Os Bruxos Zeelen



Um amarelo enjoativo cobria todas as paredes do quarto que Hermione e Anjelica Twitch estavam sendo mantidas presas.


–       Não parece ser uma casa trouxa; não há tomadas. – disse Hermione.


–       Pelo tamanho do quarto é uma casa grande.


–       Janelas?


–       Lacradas.


–       Se estivesse com minha varinha... quem são essas pessoas?


–       Não sei, mas tem muito movimento principalmente a noite; escuto passos.


–       Sabe quem mais está na casa?


–       Todos usam capuz e de algum meio distorcem as vozes; não nem como saber quem é homem ou mulher! Mataram aquela Conselheira e o marido! Waxflatter e meu pai... foi Adso...


–       Sinto muito Anjelica. – disse Hermione a consolando.


–       Ele me usou para chegar perto da minha mãe.


Ouviram passos e a porta se abriu; Adso lançou um feitiço e deixou as duas presas ao chão.


–       Boa noite senhoritas. Desculpe pela demora em vir vê-las estou um pouco ocupado.


–       Por que Adso? Por que está fazendo isso a essas pessoas? – perguntou Anjelica.


–       Ouviu falar Hayyan Zeelen Srta. Granger?


–       Não.


–       Não me admira! O seu Ministério o baniu da historia! Ele era um visionário! Ele previu a integração entre bruxos e trouxas e enfrentou a repulsa dos bruxos sangue puro. Anjelica... A sua mãe e seus amigos o mataram!


–       Minha mãe nunca faria isso!


–       O que está dizendo é um absurdo! – disse Hermione indignada.


Adso apontou a cama e dois vestidos brancos apareceram.


–       Por favor, se vistam de acordo para nos acompanhar.


–       Voce fala como se fosse uma reunião formal. – disse Hermione.


–       E é. – disse Adso colocando o capuz. O rosto do rapaz desapareceu e ele saiu do quarto liberando as garotas do feitiço.


Dois homens de vestes roxas as acompanharam quando sairam do quarto. Encontraram Patrick no fim do corredor; ele tambem usava vestes formais. Hermione o abraçou.


–       Onde está Harry? – perguntou baixinho.


–       Não o vi ainda. Anjelica!


–       Viu minha mãe Sr. Rent?


–       Vi. Ela está bem na medida do possível.


–       Por favor, desçam. – disse um dos encapuzados.


–       Fiquem calmas. – disse Patrick dando o braço para Hermione. – São muitos.


Ao descer as escadas Hermione viu centenas de pessoas vestidas de roxo e sem rostos. Passaram por todas até uma imensa sala. Sentados a mesa estava a diretora McGonagall, a Sra. Twitch e o Sr. Weasley. O único com o rosto a mostra era Adso.


–       Mamãe!


–       Filha. Sente-se.


A calma da Sra. Twitch não era muito natural pensou Hermione. Patrick puxou a cadeira para Anjelica sentar em frente à mãe.


–       Um cavalheiro. – disse McGonagall sorrindo.


–       Sr. Weasley? – perguntou Hermione.


–       Minha querida Hermione! Como vai você?


–       Espero que gostem de frutos do mar. – disse a pessoa na ponta da mesa.


Hermione observava seus gestos servindo vinho; as mãos também estavam encobertas. A voz era áspera e causava uma forte sensação de mal estar.


Adso sentou ao lado do Sr. Weasley.


–       Levamos muito tempo para reuni-los. – continuou a pessoa. – Uma pena a Sra. Umbridge não estar sem condições de comparecer.


–       Tenho certeza que ela adoraria estar presente. – disse o Sr. Weasley.


–       Está controlando essas pessoas com uma Maldição Imperdoável! – disse Hermione.


–       Está certa Srta. Granger, no entanto, é muito rude falar sobre isso durante o jantar. Não há nada na comida ou bebida então, por favor, sirvam-se.


–       Quem são vocês?


–       Somos um grupo conhecido como Zeelen. Eu sou o Líder. Adso é um de nossos muitos discípulos.


A falta de Harry deixou Hermione apreensiva; ou ele tinha escapado ou já estava morto.


–       Conversaremos sobre temas mais adequados para o momento. Sei que já faz algum tempo que não encontra o Sr. Weasley.


O Sr. Weasley levantou cabeça do prato e sorriu para Hermione.


–       Srta. Granger repare que não somos servidos por elfos – disse Adso – para nós elfos nunca foram empregados!


–       Verdade. Inclusive apoiamos o FALE desde inicio.


–       Obrigada... – murmurou Hermione. – Estiveram na manifestação em frente a Gemialidades Weasley?


–       Sim, estivemos.


–       Ela não é adorável? – disse o Sr. Weasley. – Está tentado se lembrar das pessoas que conversou aquele dia para tentar saber quem é você!


–       É mesmo brilhante. – disse McGonagall.


–       Também somos simpatizantes dos trouxas. Adso particularmente...


–       Sua filha é encantadora Sra. Twitch.


–       Não ouse a falar com minha mãe! – Anjelica disse rispidamente.


–       Anjelica! – repreendeu a Sra. Twitch. – Eu disse que me agrada muito seu namoro com Adso. Não fale assim com ele.


–       Mãe...


–       Estão juntos? – perguntou o Sr. Weasley a Patrick apontando Hermione. – Saiba que é totalmente aceitável e devo dizer que o senhor é muito adequado.


–       Obrigado. Eu gostaria...


–       Patrick! – repreendeu Hermione.


–       O que?


–       Essas pessoas... Como pode dizer isso num momento como esse?


–       Desculpe! Só queria manter uma conversa...


–       Anjelica. Não pode negar que tivemos bons momentos. – disse Adso.


–       Não fale comigo.


–       Adso não deixe nossa convidada nervosa. Quando vão aprender que garotas não gostam de tratar de assuntos pessoais em publico.


–       O que vão realmente fazer com todos nós? – perguntou Hermione.


–       Não se preocupem! Não temos nada contra vocês. – respondeu Adso. – Espero que se juntem a nós. Nos acompanhem no caminho certo. Anjelica, eu falei a verdade quando disse que a amava.


–       Não fale comigo!


–       Anjelica...


Foi um jantar de poucas palavras. A sobremesa foi servida e os convidados se retiraram para aguardar o evento principal da noite. Hermione e Anjelica voltaram ao quarto. Minutos depois Patrick bateu na porta.


–       Você conversou com essas pessoas? Sabe quem são. Acham que são mesmo poderosos?


–       Adso disse que há o dobro de gente no pátio; fora os que não puderam vir! É quase uma sociedade a parte!


–       O que acha que vão fazer então?


–       Aconteça o que acontecer fiquem calmas! Tenho que voltar! Adso me deixou sair. – disse Patrick abraçando Hermione.


–       Harry onde está?


–       Não sei! Não falaram nada a respeito dele! Vou tentar descobrir alguma coisa; façam o que eu disse: fiquem calmas.


Mesmo nervosas as duas moças sentaram na cama.


–       Gosto do Sr. Weasley. – disse Anjelica quebrando um pouco a tensão.


–       Eu o amo como se fosse meu pai. Mesmo depois de tudo que Rony me fez passar... Não posso permitir que nada aconteça ao Sr. Weasley.


–       Adso foi um canalha!


–       Rony também, mas tivemos momentos... Ele foi o primeiro e único até agora...


–       Você teve sorte. A minha primeira vez foi com um assassino.


–       Um assassino... – refletiu Hermione. – Tem certeza que foi ele que matou a ex-Conselheira e o marido?


–       Não importa! Ele faz parte de tudo isso.


Adso chegou acompanhado de um grupo de discípulos e Patrick.


–       Vim buscá-las. – disse formalmente.


–       Posso falar com você em particular? – perguntou Anjelica.


–       O que tem para me dizer? Mudou de idéia?


–       Vamos dar aos dois um pouco de privacidade! – sussurrou Hermione e ela e Patrick entraram no banheiro.


–       Desculpe ter mencionado no jantar sobre nós... quer dizer sobre eu estar interessado...


–       Tudo bem. – disse Hermione evitando contato visual.


–       Você tem um plano não tem?


–       Mais ou menos... Preciso saber se Harry está bem!


–       Harry é uma espécie de troféu para seguidores das Artes das Trevas e não o matariam simplesmente.


A porta se abriu e Adso os mandou sair. Patrick a frente longe de Anjelica e Hermione.


–       Você estava certa. Adso não matou ninguém. – Anjelica sussurrou para Hermione enquanto caminhavam.


–       Rapazes fazem coisas estúpidas para nos impressionar.


–       Dizer que matou alguém talvez seja a mais estúpida de todas.


–       Ele foi preparado para esse momento. Com certeza achou que você entenderia a grandeza do que ele fez. Há um motivo para justo ele não cobrir o rosto! Ele não tem nada a esconder.


Havia centenas de pessoas reunidas no enorme jardim. Os únicos sentados eram o Sr. Weasley, Minerva McGonagall e Ferdinanda Twitch. Não tinham mais a expressão amigável de antes.


–       Discípulos! – começou o bruxo no centro e a cima da multidão. – Estou aqui diante de vocês, em nome de um dos maiores bruxos de todos os tempos! Hayyan Zeelen! Ele foi caçado e assassinado por esse grupo de bruxos. O homem que ousou enfrentar a injustiça imposta por uma classe dominante que até hoje se acha dona da magia...


–       Você conhece bem bruxos das Trevas Hermione; já ouviu falar dessa pessoa? – perguntou Patrick.


–       Honestamente não.


O bruxo continuava seu discurso inflamado.


–       Dolores Umbribge está presa em suas piores lembranças. Um preço muito pequeno alguns podem dizer. Essas pessoas – disse apontando para o sr. Weasley e os outros – sempre souberam disso! O que fizeram para impedir?


A multidão se agitou.


–       Exato. Não fizeram nada! Agora tragam nosso convidado especial.


Escoltado por dois discípulos John Fargas foi levado para frente do Líder.


–       O primeiro Conselheiro nomeado! Achei que estava morto! – exclamou Patrick.


–       A pessoa por trás do assassintato de nosso martir! Um ser tão baixo que baniu qualquer registro do Ministerio. Devem ser lembrar dele.


O Sr. Weasley arregalou os olhos para a figura cambaleante de Fargas. Sua a varinha partida ao meio foi mostrada a multidão.


–       Deixe-os vivos! Tudo que aconteceu foi minha culpa.


–       Você atendeu quando Zeelen pediu para poupar a vida das mulheres e crianças? Não! Você o matou e foi atrás dos outros!


–       Deixe-os ir! Você já tem a mim.


–       Durante todos esses anos sua consciência permaneceu tranqüila depois de todas as mortes que ordenou? Depois de matar Hayyan Zeelen e se esconder atrás do brasão do Ministério?


–       Nenhum desses bruxos me obedeceu.


–       Você baniu qualquer menção ao nome Zeelen no Ministério e da historia da magia! Se aquela noite não estivesse clara em minha memória... Você sabe como é passar anos sabendo de um crime sem poder dividir detalhes com ninguém, mas não sentiu nada com isso! O sofrimento encoberto... Não tem idéia como é difícil que as pessoas enxerguem a verdade em suas palavras.


O Líder desarmou os homens que acompanharam John Fargas e mandou puxarem o capuz de cada um.


–       Harry! Jorge... – exclamou Hermione.


–       Sr. Potter! Sabia que viria, mas me surpreendeu trazendo um amigo. Comentam que gosta de resolver as coisas sozinho e ao seu modo!


–       Solte meu pai! – disse Jorge.


–       Ah, Sr. Weasley! Também tenho noticias que é um rapaz muito engraçado. Foi realmente engraçado o que acaba de dizer. Somos mais de duzentas pessoas aqui.


–       O que pretendem?


–       Olhe bem seus amigos Sr. Potter... A Srta. Granger também acha que não seriam capazes de tal atrocidade, não é mesmo?


–       Tenho certeza que não. – respondeu Hermione.


–       Sabe o que levou essas pessoas a ajudá-lo? Cada um deles? Consciência pesada. Todos viraram as costas a um rapaz muito parecido com o senhor.


–       O rapaz em questão era um assassino! – disse Fargas.


–       A história poderia ter sido diferente para o senhor...


–       Seria pior! Não acredite no que essa coisa lhe disser Harry!


–       Hayyan Zeelen era um jovem nascido trouxa num mundo que desprezava trouxas! Ele fez o teste para animago e esse homem e seus companheiros o humilharam; não acreditavam que podia se sair bem por não ter uma herança mágica. Ele lutava por um mundo melhor!


–       Era um bruxo das Trevas como outros tantos.


O Líder deu um soco em Fargas.


–       Por que diz que as coisas seriam diferentes? Qual relação dele com Voldemort?


–       Os dois nem chegaram a se conhecer! – disse Fargas de joelhos.


–       Ele combateria Voldemort ainda no começo; seus pais não precisariam morrer!


–       Eles iniciariam uma guerra! Eram dois dementes com manias de grandeza! Não o escute Harry. O mundo mágico conheceu o terror com Voldemort e não seria diferente com esse lixo Zeelen! Por isso houve pânico quando Voldemort se tornou poderoso; essas pessoas já sabiam o que podia acontecer! Já tinham visto o que um homem tomado pela forças das Trevas podia fazer!


–       Você o matou! E matou a todos que o seguiam! Agora será responsável pela morte de seus colegas e, logo, o mundo saberá a verdade!


–       Estavam por trás do tumulto no Beco Diagonal, não é? – perguntou Harry.


–       Em parte... A partir daí conseguimos mais seguidores. Os bruxos perderam a fé nesse Ministério assolado pela corrupção.


–       Quando chegamos à loja do Olivaras... Adso não estava sendo atacado; ele estava distribuindo varinhas aos seus seguidores e colocando esse pó alucinógeno nas outras!


O Líder balançou a cabeça concordando e se aproximou de Harry. O som que saia do rosto vazio causou a Harry a mesma sensação que Hermione teve.


–       Quer maior exemplo de nossas intenções do que a morte de Solomon Bluter? Livramos o mundo de um parasita, você também o odiava! Junte-se a nós Sr. Potter e todas as injustiças que tanto o atormenta terão fim. Pense Srta. Granger não mais sofrimento para elfos e nascidos trouxas.


–       Fala como se as Artes das Trevas pudesse ser a solução... – disse Hermione atordoada.


Harry encarou o Líder sem rosto. De alguma forma sabia que ele acreditava em suas próprias palavras. Havia centenas de pessoas a apoiá-lo; uma multidão odiando Fargas, McGonagall e Sr. Weasley.


–       Eu nunca me uniria as Artes das Trevas.


–       Se eu libertasse seus amigos? Se juntaria a nós?


Harry olhou especialmente para o Sr. Weasley. Não o decepcionaria uma segunda vez.


–       Não...


–       Bem, eu tentei fazê-los enxergar a verdade. Levem-nos!


–       Não! – gritou Anjelica.


–       Cada um terá um final digno. – disse o Líder atirando varinha partida de Fargas no chão. – Temos mais de duzentas varinhas sem registro para usar! Vamos distribuí-las essa noite! Tomaremos o Ministério! Um novo mundo começará está noite.


–       Como se fosse fácil... – murmurou Patrick.


O Líder segurou Fargas pelo pescoço.


–       Feche os olhos! – disse o discípulo ao lado de Hermione. – Todos vocês! Fechem os os olhos agora!


–       “Há um homem decidindo quem liberar e quem acusar! Eu o vi; era como eu ou você. Ouça as vozes chamando, vozes chorando. Escute as palavras escritas há muito tempo! Quando esse homem veio o inferno veio com ele...”.


–       Eu sou o bruxo a que se refere esse seu poema de quinta categoria? – gritou Fargas. – Eu matei aquele seu líder de merda e adorei! Mataria a ralé sangue ruim e traidora do sangue quantas vezes fosse necessário! Haizeak eraman ihes odoltsua morroiak horiek!!


–       Feche os olhos Hermione!


Um pequeno tornado se formou em volta de Fargas e o Líder. A multidão se afastou assustada. Por mais que tentasse Hermione não conseguiu fechar os olhos. Viu feitiços cruzando o ar e algumas pessoas foram atingidas e cairam mosrtas; outras foram engolidas com violencia pelo tornado e desapareceram. O discípulo tapou seus olhos e a puxou junto com os outros de volta para a mansão. Puxou o capuz.


–       Neville! – gritou Hermione pulando em seu pescoço. – Sabia que viria nos buscar!


–       O que está acontecendo? – perguntou Patrick abrindo os olhos.


–       Uma correria danada! Fargas vai enfrentar o Líder. – disse Harry os alcançando.


–       O Sr. Weasley! – gritou Hermione.


–       Ele ficará bem! Jorge já o pegou!


–       Alguns discípulos estão na parte de cima da casa. Quantas pessoas vieram com vocês? – perguntou Patrick a Harry.


–       Jorge e Neville.


–       Certo e quem mais?


–       John Fargas!


–       Não me diga que vieram só vocês? São umas cem pessoas só lá em cima! – disse Patrick.


–       Somos muito mais agora! Olhe! – disse Hermione.


Jorge trazia o pai e os amigos. A Sra. Twitch correu para a filha.


–       Harry é um otimista! – disse Jorge. – Como vai Hermione? É bom vê-la de novo.


–       Igualmente Jorge. – respondeu Hermione o abraçando. – Temos uma força extra agora!


Adso apareceu atrás deles.


–       Suas varinhas!


–       Vamos sair daqui! – disse Patrick.


–       Sair? Quero prender essas pessoas! – exclamou Harry.


–       Definitivamente um otimista! – disse Jorge rindo. – Podemos passar pelo jardim; as pessoas estão correndo de um lado pro outro, mas estão apenas fugindo tentando se livrar daquele pó alucinógeno maluco.


–       Lançamos um pouco no ar quando entramos e com tornado que Fargas criou deve ter se espalhado bem mais rápido!


–       Acha que consegue uma licença para eu vender essa coisa...


–       Agora não Jorge! E Fargas? – perguntou o Sr. Weasley.


–       Aqui. – disse o Líder entrando na sala carregando o corpo de Fargas.


–       Achei que ele era um bruxo melhor... – disse Jorge se afastando.


–       Ele já estava um pouco bêbado quando nos encontramos... – comentou Harry sacando a varinha e ficando na frente de Anjelica e a mãe, mas não era a eles que o Líder pretendia atingir.


–       Traidor! Avada Kedavra!


A luz verde tão familiar a Harry atingiu Adso. Um grupo de discípulos se juntou ao Líder.


Só Patrick e Harry escaparam da Maldição Crucius; todos os outros foram atingidos e se contorciam no chão. Harry caiu de bruços; em meio a gritaria e confusão viu uma varinha apontada para Hermione desacordada no chão.


–       Não! Hermione!


Depois de um segundo de clarão pelo menos três discípulos foram arremessados muito longe; o feitiço que os atingiu saiu da varinha de Patrick. Harry o viu passar por cima de Jorge e do Sr. Weasley; pegar Hermione no colo, sair correndo e subir as escadas.


Patrick entrou em uma sala e colocou Hermione acomodada num sofá; lançou um feitiço ao redor dela e começou a abrir gavetas de uma mesa.


–       Achei...


–       Sempre achei que não se importasse com mais ninguém além de você. – disse um discípulo à porta puxando o capuz.


–       Você é aquela Veela do Bocadio.


–       Anjla. Você me conhece muito bem.


–       Conheço? Não importa! Seus amigos estão fugindo vá atrás deles. – disse Patrick se virando para pegar Hermione.


–       Olhe para nós! – exigiu a Veela.


O grupo que escapou de Solomon Bluter estava reunido. O centauro, Veelas, alguns elfos.


–       Ninguém se interessa em salvar gente ou coisas como vocês sem se aproveitar. Vocês deviam ser os primeiros a morrer. – disse Patrick com desprezo.


A Veela o atingiu e o centauro o feriu nos braços com os cascos. Patrick revidou e os dois começaram uma luta corporal.


–       Rápido! Mate-o! Estão vindo! – disse Anjla.


Um grupo de discípulos subiu as escadas lançando a Maldição da Morte. Hermione recobrou a consciência e viu Patrick preso numa gravata pelo centauro; pegou a própria varinha e atingiu o centauro nas patas.


–       Rápido! – disse a Veela.


O centauro vestiu o capuz e o corpo se transformou no de uma pessoa comum. Saíram do quarto; Patrick alcançou a varinha e absorveu o sangue de seus braços que já queimava sua pele.


–       Não acredito que uma Veela me desarmou!


–       Veelas são muito boas em magia! – disse Hermione zonza.


Harry abria caminho entre os discípulos que ainda resistiam defendendo o Líder e dos que queriam ultrapassar o portão principal para aparatarem. Correu pelo segundo andar da mansão procurando por Hermione.


–       Na próxima sala! – disse um discípulo. – Sinto a presença dela lá!


Sem o capuz Harry reconheceu o vampiro que foi julgado com Crackit, mas saiu livre.


–       Não fuja! Precisaremos de toda ajuda possível para prender quem organizou tudo isso!


–       Já retribui o favor!


Harry empurrou o vampiro e encontrou Patrick.


–       Ele enfrentou um centauro! – disse Hermione no colo de Patrick.


De volta à sala Harry viu o Sr. Weasley sobre o corpo de Adso; McGonagall o protegia ele e a Jorge dos discípulos.


–       Vamos Arthur!


–       Pai! – disse Jorge segurando o braço do pai. – Ele não é Fred papai! Ele está morto!


Hermione desceu o colo de Patrick e abraçou o Sr. Weasley.


–       Sr. Weasley temos ir...


–       Hermione... Eu sinto tanto...


–       Ele é tão jovem! Fred era tão jovem também. Essas coisas não deviam acontecer!


–       Eu sei... por favor, o solte...


–       Acredite em nós... foi uma tragédia aquela noite. Todos pagamos por ela! Todos perdemos!


O Sr. Weasley soltou o corpo de Adso e junto com os outros cruzaram o jardim. Kingsley mandou explodiram o portão e os libertaram.


Não houve muito tempo para conversarem. Reuniram-se com Kingsley. Ninguém tinha sido preso; o Líder havia desaparecido.


A maioria dos bruxos tinha fugido ou sido morta pelo feitiço de Fargas ou pelos seguidores mais fiéis.


–       Procurei Jorge e ele me disse o Sr. Weasley não tinha voltado para casa. Chamei Neville...


–       Acompanhamos Fargas e depois foi moleza... – disse Jorge piscando para Hermione. – Você ouviu Fargas na garagem aquele dia. Ele procurava papai.


–       Prometi nunca mais dirigir a palavra a ele! – exclamou o Sr. Weasley.


–       Fargas, o primeiro Conselheiro ordenou mesmo que matasse aquelas pessoas papai?


–       Não podemos falar sobre isso. – disse McGonagall.


–       Aquele poema que ele recitou? Alguém de vocês já tinha ouvido? – perguntou Hermione.


–       Não... – respondeu o Sr. Weasley. – Quantos mortos?


–       Adso, Madeleine Hayes e o marido... o próprio Fargas. Fora Waxflatter e o Sr. Twitch... – respondeu Harry.


–       Vamos identificar os outros mortos e descobrir de quem é a casa. – disse Kingsley.


–       Adso colocou esse pó alucinógeno nas varinhas para pegar Umbridge. – disse Harry.


–       Pelo menos sabemos que ele realmente salvou os trouxas na rua e não tentou nos matar! – exclamou Hermione. – Ele estava atrás de alguém que provavelmente tinha ido ao St. Mungus liquidar Umbridge.


–       Justo ela sobreviveu... – comentou Jorge.


–       E a história como ficará agora? – perguntou Hermione a Kingsley.


–       Como sempre foi. Fargas não retirou a azaração antes de morrer! – disse Kingsley muito zangado. – Quando o vi em Hogwarts achei que estaria mais seguro lá! O velho bastardo fugiu para procurar McGonagall e avisar Arthur!


Harry queria apoiar Hermione em sua discussão com Kingsley sobre divulgar a existência do grupo; também tinha outras coisas em mente, mas Gina acabara de entrar para ver o pai e todas suas duvidas e idéias evaporaram. Ela comentou sobre o encontro do pai com Waxflatter.


–       Ele dizia que estava sendo seguido! – disse o Sr. Weasley tremendo. – Pobre Wax...


Harry saiu da sala discretamente. O corpo de Madeleine Hayes e marido estavam sendo levados para serem preparados para o funeral.  Muito chateado Harry lembrou o dia que ele e Patrick zombaram dela no corredor quando anunciou a Kingsley que abandonaria o cargo mais cedo; com certeza os discípulos já tinham prendido o marido. A consciência de Harry doeu ao pensar se ela teria sofrido antes de morrer. Pediu que parassem.


–       Sinto não tê-la procurado há mais tempo para conversarmos...


Em outra sala Harry encontrou o Sr. Olivaras, a Sra. Twitch e Anjelica. Patrick estava com eles; já tinha trocado de roupa, mas Harry viu que tinha os punhos bem machucados.


–       Adso era um bom garoto Harry. Andava estranho ultimamente como se sentisse alguma coisa... – disse o Sr. Olivaras com amargura.


–       Acho que ele queria participar do grupo, mas também amava você Anjelica. Para ele era uma escolha difícil. – respondeu a Sra. Twitch.


–       Vão encontrar quem fez isso? – perguntou Anjelica. – Adso foi uma vitima também!


–       Eu prometo a você que sim! – disse Harry com convicção.


Os dois rapazes saíram para o corredor.


–       Eu vi Gina chegando. – comentou Patrick.


–       É...


–       Hermione ainda está lá?


–       Está...


O Sr. Weasley explicava a Hermione sobre a foto que Gina e Harry viram do grupo reunido.


–       Coloquei por engano nas coisas que mandei a vocês. Ainda comentei com Molly... Você fez bem em não trazer sua mãe Gina.


–       Eu estava concentrada para um jogo. Vim direto assim que Percy apareceu para me contar o que estava acontecendo.


–       Ela não estava em casa quando cheguei. – disse Percy.


–       Nem quando sai... – disse Jorge.


–       Por acaso mamãe sabe sobre o que aconteceu? – perguntou Gina.


–       Não exatamente... Molly sabe o que todos vocês sabem agora.


–       O bastante para continuarem vivos. – disse McGonagall.


–       Claro que durante todos esses anos ela percebeu o quão horrível foi aquela noite para mim... – disse o Sr. Weasley tentando se por de pé o mais rápido possível.



As reuniões para jogar e beber na loja dos Lancey estavam ficando freqüentes e a conversa dos dois irmãos deixava até Draco enojado. Na noite marcada para a entrega dos ingredientes começaram a jogar cedo. A mãe dos Lancey abriu a porta da loja agitada.


–       Vocês seqüestraram alguém?


–       Eu não mamãe. – respondeu Don. – E você Jack?


–       Não.


–       Que alívio. Quem são esses? – perguntou apontando para Draco e Rony.


–       Clientes.


–       Cometeram algum crime?


–       Não... – respondeu Draco hesitante.


–       Estamos esperando uma encomenda. – disse Rony.


–       Tem Revistadores para todo lado; aqueles bruxos! Parece que desmantelaram o grupo!


–       Isso é ótimo! Tudo voltará ao normal! Veelas! – exclamou um dos rapazes.


–       Recolham os dados não vamos dar motivos para o Ministério nos incomodar. Abram a porta e sejam educados com os Revistadores. Vocês dois têm que ir embora!


–       Falta pouco tempo para o que pedimos chegar! Iremos embora em seguida! – disse Rony.


–       É um pedido de ingredientes proibidos. Venham depois!


–       O que os Revistadores procuram? – perguntou Rony.


–       A mulher de um ex-funcionário do Ministério. Aqueles ruivos da loja de logros; a mãe deles


–       Weasley? Molly Weasley? Por quê?


–       Não me importa. Agora saiam!


Vesúvia Lancey colocou os dois para fora.


–       Precisamos ver essa entrega! – disse Draco. – Ei aonde você vai?


–       Preciso saber o que aconteceu com minha mãe! Ofereça mais dinheiro a eles! Quanto eles quiserem!


A movimentação de Revistadores era grande; Rony os viu entrando em algumas lojas fazendo perguntas. Patrick orientava um grupo e começou a andar em direção a ele. Rony ficou muito nervoso, mas não se mexeu tentando não chamar atenção; achava que Patrick o reconheceria se o visse mais de perto. Quando estavam quase a ombro a ombro um Revistador parou em sua frente.


–       Com licença senhor. Por acaso viu essa senhora?


–       Não. – respondeu Rony olhando a foto da mãe. – O que aconteceu com ela?


–       Obrigado senhor. – disse o Revistador deixando Rony e alcançando o grupo.


Foi um alivio ver Patrick se afastar; Rony vinha se controlando há tempos para não acertar Twain novamente, mas tinha certeza de não poder se controlar se estivesse frente a frente com Patrick. 


Andou alguns metros seguindo o grupo e notou que passaram reto por uma das lojas. Não era qualquer loja; era a loja da Sra. Robinson. Desde menino Rony ouvia dizer sobre uma azaração que mantinha homens curiosos do lado de fora. Naquele momento sua curiosidade era outra. Não era um prédio alto; tinha só dois andares e foi fácil para Rony escalá-lo. Na sacada a porta estava trancada; ouviu vozes exaltadas; uma com certeza era feminina.


–       Não acredito que fez isso! Ao invés de liquidar Harry Potter e o Conselheiro você mata um dos nossos!


–       Um traidor! Serviu de exemplo para os outros.


–       O que você estava pensando? Estão a nossa procura agora! E não estou só falando do Ministério!


–       Elzy...


Houve barulho de móveis encobrindo a discussão e Rony ouviu a voz feminina se exaltar mais ainda.


–       Quando a trouxe para cá?


–       Alguns minutos! Ela poupou o trabalho de seqüestrá-la andando no Beco Diagonal a essa hora! Ainda podemos nos vingar pelo menos de um deles!


Rony sabia que teria de impedir o que iria acontecer de um jeito ou de outro. Alguém entrou na sala e acendeu a lareira.


–       Ei você aí em cima! – disse um Revistador jogando a luz da varinha em cima de Rony. – Que está fazendo aí?


A porta da sacada se abriu e o bruxo saiu apontando a varinha para o Revistador na rua; Rony estuporou os dois e o jogou um sobre outro. Entrou rápido, mas em silencio. Ouvia a voz feminina pelo corredor; próximo da porta do quarto viu a mãe amarrada a uma cadeira. Tirou o desiluminador do bolso e apagou a luz do corredor. Um homem vestido de púrpura saiu do quarto seguido pela Sra. Robinson; Rony se preparava para estuporá-los quando alguém os acertou primeiro. Rony aproveitou o momento, entrou no quarto e soltou a mãe.


–       Tem mais alguém no prédio?


–       Não! Rony! – respondeu a Sra. Weasley surpresa.


–       O que faz aqui mãe?


–       Eu vim procurá-lo no Beco Diagonal. Vi no relógio seu ponteiro apontando para mais próximo de casa! Sabia que tinha voltado! O que aconteceu com seu cabelo?


–       Explico outra hora! Vamos!


Havia pelo menos quatro pessoas duelando na sala destruída. A Sra. Robinson estava morta caída com olhos abertos arregalados, Um dos bruxos se virou para Rony e a mãe.


–       Expelliarmus! – gritou Rony empurrando mãe para trás.


Era loucura passar pelo fogo cruzado de feitiços; mãe e filho desceram até a loja. Rony arrebentou a vitrine e um pedaço da parede; viu o pai surgir no meio da poeira.


–       Molly!


–       Aqui Arthur!


Um dos discípulos desceu atrás deles e lançou uma Maldição Imperdoável contra o casal. O grupo de Revistadores e Harry os encontraram abraçados, deitados no chão; o discípulo de cara na parede com o nariz quebrado. As luzes do prédio voltaram de repente.


 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.