A Quasemorte de Binns



- Depois dessas duas notícias é capaz de eu sair por aí dando pulinhos. – comentou Maria, rindo, no almoço. – Primeiro, você deu um tapa na cara do Mulciber. Segundo, você xingou o Ranhoso. Sinceramente, você tem certeza que está bem?


- Ao contrário. Eu estou mal. Não queria ter falado tudo aquilo para o Sev...


- Ele mereceu! Ele falou mal do Tiago!


- Mas eu peguei pesado com ele.


- Ele não hesitou quando pegou pesado com você. – Maria respondeu, entornando um copo de suco de abóbora.


- Ele se arrependeu.


- Mas que pegou pesado, isso pegou.


Eu suspirei, mexendo sem fome na sopa.


- E aí, quando o Tiago vai sair da ala hospitalar? – ela perguntou, puxando assunto.


- Eu não sei, mas espero que logo. – falei, triste. – Já faz mais de três dias que ele está lá.


- Aaah, está com saudade do namoradinho? – ela brincou, gargalhando.


- Estou. Você não estaria se fosse com o Dougie?


- Provavelmente sim. Mas é tão bonitinho ver vocês juntos. – ela riu de novo. – Quem diria? Tiago e Lílian juntos! É realmente um milagre divino.


- Não exagera. – me juntei a ela para rir.


- Como assim exagero? Vocês se odiavam. Quero dizer, pelo menos você o odiava. E de repente estão pra lá e pra cá juntos.


- Com uma ajudinha de um certo alguém, não podemos esquecer.


- Isso é verdade. E você deveria agradecer a essa pessoa.


- Obrigada, Maria.


- Acha que só um "obrigada" basta? – ela disse, com uma careta.


- Vai começar a cobrar honorários?


- Não. – seus olhos brilharam. – Mas tenho um pedido.


- Ih, lá vem você. – eu disse, olhando para o teto, que por acaso hoje estava claro. – O que é?


- Eu quero ser a madrinha.


- Madrinha?


- De casamento!


- Sem essa, Maria. Eu não vou me casar.


- É sério. Você acredita que o Dougie já falou que gostaria de se casar comigo?


- Ah, isso sempre esteve na cara. – comentei, rindo e enfim comendo a sopa.


- Não para mim. – ela respondeu, refletindo. – Mas e aí? Vou ser a madrinha ou não.


- Só nos seus sonhos.


- Isso é um sim?


Dei de ombros e ela abriu um sorriso de orelha a orelha.


Neste instante, milhares de corujas adentraram o Salão Principal, deixando cair os habituais pacotes aos seus donos. Hoje meus pais não me mandaram nada, então não fiquei tão interessada; só apenas quando Maria soltou uma exclamação por trás do Profeta Diário.


- O quê? – perguntei assustada.


- Mais uma família morta. – ela sussurrou. – Já não basta o que aconteceu aos pais da Joanne...


- Quem foi dessa vez? – falei, pegando o jornal, que mostrava uma grande manchete:


Ataque mata a família Sigsworth


Ontem, às 23h37min, foram encontrados mortos o casal Sigsworth. O filho deles, George, não está no país, pois fora trabalhar na França a mando do Ministério. Francis Sigsworth trabalhava como secretário em Gringotes, e apesar do ocorrido, os duendes não lamentam a perda. "Ele andava muito estranho ultimamente e já estávamos pensando seriamente em arranjar um substituto. Se bem que o melhor seria tirar todos os trouxas de dentro do banco", declara o duende chamado Grampo.


Os aurores foram apressadamente chamados, pois o local onde os corpos foram encontrados estava dominado pela Marca Negra.


"Isso é apenas assunto do ministério. Não podemos dizer nada sobre esses acontecimentos", falou Moody, um dos membros da Seção dos Aurores.


Está muito claro que tudo isso foram obras de Comensais da Morte.


Só esperamos que George fique sabendo da notícia em breve, para poder comparecer ao enterro que acontecerá no próximo dia quinze.


- Que horror! – exclamei, dobrando e devolvendo o jornal à Maria.


- É, e não para por aí. – ela falou, correndo os olhos pelo resto das páginas. – Ainda está havendo ataques de dementadores, Inferis e até gigantes.


- Você-Sabe-Quem não está pra brincadeira. – comentei e então olhei para a mesa da Sonserina. Sev estava lá com Avery e Mulciber, conversando. Me perguntei se estavam falando dos planos malignos que estavam planejando para depois de se formarem.


- É claro que não está. Está cada dia mais arriscado sair andando por aí e sinceramente estou até com medo de sair de Hogwarts.


- Quando eu saí para as férias nada me aconteceu.


- Por sorte.


- Ou porque não sou tão interessante assim para Você-Sabe-Quem vir me matar.


- E por acaso esses Sigsworths eram? – Maria indagou, erguendo as sobrancelhas.


- Desconfio que Você-Sabe-Quem estava querendo se infiltrar em Gringotes. – falei, pensando. – Você não ouviu o duende falando que o tal de Francis estava estranho? Deveria estar sobre uma Maldição Imperius!


- Isso é o mais provável. Mas sobre o que você falou sobre ser interessante, acho que os Comensais não são de escolher por dedo quem vai atacar.


- Eu acho que eu estou na lista dele, já que sou uma sangue-ruim.


- Não diga isso! - Maria estremeceu.


- É verdade, não é? – falei, pensando novamente na cena de meus pais e Túnia jogados mortos no chão da sala sempre lustrosa de minha mãe. – Foi muita coragem da Joanne voltar a Hogwarts.


- É. Eu nem sei se conseguiria pensar em estudar depois de ter os pais mortos. – ela estremeceu novamente.


- Você nunca está pensando em estudar, Maria.


- É, mas com uma noticia dessas seria pior, não? – ela disse, e então olhou para seu relógio que eu lhe dera no natal retrasado. – E falando nisso, é melhor nós irmos fazer o trabalho da McGonagall.


- É, vamos. – concordei e então caminhamos pelo Salão; não tive coragem de encarar a mesa verde e prata.


Quando chegamos à sala comunal, eu e Maria notamos uma agitação diferente entre os alunos. Eu não me lembrava de novamente ter um passeio a Hogsmeade até ver um garoto alto e de cabelos negros bagunçadíssimos no meio da multidão.


- Tiago! – exclamei e corri a abraçá-lo, seu braço já totalmente recuperado. – Por que não avisou que iria sair de lá hoje?


- Acho que nem eu sabia. Madame Pomfrey já não estava mais agüentando eu falar na cabeça dela. – ele riu.


- Que bom que está bem Tiago. – comentou Maria, enquanto eu arrastava Tiago para uma mesa distante.


- Finalmente consegui sair daquele lugar. Já não estava mais aguentando a...


Eu o beijei, não deixando ele terminar a frase.


- Acho que vou pegar meu material. – Maria falou depressa.


- Não Maria, pode ficar. – falei, rindo junto a Tiago. – Vamos fazer o dever de Transfiguração.


- Mas vocês devem estar querendo matar as saudades, não?


- O dever é mais importante.


- Assim você me ofende, Lílian. – disse Tiago, indignado.


- Estou brincando. – respondi, ainda rindo. – Você vai nos ajudar no dever, assim dá pra fazer as duas coisas ao mesmo tempo, que tal?


- Tudo bem. – ele concordou, sorrindo.


Eu estava realmente mais feliz com Tiago de volta, ainda mais com a chegada de Dougie, Sirius, Aluado e Rabicho. É claro que não deu muito tempo pra ficar nós dois sozinhos, e pelo seu olhar acho que ele também queria isso.


Por fim, a noite já estava caindo quando finalmente terminamos todos os deveres, até mesmo Maria, que vivia atrasada.


Só quando nos dirigimos até o Salão para o jantar é que finalmente eu e Tiago pudemos conversar.


- Eu queria te perguntar uma coisa. – ele falou, meio corado, e percebi que sua mão suava um pouco na minha enquanto a gente caminhava pelo corredor.


- Fala.


- É sobre os meus pais.


- Ah, sobre isso. – falei mais aliviada; eu jurava que ele ia começar a falar sobre o Sev. Eu não havia falado nada sobre a discussão que tive com ele pra Tiago e também havia pedido para Sirius não contar, mas é claro que poderia ter escapado. – Eu simplesmente amei sua mãe. Ela é muito encantadora.


- Mas você não ficou meio... envergonhada com o jeito dela?


- Não. Fiquei mais surpresa pelo jeito que ela trata as pessoas. E agora eu sei que você tinha razão.


- Sobre o quê?


- Ao falar que seus pais eram bruxos incríveis.


Ele sorriu.


- Que bom que você gostou deles. – ele disse, sua voz decididamente mais calma. – Minha mãe é um pouco... exagerada, mas é uma boa mãe.


- Com certeza. É só olhar pro filho que já deve imaginar como os pais devem ser. – falei, enquanto ele ria de minha bajulação.


- O que aconteceu com você? – ele perguntou me fitando. - Está tão diferente.


- Você está recuperado. Isso é motivo de animação.


- Ah, qual é? Nem foi tão...


- Grave? Pra mim foi. Ver voce se contorcendo no chão... – estremeci. – Quero nem pensar.


- Mas se eu me tornar auror com certeza isso vai ser comum.


- Pare com isso! – reclamei.


- Tiago! – exclamou Nick, surgindo do nada de uma parede com a cabeça balançando vacilante, assustando a nós dois. – Que bom te ver bom de novo!


- Obrigado Nick. – disse Tiago.


- Não quero fazer fofoca, mas... – Nick aproximou de nós para cochichar. – Ouvi dizer que o diretor ficou realmente aborrecido com o que fizeram com você.


- É claro que ele tem que ficar bravo! – eu disse, me afastando um pouco do fantasma; digamos que não é uma sensação muito agradável entrar em contato com um. – O que Mulciber fez foi maligno!


- Eu já disse que vou me vingar daquele desgraçado. Pode ficar sossegada.


- Eu bem que poderia fazer alguma coisa para te ajudar. – disse Nick, desgostoso. Eu e Tiago nos entreolhamos.


- Já... estamos indo jantar, Nick. – Tiago disse, quebrando a tensão. Ele me puxou para as portas escancaradas do Salão Principal.


- Não é fácil agüentar um fantasma deprimido. – ele comentou rindo, enquanto sentávamos junto aos outros. Não pude deixar de notar que todos o olhavam com curiosidade.


Vi Tiago olhar para a mesa da Sonserina a fim de encarar Mulciber, que sorria desdenhoso. Pensei que Tiago ia demonstrar raiva, mas então retribuiu o mesmo sorriso.


- Tem certeza que você não tirou uma foto do tapa de Lílian, Almofadinhas? – Tiago perguntou, tristonho. – Eu daria tudo pra ter visto.


- Foi hilário. – Almofadinhas comentou. – Lílian Evans mostrando seu lado enfurecido. Se eu fosse você tomaria cuidado com ela, Pontas.


- Sempre tomo. – Tiago respondeu, piscando para mim.


O resto do jantar correu normal e todos nós conversávamos animados, até a hora de estarmos cansados o bastante para subir para a Torre da Grifinória.


- Tiago, preciso te contar uma coisa. – falei pra ele, novamente caminhando pelo corredor.


- O que foi? – ele perguntou curioso.


- Eu tive uma discussão, não, uma briga feia com o Sev.


- E? – ele falou com a voz demonstrando expectativa.


- E aí que acho que... não vou voltar a falar com ele. – respondi, de cabeça baixa.


- Mas isso é ótimo! – ele exclamou feliz.


Eu parei de andar.


- Eu pensava mais sensibilidade de você. – protestei.


- Sensibilidade?


- É. Você sabe que a gente é ou era muito amigo, que seja. E o que voce faz? Comemora!


- Mas Lílian, se voce se afastar dele vai ser melhor pra você! É por isso que estou assim tão satisfeito!


- Só por isso?


- É.


- Você não me engana! – eu ri, desdenhosa. – Com certeza está feliz, porque você odeia ele.


- Odeio. Porque ele ficou do lado de Mulciber quando ele fez aquilo comigo, se você não está lembrada.


- Estou, mas...


- Se você me acha tão insensível porque ainda está comigo?


- Estou por que...


- É sempre assim, não é? Você adora me criticar, talvez esteja muito acostumada com isso.


- Acostumada? Eu não...


- Já entendi, Lílian. – ele falou me dando as costas.


- Mas você nem parou pra me escutar! – falei indignada, mas ele já tinha virado o corredor.


Decidi não voltar para a sala comunal, pois hoje era minha noite de patrulha como monitora-chefe.


Eu sei, eu tinha pegado pesado com Tiago, mas nada é motivo para ele ficar estressado desse jeito.


Decidi então fazer a patrulha pelos atalhos que eu conhecia, caso Severo começasse a tentar me encontrar por aí. Eu já havia problemas demais para hoje.


Simplesmente minha técnica foi em vão. Quando andava entediada perto da sala de Transfiguração, Severo estava ali parado, encostado na parede. Suspirei para mim mesma e agi como se ele fosse um aluno como qualquer outro.


- Não sei o que faz aqui, mas deve ir para o dormitório. Está muito tarde. – tentei manter a voz formal, sem muito sucesso.


- Não finja, Lílian. Eu quero falar com você.


- Eu não quero falar com você. Não tenho nada pra falar. Volte para sua sala comunal.


- Dá pra você me ouvir?


- Não.


- Mas...


- Não.


- Eu vou insistir até você me escutar.


- Não perca seu tempo.


- Pare com isso.


- Com o quê?


- Me ignorar!


- Você está pagando pelos seus atos, Severo. E isso é tudo.


- Não, não é.


- Volte pra sua sala comunal.


- Não quero.


- Eu sei o que você quer então. Uma detenção.


- Você faria isso?


- Não posso deixar de aceitar que você está merecendo.


- Você vai acabar com nossa amizade assim?


- Ela já acabou faz tempo Sev, só você que não percebeu.


Ele não respondeu; continuava a me encarar.


- Volte pra sua sala comunal. – repeti, respirando fundo.


- Não precisa ser assim. – ele murmurou.


- Eu acho o mesmo. Mas você deveria ter percebido isso antes.


Ele me olhou mais uma vez, suspirou e virou o corredor, me deixando ligeiramente triste.


Quando cheguei à sala comunal depois de algumas horas, descobri que consegui meu intuito; a sala estava praticamente vazia. Porém, quando subi no dormitório, Maria me esperava.


- O que houve?


- Com o que?


- Não se faça de desentendida. Vi Tiago chegar na sala comunal com cara de poucos amigos.


- Severo. – falei, me vestindo.


- Ah, não! Pensei que isso já tivesse acabado.


- Eu também. – falei sinceramente.


- Então, o que aconteceu?


- Estou muito cansada Maria, pode deixar isso pra amanhã?


Ela me olhou, sua cara repleta de curiosidade, mas então suspirou.


- Tudo bem.


Assim que me deitei, fui dominada pelo sono e então apaguei.






- Eu não estava com vontade de brigar com você, me desculpe. – falava Tiago. – É que estou cansado desse Ranhoso infeliz ficar se intrometendo com a gente toda hora...


- Eu sei, Tiago. Mas isso acabou, eu não quero mais tocar nesse assunto.


- Você não é mais amiga dele?


- Não.


- Certeza?


- Sim.


Ele suspirou, com um grande sorriso.


- Agora estou muito mais tranquilo.


Lancei-lhe um olhar irritado.


- Tudo bem, não falo mais nada. – ele disse, comendo um bolo de chocolate.


- Qual a primeira aula? – perguntou Maria.


- História da Magia. – respondeu Aluado.


- Ah, não. – reclamou Almofadinhas, desconsolado. – Aguentar o Binns com seus relatos é algo pior do que escutar Edgar cantando no chuveiro.


- Bela comparação. – comentou Dougie, enquanto nós ríamos.


- Vamos logo, senão vamos nos atrasar. – falei, apanhando minha mochila.


Chegamos à sala que era monótona só de olhar e nos acomodamos na cadeira; a maioria dos alunos já deitaram a cabeça nos braços para tirar seu habitual cochilo.


Tiago deu um grande bocejo do meu lado, me fazendo rir. Eu também não gostava muito dessa aula, então deitei a cabeça nos braços também.


Houve um grito de exclamação, seguido por vários outros.


Ergui a cabeça e me deparei com uma figura prateada e flutuante; meus olhos não queriam acreditar. O Professor Binns estava ali, mas como um fantasma.


Olhei para ele incrédula enquanto várias pessoas saíram desembestadas pela porta afora, gritando.


- Tiago, mas o quê...


Tiago havia se levantado junto com Almofadinhas e os outros e foram falar com o Professor Binns.


- Professor, o que houve com o senhor? – perguntou Dougie.


- Eu é que pergunto! O que houve com eles? – ele indicou para a porta escancarada. – Porque saíram desse jeito?


- Porque? – perguntou Sirius, rindo com sarcasmo. – Já se olhou no espelho professor? Se é que fantasmas têm reflexos...


- É melhor nós irmos. – interrompeu Maria, puxando o braço de Sirius e Dougie. – Até mais, professor, é que... a gente lembrou de uma coisa importante... de...


- Os livros de História de Magia, isso. – completei, apesar de estar na cara a nossa mentira. – Até mais, professor.


- Ei, esperem! – gritou o professor, mas nós já havíamos saído porta afora.


- O que foi isso? – perguntou Rabicho chocado e temeroso.


- O Professor Binns morreu. Não está na cara? – respondeu Aluado.


- Que horror! – disse Maria.


- Ele já estava velho. – comentou Dougie.


- Eu bem que falei para ele se aposentar. – Tiago disse.


- É melhor a gente ir até a sala dos professores ver o que aconteceu.


Fomos apressados pelos corredores até chegarmos à sala que ficava no segundo andar. A Professora McGonagall e o Professor Dumbledore já estavam lá. Pro meu espanto, o corpo de Binns estava numa poltrona a um canto, imóvel.


McGonagall conversava apressada com Dumbledore.


- O que vamos fazer Alvo? – ela dizia.


- Acho que não devemos contar a ele que ele morreu. – Dumbledore comentou. Tiago tossiu para disfarçar o riso; não era uma frase comum de se dizer.


Os Professores se viraram e perceberam nossa presença.


- Professor... – comecei, buscando as palavras. - O Professor Binns... quero dizer, o fantasma do Professor Binns está lá na sala de História da Magia.


- Certo, certo. – falou Dumbledore, nos avaliando através de seus óculos de meia-lua. – Minerva, poderia por favor ir até lá e conversar com Cuthbert? Não conte nada o que aconteceu, só o destraia.


A professora o fitou por um instante e depois se dirigiu para fora da sala.


- O que vai acontecer com ele, professor? – perguntou Maria, com a voz trêmula.


- Bom, que eu saiba Cuthbert não tem parentes vivos, portanto acho que vamos fazer um simples enterro na aldeia de Godric's Hollow, onde ele já morou há muito tempo. – ele olhou para o corpo inerte e então suspirou. – Acho que ele não deve saber do ocorrido.


- É, ele nem percebeu que tinha morrido! – exclamou Sirius, divertindo-se.


- Creio que não, senhor Black. Acho que a vida de Cuthbert era tão monótona que não fez muita diferença.


- Se a vida dele for tão chata quanto a aula que ele dá é obvio que ele não percebeu nada mesmo. – comentou Tiago; eu lhe dei uma cotovelada. Porém Dumbledore sorriu.


- Acho que a culpa não era totalmente de Cuthbert, já que História da Magia nunca foi também uma matéria de meu interesse.


Ele voltou a contemplar o corpo, e então disse.


- Acho que por hoje não haverá aula de Historia de Magia para vocês. Quem sabe queiram aproveitar o tempo livre. Está um dia lindo lá fora.


Nós assentimos e então saímos da sala, dando uma ultima espiada em Binns, que se não soubéssemos da verdade pensaríamos que ele estava dormindo.


- Acho que não vou dormir esta noite. – comentou Maria.


- O que será que vão fazer com o fantasma dele? – indagou Rabicho.


- Espero que o expulsem do castelo. – disse Tiago cruelmente. – Já basta termos Nick por aí lamentando a perda da vida, imagine mais um chato de galocha para encher nossa cabeça sobre os detalhes da Revolução dos Duendes.

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