bonitas. De jeito nenhum. – se querem saber, havia um quarteto ciumento em Hogwarts. E bom, acho que já dá pra saber quem faz parte disso.


- Nada a ver.


- Tudo a ver.


- Nada.


- Tudo.


- Nada.


- HUGO WEASLEY, CALE A TUA PRECIOSA BOQUINHA AGORA EU VOCÊ MORRE, QUEM DECIDE SOMOS NÓS. VOCÊS APENAS OBEDECEM, OK? – nós quatro gritamos e ele se encolheu todo.


- Quer saber? Vocês que decidam isso amanhã com eles. Eu vou dormir. – Alvo disse, beijou a minha testa e subiu.


- Vou indo também. – Hugo nem se deu ao trabalho de se despedir.


Esperamos eles subirem, e começamos a conversar.


- Gente, eu fiquei com o Will. – Dominique falou no meio de um papo sobre os namorados.


- Will? – Nina estava com os olhos arregalados.


- O Finnigan? Jura? – foi a vez de Carol mostrar o poder e o tamanho dos olhos verdes arregalados.


- Sim. – os olhos azuis de Dominique brilhavam mais do que as estrelas.


- Sortuda. – Rose bufou.


- Você tem namorado, Rose.


- Eu sei. Mas mesmo assim. – ela sorriu.


- Seu namorado tem cara de ser gente boa. – Carol disse, sorrindo e Nina concordou com a cabeça.


- E ele é. – Rose sorriu. – Mas é meu. Entenderam?


- Claro. E o Pedro é meu.


- O Lucas é meu, meu e meu.


Eu ri da cara de ciumenta delas.


- E você, Lilian? Não vai falar nada. – Dominique disse, franzindo a testa.


- Eu (: prefiro (: apenas (: dizer (: que (: quem (: chegar (: perto (: do (: meu (: namorado (: é (: uma (: pessoa (: morta (: e (: enterrada.  – falei, sorrindo ironicamente ao final de cada palavra.


- Vamos jogar o jogo da verdade?


- Carol e sua ideias. – Nina riu.


- É sério. Cada uma tem que contar alguma coisa que tipo, ninguém saiba.


- Tudo bem. – Rose concordou com a cabeça.


A sequência era Rose, Carol, eu, Dominique e a Nina:


- Eu não sou mais virgem. – Rose corou violentamente e apenas murmurou: Gabriel.


- Eu, bom, meu primeiro beijo foi no 2 ano, em um armário de vassouras, com o Pedro. – Carol sorriu e todas nós dissemos owwwwn.


- Tenho muito ciúmes dos meus irmãos e quando eu era pequena tinha uma queda pelo Ted. – eu ri com a lembrança.


- Eu tinha uma queda pelo seu irmão, Lily. O Thiago. – Dominique também riu ao se lembrar do fato. Como nós podíamos pensar assim há alguns anos atrás?


- E o meu segredo, bom, na verdade é a maior bobeira.


- Fala, Nina! – bufei.


- Tá. Bom é que, er, eu já azarei uma garota que estava dando em cima do Lucas, ano passado.


Depois de nós contarmos as verdades, começamos a rir descontroladamente. Foi então que percebemos que já havia passado da meia noite e subimos as escadas para o dormitório do 5º ano. Esse ia ser um ano e tanto. Disso, eu tinha certeza.

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