Nada como a Família




Capítulo 3: Nada como a Família


Quando Alvo despertou, comprovou que a única persona que ainda estava dentro do dormitório do primeiro ano da Sonserina era Escórpio Malfoy. O garoto louro, de olhos cinzas e pele clara se vestia com cama, enquanto que se apreciava no espelho, comprovando como lhe caía o uniforme.


- E os demais?- perguntou Alvo enquanto saía da cama, tirando a cabeça da confusão.


- Já baixaram para o café. Acho que nenhum queria se topar comifo. - lhe respondeu o louro, em tom calmo, como se fosse o mais normal que a tão apenas um dia de começar as aulas seus companheiros de dormitório já odiassem Alvo.


Potter não respondeu nada, se não que procurou em seu próprio baú e começou a vertir-se em silêncio. Quando quase já tinha terminado de se vestir se olhou no espelho que havia no quarto.


O uniforme que lhe caía sobre os ombros. Sua mãe havia comprado túnicas da melhor qualidade, e as sentiu cômodas e suaves.


-Te falta isso - lhe disse Malfoy e lançou o que Alvo achava ser um pedaço de tecido verde e prata. Com grande habilidade (seguramente herdada de seu pai), Alvo pegou o pedaço de tecido no ar e o observou com mais detalhes. Era uma gravata da Sonserina. Alvo tardaria tanto em colocá-la que Escórpio decidiu intervir.


- As deixaram elfos, um para cada de nós. Não se preocupem, não enforcam... Acho. - brincou o louro. Alvo tratou de esboçar um leve sorriso enquanto que prendia a gavata ao percoço, sentindo-se estranho nessas cores.


Mas quando se olhou novamente no espelho, não pôde evitar de pensar enquanto que lhe caíam bem. Combinavam com seus olhos verdes, outra herança paterna, que ressaltavam entre seu cabelo negro, mais dócil que o de seu pai.


Ambos os garotos, uma vez prontos, saíram do dormitório e se dirigiram até o Salão Principal. Havia lá dentro uma grande quantidade de alunos, comendo alegremente, conversando sobre suas férias e imaginando como seria esse novo ano em Hogwarts.


Enquanto que caminhava até a mesa da Sonserina, Alvo escutou alguns risos e comprovou ao girar a cabeça de quem provinham.


Seu irmão, Tiago, mais alto que ele, com cabelo negro e rebelde que lhe marcava o rosto magro e de traços masculinos, ría junto a outro rapaz, de cabelo vemelho escuro e brilhante, de olhos pretos eletrizantes e de movimentos graciosos. Alvo o reconheceu de imediato: Louis Weasley, seu primo, filho de Gui e Fleur. Ambos os jovens riam de alguma piadinha interna, enquanto que caminhavam entre as mesas aonde Alvo se havia detido, sem sequer se dar conta. Então viu a seu irmão menor, a escasos metros que ele e seu rosto se transformou. Deixou de rir e o sorriso saiu de seus lábios, para adquirir um gesto austero e de raiva. Louis, diferentemente, lhe sorriu mostrando todos os seus brancos e cintilhantes dentes.


Mas Tiago não deu tempo que ninguém dissesse nada. Tomou seu primo pelo braço e o arrastou para fora do Salão, golpeando levemente a Alvo enquanto que passava ao seu lado, sem sequer cumprimentá-lo. Potter continuou como pedrea em sua cadeira, sem dar nenhum crédito ao que acabava de acontecer.


- E isso a que veio? - falou Malfoy a seu lado, que olhava em direção aonde havia passado Tiago com uma de suas sombrancelhas levantadas.


- Alvo! -gritou então outra voz. Era um voz feminina, doce e suave. Rosa Weasley estava junto a ele. - Como foi sua primeira noite em Hogwarts? Com quem você dorme? Já tem seus horarios? Qual a sua primeira aula? - a ruiva fez uma pergunta atrás da outra, com pressa e não dexando que seu primo respondesse alfo. Malfoy o olhou durante uns segundos com os olhos abertos de surpresa ante todas as palavras que a garota conseguiu gesticular em apenas uns segundos.


-Uma pausa, Rosa!- se apressou a intervir Alvo. A garota deteve suas perguntas, a espera. - Esteve... Bem, suponho. Mesmo que meus companheiros de quarto não sejam ao todo agradáveis digamos...


- É claro, não se o que espera de um monte de menininhos mimados de sangue puro... - começou a criticar ela, mas um leve pirragueio proveniente da garganta de alguém atrás do Alvo a deteve. Notou então que a olhava fixamente com seus olhos cinzas frios, visivelmente ofendido por suas palavras.


-É... Rosa, te apresento a Escórpio. - os apresentou o moreno, notando a tensão que se acabava de gerar.


- Escórpio? Escórpio Malfoy? - repetiu a ruiva, rompendo contato visual com o louro e dirigindo agora a seu primo. Sua voz soava a uma mistura de ingnação e desconcerto.


- Sim, no geral esse costume ser meu nome... - falou Malfoy em tom irônico e Alvo teve que conter o sorriso. Rosa, por sua parte, o ignorou.


- Posso falar um segundo contigo... A sós? - pediu ela em tom severo, muito similiar a esse tom que sua mãe costumava utilizar quando perguntava algo por mera cortesia, quando na realidade não estava dando lugar a outra escolha. Alvo girou para olhar Escórpio. O garoto lhe caía bem, era engraçado e preciso. E, além do mais, era a única pessoa em toda Sonserina que não parecia olhá-lo de forma estranha. O que menos desejava naquele momento era que aquele garoto se ofendesse com ele.


- Irei sentar-me na mesa. Eu recolherei seu horário se é que você se entretenha bastante. - lhe disse o louro, encolhendo os ombros para restar importância ao pedido de Rosa. A ruiva o viu dirigir-se até fora do Salão Principal e atravez da porta principal, até o parque. Um ar quente e suave recorria na manhã de Hogwarts e praticamente não havia ninguém lá fora.


- Temos que falar com a diretora McGonagall- lhe preguntou Rosa, quando estavam já fora, longe de todos.


- A que você se refere?- lhe perguntou o garoto, sem terminar de responder.


- A que me refiro?- repetiu ela, como se lhe parecesse nada sólido que seu primo perguntasse isso. - Me refiro ao fato que que esteje na Sonserina! É obvio que teve um erro...


-Rosa…


-… Porque no há forma de que un Potter esteje na Sonserina…


-Rosa, por favor…


-… talvez Corvinal ou Lufa-Lufa, mas Sonserina…- continuava ela, sem siquer prestar atenção a seu primo, que tratava de dizer algo. Caminhava de um lado ao outro, com passos curtos e rápidos, e parecia falar com ela mesma. Alvo a conhecia bem e sabia que ela fazia isso quando estava nervosa. - Não, não, é obvio que não pode ser... Deve escrever ao seu pai.


- Escuta, Rosa…


-… Ele é um homem muito importante e muito influente também, estou certa que encontrará uma maneira de de tirar desse ninho de cruéis…


- ROSA BASTA! - berrou Alvo finalmente e a garota de deteve aonde estava. - Escuta, por favor. - lhe pediu o moreno, baixando o volume de sua voz . - Não houve nenhum erro...


-Como assim não houve nenhum erro? Mas se você queria ir para a Grifinória! E o chapéu te negou.


-Bem, para dizer a verdade... Ele não me negou nada... - Alvo sentiu um leve rubor em suas bochechas.


-Você… Você pediu para ir a Grifinória, não é Alvo? - perguntou então Rosa e novamente seu tom soou ameaçador. Rosa erqa sua prima favorita e sabia que ele também era o primo preferido dela. Haviam passado seus onze anos sempre juntos e, agora, as casas os separaram. Sabia que isso iria ocorrer se Rosa se enfurecesse, mas sabia que sua raiva seria maior sabendo que ele não tinha feito nada para impedir.


-Bom... A verdade é que não tive tempo de pensar muito… só pude pensar no que papai me disse, que não tinha nada de ruim em terminar na Sonserina e então...


-OH, POR MERLIN, ALVO!- exclamou Rosa, levando as suas mãos até os cabelos, sem poder acreditar no que seu primo estava dizendo. - Não posso acreditar no que você fez. Tinha que estar pensando em Grifinória e não na Sonserina!


-Bom, se tranquilize um pouco, não é tão terrível.


- Claro que é! Oh, Alvo, Hogwarts se supunha que seria o melhor que poderia passar em nossas vidas. Iríamos estar na Grifinória, compartinhar todas as aulas, se supunha que isso ia ser perfeito! - lhe gritou ela, e umas lágrimas se acumularam em seu rosto. Chateada, Rosa se deixou cair sentada no chão. Alvo se sentou em silêncio junto a ela, pensativo.


- Ainda pode ser incrível, Rosa… Que não estejamos na mesma casa não quer dizer que não poderemos nos ver.


-Mas… Mas Tiago diz que Grifinória e Sonserina são inimigos naturais e...


-Que? - exclamou Alvo. A informação havia lhe esbofeteado no rosto como um tapa. Olhava para a prima estupefato. - Tiago disse isso?


-Bom, sim… está muito chateado, Alvo.


-Mas se era ele que sempre brincada de que eu terminaria na Sonserina!


-Sim, bom... Mas ele sempre pensou que não seria assim. Que você não permitiria. - lhe confessou ela. Alvo não pôde mais do que bufar.


- Não se chateie com ele, Alvo! Sabe como Tiago é... É muito temperamental. Se chateia fácil. Mas já lhe passará, lhe asseguro... - adicionou ela, com a ajuda de seu outro primo. - E diga-me, então... Como é... A Sonserina? - se atreveu a perguntar. Alvo demorou um tempo para responder.


- Um de meus companheiros de quarto quis me atacar ontem de noite, porque papai mandou seu avô para Azcabam. - lhe confessou Alvo e um sorriso se desenhou em seus lábios diante da lembrança. Rosa pigarreou. - Tranquila, não pode me fazer nada. Eu o derrubei antes de que pudesse sequer abrir a boca. - mas longe de tranquilizar Rosa, isso pareceu lhe escandalizar ainda mais.


-Alvo! Você atacou ele? - lhe perguntou ela.


- Não! Bom, sim, mas foi sem querer... Já me conhece Rosa... Quando me chateio, canalizo toda essa raiva na magia. Simplesmente estendi um braço para me cobrir de seu ataque e o muito estúpido do Cardigan saiu voando pelo ar.


-Você fez um feitiço de desarmar sem varinha? - lhe perguntou Rosa e Alvo notou que seu tom havia mudado. Se tratava de um tom de surpresa, de assombro.


-No sei, suponho que sim... Mas por que a pergunta?


-Nada… simplemente me parece algo… avançado. - se apressou a dizer ela. Depois de alguns segundos, adicionou. - Deve ter cuidado, Alvo. Na Sonserina deve haver muitos outros como esse Cardigan que vão querer cobrar de você... E você está completamente só...


-Não estou só!- se apressou a dizer ele, indignado.-Tenho Escórpio ao meu lado.


-O Malfoy? -a dúvida nas palavras de Rosa o chateou.


-Sim... Ele ficou no meu lado durante a briga.


-Isso é estanho... Suspeito... Devia ter cuidado com ele.


- Oh, Rosa, só para. Só te parece suspeito porquê vem de Malfoy. Se viesse de qualquer outra pessoa te pareceria um bom gesto.


- Claro que me parece tão suspeito porque vem de Malfoy! Não escutou as histórias que nossos pais contam? Que eu saiba, se trata de uma família aonde quase todos foram Magos das Trevas... Sem contar que são uns maníacos por pureza de sangue.


-Não pode julgar por sua família, Rosa. - interveio Alvo e tratou de manter um tom calmo. -Se não, olhe-me... Veja a família de onde venho e aonde fui parar.


Rosa pareceu analisar uns segundos suas palavras e sua sombrancelha permaneceu erguida. Alvo soube que ia precisar de muito mais que isso para a convencer, mas por aquele momento que deixasse de lhe encher o saco com o tema lhe era o suficiente.


Ambos retornaram ao Salão Principal e se separaram em suas respectivas mesas. Alvo tomou o assento junto a Malfoy, que nesse momento comia uma torrada enquanto que analizava o horário que lhe haviam entregado. Sem falar, deu uma cópia Alvo, que se pôs a analisar as aulas que lhe tocavam. A primeira matéria que lhes tocava esse dia era de Feitiços, ainda a cargo do ancião Flitwick, seguida de História da Magia, dada pelo fantasmagórico Binns e para encerrar o dia, Poções, a cargo do professro Horácio Slughorn.


Alvo ainda estava lendo seu horário, quando uma coruja entrou no Salão Comunal e se dirigiu até aonde ele estava sentado. La reconheceu de imediato. Branca como a neve. Edwiges II, era a coruja de seu pai. Sentiu um nó na garganta. Era possível que seu pai havia descoberto que seu filho tinha acabado na casa das serpentes?


Tomou a carta que a coruja estendia, lhe acariciou levementa a cabeça e finalmente, tomando coragem, abriu o selo.


Querido Alvo,


Seguramente te surpeendeu. "Receber essa carta de meu pai, quando você ainda não mandou nenhuma". E é que ontem recebi uma carta de seu irmão Tiago, quem pareceu muito peocupado contigo, mesmo que não tenha dito qual é o problema. Me disse que pensa que algo anda mal contigo e que pode estar em um tipo de confusão... Te agradecaria que me respondesse o quanto antres e me dissesse se é que ocorresse algo, filho. Sabe que pode contar comigo para o que seja.


Te amo,


Seu pai


-De quem é? - lhe preguntou finalmente Escórpio, a quem a curiosidade o derrotou e rompeu o silêncio.


-De meu pai - lhe responde Alvo.


-Ah...


-Meu irmão lhe escreveu ontem... Parece que lhes disse que eu virei louco ou algo parecido. - se explicou melhor o moreno, enquanto que estendia a carta a Malfoy para que a lesse.


-Tem de responder. - setenciou o louro logo depois de ler a carta.


-Sim, eu sei... Depois das aulas... - respondeu Alvo com o olhar turvado.


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