Hedda Le Blanc



Capítulo 4: Hedda Le Blanc


Durante a primeira aula de Feitiços o professor Flitwick se limitou a lhes contar sobre o que veriam esse ano e a importância dos feitiços nas situações que a vida poderia dar. Alvo se sentia ansioso e não podia ver a vez de que praticassem algum feitiço. Finalmente, quando só restava meia hora de aula, entregou a cada aluno um cofre que se encontrava extremamente fechado e se dispôs a lhes ensinar o feitiço "Alohomora". O feitiço era simples e Alvo conseguiu fazê-lo na segunda tentatica, igual a Escórpio, quem se encontrava sentado de seu lado.


A aula de Historia da Magia transcorreu sem acidentes nem destaques. Alvo achou o monólogo do professor incrivelmente chato, parecido a um sonífero e falhou com muita dificuldade em prestar atenção durante a aula.


Após a hora da comida, Alvo soube que já não podia retardar mais a carta que tinha que escrever a seu pai. Sentado no Salão Comunal da Sonserina, tomou um traço de pergaminho, uma pena e se dispôs a responder-lhe. Demorou um longo tempo e depois de várias vezes apagando, por fim criou a carta.


Pai,


Obrigada pela carta, a verdade é que me tomou por surpresa. Imaginei que Tiago faria algo assim, mas não tem com o que se preocupar, ao menos isso acho. Tiago está um pouco chateado porque o chapéu me selecionou para a Sonserina.


Cumprimentos a todos,


Alvo


Sabia que se tratava de uma carta curta e fria mas não lhe ocorria nada melhor. E em parte porque tinha medo de como seu pai reacionaria ao saber que seu filho terminou na casa mais tenebrosa de todas.


Escórpio se aproximou da mesa para poder ler o que havia escrito.


-Acho que está bem. - lhe confirmou o louro. Alvo assentiu. - Vamos rápido para o Corujal. Em vinte minutos devemos estar na aula de Poções.


Ambos os garotos saíram da sala carregando seus bolsos repletos de livros e coisas úteis, em direção ao Corujal. Ali Alvo encontrou sua própria coruja, Zeus, presente que seus pais haviam lhe dado para entrar em Hogwarts. Prendeu a nota a sua para e a encaminhou em direção a Godric Valley, aonde viviam os Potter.


Depois, sem perder tempo, se encaminharam a todo vapor até as masmorras. Chegaram com apenas uns minutos de antecipação. Quase todos os companheiros já estavam lá dentro. Dimitri, Taurus e Portus estavam sentados juntos em uma das mesas e o último enviou-lhe um olhar de ódio quando Potter entrou na classe, um pouco agitado. Mas Alvo nem o notou, surpreso de ver sua prima Rosa também ali. Havia esquecido que Poções era aula compartilhada com a Grifinória. Ela lhe sorriu e acenou para ele com a mão.


Buscou com o olhar uma mesa vazia, mas em compensação encontrou uma mesa com dois lugares livres, aonde já havia sentado uma menina, pela qual Alvo não lembrava de haver visto antes, mas que também vestia o uniforme da Sonserina.


Tinha o cabelo pretíssimo e brilhante, largo, que lhe caía como um telão sobre as costas, por debaixo da cintura. A garota acabava de levantar o rosto, de tal forma que ela e Alvo ficaram olhando-se frente a frente e o garoto sentiu um leve calafrio lhe recorrer as costas. A jovenzinha tinha a pele mais branca que ele já tinha visto, como se nunca tivesse visto a luz do sol. Os olhos, celestes e brilhantes, resplandeciam entre tanta brancura, ao igual que seus lábios, de uma leve cor violáceo. Mas o que mais lhe surpreendeu foi a tristeza de seu olhar.


- Podemos nos sentar aqui?- lhe perguntou Alvo, que sentia como se aquela garota estivesse lhe atravessando com o olhar. Ela se limitou a assentir a Alvo se sentou ao seu lado, enquanto que Escórpio ocupava o terceiro assento junto a Potter.


- Meu nome é Alvo- começou a se apresentar.


-Sim, sei quem você é. - o interrompeu a garota, com voz musical. Algo em sua pronúncia, mesmo que muito sutil, lhe fez se dar conta de que era estrengeira. - Meu nome é Hedda Le Blanc.


- Eu sou Escórpio Malfoy. - se apresentou o louro, dirigindo-se a Hedda. A garota o olhou e assentiu levemente. Havia um ar tactil e calmo em seus movimentos, como se nada pudesse alterá-la ou acerelá-la. Não puderam continuar falando, porque nesse instante entrou o professor Slughorn. Se tratava de um homem grande, de barriga ampla, calvo e de sorriso maroto.


- Boa tarde alunos... Meu nome é Horário Slughorn. De agora em diante, serei seu professor de Poções. Dos muitos ramos da magia, a arte de fazer poções é algo que lhes requirirá não somente estudo, mas também habilidade. Muitos poderão tentar milhares de vezes, mas jamais serão capazes de reproduzir em seus caldeirões a maravilha de uma Poção Rejuvenecedora. Podem ler todo livro que encontrem, mas quem não tiver esse montão de vapor e ingredientes, nunca poderá fazer a poção Mata-Lobos. Detrás desse montão de vapor e ingredientes, se enconde um dos maiores tesouros da mafia. Aprendam já a fazer suas poções e poderão conseguir o que quiserem. - o professor falava de forma alegre e motivadora. Alvo se sentiu entusiasmado. Conseguir o que queria... Tinha escutado e lido sobre suas poções... Com uma boa dose de Veritaserum podia ter a verdade, com a Felix Felicis a sorte, com a Poção Polissuco outra identidade.… Sua mente desviou entre os livros da biblioteca de seu pai, livros de magia muito avançada aonde falava de poções incríveis e até tenebrosas. Apenas escutou enquanto que o professor fazia a chamada.


- Hedda Le Blanc - leu Slughorn e Alvo viu a garota ao seu lado lavantar a mão delicadamente no ar. Suas mãos também eram brancas, de longos e finos dedos. - Por casualidade não estará emparentada com Jaques Le Blanc, não?


- É o meu tio, professor. - lhe respondeu ela e Alvo pôde notar que o rosto se iluminava levemente diante da menção desse tal Jaques.


- Não me diga! E continua trabalhando de sanador em Paris? - perguntou Slughotn, aparentemente se esquecendo de que estava na aula e devia continuar com a lista.


- Não, senhor. Se retirou faz alguns anos. Agora se dedica a escrever um livro... - lhe informou Hedda, com sua voz suave e seu leve tom extrangeiro.


-Ah, é uma pena. Um dos melhores que conheci sem dúvida. Mesmo que esteja seguro que seu livro será um trabalho invejável. Lembro que costumava fazer uma Poção Cicatrizante que podia fazer qualquer tipo de ferida. - lembrou o velho professor. Logo, como se voltasse a sí, continuou com a lista.


- Escórpio Malfou. - leu o seguinte nome e apenas olhou o louro quando este levantou a mão.


- Alvo Potter. - leu a continuação e o menino levantou sua mão.


- Nossa, outro Potter em Hogwarts... Tive o prazer de ensinar seu pai e sua mãe, ambos... E tenho que dizer que também sua avó Lílian... Uma das melhores de poções que conheci. Mas tenho que dizer que Harry Potter não ficava atrás... Um garoto brilhante e maduro. - comentou mais para o resto da classe que para o próprio Alvo. Potter pôde ver Cardigan fazendo uma expressão de novo como se estivesse vomitando enquanto que Horácio continuava a elogiar a família Potter. - Veremos se você também chega a me surpreender, senhor Potter. - lhe disse e lhe piscou um olho. Alvo se sentiu intimidado por aquilo. Como ia surpreendê-lo, se não sabia nada de poções? Sim, havia lido um pouco e sempre observava seus pais quando preparavam alguma... Mas nunca haviam lhe deixado tocar em nada. Alvo se obrigou a voltar para a Terra quando o professor terminou de ler os nomes que estavam na lista. - Com, para começar sempre gosto de fazer algo entrertido... Sou consciente de que é apenas a primeira aula, por isso será simples... Quem pode me dizer em que consiste a Poção Cárcara? - perguntou o professor e imediatamente a mão de Rosa foi ao ar.


-Senhorita Weasley? - preguntou o professor, divertido ante ao parecido que tinha a ruiva com sua mãe.


-É uma poção para fazer a gente rir... Para que quem a tome se sinta imensamente feliz e, bom... Se ria de tudo! - explicou ela, feliz de que ele havia a escolhido para responder.


-Excelente. 10 pontos para a Grifinória. Suponho que tal peixe, tal peixinho... Indêntica a sua mãe. - lhe elogiou Slughorn e Rosa corou. Ao seu lado, Malfoy bufou levemente.


- Qualquer um saberia responder a isso... - murmurou Escórpio por baixo, ao parecer algo irritado.


-Bom, quero que todos abram seus livros de "Poções Básicas Para Principiantes" na página 20 aonde encontrarão a explicação de como realizá-la. No final da aula, quero que coloquem sua poção dentro de um frasco e o deixem sobre meu escritório para que eu os pontue. Quem fazê-la melhor ganhará 30 pontos para sua casa.


Imediatamente se começou a escutar o movimente das pessoas a tirar seus livros, varinhas e ingredientes dos bolsos. Alvo viu como Hedda abria delicada e lentamente seu bolso, tirava seu livro com cuidado e começava a trabalhar com a poção, concentrada e em silêncio. Ao seu lado, Escórpio fazia o mesmo.


Alvo tomou seu próprio livro e o abriu na página 20, aonde se encontrava a receita para a poção. Picotar caldas de salamandra em fragmentos de 2 cm cada um aproximadamente e colocá-los em um caldeirão a fogo lento junto a meio litro de sangue de vaca. Enquanto que o fazia, olhou para Hedda de lado, e se surpreendeu ao ver a velocidade alta e a habilifade que a garota cortava as caldas de salamandra, todas de um tamanho exatamente igual, para logo colocá-las dentro do caldeirão com outro movimento ágil e adicionar o sangue. Deu três voltas para a sua direita e dois na direção esquerda e se escutão um leve som dentro do caldeirão, enquanto que o conteúdo se tranformava em um tom cinza muito escuro e começava a borbulhar antes do tempo.


- Ponha mais alguns pedaços de Salamandra... Deterá as borbulhas. - lhe sugeriu Hedda, quase em um sussuro. Estava concentrada em sua poção, mas de alguma forma percebeu o problema do louro.


-Obrigado. - lhe murmurou Malfoy, enquanto que obedecia o que ela lhe dizia e imediatamente as borbulhas desapareceram.


-É verdade o que contam? - preguntou suavemente a menina dos cabelos negros, separando pela primeira vez a vista de sua poção e olhando a Alvo. Alvo franziu as sombrancelhas, dando-lhe a entender que não sabia a que se referie. - Que teve um duelo ontem, com Cardigan, e que o derrubou antes que ele pudesse seque te tocar o cabelo. - se explicou melhor ela. Alvo não pôde evitar rir levemente enquanto que movia um pouco a cabeça;


-Nossa que exageraram tudo... - disse o moreno. Ao seu lado, Malfoy também riu.


- A próxima que vai escutar será que quis assassiná-lo com uma Maldição Imperdoável. - se burlou Escórpio, com um deixo de ironia em sua voz.


- Então é verdade. - interveio Hedda.


-Não foi assim. Ele quis me atacar e eu sem dar conta o desarmei. - se explicou Alvo, enquanto que adicionava pétalas de rosa nagra em sua poção. Repetinamente a mão de hedda se aferrou com força a seu pulso, obrigando-o a afastar sua mão do caldeirão. E Alvo sentiu o contato pela primeira vez com sua pele, que era mais fria que o normal.


-Está colocando pétalas demais. - lhe explicou Hedda, enquanto o soltava.


- Ah, obrigado. - lhe disse Alvo, enquanto instintivamente levava a mão livre até aonde segundos atrás havia sentido o contato frio com a mão de Hedda.


- Tem frio? - lhe perguntou então. A garota o olhou fixamente com seus olhos celestes e um gesto indecifrável.


-Um pouco - lhe respondeu ela. Mas algo em seu tom de voz havia mudado. Parecia mais receosa. Depois de alguns segundos voltou a falar.


- Teu pai te ensinou um feitiço para desarmar?


-Que? Não! – se apurou a responder Alvo e Malfoy o golpou levemente com o tecido para que baixasse a voz. Algumas pessoas haviam girado para olhá-los. - Foi sem querer... Estava irritado e não pude controlar-me, simplesmente...


- A magia saiu de ti. - Hedda completou sua frase. Alvo assentiu. hedda o olhou uns segundos a mais e logo voltou a sua poção.


-E como você soube do que passou? - lhe preguntou Escórpio, com um leve tom arrogante em sua voz, herança paterna. Hedda encolheu levemente os ombros.


-Todo Sonserino sabe. Esse garoto, o Monitor, Heros Morgan, se encarregou de dinfundir por todo o Salão Comunal. - lhe informou ela. Escórpio e Alvo intercambiaram uns olharas. - Se eu fosse você, Potter... Manteria um perfil mais ameno. - adicionou logo.


-Por que está dizendo isso? - preguntou Alvo de maneira desafiante. A garota deu mais duas voltas em seu caldeirão, sem lhe responder, como se meditasse o que iria dizer a seguir.


-Porquê não vai querer que as pessoas pensem que você é o novo Senhor das Trevas. - lhe disse Hedda, finalmente, enquanto que punha umas gotas de lágrimas de leão em sua poção. Um pó azulado brotou de seu caldeirão e se expandiu pela classe.


-Nossa! Mas vejam isso... Excelente poção, senhorita Le Blanc... Vejo que você também tem o talento para poções de seu tio... Isso é muito bom! - exclamou Slughorn quando se aproximou do caldeirão de Hedda. A poção se via em um reluzente azul franceza, tal como dizia a receita. Horácio girou para olhar a de Alvo e sorriu. - Muito você também, Potter... Outro que herdou os bons genes da família. - lhe felicitou o professor enquanto que cheirava a poção que havia no caldeirão de Alvo. Não tinha a cor azul franceza de Hedda, mas definitivamente estava melhor do que a da maioria da classe.


Mas Alvo não prestou atenção às felicitações recebidas por parte do professor de Poções. Sua mente ainda repetia a última frase que a garota de pele mortoviva lhe havia dito. Teve que esperar que Horácio se afastasse até a mesa dos Grifinórios para poder falar de novo com Hedda.


-Isso é o que dizem de mim? - lhe perguntou Alvo quando tinha certeza de que ninguém além de Hedda e Escórpio podiam o escutar. A garota o olhou de lado, enquanto que continuava mexendo na poção.


-Não, ainda não dizem... Mas estou certa de que assim pensam. - lhe respondeu ela. Alvo girou para olhar Malfoy inquisitivamente e este evitou intencionalmente seu olhar.


-Bom... Há alguns rumores... Nada de importante. - lhe confessou o louro finalmente, mostrando-se logo muito interessado em limpar sua tabela para cortar ingredientes.


-Que tipo de rumores?- exigiu saber Alvo. Malfoy demorou a responder.


- É só que muitos acham estranho você ter terminado na Sonserina, Alvo. - lhe disse o louco, por fim olhando-o nos olhos. Alvo franziu uma das sombrancelhas e Malfou disse quase que em um sopro, levemente. - Já sabe... É o filho de Harry Potter... E termina na Sonserina. Muitos pensam que... Bom, o chapéu deve ter te mandado aqui porque você...


-Pensam que te mandou para a Sonserina porque tem poderes das trevas. - terminou a frade Hedda, de maneira direta e crua. Alvo sentiu um leve pesar em seu peito, como se de repente lhe tivessem posto uma mochila cheia de pedras encima. E então o sinal que marcava o final da aula soou nas masmorras.


-Coloquem suas poções na garrafa e deixam em minha mesa!- anunciou Horácio. Rapidamente, Hedda e Escórpio se dispuseram a por suas poções nas garrafas, mas Alvo tardou uns segundos mais. Sentia as mãos humidecidas. Serviu a poção dentro da garrafa e descuidadosamente a apoiou sobre a mesa enquanto que fechava o livro. Tão conduso que não notou que tinha posto na ponta da mesa.


Alvo esperou escutar o som que quando o vidro gopeia contra o chão, mas este nunca chegou. Viu como a garrafa caia e, com uma rapidez e uns reflexos que jamais tinha visto antes, também viu como Hedda atirava habilidosamente o braço e a pegava antes de que caísse no chão.


-Uau, bons reflexos! - lhe elogiou Malfoy, sorrindo. Mas Le Blanc parecia aterrorizada. Tinha os olhos muito abertos e o olhar fixo em sua mão, aonde ainda segurava a garrafa com a poção de Alvo. Parecia como se sentisse culpada, ou arrependida do que acabava de fazer.


- Aqui está. - disse rapidamente, enquanto que a entregava para Alvo, tomava suas coisas e saia em disparate da mesa. A viram deixar sua prórpia poção sobre a mesa do prodessor e desaparecer pela porta em questão de segundos.


-Nossa... Que menina estranha. - murmurou Escórpio, enquanto que tomava também suas coisas, pronto para sair.


-Sim… - concordou Alvo, pensativo.

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