A sempre adorável Srta. Slater



–       Você estava certo Harry! – disse Hermione aliviada ao ver o casal Weasley serem levados em segurança de volta à Toca. – Como concluiu que Sra. Robinson estava envolvida?


–       Ela não teve contato com nenhuma varinha. Logo mentiu sobre ter visto o lobisomem, as pessoas estavam reunidas aqui na loja dela. Foram à loja do Olivaras; aproveitaram a revolta nas ruas para distribuir as varinhas aos outros membros do grupo, mas jamais imaginei a participação de um Conselheiro ainda mais Jerome Remigio!


–       Ele não era tão fanático pelo Ministério como imaginei... – disse Patrick encolhendo os ombros.


Kingsley os chamou.


–       O rapaz que prenderam não diz coisa com coisa; é apenas uma alma perdida nessa tragédia. Vou fazer um pronunciamento oficial daqui algumas horas. Fizeram um ótimo trabalho rapazes. – disse o Ministro olhando com orgulho para Harry.


–       Sim... – disse Patrick esboçando um sorriso.  – Pode tirar a manha de folga.


–       Obrigado... – respondeu Harry olhando as luzes da rua. Pegou Hermione pelo braço e a apressou em voltarem para casa. Ela acabou achando a foto com o grupo reunido em suas coisas. A foto que apesar de acharem estranha meses atrás naquele momento não levantou nenhuma suspeita.


–       Eram todos muito jovens – observou ela – menos McGonagall! Ela deve tomar algum elixir ou qualquer coisa parecida. Vou devolver ao Sr. Weasley.


–       Ok... – respondeu Harry cansado.


–       Harry, acha que conseguiriam? Esse grupo? Acha que derrubariam o Ministério?


–       Acho. – respondeu Harry e Hermione se surpreendeu com a resposta. – Sabe como Crackit e outras pessoas conseguiram as varinhas? Solomon Bluter deu a eles! Nem todos entraram pela porta da frente da loja do Sr. Olivaras como nós. Agora essas pessoas que seguiam esses bruxos vão voltar às ruas. Talvez mais desiludidos do que nunca, sentindo que serão ainda mais perseguidos... Se não os ajudamos outras pessoas com até piores intenções farão. Esse grupo não acabou esse noite Hermione! Você sabe disso!


–       Sei... No fim Arte das Trevas acaba sendo apenas um detalhe Hermione. Que podemos fazer Harry?


–       Continue com o FALE. Eu resolvo outros detalhes...


Hermione sorriu e deu um beijo de boa noite em Harry; esperou que ele se acomodasse no sofá; o amigo adormeceu num segundo. Hermione subiu para se deitar também. Estava simplesmente exausta.



Rony acompanhou as noticias sobre a conspiração liderada por um Conselheiro pelo jornal. A lista de mortos segundo ouvira nas ruas era bem maior. O Beco Diagonal se transformara para ele em uma grande fonte de informação não oficiais. Emily por ser repórter parecia já habituada com versões mais alternativas do que liam nos jornais.


–       O que meus pais tinham a ver com isso? – perguntou Rony a ela enquanto tomavam café da manha.


–       Para isso eu não tenho resposta. Felizmente você chegou a tempo; tem certeza que sua mãe não vai contar nada?


–       Tenho. Ela veio me procurar sem dizer nada a ninguém.


–       Instinto materno.


Draco se juntou a eles. Estava machucado e de muito mal humor.


–       Você me deve trinta galeões Weasley; foi o preço que os Lancey cobraram para me deixar ver a entrega.


–       Eu o pagarei Draco, aliás, o café é por minha conta hoje.


–       Os Lancey estão muito felizes que esse tal grupo foi pego e desfeito. Eles são sobrinhos de Solomon Bluter e herdeiros do Bocadio. – contou Draco.


–       O que? – perguntou Rony surpreso.


–       Esperam reabrir o Bocadio.


–       Tomara que fracassem!


–       Eu também espero... – disse Emily indignada – aquele lugar pelo o que ouvi dizer era nojento!


–       Vamos ao que interessa agora! – disse Rony. – Quem fornece os ingredientes proibidos aos Lancey para que vendam Patrick?


–       É um velho nojento. Já devem ter ouvido falar dele; enche o bolso das pessoas de bosta de dragão quando é contrariado.


–       Meu irmão Percy comentou sobre esse velho. Se Patrick soubesse que ele está tão perto já teria ido direto a ele.


–       Não dá pra negociar com esse cara.


–       Percebi pela sua cara. – disse Rony apontando o rosto machucado de Draco.


–       Não enche! Daqui a dois dias Patrick receberá uma nova remessa de ingredientes muito maior do que recebia antes. Os Lancey também me disseram que ele colocou a mão numa bolada de galeões recentemente. Agora ele tem dinheiro para bancar os ex-capangas de Solomon Bluter. Sabe o que isso significa Weasley?


–       Que vai nos procurar.


–       Pensam que estamos no exterior. – disse Emily.


–       Ele é detalhista você sabe disso. Vamos ter que correr o risco. Temos que alterar os ingredientes antes que eles cheguem a Patrick. Temos que invadir a casa do velho.


–       Como? – perguntou Emily.


–       Somos amigos de dois ladrões agora. Vai ser fácil. – disse Rony rindo.


–       Onde está Fulton? Não o vi desde que cheguei. – perguntou Draco.


–       Eu e Emily dissemos a ele para procurar a família. Ele nem sabe se ainda vivem no mesmo lugar... os abandonou há muito tempo.


–       Eu daria tudo para ver minha irmã, meus sobrinhos e Córmaco de novo.


–       Eu sei... – disse Rony confortando Emily. – E Draco, sei que está preocupado com seu pai em Azkaban, mas agüente mais uns dias.


–       Mais uns dias Weasley... nosso dinheiro também está acabando.


–       Fulton deixou uma cópia da chave do cofre para darmos uma olhada no Sr. Louer e se precisarmos de mais ouro.


–       Vender amendoim dá tanto dinheiro assim? – perguntou Draco quase rindo.


–       Quem sabe?


Na mesma noite Draco contou aos Lancey sobre o ouro que o velho tinha guardado.


–       Eles nem quiseram saber como fiquei sabendo. Ainda hoje farão uma visita ao velho. Só tem um detalhe: o velho não tem dinheiro.


–       Mas vai ter. – respondeu Rony confiante.


Rony deixou uma caixa de sapatos na porta do velho cheia de ouro de leprechaun. Do lado de fora montados em vassouras Draco mostrou aos Lancey o velho entrando no quarto contando o ouro.


–       Legal! – disse Don Lancey. – Vamos pegar esse velho.


–       Boa sorte...


Os dois irmãos usaram um feitiço comum entre ladrões para abrir a porta em silencio e andaram sorrateiramente pelo apartamento e pensaram que renderem o velho. Não esperavam que ele revidasse a altura. Rony teve que estuporá-lo antes que acabasse machucando gravemente os dois irmãos. Com os três desacordados ele e Draco procuraram pelos ingredientes; acharam na cozinha uma caixa com as inicias de Patrick. Os potes estavam cheios de substâncias que nem Rony ou Draco já tinham visto.


–       Como vamos alterar esses ingredientes sem que Patrick perceba a diferença? – perguntou Rony.


–       Vamos acrescentar alguma coisa! Misturar ou sei lá! – disse Draco mexendo em alguns potes espalhados pelo chão. – A gente pode dar sorte e uma dessas coisas o mate.


Ouviram barulho na pequena sala; ouviram o velho e os Lancey recobrando a consciência, mas um novo clarão os nocauteou. Ouviram barulho do crânio dos três se chocando. Uma mulher entrou na cozinha apontando a varinha.


–       Larguem as varinhas e eu não os machuco; só quero os ingredientes.


–       Rebecca! – exclamou Draco.


–       Sim...?


–       Sou eu Draco! E ele é o Weasley!


–       Você está diferente! – disse ela se aproximando. Rony não abaixou a varinha.


–       O que faz aqui? – perguntou Draco.


–       Esse velho me roubou alguns dias atrás. Mandei meu elfo segui-lo! Sabem o elfo que contratei?


–       Sim, ele salvou nossa vida na mansão. – disse Rony.


–       Ele vale cada galeão! Mas e vocês o que fazem aqui?


–       Esse velho que fornece os ingredientes para Patrick. – disse Rony.


–       O que? Esse pedaço de bosta de trasgo?


Os três sentaram na cozinha para conversar.


–       Ah, Que surpresa! Contém o que andam fazendo! Eu li sobre você ter largado Hermione e fugido com uma repórter grávida. Você foi bem canalha!


–       Eu sei...


–       O mercado de ingredientes proibidos é muito concorrido? – perguntou Draco.


–       Você não faz idéia. Vocês vão matar Patrick? Envenená-lo?


–       Na verdade queremos alterar uns ingredientes só isso. Mudar o efeito da poção para... acabar com ele, sim.


Contaram a Rebecca sobre a cidade e o Sr. Escamoso. Era estranho pensou Rony; os três ali conversando informalmente enquanto os Lancey e o velho estavam desmaiados perto deles. Rebecca se surpreendeu sobre o Sr. Louer ainda estar vivo.


–       Tiveram que fugir porque Patrick sempre arrumava encrenca por onde passava e a mãe não deixava seu belo filhinho agüentar desaforo de outros bruxos. Acabaram indo morar na floresta... e depois de um tempo o pai os deixou. Ele e Patrick nunca se deram bem, na verdade Patrick sempre o odiou e vice-versa.


–       Ele acabou virando um réptil muito asqueroso. – disse Draco.


–       Não acredito que o descobriram!


–       Graças a uma grande ajuda sua deixando o nome da cidade com Draco. – disse Rony achando cada vez mais estranha a naturalidade daquela conversa.


–       Patrick sempre murmurava esse nome enquanto dormia... Alguma coisa naquele lugar o incomoda... O que vão fazer com o tal Sr. Escamoso?


–       Ainda não sabemos. Emily acha que ele ainda pode ser importante...


–       Emily... – disse Rebecca achando graça. – Me lembro dela entrevistando Elvira. Bonitinha.


–       Os Lancey estão acordando de novo... eu dou um jeito neles. Com licença! – disse Draco.


–       Você pode nos ajudar Rebecca? – pediu Rony. – Pode dar um jeito nesses ingredientes; mudar o efeito da poção sem que Patrick perceba?


–       Moleza. Posso fazer isso com todo o estoque!


–       Não envenene!


–       Weasley quer que ele seja julgado. – disse Draco da sala.


–       Só o deixe lento, fraco ou burro. Isso ajudaria! – disse Rony. – Ou impotente! Impotente é legal!


Rebecca tirou seu kit de poções e abriu os vidros. Tirava e acrescentava infamas porções entre os potes.


–       Você largou mesmo Hermione? O Profeta Diário está dizendo coisas horríveis sobre você e a tal Emily...


–       Foi para o bem dela.


–       Ah, com certeza. Hermione deve estar se sentindo muito bem segura agora... Soube que ela se tornou uma espécie de aprendiz da Sra. Kessler.


–       É parece que sim. Você a conhece? A Sra. Kessler?


–       Sim...


Minutos depois os ingredientes estava prontos e Rebecca lacrou a caixa. Acordaram o velho e os Lancey e da calçada ela, Rony, e Draco puderam vê-lo expulsando os Lancey cobertos de bosta de dragão.


–       Só pra você saber eu concordava com Draco na questão do veneno, mas sua idéia é boa também Rony. As modificações que eu fiz cortarão aos poucos o efeito da poção. Patrick vai voltar a ser o que era e acredite em mim... não é nada bonito.


–       Você podia ficar com a gente e nos ajudar mais.


–       Já tive a sorte dele me deixar ir embora. Não quero vê-lo nunca mais. Vou ficar mais uns dias na cidade para um compromisso, mas bem longe do Ministério e até da luz do dia! Nem na Gemialidades Weasley pretendo passar por mais que me de vontade de rever seu delicioso irmão...


–       Certo... Obrigado mesmo Rebecca! – disse Rony a abraçando. – Se por acaso acabar encontrando Hermione.


–       Não digo nada. Para a segurança dela...


–       Só veja se ela está bem.


–       Escute Rony: o que Patrick fez a você também fez a Draco e a mim; nos envolveu em crimes e artimanhas. A diferença é que eu e Draco sabíamos no que estávamos no metendo e, na verdade, somos covardes. Mesmo que esse plano de certo Rony... Não hesite! Mate Patrick assim que tiver chance...


 


–       Você acredita na nossa sorte? – perguntou Draco a Emily.


–       Vocês irem roubar o velho na mesma noite que ela? Muita sorte...


–       Rebecca explicou como a poção funciona – disse Rony – ela usou vários ingredientes proibidos para agilizar o preparo e outros piores para que efeito dure no mínimo um mês. Patrick carrega com ele alguns frascos em caso de emergência. Caso se machuque ele tem que voltar a sua forma original pra se curar mais rápido.


–       Como ele faz isso?


–       Toma outra poção; uma mais simples.


–       Você confia nela? Eles foram um casal por muito tempo. – perguntou Emily preocupada.


Rony encolheu os ombros.


–       Patrick está mais popular do que nunca no Ministério; toda ajuda que tivermos agora é mais que bem vinda. Se agüentamos Draco...


–       Você tem razão...


–       Vou dar uma olhada no Sr. Escamoso quer vir comigo?


–       Não, ele me deixa mais enjoada ainda. Acha certo o mantermos lá naquele estado?


–       Emily já conversamos sobre isso a ultima vez que estivemos no cofre; quando nos livrarmos de Patrick o entregamos para o Ministério. Não podemos soltá-lo. Você ouviu o guardião e Noah: ele é veneno.


–       Não quero matar ninguém Rony. Pode ser loucura, e não conte a Draco, mas tenho pena do Sr. Escamoso.


–       Eu também. Até disse isso a ele; embora não sei se ele possa nos entender de alguma forma... Isso é mais louco ainda eu acho, mas temos uma chance Emily. Chegamos muito longe e se eu tiver que agir... Entre Hermione, Harry, você e o Sr. Escamoso ou Patrick... Eles perdem. Na próxima vez eu não vou fugir ou vacilar...



Durante noticias sensacionalistas tomaram as paginas do Profeta Diário; os colaboradores do jornal e grandes opositores de Kingsley desde o começo de seu mandato não pararam cobrar do mais detalhes sobre o episódio e mais transparência nas investigações. Kingsley proibiu qualquer menção ao nome do grupo, mas admitiu a participação de pessoas influentes da sociedade. Como no caso das varinhas roubadas houve pânico e centenas de denuncias foram feitas ao Ministério. Várias pessoas foram investigadas sobre sua possível participação no grupo conspirador, mas nada ficou provado contra ninguém.


Hermione passou a tarde inteira na casa da Sra. Twitch conversando com ela e McGonagall; a diretora se preparava para voltar a Hogwarts.


–       Waxflatter foi o primeiro instrutor dos Aurores; um bruxo excepcional. – contou McGonagall. – John Fargas só agiu contra o grupo quando se viu encurralado pelo Ministério; ordenou que Waxflatter os encontrasse e forçasse o líder a se entregar.


–       Na época Fargas era o homem forte do Ministério; promoveu e ajudou Dolores na carreira depois disso.  – disse a Sra. Twitch servindo chá a Hermione.


–       Sabemos o que aconteceu depois...  – disse McGonagall sombriamente.


–       Sim... sabemos. – comentou Hermione. – Agora posso entender como Umbridge chegou tão longe no Ministério e como poder fazer certas coisas... ela já tinha feito coisas piores antes.


–       Não contar nada do que aconteceu a Alvo foi meu maior arrependimento... – desabafou McGonagall – Fargas alegou na época que azarar os arquivos protegeria a nós também. O canalha só fez isso pra se safar. Não podemos falar mais sobre isso. Sabemos que entende Srta. Granger...


–       Sim, é claro... – Hermione concordou bebendo seu chá lentamente. – Entendi perfeitamente.


No apartamento de Patrick ele e Hermione organizavam livros na estante e comentavam sobre o assunto. Hermione achou que Patrick, como Kingsley, queria encerrar o assunto o mais rápido possível, mas Hermione e Harry não deixavam o assunto morrer.


–       Naquela época eles podiam não ser tão experientes, mas mesmo assim... Como Fargas pode enganar a todos? – disse Hermione se referindo ao Sr. Weasley, McGonagall e a Sra. Twitch.


–       Você esqueceu um detalhe Hermione: eles confiavam em Fargas. Isso fez toda a diferença. – disse Patrick sentando no chão.


–       É... você tem razão...


–       Não achou nada a respeito nos livros da Sra. Kessler?


–       Ainda não. Aquele poema também procurei a exaustão! Ela é uma estudiosa e especialista em Artes das Trevas... ela sabe de alguma coisa.


–       Claro que sabe, mas você deve saber lidar com ela.


A maneira como Patrick disse aquilo deixou Hermione curiosa.


–       Continue. – disse ela interessada.


–       Você não sabe ainda o motivo da Sra. Kessler deixar você pesquisar sua preciosa biblioteca.


–       Ela quer algo de mim. Eu e Harry já comentamos muito a respeito. Só ainda não disse o que é.


–       Bem, agora você quer alguma coisa dela. Tem que fazer a mesma coisa...


–       Tenho que oferecer alguma coisa a ela... alguma coisa que ela não recusaria! Incrível como você... Quero dizer você é inteligente e tudo mais, mas como pode...


–       Bonito?


–       Sim... – respondeu Hermione e em seguida sentiu que corou.


–       Só brincando. – disse Patrick rindo.


Conversaram sobre outros assuntos; banalidades que Hermione gostava de saber sobre ele.


–       Seu aniversário?


–       Meu... – disse Patrick franzindo a testa. – Ah... fevereiro... dezesseis.


–       Vou anotar.


–       Vai me dar um presente?


–       Claro!


–       E pelos que perdeu antes de nos conhecermos?


–       São muito presentes.


–       Muitos...


Patrick segurou as mãos dela; as dele eram lisas e frias. Não havia mais marcas nos punhos. Mais uma vez Hermione buscava respostas para o que sentia; gostava de Patrick e às vezes até se sentia atraída por ele. Estavam livres de qualquer compromisso e não havia motivos reais para não começarem um relacionamento, mas logo Rony voltava a seus pensamentos e ela não conseguia se soltar; não conseguia ficar a vontade. Era como se a garota que se atirara no pescoço de Rony o beijando como um doida nunca houvesse nascido; não conseguia pensar em beijar Patrick sem pensar também em sair correndo dali e se trancar em seu quarto. Gina a entenderia; ela dizia que queria fazer a mesma coisa quando Harry a olhava por mais de dez segundos. A diferença era que Gina amava Harry e Hermione não sabia se amaria alguém novamente.


–       Obrigado pela ajuda – disse Patrick arrumando os últimos livros – agora só falta... o resto.


–       Vai ficar incrível quando estiver tudo arrumado. Você tem bom gosto.


–       Obrigado. Você podia passar a noite aqui. – disse Patrick de supetão.


–       O que?


–       Acabaria tudo mais rápido...


–       É um pouco cedo... e um pouco tarde. – respondeu Hermione confusa sem conseguir olhar para ele.


–       Não entendi.


–       Tenho que ir. Amanha a Sra. Kessler logo bem cedo...


–       Certo... Ela melhorou?


–       Não muito. Ela está mais reclusa nos últimos dias; Heckett está de volta e acho que isso de alguma forma a fez piorar.


–       Viu o garoto de novo?


–       Não depois daquele dia, mas ele continua lá. Sinto que ele ainda me observa de algum modo.


Patrick riu.


–       Com certeza ele dá um jeito para fazer isso. Perguntou a McGonagall sobre a Sra. Kessler?


–       McGonagall deixou claro que não aprova meu contato com ela. Óbvio que as duas não se gostam e mais óbvio ainda é o motivo...


–       Artes das Trevas.


–       Pois é...


–       Hermione... você ainda não autografou meu livro!


–       Ah, Patrick, por favor...


–       Faça uma dedicatória!


Hermione colocou o livro sobre os joelhos.


–       Não acredito que comprou o livro! Não sei o que escrever...


–       O que está pensando? O que pensa sobre mim?


–       Não sei... eu realmente não sei. – disse Hermione olhando para a capa. – Sinto muito. Eu gostaria de ser mais... ainda estou um pouco perdida.


–       Tudo bem. – disse ao lado dela. – Gosto de tê-la por perto, conversar sobre grupos das Trevas e outras coisas. Qualquer hora você vai conseguir pensar em alguma coisa para me dizer.


–       Você acha... acha que pode esperar até que eu melhore?


–       O que aconteceu com você... bem foi quase um trauma! Não posso... se envolver com outro cara assim logo em seguida é um grande passo eu acho.


–       Você pensa em Rebecca?


–       Às vezes... Ela era uma... – disse Patrick imaginado que bastava um segundo para ter quebrado o pescoço de Rebecca e posto a culpa em Draco.


–       Obrigada. – disse Hermione o beijando no rosto. – Você me deu uma ótima idéia de como descobrir mais coisas sobre o tal grupo das Trevas que quase nos matou.


–       Legal...


Logo depois de Hermione sair Patrick recebeu sua nova remessa de ingredientes; começou a preparar imediatamente a poção que mantinha sua imagem de conselheiro jovem e bonito. No meio da noite seu comparsa Twain também apareceu para uma visita e um pedido.


–       Senhor, os Lancey querem reabrir o Bocadio e me convidaram para ser sócios deles.


–       Ser sócio dos irmãos Lancey? Tem certeza? São dois ladrões.


–       Não quero ser Revistador a vida inteira senhor. Logo as ruas estarão cheias de novo, mas enquanto isso pensamos em trazer algumas atrações de outros lugares, talvez da França!


–       Interessante. Sinto falta das Veelas; é bom ter companhia pra depois do trabalho. – disse Patrick encolhendo os ombros. – Você precisa de dinheiro. Eu posso ajudá-lo, mas em troca quero que volte a vigiar os Weasley.


–       A casa deles já era bem protegida e agora...


–       Dê um jeito! Quero saber quem entra e sai! Posso monitorar os feitiços na aquela área, mas só em durante o horário de trabalho. Deanna está projetando outro Mapa da Magia para que eu possa monitorá-los daqui. Quero ter certeza que Rony Weasley não apareça para uma visita.


–       E a garota e o Malfoy?


–       Draco é um covarde! E a garota é... só uma garota e grávida ainda por cima. Caso Weasley volte do exterior quero dar boas vindas a ele. Quero fazer amor com Hermione Granger com a cabeça de Rony Weasley de baixo da minha cama.


Na mesma noite Rony e Draco ficaram sabendo sobre os planos de reabrirem o Bocadio e que a casa dos Weasley voltaria a ser vigiada; Twain também contou o que Patrick disse a respeito de Hermione. Todos estavam tão bêbados que riram a valer.


Os primeiros flocos de neve assustaram Hermione; ela diminuiu o passo para poder senti-los sobre o rosto por mais tempo. A lista de presentes de natal seria bem menor esse ano e Hermione começou a pensar no que dar a Patrick quando um rapaz bateu em seu ombro.


–       Srta. Hermione Granger?


–       Sim... – respondeu Hermione hesitante.


–       Eu sou Noah Marchasson e trabalho para o Magie. Já ouviu falar?


–       Sim, é claro. – respondeu Hermione o cumprimentando.


–       É uma honra conhecê-la! A bruxa mais poderosa de sua geração.


–       Ah, obrigada...


–       Estou na cidade para fazer uma matéria sobre o grupo teatral que se apresenta no teatro dos bruxos e também para tentar uma conversa com a Sra. Kessler.


–       Não sei se a Sra. Kessler é muito chegada a entrevistas desculpe.


–       Não é bem uma entrevista é só uma conversa informal.


–       Ela também não gosta de conversar...


–       Até alguns meses atrás a Sra. Kessler mantinha sua biblioteca pessoal... pessoal e agora abriu para senhorita, ou seja, ela pode vir a mudar de idéia sobre conversar comigo também já que sou um grande fã do trabalho dela! Gostaria que a senhorita me apresentasse a ela.


–       Isso não será possível.


–       Por favor, Srta Granger! Sou igualmente um grande fã da Armada Dumbledore cheguei a criar uma versão em Beauxbatons. Não fez o mesmo sucesso da original.


–       Qual era seu objetivo?


–       Que a escola liberasse os livros da Sra. Kessler para pesquisa. A senhorita tem contato com esses livros; são mesmo tão assustadores assim?


–       Não posso ajudá-lo Sr. Marchasson, mas acho que vai gostar do novo espetáculo. – disse Hermione despistando o rapaz e entrando no prédio; foi direto para a biblioteca e acabou encontrando Heckett.


–       O tal repórter ainda está lá embaixo?


–       Sim. – respondeu Hermione procurando um dos livros da Sra. Kessler sobre bruxos das Trevas pouco conhecidos.


–       Já conseguiu abrir um portal perfeito? – Heckett perguntou.


–       Não. E você conseguiu decifrar o Feitiço Enigma?


–       Quase. – respondeu Heckett com desdém.


Horas mais tarde a Sra. Kessler apareceu na biblioteca. Parecia que a misteriosa doença que enfrentava tinha piorado; a aparência da bruxa era de cansaço, mas Hermione notou que seus olhos estavam vermelhos.


–       Falou com o tal repórter Srta. Granger?


–       Sim. Ele disse é um grande fã da senhora.


–       Cá entre nós Srta. Granger a maioria das pessoas que já leu algum livro que escrevi não presta. Desconfie de todos que encontrar.


–       A senhora está bem?


–       Estou morrendo Srta. Granger e estou fula da vida com isso! – disse a Sra. Kessler sem fôlego


–       A senhora leu a respeito do grupo que conspirava com o Ministério?


–       Li. Alguma pista dos envolvidos?


–       Algumas, mas estou interessada em encontrar outro tipo de informação.


–       O que quer saber Srta. Granger?


–       Hayyan Zeelen. Não há nada falando sobre ele ou o grupo que liderou em lugar nenhum. Nem aqui...


A Sra. Kessler sorriu. Era a oportunidade de Hermione oferecer a Sra. Kessler alguma coisa que ela com certeza não recusaria.


–       Sra. Kessler... Lembra-se da amiga que tentei ajudar a preparar a poção Siempre Viva?


–       Sim! Uma mestra de poções talentosa a senhorita disse!


–       Acho que ela deve voltar a Londres por esses dias. Haverá um evento de uma conhecida que temos em comum e imagino que ela estará presente. E se nos encontrarmos...


–       Traga até mim! – disse a Sra. Kessler de olhos arregalados.


–       Eu a trarei. – disse Hermione com firmeza.


–       Como vai encontrar Rebecca? – perguntou Harry a Hermione enquanto jantavam.


–       Algumas semanas atrás Pansy Parkinson enviou uma carta ao Ministério fazendo uma reclamação sobre as poções Slater.


–       Saiu uma nota do Profeta Diário, mas não deu em nada. – disse Harry.


–       Ela queria que fossem retiradas do mercado; mais precisamente da Gemialidades Weasley.


–       O que Pansy tem a ver com as poções afinal de contas?


Hermione contou o que Rebecca fez a Pansy quando ela ficou com o vestido que ela encomendara. Harry deu boas risadas.


–       Foi maldade eu sei! – disse Hermione séria. – Se Draco tivesse roubado uma vassoura que você ou Rony tivessem reservado vocês dariam um soco nele no mínimo!


Harry continuava rindo muito.


–       Era um ótimo vestido... – reclamou Hermione sem graça. – Enfim! Pansy vai lançar amanha à tarde em um coquetel uma coleção de roupas íntimas. A idéia é ocupar o lugar da Sra. Robinson. Será um grande evento; até eu recebi um convite.


–       Dá direito à acompanhante?


–       É só para mulheres! – disse Hermione beliscando o braço de Harry.


–       Tem certeza que Rebecca aparecerá por lá?


–       Rebecca humilhou Pansy. Agora Pansy tentou prejudicá-la; Rebecca é muito convencida para deixar isso barato. Um evento como esse é a oportunidade perfeita.


–       O que vai dizer a ela sobre Patrick e você?


–       Nada... Não há nada para dizer. Acha que tenho medo dela?


–       Não, claro que não! Mas se Rebecca é tão geniosa assim não espere que ela simplesmente concorde em te ajudar e pior: ajudar a Sra. Kessler!


–       Eu sei, mas pensarei em alguma coisa...



A tarde de sol fraco, mas de céu azul parecia ser a única coisa para Hermione olhar. As amigas de Pansy Parkinson e seus familiares a encaravam sem piedade. Apenas uma garota que Hermione conhecia de vista de Hogwarts não tinha o costumeiro olhar de desprezo sonserino.


Por alguns minutos Hermione retribuiu o olhar até que bandejas e mais bandejas começaram a circular e o grupo se distraiu provando canapés e bebendo champanhe. Uma mulher avisou para tomassem seus lugares no salão.


–       A nata da sociedade sangue puro está aqui. – disse uma conhecida voz ao lado de Hermione.


–       E só aguardando por nós duas. – disse Hermione se sentindo mais confiante.


–       Vamos! Quero pegar um bom lugar.


As duas sentaram na segunda fileira. Rebecca usava um casaco branco com detalhes dourados. As amigas de Pansy cochicharam entre si. Sabiam muito bem que ela era.


O desfile começou apresentando uma linha de roupas intima para ser usada a noite. Algumas Veelas demonstravam as peças com leveza e graça.


–       Não gastaria um sicle nessa porcaria. – disse Rebecca alto o bastante para algumas pessoas olharem para ela.


–       Você conhece a Sra. Lena Kessler? – perguntou Hermione.


–       Odeio esse tom de verde! Por que quer saber?


–       Tenho pesquisado a biblioteca e a obra dela...


–       Eu sei. Verde de novo! – disse Rebecca batendo com as mãos no joelho.


A modelo lançou um olhar zangado a ela e a Hermione.


–       Por acaso achei a lista de ingredientes da poção Siempre Viva em um dos livros dela. Um exclusivo.


–       Contou a ela sobre mim? Como sou incrível em criar poções?


–       Ela quer conhecê-la. Preciso que me acompanhe a casa dela Rebecca! É muito importante.


–       Ela está mesmo doente?


–       Não consegue sequer manter a varinha na mão por muito tempo.


–       Ótimo! Espero que ela morra logo! Você está dormindo com Patrick?


Algumas mulheres se viraram para olhar as duas.


–       Isso não interessa agora... – respondeu Hermione constrangida.


–       Interessa a mim!


–       Você terminou com ele! Por favor, fale baixo!


–       Eu viro as costas e você se aproveita da situação! Deveria se envergonhar Srta. Granger!


–       Não me aproveitei de nada! Preciso de sua ajuda! Não estaria aqui vendo essas mulheres seminuas vestindo cópias baratas da coleção passada da Sra. Robinson se não fosse realmente necessário!


O salão ficou em total silencio; as modelos paradas apontando as varinhas para as duas.


–       De onde elas tiraram as varinhas? – murmurou Hermione.


Pansy Parkinson entrou na passarela e parou na frente das duas.


–       Sabia que vocês viriam.


–       Deve ter tido muito trabalho organizar esse evento e essa armadilha. – comentou Rebecca puxando as luvas com os dentes.


–       Fiz o pacote completo incluindo o buffet!


–       Eu sei – respondeu Rebecca – estive na cozinha ajudando a preparar algumas coisas... Espero que tenham gostado do molho tártaro. Acrescentei uma coisinha para dar mais gosto... Foi difícil de conseguir fora da época de acasalamento dos trasgos! Tem um leve gosto salgado eu ouvi dizer...


–       Oh meu Deus... – disse Hermione.


As amigas de Pansy começaram a vomitar quando ouviram a descrição completa do preparo do molho. Até Hermione que não provara nada ficou enjoada.


–       Hermione, você deve saber os efeitos... diga a nossa anfitriã! – disse Rebecca rindo.


Pelos escuros e grossos começaram a surgir no rosto de algumas; em seguida nos braços e nas pernas.


Pansy apontou a varinha para Rebecca a voz começando a engrossar.


–       Eu vou pegar vocês duas! Eu vou! Juro que vou! – gritou Pansy com raiva. – Você Granger é apenas um acidente! Não devia ser uma bruxa!


–       Pense bem no que vai dizer – disse Hermione zangada. – Agora você é metade trasgo e vocês não são muito bons em magia!


As mãos de Pansy começaram a se curvar para abaixo; ela não conseguia se manter de pé; a cabeça ficou pontuda e o resto do corpo disforme; a boca ficou torta e ninguém mais pode distinguir o que ela dizia. A garota da Sonserina que Hermione conhecia de vista tirou-lhe a varinha e a levou para os fundos do salão.


–       Acho melhor irmos embora. – disse Hermione se levantando. Não sabia se tinha mais pena ou raiva de Pansy.


–       Por quê? Está divertido.


–       Elas ainda estão com as varinhas! Vamos!


–       Estraga prazeres!


–       Nunca mais vou comer molho tártaro na vida! – disse Hermione ao sair com Rebecca para rua.


–       Não me bajule. Não vou ajudá-la Hermione em seja lá o que esteja pensando.


–       Você sabe sobre a Sra. Kessler e Heckett não sabe? Que são mãe e filha?


–       Como descobriu?


–       O modo como falam uma da outra... o rancor nas palavras...


–       Por que se meteu com elas Hermione?


–       A Sra. Kessler me quer por perto por algum motivo. E quero descobrir mais coisas sobre o grupo que tentou matar meus amigos! E elas sabem muito a respeito!


–       Artes das Trevas Hermione! Tudo por trás dessas duas se resume a isso! Não é lugar para você. Você é a bruxinha boa...


–       Você tem medo delas? – perguntou Hermione muito zangada com o comentário.


–       Quem? Eu? Nem de longe! Só tenho assuntos mais importantes a cuidar no momento.


–       Você veio até aqui...


–       Humilhar essa garota é fácil demais. Toma pouco tempo.


–       Está com medo que elas descubram que foi você que roubou a lista de ingredientes! Não foi muito esperta já que não roubou o modo de preparar a poção.


–       Provocar não adianta Hermione...


–       Preciso de sua ajuda! Não me importa como se conheceram e nem como você conseguiu essa lista de ingredientes. Preciso chegar a essa historia que quase matou os pais de Rony.


–       Ela quer uma mestra de poções para esticar a vida infernal que sempre teve! A deixe morrer Hermione!


–       Não antes de saber o que aconteceu naquela noite com aquelas pessoas! Se mais alguém desse grupo sobreviveu meus amigos ainda correm perigo!


Rebecca deu alguns passos a frente; fez uma pausa dramática olhando para o céu.


–       Por que eu? Por que agora tenho que ser legal com as pessoas?


–       Do que está falando Rebecca? – perguntou Hermione sentido-se cansada.


–       Duas condições: Patrick não pode saber que estou por perto em hipótese nenhuma!


–       Certo e a outra...


–       Sim, eu conheço essas duas e tenho assuntos pendentes a tratar com elas. Então quando chegar a hora você não poderá interferir.


–       Tomaremos chá amanha à tarde. – disse Hermione entregando o endereço a Rebecca.


–       Concorde Hermione ou nada feito!


–       Ok... – respondeu Hermione. Não era um bom acordo; não era nem de longe um acordo seguro, mas era o melhor que Hermione podia ter naquele momento.

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